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INFLAMAÇÃO AGUDA

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PATOLOGIA GERAL - DB-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 
13
INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
I- INTRODUÇÃO: 
 A inflamação é classicamente dividida em aguda e crônica. A aguda é a resposta inicial a 
lesão celular e tecidual, predominando fenômenos de aumento de permeabilidade vascular e 
migração de leucócitos, particularmente neutrófilos. Localmente caracteriza-se pelos sinais cardinais 
da inflamação e o exemplo mais claro é o abscesso. Se a reação for intensa, pode haver envolvimento 
regional dos linfonodos e resposta sistêmica na forma de neutrofilia e febre, caracterizando a reação 
da fase aguda da inflamação. Todas estas respostas são mediadas por substâncias oriundas do plasma, 
das células do conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e plaquetas, que regulam a inflamação e 
chamadas genericamente de mediadores químicos da inflamação. A inflamação deve portanto ser 
entendida como uma série de interações moleculares, como aliás ocorre em outros processos 
biológicos. A inflamação aguda tem como objetivo principal a eliminação do agente agressor, 
ocorrendo freqüentemente destruição tecidual. Os fenômenos agudos, como o próprio nome diz, são 
transitórios, havendo posteriormente a regeneração ou cicatrização da área envolvida, ou cronicidade 
do processo se o agente agressor não for eliminado. 
 
Lesão tecidual inflamação aguda regeneração, cicatrização, inflamação crônica. 
 
II- PERMEABILIDADE VASCULAR- MICROCIRCULAÇÃO 
 A microcirculação corresponde aos segmentos vasculares envolvidos na nutrição dos tecidos 
e na reação inflamatória. A morfologia dos pequenos vasos é simples, mas as funções fisiológicas 
desempenhadas são complexas e ainda não bem conhecidas. 
 Os capilares normais e possivelmente as vênulas de menor calibre, permitem passar 
livremente através de suas paredes água, sais, aminoácidos, glicose e outras pequenas moléculas. As 
moléculas lipossolúveis passam pela célula e as hidrossolúveis pelas junções e canais intracelulares. 
As proteínas escapam em mínima quantidade, com exceção do fígado e intestinos onde a presença de 
capilares fenestrados permitem o intercâmbio de moléculas maiores. Nestes vasos de pequeno calibre 
as pressões hidrostática e osmótica regulam a passagem de líquido através das membranas 
endoteliais. 
 
III- MORFOLOGIA DOS PEQUENOS VASOS 
 Os pequenos vasos (pré-capilar, capilar, pós-capilar) diferem entre si pelo diâmetro, 
apresentando morfologia semelhante. Os segmentos mais próximos às arteríolas formam líquido 
tecidual e os que estão em continuidade com as vênulas reabsorvem. Os principais fatores envolvidos 
na formação e reabsorção do líquido tecidual são as pressões osmótica e hidrostática. 
 O esquema abaixo ilustra a formação e reabsorção do líquido tecidual. Um capilar venoso 
passa a formar líquido, se a pressão osmótica diminuir e/ou a hidrostática aumentar. Na inflamação a 
pressão hidrostática aumenta e a osmótica tende a diminuir, devido a saída de proteínas para o espaço 
intersticial. 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 
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35 
 formação 
 
25 reabsorção 
 
 
 
 arteríola vênula 
 
 Célula endotelial - o endotélio recobre internamente a luz de todos os vasos, formando 
camada unicelular contínua. A luz do capilar é delimitada por 1-3 células endoteliais. A célula 
endotelial pode ser comparada a um ovo estrelado, sendo a gema o núcleo e o citoplasma a clara. 
Como são achatadas, as células endoteliais são pouco distintas no microscópio óptico. A célula 
endotelial é secretora, participando ativamente da inflamação, controlando o fluxo sangüíneo local e 
o aumento de permeabilidade. Produz óxido nítrico e prostaciclina que causam dilatação vascular e 
inibição da agregação plaquetária. Produz PAF (Fator de Ativação Plaquetária) que aumenta a 
permeabilidade vascular. Também libera endotelina, tromboxana A2, angiotensina II que causam 
vaso constrição. Quando ativada expressa na superfície moléculas que facilitam a adesão dos 
leucócitos. 
 
IV- JUNÇÕES INTERCELULARES: 
 A junção intercelular tem diâmetro de 20 nm, sendo menor que as vesículas. A estrutura e a 
resistência da junção varia de acordo com o segmento vascular, sendo que a junção dos capilares é 
mais resistente e mais complexa do que a das vênulas. A maior fragilidade das vênulas também é 
evidenciada nas hemorragias, como a provocada pela nistatina quando injetada no diafragma de 
cobaias. A migração leucocitária também ocorre preferencialmente pelas vênulas. As junções são 
semelhantes às do epitélio, exceto os desmossomos. 
 
V- LÂMINA BASAL: 
 A lâmina basal envolve a célula endotelial. É formada de duas camadas. A clara está 
justaposta a célula endotelial e a densa é mais externa. Cada uma mede 10-50 nm. No glomérulo 
renal a lâmina basal é espessa, medindo cerca de 150 nm, sendo incompleta. No pulmão é comum a 
fusão das membranas basais do capilar e do pneumócito. A membrana basal não é barreira para a 
passagem de partículas, pois é permeável à ferritina e carvão coloidal. 
Fenestrações: Em alguns capilares, como do fígado, há solução de continuidade da célula endotelial 
através de poros que podem ser inter ou intracelulares. Nos capilares renais os poros são recobertos 
por delgada membrana que corresponde provavelmente a membrana externa do capilar. Estas 
fenestrações com diafragmas estão presentes também nos intestinos, glândulas salivares, glândulas 
endócrinas e que devem permitir a passagem de macromoléculas. O diâmetro das fenestrações é de 
70 nm e a espessura da membrana de 6nm (1/2 da membrana celular). 
Inervação: Terminações nervosas estão presentes nas proximidades da parede de vênulas e arteríolas 
de até 20-50µm. Terminações nervosas como no músculo estriado não existem nem no próprio 
coração. 
Barreira hemo-cefálica: os vasos cerebrais são impermeáveis a drogas e corantes, tendo menos 
vesículas e junções mais sólidas. 
Outras barreiras: túbulos seminíferos, timo, olho. 
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VI- PERMEABILIDADE VASCULAR NA INFLAMAÇÃO: 
 A inflamação inicia-se com a liberação de substâncias vasoativas que provocam a 
vasodilatação dos pequenos vasos locais. Esta vasodilatação é precedida de uma vaso constrição 
passageira de origem nervosa, que é fugaz e sem maiores conseqüências. Além de determinar a vaso 
dilatação, os mediadores químicos modificam o revestimento endotelial provocando aumento de 
permeabilidade. As células endoteliais se contraem, abrindo as junções intercelulares. Os vasos ficam 
dilatados, hiperemiados e com circulação mais lenta. A hiperemia é importante na intensidade da 
permeabilidade vascular. É a razão principal de se usar gelo após traumatismos, para diminuir o 
edema. Anestésicos com vaso constritor, não só prolongam o tempo de anestesia, como também 
diminuem a hemorragia e edema. 
 Majno e cols. (1961) usando o músculo cremáster, descreveram que a histamina e serotonina 
causam aumento de permeabilidade das vênulas. Nas fases mais tardias da inflamação pode ocorrer 
também alteração dos capilares. Na inflamação, a permeabilidade vascular aumenta de 5-7x, 
permitindo a saída de macromoléculas através das funções abertas, que ficam com diâmetro de 0,1-
0,4µm. 
 
VII- PERMEABILIDADE VASCULAR NA INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
 Na inflamação crônica a permeabilidade vascular não é proeminente. Provavelmente os 
mecanismos e mediadores são semelhantes aos da inflamação aguda. Na doença periodontal há 
constante saída de líquido plasmático (fluído gengival) e contínuamigração de neutrófilos através do 
epitélio juncional. Os vasos com aumento de permeabilidade são vênulas subjacentes ao epitélio 
juncional. Os vasos neoformados durante a organização do tecido de granulação têm as junções 
intercelulares pouco organizadas, permitindo o extravasamento de macromoléculas. 
 
VIII- PERMEABILIDADE VASCULAR NAS REAÇÕES IMUNOLÓGICAS: 
 Nas reações de hipersensibilidade imediata o aumento de permeabilidade é semelhante ao da 
inflamação aguda, apenas que liberado por mecanismos imunológicos, particularmente IgE. 
 
IX- VASOS LINFÁTICOS: 
 Os linfáticos são vasos presentes em todas as regiões do corpo, que se iniciam como capilares 
nos tecidos e drenam líquidos e células (principalmente linfócitos) para a veia cava. Portanto, pode-
se considerar os linfáticos como um sistema de continuidade entre o tecido intersticial e o sangue. Os 
vasos linfáticos têm muitas funções, como remoção de macromoléculas dos tecidos, impedindo, em 
condições normais, a formação de edema. O linfoedema pode ocorrer quando a drenagem linfática 
está prejudicada, como após a remoção de linfonodos em cirurgia de câncer. Também no câncer, os 
linfáticos atuam como barreiras na tentativa de conter a disseminação de células neoplásicas. Assim 
como bactérias, as células neoplásicas podem cair nos linfáticos e atingir os linfonodos. Infelizmente 
ao invés de serem destruídas, muitas vezes conseguem proliferar. Os linfáticos drenam para os 
linfonodos, evitando que substâncias estranhas e bactérias caiam diretamente no sangue. Os linfáticos 
podem tornar-se secundariamente inflamados (linfangites), assim como os linfonodos (linfadenites). 
Ferimentos da mão podem ser acompanhados de estrias vermelhas nos braços e nódulos axilares. O 
linfonodo sofre hiperplasia dos folículos e das células fagocitárias dos seios, com quadro chamado de 
linfadenite inflamatória ou reacional. 
 
X- MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO: 
 Os fenômenos da inflamação são mediados por substâncias químicas, cuja interação é 
complexa. Estas substâncias são oriundas do plasma, dos leucócitos, das plaquetas, do endotélio e do 
tecido conjuntivo. 
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1- HISTAMINA: A histamina é a histidina descarboxilada. É encontrada nos mastócitos, basófilos e 
plaquetas. A quantidade de histamina é grande nos pulmões, pele e mucosa gastrointestinal. No 
pâncreas, baço e rins o número de mastócitos é menor. Nos vasos os receptores são do tipo H1. A 
liberação de histamina ocorre pela degranulação dos mastócitos, através do rompimento da 
membrana, ou por processo ativo envolvendo energia, microtúbulos e fusão da membrana do grânulo 
com a plasmática. A inativação da histamina ocorre por metilação no fígado, ou oxidação nos rins e 
intestinos através da histaminase. 
 
ANTI-HISTAMÍNICOS: 
Difenidramina (Benadril) 
Prometazina (Fenergan) 
Dextroclorofeniramina (Polaramine) 
 
2- CININAS: Em 1949, Rocha e Silva descreveu a formação de uma substância ativa a partir da 
fração globulínica do soro, pela ação da tripsina ou do veneno de cobra. Foi chamada de bradicinina 
porque induz contração lenta do músculo isolado do intestino e útero. Também provoca dilatação 
vascular, aumento de permeabilidade, ativação do Complemento e dor. A bradicinina tem 9 a-a. 
As cininas são peptídeos de 8-14 a-a derivados das globulinas plasmáticas ativadas pelo fator XII 
(fator de Hageman), quando ativado por diversas substâncias com superfície de carga negativa como 
vidro, colágeno, membrana basal, cartilagens, tripsina, plasmina, LPS (lipopolissacarídeos), 
calicreína. 
 
 FATOR XII ativado 
 
 coagulação plasminogênio 
 fibrina plasmina --fibrinopeptídeos 
 
 pré-calicreína 
 
 cininogênio 
 calicreína 
 cininas 
 
4- PAF (FATOR ATIVADOR DA PLAQUETA): O PAF é derivado das membranas dos 
mastócitos, endotélio, basófilos, plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. Tem várias atividades, causando 
agregação e degranulação das plaquetas, migração e degranulação dos neutrófilos e aumento de 
permeabilidade vascular. É pelo menos 1.000X mais potente que a histamina. 
 
5- PROSTAGLANDINAS E LEUCOTRIENOS: O ác. aracdônico está esterificado aos 
fosfolípidios da membrana celular, principalmente fosfatidilcolina e fosfatidilinositol. São 
produzidos localmente pela ação da fosfolipase A2. As PG e LT são portanto derivados da membrana 
celular. 
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 cox(ciclooxigenase) PG 
Membrana fosfolipase Ác. aracdônico 
 lipox(lipooxigenase) LT 
 
 
 Endoperóxidos Æ PGI2 (prostaciclina) 
Ác. Aracdônico Æ PGG2 Æ PGH2 Æ PGF2α 
 Æ PGD2 
 Æ PGE2 
 Æ TXA2 ÆTXB2 
 
Leucotrienos (leucócitos + trieno) 
 
 Ê LTC4 - LTD4 LTE4 
 LT-A4 Æ LT-B4 
 Ê 
Ác. aracdônico Æ HETE Æ 5-HETE 
 Æ HPETE Æ 11-HETE 
 
 As LTC4, D4, E4 eram chamadas de SRS-A (Slow Reaction Substance - Anaphilaxis). 
Causam contração do músculo liso (broncoespasmo) e são formadas por desafio antigênico nos 
intestinos, pulmões, útero, vasos e coração. Também causam vaso constrição e aumento de 
permeabilidade. A arilsulfatase dos eosinófilos neutraliza as LT. 
LTB4 - atua nos leucócitos (neutrófilos), estimulando a adesão ao endotélio (quimiotaxia). 
HETE - Ác. hidroxieicosatetranoico. HPETE - Ác. hidroperoxieicosatetranoico 
Nas plaquetas forma-se 12-HPETE. Nos leucócitos 5HPETE, 15 HPETE 
 
6- CITOCINAS: As linfocinas são mediadores químicos (polipeptídeos) produzidos pelos linfócitos. 
São atualmente chamadas de citocinas porque outras células como os macrófagos, produzem 
mediadores semelhantes. 
INTERLEUCINAS - peptídeos e proteínas que mediam interação entre leucócitos 
 FONTE ALVO AÇÃO 
 IL-1 Macrófagos TH ativa síntese de IL-2, TFN 
 IL-2 TH células T estimula LB, LT, NK 
 IL-3 TH cel hemopoiéticas proliferação 
 IL-4 TH LB, LT, mastócitos estimulação 
 IL-5 TH LB, Eos LB em plasmócito 
 IL-6 TH, Mac. LB, LT maturação de LB 
 γ- interferon TH LB, mastócito induz MHC-II 
 TNF-α Mac, NK - imita IL-1. 
reações da fase aguda (febre) 
 
OAF - fator ativador do osteoclasto. MAF - fator ativador do macrófago 
Na inflamação aguda os principais são- IL1, IL8, TNFα 
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IL1 e TNF têm efeitos múltiplos: 
 reações da fase aguda, endotélio, fibroblastos. 
XI- MEDIADORES QUÍMICOS - ATIVIDADES: 
Vaso dilatação- óxido nítrico, prostaciclina, histamina 
Vaso constrição- endotelina, TXA2, angiotensina II 
Permeabilidade vascular - histamina, serotonina, bradicinina, prostaciclina, PAF, LTD4, C3a e C5a 
(anafilatoxinas), fibrinopeptídeos 
Adesão- ICAM, ELAM 
Migração Celular - C5a, formilpeptídeos, PAF 
Fagocitose - C3b, IgG (Fc) 
Plaquetas - TXA2 
Dor, Hiperalgesia - PG, bradicinina 
Febre - IL-1, IL-6, TNF, IL-8, PG 
Leucocitose - G-CSF, GM-CSF, IL-3 
Respostas B e T - IL-1, IL-6 
Fígado - IL-1, IL-6, TNF, IL-11 
Broncoconstrição, LTC4, D4, E4 
Lesão tecidual- enzimas lisossomiais, radicais livres 
 
XI- MEDIADORES QUÍMICOS - FONTES: 
Histamina - mastócitos, basófilos, histidina, plaquetas 
Serotonina - mastócitos, plaquetas 
Bradicinina - plasma 
Complemento - plasma - C3a, C3b, C5a 
PAF - células inflamatórias, endotélio, mastócitos, basófilos 
Óxido nítrico- endotélio, macrófago 
Citocinas - linfócitos, macrófagos 
PG - células inflamatórias, plaquetas, endotélio 
LT - células inflamatórias 
Peptídeos formilados - bactérias, mitocôndrias lisadasEnzimas lisossomiais - neutrófilos, macrófagos 
 
XIII- MIGRAÇÃO CELULAR: 
 Os leucócitos que se acumulam num foco inflamatório migram seletivamente dos vasos 
sangüíneos. As células migram através de movimentos ativos, com formação de pseudópodos e 
ativação de filamentos de actina e miosina, através do aumento do gradiente de Ca++ intracelular, 
através da participação da fosfolipase C, fosfoinositol e calmodulina. 
 O estímulo para a migração é variável para cada leucócito. A injeção de 0,1% de glicogênio 
na cavidade peritonial, causa após 4h o acúmulo quase que exclusivamente de neutrófilos. A 
passagem ocorre através das junções intercelulares abertas (0,1- 0,4 µm), sendo mediada por 
substâncias químicas que atuam nos leucócitos, células endoteliais e tecido conjuntivo. Se uma área 
inoculada com Stafilococos é tratada com adrenalina, após 6 h não há acúmulo de PMN, como 
deveria ocorrer. Como os leucócitos têm cerca de 10µm, é necessário um razoável exercício para 
passarem através do vaso e caminharem até a área alterada. Calcula-se 3-12min. para a passagem de 
um leucócito para o tecido extravascular, onde tem velocidade de 20-30 µm/min. A saída de 
hemácias ocorre por processo passivo, em vasos que sofreram ruptura, por gradiente de pressão 
positiva em direção ao espaço extravascular. Embora possa ocorrer concomitantemente, a migração 
leucocitária pode ocorrer independentemente do extravasamento de líquido plasmático (edema). 
Moléculas de adesão são expressas nas superfícies dos leucócitos e do endotélio, facilitando a adesão 
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e posterior migração. Admite-se que os leucócitos inicialmente rolam sobre a superfície do endotélio 
(rolagem), posteriormente aderem e migram. Moléculas de adesão do endotélio- 
Seletinas- - têm estrutura similar a lecitinas, ligando-se a açúcares. 
 E-seletina - endotélio (ELAM-1 - endothelium leukocyte adhesion molecule) 
 P-seletina - plaquetas e endotélio 
 L- seletina - leucócito 
 
Moléculas da família de Ig do endotélio - 
ICAM-1 (intercellular adhesion molecule) 
VCAM-1 (vascular cell adhesion molecule) 
Estas moléculas interagem com integrinas dos leucócitos, que são glicoproteínas que também servem 
para interagir com a matriz extracelular. 
 
XIV- TIPOS DE EXSUDATO INFLAMATÓRIO: 
 O exsudato inflamatório é composto de proteínas plasmáticas e leucócitos que extravasam dos 
vasos e se acumulam no local inflamado. Tem a função de destruir o agente agressor, degradar 
(liqüefazer) e remover o tecido necrosado. A drenagem linfática fica aumentada, levando mais 
facilmente antígenos aos linfonodos regionais. Dependendo do local, da intensidade da reação e do 
agente injuriante, o exsudato pode ter diferentes características. Segundo o tipo de exsudato a 
inflamação será classificada em: 
1- SEROSA: O líquido extravasado tem alto teor aquoso, apresentando pouca quantidade de 
moléculas protéicas. Este líquido pobre em proteínas além da origem vascular, pode ser produzido 
também pelas células mesoteliais que recobrem a cavidade pleural, peritoneal e pericárdica. Devido 
ao seu baixo conteúdo protéico, o exsudato seroso não é detectado histologicamente deixando apenas 
espaços entre os elementos tissulares. O caso mais comum de inflamação serosa é a queimadura da 
pele com formação de “bolhas”. Ocorre nas doenças vesículo-bolhosas (pênfigo, herpes). 
 
2- FIBRINOSA: Quando a lesão vascular é mais intensa permitindo a saída de moléculas grandes, o 
líquido extravasado será rico em proteínas, especialmente fibrinogênio, formando uma rede de fibrina 
no território inflamado e é chamado de exsudato fibrinoso. Pode ocorrer na cavidade pericárdica em 
certas doenças reumáticas ficando o espaço pericárdico preenchido por uma massa de fibrina. Nos 
pulmões em casos de pneumonia pneumocóccica, os alvéolos podem estar ocupados por uma rede de 
fibrina com grande quantidade de leucócitos. O exsudato fibrinoso é mais comum nas membranas 
serosas do pericárdio, pulmão e peritônio. A rede de fibrina pode ser invadida por fibroblastos, 
substituindo o exsudato fibrinoso por tecido fibroso, que pode interferir nas funções do pulmão e 
coração. 
 
3- CATARRAL: Quando a inflamação ocorre nas superfícies mucosas, há a formação de grande 
quantidade de muco sendo então chamada de catarral. É encontrada, portanto, apenas quando o 
tecido inflamado é capaz de secretar muco como a nasofaringe, pulmões, trato intestinal, útero e 
glândulas secretoras de muco. Exemplos comuns de inflamação catarral são a gripe e o resfriado. 
 
4- HEMORRÁGICA: Quando há o rompimento da parede vascular, grandes quantidades de 
hemácias estão presentes no território inflamado. É uma classificação pouco usada. 
 
5- PSEUDOMEMBRANOSA: Se caracteriza pela formação de uma falsa membrana composta de 
fibrina, epitélio necrosado e leucócitos. Resulta da descamação do epitélio juntamente com um 
exsudato fibrinopurulento. Ocorre apenas nas superfícies mucosas, mais comumente na faringe, 
laringe, trato respiratório e intestinal. Na difteria ocorre este tipo de inflamação. 
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6- PURULENTO: O exsudato purulento é formado pelo acúmulo de grande quantidade de 
neutrófilos, que interagem com o agente agressor, geralmente bactérias, provocando a destruição 
tecidual. A viscosidade do pus é devida em grande parte ao conteúdo de DNA, oriundo dos próprios 
neutrófilos. Exemplos de bactérias piogênicas são os Stafilococos, bacilos gram negativos 
(Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, cepas de Proteus e Pseudomonas aeruginosa), 
meningococos, gonococos e pneumococos. Abscesso periapical, furúnculo e apendicite são bons 
exemplos de inflamação supurativa. Devido a viscosidade, o abscesso é difícil de ser reabsorvido, 
devendo quando possível ser drenado naturalmente ou cirurgicamente. O pus pode ser formado por 
agentes químicos, como terebentina e nitrato de prata, mostrando que não é dependente de bactérias. 
 A celulite ou flegmão é uma infecção supurativa disseminada causada pelos estreptococos 
hemolíticos do grupo A de Lancefield. 
 Deve-se ressaltar que nem sempre há a predominância de um tipo de exsudato, existindo 
então os tipos mistos que poderão ser chamados de serofibrinosos, fibrinopurulentos, mucopurulentos 
e assim por diante. 
 
XV- EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO: 
 A inflamação é basicamente uma resposta localizada do tecido conjuntivo. Dependendo da 
intensidade e das características da inflamação pode ocorrer sinais e sintomas sistêmicos como 
leucopenia, leucocitose, febre, cefaléia, mal estar, linfadenopatia. 
 
1- LEUCOPENIA: Leucopenia ocorre na febre tifóide, viroses e infecções por riquetsia. 
Eosinopenia é comum nas fases agudas de inflamações como pneumonia e meningite. 
 
2- LEUCOCITOSE: A leucocitose é devida a liberação de células da medula óssea, muitas vezes 
imaturas, pelo estímulo de mediadores químicos como o fator estimulador de colônias. Neutrofilia é 
comum nas infecções bacterianas piogênicas. Linfocitose ocorre na mononucleose, sarampo e 
caxumba. 
 
3- EOSINOFILIA: é comum em infecções por parasitas e processos alérgicos como asma e febre do 
feno. 
 
4- LINFADENOPATIA: Linfadenopatia é comum nas inflamações e nas neoplasias malignas. Na 
inflamação corresponde a uma reação do linfonodo ao agente agressor, para dificultar a difusão da 
infecção. Os linfonodos alterados ficam com volume aumentado, doloridos e estão associados a 
drenagem linfática da área alterada. Linfadenopatia é comum nas inflamações agudas mais intensas e 
também nas crônicas como tuberculose e paracoccidioidomicose. Os linfonodos ficam aumentados, 
móveis, pouco doloridos ou assintomáticos. 
Septicemia- os locais mais susceptíveis a lesões são as válvulas cardíacas, meninges,rins e 
articulações. 
 
XVI- REAÇÃO DA FASE AGUDA DA INFLAMAÇÃO: 
 Na fase aguda das inflamações, particularmente das mais intensas, há formação de 
mediadores químicos sistêmicos cujos alvos principais são o fígado e hipotálamo. As citocinas IL-1, 
IL-6, TNF, IL-8 são os principais mediadores sistêmicos. As ações sistêmicas destas citocinas são 
mediadas pelas PG e portanto inibidas por anti-inflamatórios não esteroidais. O fígado produz 
proteínas que são lançadas no sangue e a ação no hipotálamo provoca febre. Reações associadas a 
febre ou a fase aguda - sonolência, astenia, mialgia, artralgia, cefaléia, anorexia. São os sintomas da 
gripe. Proteínas hepáticas sofrem aumento como amilóide, PCR (Proteína C Reativa), fibrinogênio e 
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diminuição da albumina. Proteínas da fase aguda também sofrem alteração plasmática após trauma, 
isquemia, neoplasia e reações de hipersensibilidade. 
 
 IL-1 TNF IL-6 
 Febre ++ ++ + 
 Sonolência ++ ++ - 
 Anorexia ++ ++ - 
 Mialgias ++ ++ - 
 Reabsorção óssea ++ ++ + 
 Leucocitose ++ - ++ 
 P F aguda + + ++ 
 Hipergama globulinemia + + ++ 
 * TNF - Fator de necrose tumoral 
 
XVII- SÍNDROME DA LIBERAÇÃO DE CITOCINAS: 
 A liberação maciça de citocinas (IL-1, IL-2, IFN e TNF) tem efeito de cascata produzindo 
muitas repercussões clínicas graves, podendo levar ao óbito. O melhor exemplo é o choque 
circulatório provocado por LPS (lipopolissacrídeos) (choque séptico). Pode ocorrer também após 
traumas graves, grandes cirurgias, queimaduras e pancreatite aguda. 
 
FEBRE (ESQUEMA) 
Pirógenos Exógenos 
 ↓ 
 Macrófagos 
 ↓ 1 
IL-1, IL-6, TNF, IFN - PG (CO X 1) - 
(via sangue) 2 
 ↓ 
OVLT (neurônios, endotélio, macrófago) 
 ↓ 3 
 PGE2 (COX2) 
 ↓ 
AMP-cíclico (inibição de neurônios sensíveis ao calor) 
 ↓ 
 Centro Termo Regulador (hipotálamo) 
 ↓ 
 Termostato Elevado 
 ↓ ↓ 
contração muscular vasoconstrição 
 ↓ ↓ 
 Produção de calor retenção de calor 
 Ì Ë 
 FEBRE 
 
Pirógenos exógenos - produtos bacterianos, Ag-Ac, drogas 
 PATOLOGIA GERAL - DB-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 
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OVLT- organum vasculosum lamina aterminalis - região próxima ao centro termoregulador do 
hipotálamo, na porção antero-ventral do 3º ventrículo. 
Função das PG produzidas no foco inflamatório (COX1)? 
IFNα - é produzido nas infecções virais causando febre e sonolência. 
 
XVIII- AÇÃO DOS ANTIPIRÉTICOS: 
1. corticóide (inibindo síntese de mediadores) 
2. dipirona, aspirina (AINE- anti-inflamatório não esteróide) inibe COX1. 
3. corticóide, acetaminofeno, AINE, dipirona - inibe COX2 no SNC 
4. morfina, clorpromazina - ação no hipotálamo. 
 
 PATOLOGIA GERAL - DB-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
 
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Objetivos - Inflamação Aguda: 
-Conceitue inflamação aguda 
-Cite e explique os sinais cardinais da inflamação 
-Esquematize e descreva a estrutura de um vaso da microcirculação - capilar ou vênula. 
-Esquematize e explique a participação de capilares arteriais e venosos, na formação e reabsorção do 
líquido tecidual, considerando as pressões hidrostática e osmótica. 
-Descreva a estrutura e funções da célula endotelial. 
-Descreva as junções intercelulares. 
-Descreva lâmina basal. 
-Que tipo de vasos têm fenestrações e para que servem? 
-Conceitue aumento de permeabilidade vascular. 
-Comente aumento de permeabilidade vascular na inflamação crônica. 
-Descreva o princípio do mecanismo de aumento de permeabilidade. 
-Descreva um experimento para o estudo da permeabilidade vascular usando carvão coloidal ou azul 
de Evans. 
-Descreva participação de vasos linfáticos na inflamação. 
-Cite as fontes de histamina nas inflamações. 
-Descreva os mecanismos de liberação de histamina. 
-Cite substâncias que inativam a histamina. 
-Que são cininas e como são formadas. 
-Que é PAF, quais as fontes de PAF e quais suas funções. 
-Que são prostaglandinas e como se formam. 
-Que são leucotrienos e como se formam. 
-Cite os principais mediadores da permeabilidade vascular, migração celular, fagocitose, dor, febre, 
leucocitose, reação da fase aguda da inflamação. 
-Que são citocinas e quais suas atividades principais. 
-Descreva as características clínicas da linfadenopatia na inflamação. 
-Descreva as etapas da migração celular e cite substâncias que mediam o processo. 
-Descreva e exemplifique exsudato: 
 seroso, fibrinoso, catarral, pseudomembranoso e purulento 
-Exemplifique na inflamação- leucopenia, leucocitose, eosinofilia, neutrofilia, linfadenopatia, 
septicemia. 
-Que é reação da fase aguda da inflamação. 
-Que é proteína C reativa? 
-Quais os principais mediadores (citocinas) que participam das reações sistêmicas da inflamação? 
- Que é síndrome da liberação de citocinas? 
-Esquematize e explique a febre.

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