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Ética Legalista na Legalização das Drogas

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Na ética legalista temos como princípio uma moral racional, baseada em conceitos que moralizam as ações baseadas no pensamento reflexivo e na razão, idealizada por Kant, assume que a nossa sociedade, apesar de não estar em completa maioridade, deve ser idealizada como tal, assim pensando em leis para pessoas capazes de refletir por si mesmas.
A proibição das drogas, colocada em tal contexto, deveria ser considerada totalmente imoral pois em uma sociedade onde as pessoas tem autonomia para tomar suas próprias decisões e pensar em um modelo de vida ideal para si mesmas, a proibição estatal não deveria existir.
Kant diz que em uma sociedade esclarecida, as pessoas são capazes de reconhecer o malefício das drogas, pois nenhum tipo de vício é adequado para a saúde e bem estar dos seres humanos, e quando as pessoas são capazes de fazer tal reflexão por si próprias, a discussão sobre legalização ou a proibição não fazem sentido, pois o uso não existiria.
Quando passamos o tema “legalização das drogas” por ambos os testes dos mandamentos da razão, desde o imperativo hipotético podemos reconhecer que a legalização em nosso estado atual é um modo ideal de combate ao tráfico e inclusive de prevenção, pois com o dinheiro recolhido com os impostos, campanhas de combate ao uso e esclarecimento à população em geral, o efeito da decisão positiva é benéfico e racional, já no imperativo categórico, quando consideramos uma sociedade esclarecida, que é o que Kant considera para a formulação de leis (pois as leis devem ser pensadas no mundo do dever ser), a ação pode ser considerada boa por sí, pois todas as pessoas devem ter consciência de que as drogas são vícios maléficos, então se a decisão racional deve partir das pessoas, não cabe ao estado proibir.
O papel do estado quando se trata do assunto drogas é somente a regulamentação e o esclarecimento, cabe ao mesmo educar a população em geral sobre os malefícios das drogas e a importância da maioridade, assim tornando uma sociedade melhor como é de seu dever, mas não claramente as proibindo ou restringindo.
É claro que existem contradições, quando desconsideramos que nossa sociedade é totalmente esclarecida, a legalização das drogas é reprovada no imperativo categórico, pois cria condições para sua existência e não é geral e universal, pois não podemos considerar que pessoas em estado de menoridade mental sejam capazes de tomar decisões plenamente racionais e evitar os vícios de vontade.
Então quando colocamos a ética legalista em nossa sociedade atual, é difícil conseguir distinguir um diagnóstico exato, mas se formos o fazer exatamente como é ditado pela ética legalista, o uso de drogas não existiria, pois pessoas em estado de maioridade mental compreendem suas consequências, porém, assim, a proibição também se torna imoral, pois não cabe ao estado regular decisões pessoais do povo.

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