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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA Deniane Nunes de Almeida Flávia Aparecida dos Santos Soares Jhonatan Ianacoli Myszkowski Pereira João Pedro Lima da Silva Priscila Rosa Sandra de Camargo Lameu DOENÇAS PARASITÁRIAS X ZOONOSES Sorocaba/SP 2014 Deniane Nunes de Almeida Flávia Aparecida dos Santos Soares Jhonatan Ianacoli Myszkowski Pereira João Pedro Lima da Silva Priscila Rosa Sandra de Camargo Lameu DOENÇAS PARASITÁRIAS X ZOONOSES Trabalho apresentado como exigência parcial para avaliação na disciplina Doenças Parasitária da Universidade de Sorocaba. Professora: Profa. Dra. Andrea Cristina Higa Nakaghi. Sorocaba/SP 2014 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5 2 LARVA MIGRANS CUTÂNEA E VISCERAL ............................................................ 6 2.1 Agente causador ................................................................................................... 6 2.2 Espécies acometidas ............................................................................................ 6 2.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................... 6 2.4 Formas de Transmissão ........................................................................................ 6 2.5 Diagnóstico ............................................................................................................ 7 2.6 Tratamento ............................................................................................................ 7 3 ECHINOCOCCUS .................................................................................................... 9 3.1 Agente causador ................................................................................................... 9 3.2 Espécies acometidas ............................................................................................ 9 3.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................... 9 3.4 Formas de Transmissão ........................................................................................ 9 3.5 Diagnóstico ............................................................................................................ 9 3.6 Caracteristicas ..................................................................................................... 10 3.7 Ciclo evolutivo ..................................................................................................... 10 3.8 Profilaxia .............................................................................................................. 11 4 LEISHMANIOSE .................................................................................................... 13 4.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA - LTA........................................ 13 4.1.1Agente causador ............................................................................................... 13 4.1.2 Espécies acometidas........................................................................................ 13 4.1.3 Sintomas e Sinais Clínicos ............................................................................... 13 4.1.4 Formas de Transmissão ................................................................................... 13 4.1.5 Diagnóstico ....................................................................................................... 13 4.1.6 Tratamento ....................................................................................................... 14 4. 2 LEISHMANIOSE VISCERAL .............................................................................. 14 4.2.1 Agente causador .............................................................................................. 14 4.2.2. Espécies acometidas....................................................................................... 14 4.2.3 Sintomas e Sinais Clínicos ............................................................................... 14 4.2.4 Formas de Transmissão ................................................................................... 15 4.2.5 Diagnóstico ....................................................................................................... 15 4.3 Epidemiologia e contaminação ............................................................................ 16 4.4 Sinais clínicos ...................................................................................................... 16 4.5 Diagnóstico .......................................................................................................... 17 4.6 Profilaxia .............................................................................................................. 17 5 SARCOCYSTIS ...................................................................................................... 18 5.1 Agente causador ................................................................................................. 18 5.2 Espécies acometidas .......................................................................................... 18 5.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................. 18 5.4 Formas de Transmissão ...................................................................................... 18 5.5 Diagnóstico .......................................................................................................... 18 5.6 Epidemiologia e contaminação ............................................................................ 20 5.7 Sinais clínicos ...................................................................................................... 21 5.8 Diagnóstico .......................................................................................................... 22 5.9 Profilaxia .............................................................................................................. 22 6 TOXOPLASMA GONDII ......................................................................................... 23 6.1 Agente causador ................................................................................................. 23 6.2 Espécies acometidas .......................................................................................... 23 6.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................. 23 6.4 Formas de Transmissão ...................................................................................... 23 6.5 Diagnóstico .......................................................................................................... 23 6.6 Tratamento .......................................................................................................... 24 6.7 Epidemiologia e contaminação ............................................................................ 25 6.8 Sinais clínicos ...................................................................................................... 25 6.9 Diagnóstico .......................................................................................................... 26 6.9.1 Profilaxia ........................................................................................................... 26 7 TRYPANOSOMA ................................................................................................... 28 7.1 Agente causador .................................................................................................28 7.2 Espécies acometidas .......................................................................................... 28 7.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................. 29 7.4 Formas de Transmissão ...................................................................................... 29 7.5 Diagnóstico .......................................................................................................... 29 8 DIPYLIDIUM CANINUM ......................................................................................... 30 8.1 Agente causador ................................................................................................. 30 8.2 Espécies acometidas .......................................................................................... 30 8.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................. 30 8.4 Formas de Transmissão ...................................................................................... 30 8.5 Epidemiologia e contaminação ............................................................................ 31 8.6 Sinais clínicos ...................................................................................................... 31 8.7 Diagnóstico .......................................................................................................... 32 8.8 Profilaxia .............................................................................................................. 32 9 GIARDIA................................................................................................................. 33 9.1 Agente causador ................................................................................................. 33 9.2 Espécies acometidas .......................................................................................... 33 9.3 Sintomas e Sinais Clínicos .................................................................................. 33 9.4 Formas de Transmissão ...................................................................................... 34 9.5 Diagnóstico .......................................................................................................... 34 9.6 Tratamento .......................................................................................................... 34 10 TAENIA ................................................................................................................ 35 10.1 Agente causador ............................................................................................... 35 10.2 Espécies acometidas......................................................................................... 35 10.3 Sintomas e Sinais Clínicos ................................................................................ 35 10.4 Formas de Transmissão .................................................................................... 35 10.5 Diagnóstico ........................................................................................................ 36 11 CRYPTOSPORIDIUM .......................................................................................... 37 11. 1Etiologia ............................................................................................................. 37 11.2 Epidemiologia .................................................................................................... 37 11.3 Transmissão ...................................................................................................... 38 11.4 Sinais Clínicos e Patogenia ............................................................................... 38 11.5 Diagnósticos ...................................................................................................... 39 11.6 Tratamento/ Prognóstico ................................................................................... 40 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 41 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 42 1 INTRODUÇÃO O contado dos seres humanos com os animais de estimação, como cães e gatos, torna-se cada dia mais frequente e mais próximo. Esse contato traz preocupações com os riscos envolvidos as zoonoses, não só no Brasil mas em todo o mundo, sendo esses animais os principais transmissores das zoonoses por estarem com intimo contato com os seres humanos, divido a mesma divisão de espaço, nas zonas urbanas. As zoonoses são doenças transmitidas pelos animais para os seres humanos de caráter zootécnico, interferindo na saúde pública da população humana, devido a esse fator, ela vem ganhando grandes preocupações. Os agentes que desencadeiam essas afecções podem ser microorganismos diversos, como bactérias, fungos, vírus, helmintos e rickettsias. As zoonoses aqui relatadas, são de maiores importância na medicina veterinária, sendo essas zoonoses parasitárias, como Ancylostomas, Toxoplasma, Dypilidium caninum, Taenia, Echinococus, Giardia, Cryptosporiduim, Sarcocystis, e Leishmaniosa, que são zoonoses acometidas pelos cães. Em gatos, relata-se a Toxoplasma gondii e a Sarna sarcópica. Existem ainda outras zoonoses relatadas, como a Trypanosoma (causadora da doença de Chagas ). Assim, as zoonoses parasitárias ultimamente, cada vez mais vêm chamando a atenção de pesquisadores e autoridades sanitárias do mundo inteiro, por serem causas de problemas de saúde pública na população. 2 LARVA MIGRANS CUTÂNEA E VISCERAL 2.1 Agente causador Larva migrans cutânea (LMC) – larvas de 3º estágio (L3) dos helmintos Ancylostoma braziliense, A. caninum, Uncinaria stenocephala, Gnathostoma spinigerum, A. duodenale, Necator americanos, Strogyloides stercoralis e formas imaturas de Dilofilaria. Larva migrans visceral (LMV) – larvas de 3º estágio (L3) principalmente do gênero Toxocara (Bellato, 2010). 2.2 Espécies acometidas Humanos/cães e gatos (hospedeiros definitivos). 2.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos – (LMC) prurido com lesões dermatológicas com traçado de “mapa”; (LMV) – febre, hepatomegalia, necrose, manifestações pulmonares e cardíacas, e lesões cerebrais e/ou oculares. Animais: A verminose Ancilostomose Animal que acomete os cachorros apresenta vários sintomas que se manifestam na forma de bronquites/alveolites nos pulmões, úlceras intestinais devido a ação hisitiofagica e hematofagica do verme Ancylostoma na sua fase adulta, diarreias fezes escura aspecto de borra de café devido ao sangue que contem, vómitos, prostração, perda de apetite, perda de peso e de pelos e consequentemente anemia. 2.4 Formas de Transmissão (LMC) – solo contaminado com L3; (LMV) – ingestão do ovo com L3 (Toxocara). 2.5 Diagnóstico (LMC) – histórico (se houve contato frequente com lugares de comum acesso de cães e gatos), sinais clínicos e lesões dermatológicas com prurido intenso; (LMV) – histórico (contato com solo contaminado por fezes de cães e gatos), teste ELISA. 2.6 Tratamento Mebendazole, fembendazole, albendazole, nitroscanato, pamoato de pirantel, milbemicina oxima. O solo de praças e parques públicos constitui via de transmissão para zoonoses parasitárias, uma vez que a eliminação de fezes por carnívoros domésticos que têm acesso aos locais de recreação pública pode resultar na contaminação por ovos de helmintos. Um dos mais frequentes é o Ancylostoma spp, um geohelminto que parasita cães e gatos e, eventualmente, afeta seres humanos, provocandoa larva migrans cutânea (LMC). A LMC é decorrente do contato direto da pele do ser humano com a larva do terceiro estádio de Ancylostoma spp, presente no solo ou em fômites contaminados com fezes de cães (Acha PN, Szyfres B. 1986). Após penetração na epiderme, as larvas migram no tecido subcutâneo ocasionando reações inflamatórias caracterizadas por prurido intenso e erupções de aspecto serpiginoso, observadas mais frequentemente nos membros inferiores, principalmente nos pés, nádegas e mãos (Lima WS, Camargo MCV, Guimarães MP 1984) (Mattone, 1998), e, menos comumente, em outras regiões como o couro cabeludo (Guimarães LC, Silva JH, Saad K, Lopes ER, Meneses ACO, 1999) e face (Bouchaud O, Houzé S, Schiemann R, Durand R, Ralaimazava P, Ruggeri C,Coulaud JP, 2000). A enfermidade tem sido registrada em diversos países, principalmente naqueles de clima subtropical e tropical. No Brasil, é causada pelas larvas de Ancylostoma braziliense e A. caninum, sendo mais freqüente na região litorânea (Moraes RG, Leite IC, Goulart EG, 1971). Embora não ocorra distinção quanto à raça, sexo ou idade para a síndrome da LMC, seu potencial zoonótico é maior para crianças, que são mais expostas ao brincarem com solo de locais que podem estar contaminados, como praias e caixas de areia de parques de recreação (Acha PN, Szyfres B. 1986). 3 ECHINOCOCCUS 3.1 Agente causador Ordem: CYCLOPHYLLIDAE Família: Taeniidae Gênero: Echinococcus Espécie: Echinococcus ssp 3.2 Espécies acometidas Ovino, bovino, suíno, equino, camelo, silvestres e homem. 3.3 Sintomas e Sinais Clínicos HD: geralmente assintomático, porém pode apresentar em infecção maciça ocorre diarréia catarral hemorrágica. HI: manifesta sinais de acordo com o órgão afetado. 3.4 Formas de Transmissão Ingestão de ovos: resulta na formação do cisto hidático. Protoescóleces de cistos hidáticos rompidos acidentalmente, provocam a hidatidose secundária. Ingestão de cistos com protoescóleces férteis pelo cão resulta no cestódeo adulto. 3.5 Diagnóstico HI: pelos sinais clínicos, epidemiológico, sorologia ou por imagem. HD: por pesquisa de progloótides nas fezes. Diagnóstico clínico é difícil devido ao quadro clinico pouco acentuado. O complexo equinococose-hidatidose é causado por um endoparasita, o Echinococcus sp. A equinococose é uma infecção de canídeos pelas formas adultas dos tenídeos do gênero Echinococcus, helmintos de pequenas dimensões que vivem na luz do intestino delgado destes hospedeiros. Echinococcus granulosus (BATSCH, 1786) distribui-se de forma cosmopolita atingindo o homem e animais domésticos. Causa enfermidade nos hospedeiros da forma larvar, entidade denominada de hidatidose, zoonose de grande significado, que acarreta danos à saúde pública e perdas econômicas em diversas regiões do mundo, principalmente em zonas de pecuária. Tem uma ocorrência em ecossistemas variados e a boa adaptação do parasita a diversos hospedeiros contribui para a biodiversidade, com o aparecimento de variações genéticas intraespecíficas. Na fase adulta o parasito infecta o intestino de canídeos e felinos, e em sua fase larval afeta herbívoros de várias espécies, inclusive humanos, sendo ele o hospedeiro acidental, em inúmeras regiões tanto temperadas quanto tropicais do mundo. 3.6 Caracteristicas O Echinococcus granulosos é uma das menores espécies de tenídeos conhecidas. Mede de 3 a 6 mm de cumprimento e 1 mm de largura. Tem o escolex(ou cabeça) com dupla coroa de acúleos.Colo (ou pescoço) é curto.E estróbilo (ou corpo) com 3 ou 4 proglótides (segmentos que costituem o estróblio), sendo que a última é grávida (com ovos). Assim como ou outros parasitas desse filo, o Echinococcus sp. é hermafrodita, seu aparelho digestório é incompleto ou ausente, seu tegumento realiza trocas nutritiva e de excreção, seu aparelho excretor é constituído por células em flama, seu aparelho nervoso é formado por um par de gânglios localizados no escolex com terminações para o resto do corpo e não te aparelho circulatório e nem respiratório (são anaeróbios). 3.7 Ciclo evolutivo As proglótides grávidas são eliminadas nas fezes do hospedeiro definitivo. Os ovos são viáveis por 21 dias em terra úmida e 11 dias em ambiente seco. Os hospedeiros intermediários se infectam pela ingestão de ovos. O ovo sofre ação alcalina do duodeno, associada à ação da tripsina e da bili e o embrião hexacanto (ou oncosfera) é liberado. O embrião atravessa a parede do intestino graças aos seus acúleos, alcançando a circulação sanguínea e sendo levado para diferentes pontos do hospedeiro. Chega ao fígado, coração direito, pulmões, coração esquerdo, artéria aorta e assim é distribuído para os diferentes órgãos. É comum que o parasita se fixe no fígado, pulmão e no cérebro. Uma vez localizado em um órgão, o embrião hexacanto vacuoliza-se se modificando estruturalmente para originar a hidátide ou cisto hidático, que é a forma larval do Echinococcus sp. Essa larva tem a forma esférica, cor branca, é elástica, pode atingir grandes dimensões (como o tamanho da cabeça de um feto humano), pode se calcificar e contem vários escolex invaginados, que se desenvolverão em parasitas adultos. O hospedeiro definitivo se infecta ao ingerir vísceras cruas de hospedeiros intermediários com hidátides. No intestino delgado do hospedeiro definitivo os escolex se fixam e se inicia a estrobilizaçao (formação de estróbilos) e a maturação sexual. O maior número de proglótides grávidas são eliminadas apos 8 a 12 semanas. Os carnívoros são os hospedeiros definitivos, sendo que os principais são os caninos, mas também já foram constatados infectados pelo Echinococcus os felinos, o lobo, a raposa e o chacal. Os hospedeiros intermediários são: ovinos, bovinos, caprinos, suínos, equinos, coelhos, primatas e homem, sendo assim, uma zoonose. 3.8 Profilaxia A Hidatidose é uma zoonose fácil de ser erradicada. Para isso é necessário que as medidas de controle sejam executadas, medidas essas que visam principalmente evitar ou diminuir o contato de cães com órgãos contendo hidátides. – Educação sanitária do homem – Controle e tratamento do cão portador – Prevenção da reinfecção do cão – Evitar acesso de cães a vísceras cruas de hospedeiros intermediários – Criar ovinos evitando a utilização de cães – Inspeção sanitária de matadouros 4 LEISHMANIOSE 4.1 LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA - LTA 4.1.1Agente causador L. (V.) braziliensis, L.(V.) guyanensis, L.(L.) amazonensis, L. (V.) lainsoni, L. (V.) naiffi , L. (V.) lindenberg, L. (V.) shawi, L.(L.) amazonenses. 4.1.2 Espécies acometidas Homens, cães, equinos, asinios, gatos, roedores domésticos ou sinantrópicos, preguiças, tamanduás, raposas e marsupiais. 4.1.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos – Lesões de pele e mucosa com apresentações distintas dependente do agente causador e resposta imunológica do hospedeiro. Leishmaniose Cutânea: úlcera cutânea, com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura. (Arruda ,2010). Leishmaniose Mucosa: úlcera na mucosa nasal, com ou sem perfuração, ou perda do septo nasal, podendo atingir lábios, palato e nasofaringe. 4.1.4 Formas de Transmissão Pela picada de fêmeas de mosquitos flebotomíneos infectados pelo agente, tanto em humanos como nos animais. 4.1.5 Diagnóstico Clínico, epidemiológico e laboratorial (parasitológico direto, imunológicos – teste intradérmico, sorológicos e moleculares). 4.1.6 Tratamento Segundo Arruda (2010) a droga de primeiraescolha tanto no Brasil como no mundo é a antimonial pentavalente, na forma de antimoniato de N-metiglucamina. Indicado para tratamento de todas as formas de leishmaniose tegumentar. Anfotericina B, antibiótico poliênico é a droga de segunda escolha empregada quando não há resposta no tratamento com antimoniato ou na impossibilidade de seu uso, mais eficaz que os antimoniais no tratamento de mucosas. Existe ainda uma nova formulação da Anfotericina B, a Afotericina B lipossomal, incorporada dentro de lipossomas feitos com fosfatidilcolina, colesterol e disterolfosfatidilglicerol, atingindo níveis plasmáticos mais elevados. 4. 2 LEISHMANIOSE VISCERAL 4.2.1 Agente causador Protozoário tripanosomatídeos do gênero Leishmania, da espécie Leishmania infantun/Leishmania chagasi. 4.2.2. Espécies acometidas Homem, cães, raposas e marsupiais. 4.2.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos – Após o período inicial de incubação os pacientes apresentam sinais e sintomas de uma infecção sistêmica que incluem, febre, fadiga, perda de apetite, perda de peso, palidez cutâneo-mucosa e hepatoesplenomegalia. Animais - Classicamente os cães se apresentam com lesões cutâneas, descamação e eczemas, em particular no espelho nasal e orelhas. Nos estágios mais avançados os cães podem apresentar onicogrifose, esplenomegalia, linfoadenopatia, alopecia, dermatites, ceratoconjuntivite, coriza, apatia, diarréia, hemorragia intestinal, edemas de patas e vômitos. (Arruda, 2011). 4.2.4 Formas de Transmissão Picada de fêmeas de insetos fleblotomíneos das espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia cruzi infectados com as formas promastigotas do agente. 4.2.5 Diagnóstico O diagnóstico é baseado nos aspectos clínicos-epidemiológicos e laboratorial. A leishmaniose visceral (LV), a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a leishmaniose cutânea (LC) são zoonoses de ampla distribuição mundial e grande interesse em saúde pública (BOELAERT et al., 2000; DUBEY et al., 1995). A leishmaniose visceral é causada por um protozoário do gênero Leishmania, sendo que no Brasil, o agente etiológico é a L. chagasi cuja principal espécie transmissora é a Lutzomyia (Lutzomyia) longipalpis (GONTIJO; MELO, 2004). Os principais reservatórios naturais da LV são os roedores, edentados, marsupiais, procionídeos, primatas - incluindo o homem – além do cão doméstico (SHAW; LAISON, 1987), considerado um importante hospedeiro e fonte de infecção para os vetores, sendo um dos alvos nas estratégias de controle (GONTIJO; MELO, 2004) Leishmaniose é classificada como uma doença crônica grave, potencialmente fatal para o homem, cuja letalidade pode alcançar 10% quando não se institui o tratamento adequado. Em 19 dos 27 estados brasileiros já foram registrados casos autóctones de LV. Nos últimos cinco anos, ocorreram em média 3.500 casos humanos novos, sendo a maioria na região Nordeste do país (GONTIJO; MELO, 2004). A identificação dos hospedeiros naturais de Leishmania spp é de extrema importância para determinar o ciclo natural do parasito e para melhor compreender a epidemiologia da doença (OLIVEIRA et al., 2005). A forma mais comum da LT é a cutânea (LC), que se caracteriza por úlceras de fundo granuloso e bordas salientes de difícil cicatrização. Já a forma cutâneo- mucosa (LCM), menos freqüente, apresenta-se com metástases graves e mutilantes na região nasobucofaríngea. Por fim, a forma cutâneo-difusa (LCD), de ocorrência mais rara, caracteriza-se por maciço comprometimento dérmico de natureza crônica. 4.3 Epidemiologia e contaminação A Leishmania, no hospedeiro vertebrado é encontrada sob a forma amastigota nos macrófago e outras células no SFM (Sistema Fagocitário Mononuclear) antigo Ser de pele, baço, fígado, medula óssea, nódulos linfáticos, mucosa e, também nos leucócitos, onde se reproduzem por cissiparidade simples causa a destruição das células referidas (M.A. Taylor, 2007). O hospedeiro invertebrado, mosquito Phlebotomus para o velho mundo Lutzomyia para o novo mundo, se infecta por ocasião do seu repasto sanguíneo no vertebrado, ingerindo as leishmanias sob a forma de amastigota, estas vão até seu intestino, onde se desenvolvem para protomastigotas e por cissiparidade simples longitudinal, se multiplicam rapidamente. Sendo produzido um grande numero no inseto que por regurgitamento inocula no hospedeiro vertebrado (M.A. Taylor, 2007). 4.4 Sinais clínicos Varias espécies de Leishmaniose cutânea, no cão as lesões desenvolvem-se no local da picada do inseto, a lesão aumenta gradualmente, permanecendo vermelha, sem calor ou dor. Podem passar-se muitos meses ou anos para que cães infectados desenvolvam sinais clínicos, de modo que a doença só se torna aparente muito depois que os cães deixam as áreas endêmicas. As lesões restringem-se a ulcera cutâneas superficiais, em geral nos lábios ou nas pálpebras, com recuperação geralmente espontânea (M.A. Taylor, 2007). O período pré-patente não é fácil de precisar e varia, há febre, esplenomegalia, ascite, emagrecimento exagerado e anemia. Há descamação da pele, e ulcerações cutâneas. É uma doença crônica com baixa mortalidade; entretanto, a forma aguda é geralmente fatal. (Fortes, Elinor, 2004). 4.5 Diagnóstico Clínico – os sinais clínicos nem sempre permitem um diagnostico seguro sendo aconselhável proceder a uma pesquisa de leishmaniose. Laboratorial - esse diagnostico oferece condições mais precisas, através de esfregaços, de poupa de baço, nódulos linfáticos superficiais e medula óssea, gota espessa de sangue, ou em distenção corada pelo Giemsa e examinado ao microscópio. Deve- se fazer uma raspagem profunda das lesões cultaneas muito frequentes em cães até ser provocado uma leve sangria ou punção nas lesões fechadas com o material obtido são feitas esfregaços em laminas e corados pelo Giemsa ou Pappenheim. (Fortes, Elinor, 2004). A leishmaniose pode ser cultiva no meio N.N.N. a inoculação, preferencialmente é feita hamster jovem via peritoneal. 4.6 Profilaxia As medidas preventivas que se impõem para o controle da leishmaniose são as seguintes combater os mosquitos, hospedeiros intermediários com o uso de inseticidas nas habitações e destruição de seus criadouros. Levantamento sorológico de todos os cães de zona endêmica, eliminar os cães doentes e suspeitos, proceder a educação sanitária do homem. (Fortes, Elinor, 2004). 5 SARCOCYSTIS 5.1 Agente causador Ordem: EUCOCCIDIORIDA Família: Sarcocystidae Gênero: Sarcocystis Espécie: Sarcocystis cruzi, S. hominis, S. hisurta, S. miescheriana, S. bertrami 5.2 Espécies acometidas Cães, gatos, bovinos, suínos, equinos, primatas e homem; HD: carnívoros (predadores); HI: herbívoros e onívoros (presas). 5.3 Sintomas e Sinais Clínicos HI: febre intermitente, dispneia, perda de peso e redução na produção de leite. Hemorragia necrose e edema estão associados à maturação da segunda geração de merontes; HD: anorexia, desconforto abdominal, náusea e diarreia, sinais que cessam em poucos dias, pois a infecção é autolimitante. 5.4 Formas de Transmissão HI: ingestão de oocistos esporulados; HD: ingestão de carne crua contendo cistos maduros. 5.5 Diagnóstico Presença de oocistos esporulados ou esporocistos nas fezes dos hospedeiros definitivos (tomar cuidado para não confundir com outras espécies). Em cortes histológicos podem ser observados os cistos separados imaturos ou não. Testes sorológicos como a RIFI e ELISA. A sarcocistose da espécie Sarcocystis, são protozoáriosparasitas intracelulares é uma zoonose altamente grave para todo o mundo, diferentes espécies estão associadas com base em uma relação presa – predador. A primeira forma que veio a caracterizar o gênero Sarcocystis Lankester, foi em 1882 com base na presença de cistos localizados no interior das células do tecido muscular estriado, a partir desta informação se identificou o ciclo evolutivo da maioria das espécies de Sarcocystis, onde ficou certo que era entre os vertebrados que eram os hospedeiros definitivos (HD) e intermediários (HI) (Levine; Tadros, 1977), a identificação de novas espécies era somente com auxílio da morfologia do cisto encontrados nos HI (DUBEY, 1983). O estágio assexuado se desenvolve no hospedeiro intermediário depois que ele ingere o estágio de oocistos encontrado nas fezes do hospedeiro definitivo e termina com a formação de cistos intramusculares. Sarcocystis em carne ingerida por um hospedeiro definitivo inicia os estágios sexuais no intestino que terminam em oocistos excretados nas fezes. A maioria das espécies Sarcocystis tem infecção específica ou espécies hospedeiras intimamente relacionadas. Uma enorme variedade de carnívoros, em especial o cão e o gato, canídeos e felinos silvestres, répteis, aves de rapina e marsupiais americanos estão incluídos como HD em potencial, onde a importância dos marsupiais seria por estar associados a ciclos biológicos incompletos em equinos (DUBEY, 2001). Os cães são hospedeiros definitivos de um grande número de espécies de Sarcocystis cujos hospedeiros intermediários incluem mamíferos domésticos e silvestres e também aves. As espécies de Sarcocystis que têm o cão por hospedeiro definitivo são consideradas apatogênicas para este hospedeiro (DUBEY, 2000). A gravidade da infecção é dependente do número de esporocistos ingeridos, alguns animais não conseguem se recuperar totalmente da fase aguda, e a infecção se torna crônica, a ingestão de esporocistos deve ser evitada. A fonte mais provável de esporocistos é água contaminada com fezes de um carnívoro ou onívoro ou alimentos lavados ou irrigados com água contaminada (Johnson, 1974 & Johnson and R. Fayer, 1975). Outra via de infecção que pode justificar um amplo número de animais portadores de cistos, sem depender das espécies estudadas, uma delas, vista em camundongos, associada ao canibalismo, onde o próprio hospedeiro intermediário poderia adquirir a infecção alimentando-se de musculatura que contenham cistos desenvolvidos (Kudela; Modrý, 2000). Podem ocorrer incômodos gastrintestinais após a ingestão de cistos, como vomito, diarreia e perda de apetite, os cistos desfazem as fibras musculares e no seu desenvolvimento causa atrofia das células vizinhas, tem reação inflamatória em volta dos cistos, seguido de necrose e calcificação (DUBEY, J. P. 1976). 5.6 Epidemiologia e contaminação Cães são considerados com hospedeiros definitivos para varias espécies de Sarcocystis, quando estes se alimentam de cistos teciduais dos hospedeiros intermediários eliminam em suas fezes esporocistos. O Sarcocystis é um coccídio e tem predadores como os hospedeiros definitivos e uma sucessão de vertebrados como hospedeiros intermediários, este somente formam merontes nos vasos sanguíneos e cistos em células da musculatura estriada e nas fibras de Purkinge. Alguns répteis são capazes de ter um ciclo do tipo di-homoxeno (Bannet, 1994), ou em algumas espécies de vertebrados terem ciclos biológicos deste gênero mais multíplice aos já notados (Koudela; Modrý, 2000). Estudos sobre a sarcocistose em áreas onde há histórico de aborto entre os animais de produção observa-se sempre se há sinais da fase aguda compatíveis entre as fêmeas, pois outras etiologias, sejam elas infecciosas ou não, podem ter em comum, sintomas clínicos de abortamento. Fatores de risco podem estar relacionados à presença de carnívoros na proximidade das instalações dos animais, principalmente tratando-se do cão por se HD das espécies mais patogênicas para animais de produção (Figueiredo et al., 1991; Bonesi et al., 1999b), sendo o cão e o gato responsáveis pela eliminação e dispersão dos esporocistos. No inicio do desenvolvimento de um cisto nota-se duas etapas, a primeira é pela formação de cada merozoíta que penetra nas fibras musculares e da origem a vários metrócitos por endopoligenia. A permanência das paredes celulares formam- se as trabéculas dos cistos, que por endopoligenia origina milhares de bradizoítas, formas infectantes para o hospedeiro definitivo (FAYER, 1980). No hospedeiro definitivo se vê somente a formação de gamontes na submucosa, onde após a fecundação os macrogametócitos evoluem para oocistos esporulados que ao se romperem liberam dois esporocistos na luz intestinal ou em alguns casos, na dos vasos quilíferos onde esporocistos são carreados para os linfonodos mesentéricos (Botelho; Lopes, 1984). 5.7 Sinais clínicos Independente do número de espécies de Sarcocystis que parasitam os animais domésticos não há dúvidas que todos os animais de produção são hospedeiros intermediários de várias destas espécies com patogenicidade diferentes. No hospedeiro intermediário espécies de Sarcocystis patogênico pode causar doença aguda durante a fase inicial da infecção e doença crônica durante a fase tardia. Não se sabe muito sobre os mecanismos que causam patogenicidade da sarcocistose, sendo que muitos deles causam doenças somente nos seus hospedeiros intermediários, mas não nos definitivos. Geralmente as espécies transmitidas por canídeos ou primatas são mais patogênicas do que as transmitidas por felídeos (TENTER, 1995). A gravidade da sintomatologia clínica causada por espécies patogênicas de espécies de Sarcocystis depende da dose de esporocistos ingerida e do estado imune do hospedeiro. Sintomas clínicos durante as fases merogônicas iniciais, localizadas nas células endoteliais vasculares de quase todos os órgãos internos, são usualmente mais graves que aqueles observados durante a formação do cisto e desenvolvimento no tecido muscular e nervoso (DUBEY et al 1989 apud TENTER, 1995). Embora não exista nenhum sintoma clínico que são específicos da sarcocistose (TENTER, 1995). A sarcocistose na maior parte das espécies é uma doença debilitante que pode causar a morte, os sinais clínicos mais frequentes podem variar de acordo com o grau de infecção, na fase aguda da infecção há febre, anorexia, prostração, palidez das mucosas, corrimento nasal e ocular, dispnéia, salivação, prostração intensa levando ao decúbito, com opistótono, seguinte a esta fase, rápido emagrecimento, alopécia, perda da vassoura da cauda, prostração e morte (Carrigan, 1986; Botelho et al., 1985). Além, destes sinais tanto em animais jovens como em adultos, queda na produção leiteira, casos de abortos, retenção de placenta e nascimentos de animais fracos podem ser encontrados em fêmeas (Fayer et al., 1976; Fayer et al., 1983; Sá; Lopes, 1988). 5.8 Diagnóstico Testes sorológicos como a RIFI e ELISA podem ser usados ao lado dos sintomas clínicos para diferenciar de outras etiologias e apesar dos animais terem cistos na musculatura estriada, de uma infecção prévia, não os torna resistentes a uma nova fase aguda, pois isso se relaciona a dose infectante e ao desenvolvimento das fases merogônicas (Sá; Lopes, 1988). O diagnóstico definitivo pode exigir a identificação dos esporocistos nas fezes, biópsias musculares podem ser identificadas pelo exame microscópico de cortes histológicos corados com hematoxilina e eosina e outras manchas, como a reação de PAS, são geralmente encontrados em cortes histológicosdos músculos e muitos animais podem portar o Sarcocystis mais não apresentar resposta imune celular. 5.9 Profilaxia Os coccídios que são heteróxenos obrigatórios, ou seja, o HD elimina em suas fezes oocistos ou esporocistos que contenham esporozoítas e o HI que detêm cistos sistêmicos contendo bradizoítas, os cuidados preventivos são semelhantes e se aplicam com maior frequência a animais estabulados onde se observa com maior nitidez as perdas econômicas, em relação àqueles que vivem em regime extensivo. Sendo assim, podem-se ter as seguintes precauções: não se deve dar carne, ossos com aparas de carne de diferentes animais, principalmente a cães, antes de serem bem cozidas para que sejam inviabilizados os cistos que por ventura venham a conter, possíveis alimentos secos ou enlatados devem ser dados a cães e gatos principalmente quando criados próximos de casas e estábulos, depósitos de grãos e alimentos devem ser mantidos cobertos para que não sejam contaminados com esporocistos oriundos das fezes de carnívoros e as fezes de cães e gatos devem ser removidas das instalações onde vivem animais de produção. 6 TOXOPLASMA GONDII 6.1 Agente causador Ordem: SPOROZOASIDA Família: Sarcocystiidae Gênero: Toxoplasma Espécie: Toxoplasma gondii 6.2 Espécies acometidas Todos os vertebrados homeotérmicos (aves e mamíferos). 6.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos – abortos, natimortos, hidrocefalia, neuropatias, oftalmopatias, cegueira; Animais – na maior parte dos casos a infecção é assintomática. Nos hospedeiros intermediários é possível observar na fase aguda febre, anorexia, prostração, adenopatias, fortes dores musculares, secreção ocular bilateral, distúrbios pulmonares e abortamento em ovinos e caprinos. (Monteiro 2014). 6.4 Formas de Transmissão Humanos – ingestão de alimentos ou água contaminados com oocistos; Animais – carnivorismo em algumas espécies (forma congênita), ingestão de alimentos e água contaminados. 6.5 Diagnóstico Sorologia – HAI, RIFI e ELISA. 6.6 Tratamento O tratamento mais utilizado é a associação de sulfadiazina com a pirimetamina, mas estão disponíveis outras sulfonamidas (sulfamerazina, sulfametazina e sulfapirazina), além de clindamicina, dapsona e atovaquona tanto para o tratamento de humanos como animais. Em uma revisão das alternativas terapêuticas utilizadas para cães foi relatado o uso de sulfadiazina, pirimetamina, clindamicina, fosfato de clindamicina, e cloreto de clindamicina. (Araújo e Teixeira, 2010). O Toxoplasma gondii está extensamente distribuído no mundo (DUBEY, 1993) e segundo BANETH et al. (1996), podem infectar todos os animais de sangue quente. DUBEY et al. (1995b) o consideram uma protozoonose de grande interesse, seja para os homens ou para os animais, devido às sérias consequências da infecção, a toxoplasmose é uma zoonose de grande importância, tanto em medicina veterinária como humana. Seu agente etiológico é o Toxoplasma gondii, cujos hospedeiros definitivos são felídeos (FRENKEL et al., 1970; MILLER et al., 1972). Sendo os únicos que eliminam oocistos pelas fezes (MILLER et al., 1972); esses sofrem esporulação no meio ambiente, e tornam-se infectantes em 1 a 5 dias (DUBEY, 1993). O papel dos felinos é de suma importância na transmissão da doença (DUBEY et al., 1995a) e o risco da infecção está associado ao número de gatos infectados, pois o meio ambiente torna-se mais contaminado (WEIGEL et al., 1995). A infecção congênita em felinos é rara, e dentre os sinais clínicos principais estão: anorexia, letargia e pneumonia, sendo este último o mais importante que pode apresentar-se com ou sem tosse (DUBEY & BEATIE, 1988). Há duas formas da doença, uma severa multisistêmica e normalmente fatal, mais comum em cães jovens, à outra localizada no sistema nervoso central e periférico (DUBEY et al.,1990 apud BANETH et al., 1996). JACKSON et al.(1987) geralmente, a reativação de cistos localizados no sistema nervoso central pode causar retinocoroidite e meningoencefalite, eliminados juntamente com as fezes, os oocistos precisam esporular para se tornarem infectantes uma prevalência elevada da toxoplasmose, pode contaminar um ambiente se mantendo em sua fase infectante durante meses, visto que a infecção é facilitada pelos seus hábitos alimentares, ocorrendo pela ingestão de carne com cistos e alimentos ou água contaminados com oocistos, e contato com o solo (DURAN et al., 1995). 6.7 Epidemiologia e contaminação A maioria dos gatos infecta-se ao ingerir animais infectados com Toxoplasma, em geral roedores, cujos tecidos contêm taquizoítas ou bradizoítas. Também pode ocorrer transmissão direta de oocistos entre gatos.A ingestão de bradizoitas maduros é a via mais importante e resulta na eliminação de maior numero de oocistos do que quando a infecção é adquirida a partir de outros estágios. Após a infecção, a parede dos cisto é digerida no estomago do gato, e os bradizoítas liberados no epitélio intestinal iniciam um ciclo de desenvolvimento por merogonia e gametogonia, durante esse ciclo na mucosa intestinal, os organismos podem invadir o órgão extra-intestinal onde desenvolvimento de traquizoítas e bradizoítas prossegue como em hospedeiros intermediários (M.A. Taylor, 2007). O homem e os hospedeiros intermediários se infectam de diversas maneiras: pela ingestão de oocistos através de alimentos ingeridos crus ou mal lavados, pelo hábito de levar as mãos sujas à boca e através de alimentos contaminados com oocistos disseminados pelos hospedeiros de transporte como moscas, baratas e minhocas. Ingestão de carnes mal cozidas e mal assadas contendo cistos, a via transplacentaria apenas 50% dos fetos se contaminam quando as mulheres adquirem a infecção pouco antes da gravides ou durante. Os cistos sobrevivem ao frio durante várias semanas, mas não resistem ao congelamento também são destruídos quando em temperaturas acima de 66°C (Fortes, Elinor, 2004). 6.8 Sinais clínicos Os gatos mesmo que se infectem com frequência, a doença clinica é rara, ainda que haja registros de enterite, aumento de linfonodos mesentéricos, pneumonia, alterações degenerativas no sistema nervoso central e encefalite em infecções experimentais, a transmissão congênita, ainda que incomum, ocorreu após ativação de cistos com bradizoítas durante a gestação. Já nos cães o inicio da doença tem presença de febre, cansaço, anorexia e diarreia. Pneumonia e manifestações neurológicas são comuns podendo haver infecção em conjunto com cinomose e é descrita como prejuízo na vacinação contra a cinomose. A necropsia possibilita demonstrar os cistos com bradizoítas no cérebro e no trato respiratório, e os linfonodos associados apresentam-se intumescimento. (M.A. Taylor, 2007). Há relatos de uma série de distúrbios em diferentes espécies animais com toxoplasmose, como a linfadenite, corrimento nasal e ocular, prostração, fraqueza muscular, hipertermia, taquipnéia, casos de abortos, lesões oculares e morte (COSTA, 1976; MARQUES & COSTA, 1985; VIDOTTO et al. 1990; DUBEY, 1991; MALIK et al., 1990). 6.9 Diagnóstico O diagnóstico depende muito da maneira que a doença se manifesta no indivíduo, pois o quadro clinico pode apresentas sinais facilmente confundidos com outras doenças infecciosas. Geralmente baseia-se na sorologia por aglutinação em látex (LAT) ou no ensaio imunossorvente ligado e enzima (ELISA) (Fortes, Elinor, 2004). 6.9.1 Profilaxia O controle da eliminação de oocistos por gatos domésticos reduziria a transmissão da infecção para seres humanos e animais.O rompimento do ciclo natural, mantido por felinos selvagens é impraticável (FRENKEL, 1990). Os gatos domésticos, como animais de companhia, podem ser mantidos no interior de residências com o mínimo de contato com o meio externo, com a alimentação controlada e a oferta de ração ou alimentos que sofreram tratamento térmico adequado (acima de 67°C) (DUBEY, 1996; TENTER; HECKEROTH; WEISS, 2000). Em gatos com maior acesso ao meio externo pode ser colocada uma coleira com guizo, dessa forma é mais difícil à caça de roedores e pássaros (FRENKEL, 1990). Na natureza um pássaro ou um roedor infectado pode contaminar apenas um ou alguns poucos carnívoros, já os animais de produção, cuja carne é utilizada para o consumo humano, podem infectar um maior número de pessoas (FRENKEL, 1990). Os cistos podem ficar viáveis por dias em carne suína e ovina à temperatura de geladeira, entretanto tornam-se inviáveis ao congelamento (- 12°C) ou ao tratamento a temperaturas superiores a 67°C (DUBEY, 1996). As mãos devem ser lavadas após manusear carnes cruas, pois sabão, água, álcool e desinfetantes químicos inativarão bradizoítos e cistos teciduais remanescentes nas mãos após a manipulação destes alimentos (FRENKEL, 1990; DUBEY, 2000). A limpeza das caixas higiênicas dos felinos deve ser realizada diariamente, dando um destino adequado às fezes destes animais para que seja evitada a esporulação dos oocistos. 7 TRYPANOSOMA 7.1 Agente causador Ordem: KINETOPLASTIDA Família: Trypanosomatidae Gênero: Trypanosoma Espécie: Trypanosoma cruzi 7.2 Espécies acometidas Humanos e mais de 160 espécies de animais domésticos e silvestres, segundo Soccol e Gilber (2011). Sendo os principais: - Animais Silvestres; • Roedores (podendo até 100% estar infectados); • Carnívoros, como lontras, já foram assinalados como reservatórios; • Edentados, como tatus (90%) e gambás (20% a 70%); • Primatas (22%); - Animais Domésticos • Cães (11% a 15%); • Gatos (0,5% a 69%); • Ovinos e caprinos (26,1% à Nordeste); • Suínos; • Cobaia, cutia e ratos (10% a 30%). 7.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos: promove a hiperfunção de órgãos como estômago, baço, coração e cólon juntamente com o aumento destes, além de febre e lesões no sistema cardíaco e digestivo (a longo prazo). No local da picada forma-se um edema chamado de chagoma ou sinal de Romanã. Animais: pode afetar esses animais clinicamente, mas geralmente é assintomático, pois os animais funcionam como reservatório. 7.4 Formas de Transmissão Homem: através da picada do inseto barbeiro. Quando o inseto se alimenta à noite costuma também defecar, através da ferida as fezes chegam a corrente sanguínea; transfusão sanguínea; transplacentária e transmamária. Animais: ingestão de caças infectadas ou do inseto barbeiro. 7.5 Diagnóstico Parasitológico: esfregaço sanguíneo e isolamento do parasita em meio de cultura (meio LIT), sorológico: IFI e ELISA e molecular: PCR. Segundo Soccol e Gilber (2011), a Doença de Chagas é ainda nos dias de hoje responsável por cerca de 20 a 40 mil mortes por ano, e um total aproximado de 12 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pela doença. Mesmo em países considerados endêmicos, como Estados Unidos, Espanha e Austrália foram relatadas notificações. 8 DIPYLIDIUM CANINUM 8.1 Agente causador Ordem: Cyclophyllidae Família: Dilepididae Gênero: Dipylidium Espécie: Dipylidium caninum 8.2 Espécies acometidas Homem e mamíferos que se alimentam de peixes como cão, gato, suínos e urso polar (hospedeiros definitivos); Pulex irritans, Ctenocephalides canis, C. felis (pulgas) e Trichodectes canis (piolhos mastigadores) (hospedeiro intermediário) (Monteiro, 2014). 8.3 Sintomas e Sinais Clínicos Maior incidência em animais jovens e crianças, geralmente assintomático, mas podem ocorrer cólicas, diarreia mucosa e ataques epileptiformes. 8.4 Formas de Transmissão HD : ingestão de pulgas e piolhos mastigadores HI: ingestão de ovos por larvas de pulgas e piolhos mastigadores O Dipylidium caninum (Linnaeus, 1758) é um parasito habitual do intestino delgado do cão e, esporadicamente, tem sido observado também no homem. A gastroenterite Canina é um quadro clínico caracterizado por vômito e diarreia, sendo esta na sua maioria sanguinolenta, correspondendo a uma ocorrência rotineira na clínica médica de pequenos animais (CORRÊA; CORRÊA, 1992; BELONI, 1993), devido à inflamação de mais de uma parte do trato gastrintestinal ou de todo o trato (JONES, 2000). Os cestóides que comumente parasitam o intestino delgado de cães são relativamente inofensivos e raramente causadores de sinais clínicos. O cestóide mais prevalente em cães é o Dipylidium caninum, é transmitido por pulgas e piolhos, podendo causar prurido anal, quando os proglotes altamente móveis se arrastam sobre o períneo do hospedeiro. Freqüentemente os proglotes são encontrados nas fezes ou no períneo dos animais. O diagnostico depende da identificação da proglote e do ovo. Proglotes também pode ser esmagada numa gota de água entre a lâmina e lamínula, para que sejam identificados os característicos aglomerados de ovos de Dipylidium caninum (ETTINGER et al., 1997). O tratamento pode ser realizado com praziquantel e o episprantel, alem da prevenção da teníase que envolve o controle de hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos), (NELSON et al., 2001). 8.5 Epidemiologia e contaminação A infecção por Dipylidium Caninum é comum e como sua ação depende de ectoparasitas, é mais prevalente em animais mal cuidados embora também observada infestações em cães e gatos bem cuidados, após a ingestão pelo hospedeiro intermediário, as oncosferas seguem pela cavidade abdominal onde se desenvolvem em cisticercóides. Todos os estágios do piolho mordedor podem ingerir oncosferas, mais a pulga adulta, com suas peças bucais adaptadas para perfurar não infectam, apenas na fase de larva, que tem peças bucais mastigadoras. O hospedeiro definitivo infecta-se ao ingerir a pulga ou pilho contendo cisticercóides. O adulto não é patogênico e varias centenas podem ser tolerados sem efeitos clínicos, eles eliminam que conforme rastejam ativamente a partir do anus, podem causar algum desconforto (Taylor M.A., R.L Coop & R.L, 2007) 8.6 Sinais clínicos Em cães infectados o Dipylidium caninum pode causar prurido anal. Estes animais parasitados liberam, em suas vezes, estruturas que contem vários ovos do verme, tais estruturas são denominadas “proglótides” e as mesmas liberam os ovos do parasita no ambiente. Em ocasiões raras estas estruturas podem ser visualizadas na região perianal dos cães. As “proglótides” possuem aspecto de grãos de arroz e apresentam motilidade, muitas vezes são confundidas como parasita e causam prurido na região perianal. Devido ao prurido os cães parasitados apresentam comportamento de andar sentado, esfregando a região no chão principalmente após defecação. Quando há um pequeno número de parasitas no animal o estado de saúde do cão não sofre alteração, porém se a infecção for causada por um grande número ocorre inflamação da mucosa intestinal, diarreia, cólica, alteração do apetite e emagrecimento excessivo. Em infecções maciças pode existir intussuscepção e obstrução intestinal (Taylor M.A., R.L Coop & R.L, 2007). 8.7 Diagnóstico Em geral, o primeiro indicio de infecção é a presença de um segmento na pelagem em torno do períneo, se o segmento tiver sido eliminado recentemente pode-se fazer uma identificação preliminar com baseno formato alongado e nos órgãos genitais duplos, vistos com uma lupa, se estiver ressecado e distorcido será preciso quebra-lo com agulhas montadas em agua, onde as bolsas de ovos são vistas com facilidade ao microscópio (Taylor M.A., R.L Coop & R.L, 2007). 8.8 Profilaxia Na infecção por Dipylidium, o tratamento e controle precisam ser instituídos juntos pois é evidente que não vale a pena eliminar o cestódeo adulto e deixar um reservatório nos ectoparasitas do animal. Portanto, a administração de anti- helmínticos, desinfecção dos locais onde o animal passa a maior parte do seu tempo, banho constante com a utilização de shampoos anti-pulgas, utilizar inseticidas para eliminar os estágios maduro de pulgas (Taylor M.A., R.L Coop & R.L, 2007). 9 GIARDIA 9.1 Agente causador Ordem: DIPLOMONADIDA Família: Hexamitidae Gênero: Giardia Espécie: Giardia ssp 9.2 Espécies acometidas Humanos e outras 40 espécies animais, entre elas: bovina, ovina, caprina, suína, equina, canina, felina, alpaca, cobaia, chinchila e mamíferos selvagens e marinhos. 9.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos: segundo Gonçalves (2011) a giardíase pode apresentar sinais clínicos ou permanecer assintomática, pessoas jovens geralmente tendem a apresentar sintomas como diarreia, gases e flatulência, dores abdominais e náuseas entre uma e duas semanas após a infecção, podendo durar de duas a seis semanas ou mais tempo. As fezes apresentam característica oleosa e tendem a boiar na água. Pode ocasionar perda de peso e desidratação. Animais: fezes moles a pastosas com odor fétido e em alguns casos pode ocorrer diarreia crônica que pode ser intermitente ou aguda, vômito e aumento da mobilidade intestinal e desidratação. Após a diarreia os animais podem apresentar perda de peso, mas não ocorre inapetência. Doença alérgica e urticaria tem sido associadas com a doença, levando a especulação de que a giardíase pode ser responsável por casos de atopia em cães, gatos e periquitos, nos quais a infecção é comum. 9.4 Formas de Transmissão Através da ingestão de cistos de Giardia ssp eliminados por animais infectados presentes na água e alimentos contaminados. 9.5 Diagnóstico Esfregaços de amostras fecais (diarreia), concentração fecal por acetato de etilformalina ou métodos de flutuação são os mais indicados, teste ELISA. Gonçalves (2011) salienta sobre a importância da realização de exame de pelo menos três amostras fecais com intervalos de uma semana, pois um único teste negativo não é conclusivo, uma vez que uma das características da giardíase é a eliminação intermitente de cistos pelas fezes. A Giardia ssp é relatada principalmente em crianças quando trata-se de humanos, e também é um dos principais relatos das clínicas veterinárias por ocorrência em cães. Sua disseminação atual é devido as constantes contaminações ao meio ambiente por fezes de animais acometidos, contaminando rios, e lençóis freáticos além da água ingerida não ser adequadamente tratada para impedir a presença deste protozoário. Segundo relato de Francisco Cruz (em entrevista 08 de maio de 2014), chefe da Vigilância Epidemiológica de São Roque (SP), a cidade possui grande incidência da doença principalmente nas áreas rurais, onde encontra-se a população mais carente. Existe também grande número de cães de propriedade dos moradores que convivem diariamente nos locais. Por ser uma enfermidade de notificação não obrigatória o tratamento da população acaba sendo clínico (sem exame para detecção do parasita), assim ocorre à medicação para eliminação juntamente com o tratamento de verminoses. 9.6 Tratamento A droga mais utilizada para tratamento da giardíase em pequenos animais é o metronidazol. Outras drogas comumente utilizadas são a quinacrina, furazolidona, albendazol e febendazol (Gonçalves, 2011). 10 TAENIA 10.1 Agente causador Ordem: CYCLOPHYLLIDAE Família: Taeniidae, Ludwig, 1886 Gênero: Taenia, Lineu, 1758 Espécie: Taenia solium e Taenia saginata 10.2 Espécies acometidas Bovinos, suínos e humanos. 10.3 Sintomas e Sinais Clínicos Humanos: teníase (taenia adulta) – dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarreia ou constipação. A infestação pode ser percebida através da eliminação espontânea de proglotes do verme nas fezes. Em alguns casos, pode causar tardo no crescimento e no desenvolvimento de crianças e baixa produtividade no adulto. (Navarro, 2011) Cisticercose (larvas da taenia) – sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbios de comportamento, hipertensão intracraniana) e oftálmicos. (Navarro, 2011) Animais: ainda segundo Navarro (2011), os animais são assintomáticos podendo apenas observar lesões em necropsia. 10.4 Formas de Transmissão Humanos: teníase – ingestão de suína ou bovina mal cozida contendo larvas. cisticercose – ingestão de ovos de T. solium e T. saginata. 10.5 Diagnóstico Humanos: clínico, epidemiológico, de imagem e laboratorial. Animais: Testes de ELISA e anatomopatológico Navarro (2011) salienta que a estimativa mundial de pessoas acometidas pelo complexo teníase – cisticercose é de 50 milhões de indivíduos e que 50 mil morram a cada ano em decorrência da doença. Desde indivíduos 350 mil encontram –se na América Latina (18 países). No Brasil a cisticercose tem sido cada vez mais diagnosticada, principalmente no Sul e Sudeste em serviços de neurologia, neurocirurgia e em estúdios anatomopatógicos. A baixa nas regiões Norte e Nordeste pode estar relacionada a falta de notificação das ocorrências, pois a maioria dos tratamentos é feito em São Paulo, Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro, dificultando a identificação da origem da infecção. Francisco Cruz chefe da Vigilância Epidemiológica de São Roque (SP), (em entrevista 08 de maio de 2014), relatou que na cidade há várias ocorrências de teníase, principalmente em crianças. A maior parte da população acometida está localizada nas áreas rurais, e apresenta além desta outras doenças como, por exemplo, giardíase. Segundo ele a Prefeitura da Estância Turística de São Roque realiza periodicamente visitas à escolas de comunidades mais carentes para exames de detecção de algumas enfermidades, através de integrantes da própria Vigilância Epidemiológica. 11 CRYPTOSPORIDIUM 11. 1Etiologia Stolf (2011) explica que existem no gênero Cryptosporidium estão incluídos pelo menos 7 espécies associadas co infecções intestinais nos homens: C. hominis, C.parvum, C. felis, C. meleagridis, C. canis, C. suis e C. muris pertencente ao filo Apicomplexa, ordem Eucoccidiorida, família Cryptosporidiidae. De acordo com Nelson e Couto (2010), o parasita Cryptosporidiun parvum não é uma espécie uniforme, mas sendo espécies genotípicas podendo infectar animais que ingerem oocistos esporulados, que se originam de outros animais infectados, e de água contaminada, sendo uma espécie responsável pela maior causa de criptosporodiose em humanos. Esses oocistos tem uma parede fina que podem ser romper dentro do corpo do animal especificamente no intestino causando a autoinfecção nas microvilosidades das células epiteliais do intestino delgado podendo ocasionar diarreia. Para os autores Lima, Santos e Franz (2005-2014), enfatizam que a Criptosporidíase é causada pelo protozoário Cryptosporidium ssp. Sendo um parasito um pequeno coccídeo intracelular obrigatório das células epiteliais do trato gastrointestinal e respiratório do homem e de alguns animais. Este parasito fica localizado na parte externa do citoplasma da célulae designada intracelular intracitoplasmática. Ocorrendo a infecção no esôfago ao reto, embora seu habitat seja no intestino delgado. É considerada uma zoonose com amplitude distribuição geográfica. 11.2 Epidemiologia Segundo autora Queiroz (2012), a criptosporidiose tem ocorrido com grande frequência em todas as partes do mundo, sendo considerada uma zoonose emergente importante. Muitos foram os fatores que influenciam a epidemiologia desta protozoose pelo tamanho pequeno dos oocistos, passando por filtros utilizados nos processos de tratamento de água; baixas doses infectantes (a dose infectante de C. parvum varia de 9 a 1.042 oocistos), oocistos esporulados infectantes são eliminados com as fezes, tanto ao homem como animais serem os reservatórios de infecção. No Brasil, surgiram muitos estudos sobre Cryptosporidium spp. e da ocorrência da criptosporidiose foi relacionados levantamentos epidemiológicos em algumas regiões do país. Nos dias de hoje já existem pesquisas realizadas em todas as regiões, e na maioria das investigações feitas incluem características genotípica. As variações de espécies vistas através de técnica de PCR trabalhadas com marcadores específicos, vem sendo uma metodologia eficaz para estudos epidemiológicos atuais. Através dessa tecnologia fora identificado a existência de um substancial variação de diversificada de subtipos dentro das espécies de Cryptosporidium. 11.3 Transmissão Matos, Manhoso e Breciane (2009), ressaltam que os surtos de criptosporidiose podem se originar após ingestão de água e alimentos contaminados. Os oocistos de Cryptosporidium ssp. já foram encontrados em mariscos, mexilhões, ostras, legumes e vegetais ou até mesmos em congelado e alimentos processados. A transmissão pode ocorrer pelo contato de infecção de conteúdo fecal de animais portadores sendo que diversas espécies podem estar envolvidas na transmissão do protozoário, constituindo em uma importante fonte de infecção humana causando manifestações clinicas consistindo em sinais como náusea, diarreia e febre, evoluindo para dor abdominal, calafrios e sudorese. 11.4 Sinais Clínicos e Patogenia Em síntese, Nelson e Couto (2010) salienta que há aspectos clínicos em ocorrência de diarreia é mais comum em cães e gatos, apesar de muitos animais e seres humanos serem assintomáticos, mas não tem sido observado em felinos com menos de 6 meses. Nesse sentido, é salientado por Queiroz (2012), que a criptosporidiose pode ser ocasionada por diferentes espécies e subtipos de Cryptosporidium spp., que afetam diferentes espécies. Os sinais clínicos tendo variações de acordo com a idade e as precações de higiene do hospedeiro e também da espécie e/ou subtipo e dose infectante do parasito, levando à um quadro de destruição das microvilosidades levando a diminuição da absorção no intestino delgado pela digestão de enteroxinas produzida pelo Cryptosporidium ou até mesmo pelo hospedeiro tem sido sugerido causando perca de peso, anorexia. Melo e Lebre (2011), salientam que a infecção por Cryptosporidium spp está associada com atrofia das vilosidades, fusão das vilosidades e inflamação, o que resulta na perda de área com superfície absortiva e defeitos no transporte de nutrientes. Não é claro o modo pelo qual o parasita interfere com a função celular mas parece que é capaz de prevenir e induzir a apoptose. E isso, a ocorrência da ingestão entre os oocistos e o surgimento do sintomas é de 7 a 10 dias, podendo variar entre 5 a 28 dias. 11.5 Diagnósticos E ainda, os autores Melo e Lebre (2011), elucidam que infecção pode ser diagnosticadas pelo métodos de flutuação com centrifugação em soluções saturadas por açúcar para investigar a forma clinica na redução de tamanho dos oocistos (4-6 µm), e pelo fato de serem expelidos em pequenos números por apresentarem uma coloração, tornando um método um pouco sensível. Existe a técnica de esfregaço de Ziehl-Neelsen modificado para detectar oocistos nas fezes dos bovinos, sendo que nas fezes de cães pode ter uma baixa sensibilidade devido a redução do números oocistos expelidos, para essa técnica necessita de um microscópio óptico com formato de esferas com coloração rosada ou avermelhadas. Existem testes comerciais como ELISA imunofluorescência direta que detectam outros oocistos para avaliação morfológica microscópica, podem ser diagnosticados por sorologia e biopsia intestinal ou por material obtido de raspado de mucosa, há outros métodos como o PCR de diagnóstico molecular tem a capacidade de determinar várias espécies de oocistos para ver o potencial para transmissão zoonótica. 11.6 Tratamento/ Prognóstico Nelson e Couto (2010), enfatizam que não existe tratamento conhecido que seja confiável. O homem e bovinos imunocompetentes eliminam a infecção espontaneamente, mas não se sabe se o mesmo ocorrem em cães e felinos. Sabe- se que a maioria dos cães filhotes com diarreia concomitante à criptosporidiose morrem ou ainda, podem ser submetidos à eutanásia. Muitos gatos apresentam infecções assintomáticas e aqueles com diarreia apresentam um prognóstico desconhecido. Segundo Melo e Lebre (2011), existem outros métodos de tratamento em situações que ocorram infecções bacterianas secundárias, sendo necessário recorrer a antibióticos. A administração de soluções de reidratação oral que contenham glutamina poderá auxiliar no tratamento de suporte, devido à perda das células absortivas epiteliais. Podem administrar medicações como a azitromicina, tilosina, paromomicina e nitazoxanida podendo ser utilizados em cães com criptosporidiose, mesmo assim, existem poucos de estudos publicados ainda é reduzido, o que não é permitido a obtenção de protocolos seguros e consistentes, devendo o tratamento ser ajustado consoante as necessidades de cada paciente. 12 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se, que quando falamos de zoonoses, é um assunto muito discutido e muito preocupante, afetando diretamente a saúde pública de uma população, trazendo grandes riscos a saúde. As zoonoses parasitária, como o próprio nome diz, são zoonoses causadas por parasitas como Giardia, Taenia e entre outros, sendo hospedada em animais, principalmente os domésticos, e transmitidas ao ser humano, ganhando grande destaque na preocupação com a saúde dos animais e dos seres humanos. Os projetos e centros de zoonoses de cada cidade tem por objetivo central a redução e controle pelo trabalho conjunto da Medicina Veterinária com a Vigilância Sanitária e Centros de Controle de Zoonoses da região. Diversas atividades são desenvolvidas como alternativas na educação em guarda responsável e controle de zoonoses. Na medicina veterinária falando das zoonoses mais importantes ganham destaque entre elas a Ancylostomas, Toxocara, Dypilidium caninum, Taenia, Echinococus, Giardia, Sarcocystis, Leishmaniosa, Cryptosporidium, Toxoplasma gondii e o Trypanosoma. Devido aos dados relatados, com a Vigilância Epidemiológica de São Roque (SP), relata-se o maior índice de Toxoplasmose, Giardiase e alguns casos isolados de Leishmania, sendo essas uma zoonose um pouco mais preocupante, devida ela ser fatal ao homem e ao cão doméstico, levando uma porcentagem de 10% de letalidade. Embora sendo todas as zoonoses de grande importância. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BANNET, B. Investigations on the host specificity of dihomoxenous sarcosporidia in the intermediate and definitive host. Journal of Eukariotic Microbiology, v. 41, n. 3, p. 183-188,1994. BELONI, S.N.E. Uso do Flotril 2,5% injetável (enrofloxacina) nas gastroenterites de cães jovens. A Hora Vet. v.13, n.76, p. 11-13, 1993. BOELAERT, M.; CRIEL, B.; LEEUWENBURG, J.; VAN DAMME, W.; LE RAY, D.; VAN DER STUYFT, P. Visceral leishmaniasis control: a public health perspective. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 94, n. 5, p. 465- 471, 2000. 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