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Fundamentos de Economia - Aula 1 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Objetivos desta aula: Inserir o aluno no estudo da ciência econômica a partir da compreensão de conceitos básicos. O objeto de estudo da Ciência econômica A importância de se estudar economia: Quais questões são abordadas pela economia? Como aprender economia? O que as pessoas pensam sobre economia? Economia = matemática Modelos incompreensíveis Pouca aplicabilidade prática Divergências entre os teóricos da área A resposta dos economistas Matemática = instrumento Modelos são necessários Grande aplicabilidade em questões do dia-a-dia Divergências ocorrem em diversas áreas e podem, por exemplo, decorrer de escolas distintas Objeto de estudo da economia “A economia é uma ciência que estuda o comportamento humano, como uma relação entre meios e fins. Sendo os meios escassos e com usos alternativos” (Lionel Robbins) “A Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços” Agentes econômicos Famílias - Demanda por bens e serviços, Oferta de fatores de produção Empresas - Unidades produtoras Governo (setor público) - Produção e regulamentação A racionalidade dos agentes Agentes econômicos devem agir racionalmente: Isso sempre ocorre? A ciência econômica e seus fins: Maximização da satisfação dos indivíduos e do lucro das empresas Questões econômicas fundamentais O que produzir Quanto produzir Como produzir Para quem produzir Como responder às questões econômicas fundamentais? Bens econômicos X bens livres Tamanho do mercado X tamanho da empresa: Fatores de produção, Mão-de-obra, Capital, Capital físico, Risco empresarial Necessidades: A propaganda e a criação de necessidades, Necessidades individuais X coletivas Necessidades X desenvolvimento sustentável Preferências Bresser-Pereira, L. (2009) Os dois métodos e o núcleo duro da teoria econômica – Revista de Economia Política vol. 29, nº 2 (114) disponível em http://www.bresserpereira.org.br/papers/2008/08.06.DoisMetodos-REP.pdf acesso em 5/4/2014 Cano, W. (2007) Introdução à Economia – uma abordagem crítica – 2º edição editora UNESP. Prochnik. V. (2002) Cadeias produtivas e Complexos Industriais - seção do capítulo Firma, Indústria e Mercados, do livro Hasenclever, L. e Kupfer, D. Organização Industrial, Ed. Campus, 2002 disponível em http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/cadeias_produtivas_e_complexos_industriais.pdf acesso em 1 de março de 2014 ATIVIDADE 1 Quando nos referimos aos problemas econômicos fundamentais, nos deparamos com a seguinte questão: como devemos produzir? Relacione esta indagação ao trecho que segue*, enfatizando outras possíveis variáveis que podem condicionar a resposta a esta questão central da economia. Com proibição da queima, produtores dizem que corte da cana fica inviável Pequenos produtores podem ter que mudar de atividade Os produtores de Nova Europa (SP) estão insatisfeitos com a proibição da queima e do corte manual de cana, que começou no sábado (1º) em todo o Estado de São Paulo. Para eles, a produção se torna inviável, já que uma máquina chega a custar R$ 800 mil e o preço do corte dobraria. Além disso, a mecanização cortou milhares de postos de trabalho. Segundo a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), nos últimos 10 anos, cerca de 23 mil trabalhadores rurais da região de Araraquara perderam o emprego. Por outro lado, desde que o acordo foi assinado, em 2007, cerca de 20,6 milhões de toneladas de poluentes deixaram de ser emitidos, segundo o Governo do Estado. "As máquinas hoje são feitas para grandes áreas. Pequeno produtor, aquele que depender de plantar cana em lugar de morro ou áreas muito pequenas, tem que procurar outra atividade porque vai ficar inviável", falou o presidente do Sindicato Rural de Araraquara, Nicolau Freitas. A medida faz parte de um protocolo ambiental assinado em 2007 entre o setor canavieiro e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente para eliminar a queima em áreas onde a colheita pode ser mecanizada. Mão de obra: A mecanização também deve mudar o perfil da mão de obra no campo. Cada máquina corta cerca de 600 toneladas de cana por dia e faz o serviço de 100 pessoas, fato que contribuiu para a queda dos postos de trabalho. Os trabalhadores deveriam ter se adaptado a outros postos, o que não ocorreu, segundo o presidente da Feraesp, Élio Neves. Fundamentos de Economia - Aula 2 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Objetivos desta aula: Inserir o aluno no estudo da ciência econômica apresentando-lhes conceitos básicos. A fronteira de possibilidade de produção (FPP) Recursos escassos X fins alternativos Hipótese: 2 bens produzidos Capacidade máxima produtiva da economia Relação com fatores produtivos Produção de canhão e manteiga Bens Quantidade máxima de manteiga Possibilidades Intermediárias Quantidade máxima de canhões Manteiga (toneladas) 3 2 1 0 Canhões (unidades) 0 5 8 9 Fonte: Material do aluno Fronteira de possibilidade de produção Fonte: Material do aluno A FPP e o custo de oportunidade Custo de oportunidade: “No de unidades de um bem que se deixa de produzir quando se opta pela produção de 1 unidade adicional de outro bem” Sacrifício O deslocamento da FPP Alteração nos fatores de produção Alteração na tecnologia empregada na produção: Aumento ou redução da capacidade produtiva da economia A FPP e a eficiência econômica A e B EFICIÊNCIA C INEFICIÊNCIA D INATINGÍVEL Bens e serviços Bens: Tangíveis Serviços: Intangíveis Tipos de bens: classificação segundo a natureza Bens de capital Produção Relação indireta com satisfação necessidades humanas Bens de consumo Satisfação das necessidades humanas Não duráveis Uso prolongado Duráveis Tipos de bens: classificação quanto à sua função Bens intermediários: Transformação no processo de produção Bens finais: Prontos para consumo Setores da economia Setor primário: Agropecuária Setor secundário: Indústria Setor terciário: Serviços Modelos econômicos Como o processo de produção e de geração de renda pode ser representado em um modelo econômico? fluxo circular de renda Bibliografia básica Bresser-Pereira, L. (2009) Os dois métodos e o núcleo duro da teoria econômica – Revista de Economia Política vol. 29, nº 2 (114) disponível em http://www.bresserpereira.org.br/papers/2008/08.06.DoisMetodos-REP.pdf acesso em 5/4/2014 Cano, W. (2007) Introdução à Economia – uma abordagem crítica – 2º edição editora UNESP. Prochnik. V. (2002) Cadeias produtivas e Complexos Industriais - seção do capítulo Firma, Indústria e Mercados, do livro Hasenclever, L. e Kupfer, D. Organização Industrial, Ed. Campus, 2002 disponível em http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/cadeias_produtivas_e_complexos_industriais.pdf acesso em 1 de março de 2014 Atividade 2 O teórico Malthus (XVIII – XIX), conhecido como “o profeta da fome”, acreditava que parte da população seria, de tempos em tempos, dizimada pela fome. Isso porque, o crescimento populacional se dava a uma taxa muito maior que a produção de alimentos. Sabe-se que a previsão de Malthus não se concretizou e, atualmente, o problema da fome está mais relacionado à má distribuição. Identifique e discuta a falha na teoria de Malthus? Inovação tecnológica e FPP No ano de 2010, o Haiti, um dos países mais pobres do mundo, foi praticamente devastado por um terremoto. Estima-se que 230 mil pessoas morreram, o que representa cerca de 2,6% da sua população. Como um fenômeno como esse afeta a economia do país? Utilize a FPP para a sua análise. FPP do Haiti: produtor de açúcar e de bananas Após o terremoto, ocorre um deslocamento para dentro da FPP Observação: Em 2008, o Haiti já havia passado por uma série de fenômenos naturais (tempestades, furacões) que havia lhe deixado um saldo de 1000 mortos e 800 mil desabrigados. Como consequência, naquele ano, o PIB sofreu uma redução de aproximadamente4%. Fonte: TOTAL de mortos do Haiti chega a 230 mil e supera o do tsunami. O Estado de São Paulo. São Paulo, 10 fev. 2010. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,total-de-mortos-do-haiti-chega-a-230-mil-e-supera-o-do-tsunami,509050,0.htm. Acesso em: 6 abr. 2010. Fundamentos de Economia - Aula 3 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Contextualização da Ciência Econômica Como toda ciência, a economia tem uma história e escolas de pensamento. Economistas Clássicos Adam Smith (1723 – 1790) escreveu “A Riqueza das Nações” em 1776. Criou os conceitos de “mão invisível” e “divisão do trabalho”, presentes até hoje no debate econômico. David Ricardo (1772 – 1823) Escreveu “Princípios de Economia Política e Tributação”; Apresentou a teoria das vantagens comparativas; Comparação dos custos de oportunidade na produção. Robert Malthus (1766 – 1834) Deu destaque ao crescimento populacional; Para o autor, a produção de alimentos cresceria em progressão aritmética e a população em progressão geométrica; “Catastrofista”. Karl Marx (1818 – 1883) Escreveu “O Capital”, em que faz um estudo sobre o capitalismo; O colapso do capitalismo seria inevitável; O socialismo seria um sistema econômico mais justo. A Economia Neoclássica Alfred Marshall (1842 – 1924) Pai da Microeconomia Clássicos versus Neoclássicos Valor trabalho versus valor utilidade Para os clássicos, o preço de um produto tinha como base a quantidade de horas de trabalho necessária para sua fabricação. Para os neoclássicos, a base do preço é sua utilidade. Escola Austríaca Joseph Schumpeter (1883 – 1950) Principais livros “A Teoria do Desenvolvimento Econômico” e “Ciclos Econômicos” Estudou os ciclos econômicos e deu destaque ao progresso técnico. “Destruição Criativa” Friedrich Hayek (1899-1992) Pai do Neoliberalismo Defende que a sociedade deve ser organizada em torno do mercado e que a intervenção do governo deve ser mínima. Economia Keynesiana John Maynard Keynes (1883-1946) Escreveu a “Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda”. Estudou o comportamento do desempenho da economia de um país no que se refere à renda, ao emprego, aos preços etc. O pleno emprego não seria alcançado pela “mão invisível” e sim pela intervenção do governo. Em épocas de recessão, o governo deve gerar demanda através de gastos públicos. Economia de mercado Economia capitalista: o mercado é responsável pela alocação dos recursos e distribuição da renda. Economia planificada: esse papel é do Estado, detentor dos meios de produção. Atividade 3 Observamos exemplos de atitudes recentes dos governos ao redor do mundo, com o objetivo estimular o crescimento das economias afetadas pela crise de 2008. A ideia do intervencionismo do governo em épocas de crise está de acordo com qual dos autores do pensamento econômico? Resposta: Trata-se de Keynes. Para o autor, o pleno emprego não seria alcançado pela “mão invisível” e sim pela intervenção do governo. Em épocas de recessão, o governo deve gerar demanda através de gastos públicos. Fale sobre duas das principais ideias de Adam Smith: “mão invisível” e “divisão do trabalho”. Resposta: Para Smith, ao agir de forma egoísta, as pessoas são guiadas por uma mão invisível e acabam por promover a harmonia na sociedade. Cada um procurando o melhor para si, chega-se a uma situação que é a melhor para a sociedade. Segundo Smith, se todos agissem por motivos altruístas, visando o bem comum, o resultado seria muito pior. A divisão do trabalho traz a especialização, com ela maior produtividade e, portanto, barateamento do produto, pois se produz mais com o mesmo número de trabalhadores. O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização. Fundamentos de Economia - Aula 4 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Objetivos desta aula: Apresentar ao aluno os conceitos da microeconomia, a partir da teoria do consumidor, firma e produção Microeconomia Macroeconomia X microeconomia Surgimento: século XIX Utilitaristas ou marginalistas Problema e método da microeconomia Escassez X escolha X perdas Método lógico-dedutivo são inferidas conclusões de natureza abstrata, as quais, convenientemente interpretadas, tornam possível o retorno ao mundo real. Modelos Hipótese “coeteris paribus” “Homem econômico” Agente maximizador Análise estática-comparativa e equilíbrio parcial Confronto entre duas ou mais situações de equilíbrio Teoria do consumidor Consumidores = demandantes Valor = função (utilidade) Utilidade total X utilidade marginal Utilidade marginal = satisfação adicional Lei da utilidade marginal decrescente Demanda individual Demanda individual conjunto de escolhas do consumidor no intuito de maximizar a sua utilidade em função de variações no preço do bem Demanda de mercado Somatório da demandas individuais Elasticidade Sensibilidade” Elasticidade-preço da demanda: Demanda mais elástica, Demanda mais inelástica Função demanda Função geral de demanda Qdi = f (pi, ps, pc, R, G etc) Qdi = Quantidade demandada do bem i Pi = preço do bem i Ps = preço do bem substituto Pc = preço do bem complementar R = renda G = gosto, preferência Teoria da firma e da produção Firma unidade processadora de informações e tomadora de decisões produtivas relativa à produção e aos preços, num contexto de alocação de recursos escassos Curto prazo X longo prazo Fatores de produção fixos X variáveis Função de produção Relação técnica entre a quantidade física de fatores de produção utilizados e a quantidade física do produto obtido em determinado período de tempo Y = f (K, L) Y = produto K = capital L = mão-de-obra Lei dos rendimentos decrescentes Se um dos fatores de produção é fixo, o acréscimo do outro fator faz com que a produção cresça a taxas decrescentes (curto prazo) Longo prazo Rendimentos constantes de escala Rendimentos crescentes de escala Rendimentos decrescentes de escala Objetivo: a minimização dos custos Custos contábeis Custos explícitos “desembolsos efetivados” Custos econômicos Custos contábeis + custos implícitos “custos de oportunidade” A composição dos custos CT= CF + CV CT = custo total CF = custo fixo CV = custo variável Custo médio e custo marginal CMe = CT/Q CME = custo médio Q = quantidade produzida CMg = ∆CT/ ∆Q CMg = custo marginal ∆CT = variação no custo total ∆Q = variação na quantidade produzida O custo marginal e a curva de oferta da firma Curva de custo marginal Formato de “U” Rendimentos decrescentes X custos crescentes Curva de oferta Considerando diferentes níveis de preços, a firma define diferentes pontos de maximização do lucro que dão origem à Curva de Oferta Preferências Bresser-Pereira, L. (2009) Os dois métodos e o núcleo duro da teoria econômica – Revista de Economia Política vol. 29, nº 2 (114) disponível em http://www.bresserpereira.org.br/papers/2008/08.06.DoisMetodos-REP.pdf acesso em 5/4/2014 Cano, W. (2007) Introdução à Economia – uma abordagem crítica – 2º edição editora UNESP. Prochnik. V. (2002) Cadeias produtivas e Complexos Industriais - seção do capítulo Firma, Indústria e Mercados, do livro Hasenclever, L. e Kupfer, D. Organização Industrial, Ed. Campus, 2002 disponível em http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/cadeias_produtivas_e_complexos_industriais.pdf acesso em 1 de março de 2014 Atividade 4 Em países subdesenvolvidos como o Brasil, é muito comum a existência de áreas destinadas à agricultura de subsistência. Segundo estudiosos, este tipo de unidade produtiva pode dar origem ao chamado “desemprego disfarçado”. Explique esta afirmação à luz da chamada “lei dos rendimentos decrescentes” Agricultura de subsistência Pouca terra (fator fixo) Muitos trabalhadores (fator variável) Como se comporta a produção à medida que a família vai aumentando e a quantidade de terra continua a mesma? L (No de trabalhadores) Q (Produto total) PMg (Produto marginal do trabalho) 0 0 - 1100 100 2 180 80 3 240 60 4 280 40 5 300 20 Fundamentos de Economia - Aula 5 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Objetivos desta aula: Apresentar ao aluno os conceitos básicos da microeconomia a partir da análise do equilíbrio de mercado e bem-estar, estruturas e falhas de mercado. Equilíbrio de mercado Mercado Interação entre consumidores e produtores. Equilíbrio OFERTA = DEMANDA Equilíbrio de mercado Posições fora do equilíbrio: excesso de oferta O que acontece se o preço for diferente daquele que iguala oferta e demanda? Supor que PE = $ 10,00 O que acontece se PE = $ 15,00? Qual o tipo de desequilíbrio que está ocorrendo? Posições fora do equilíbrio Excedente do consumidor (EC) e excedente do produtor (EP) EC - Corresponde à diferença entre o que o consumidor estaria disposto a pagar por um bem ou serviço e o preço que efetivamente paga (preço de mercado). EP - Corresponde à diferença entre o que o produtor estaria recebendo por um bem (preço de mercado) e o preço que estaria disposto a receber. O livre mercado e maximização do EC e EP Estruturas de Mercado: critérios de classificação Número de participantes que compõem esse mercado; Tipo do produto; Existência ou não de barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado; Transparência de mercado. Tipos de Barreiras Barreiras naturais (altos custos fixos) Monopólio natural Patentes Direitos autorais Monopólios estatais Controle de matérias-primas Falhas de mercado Externalidades Uma externalidade acontece quando uma pessoa influencia o bem-estar de uma outra pessoa, e essa outra pessoa não paga ou não recebe nenhum tipo de compensação por essa influência. Externalidade negativa Externalidade positiva Bens públicos Não excludentes e não rivais Como garantir que um bem que não tem preço seja produzido e consumido nas quantidades apropriadas? Informação imperfeita (informação assimétrica) Reflete o diferente grau de conhecimento entre compradores e vendedores, que pode resultar num maior benefício de uma das partes envolvidas em uma transação ou um contrato em detrimento da outra. Risco moral Seleção adversa Bibliografia BRESSER-PEREIRA, L. (2009) Os dois métodos e o núcleo duro da teoria econômica – Revista de Economia Política vol. 29, nº 2 (114) disponível em http://www.bresserpereira.org.br/papers/2008/08.06.DoisMetodos-REP.pdf acesso em 5/4/2014 CANO, W. (2007) Introdução à Economia – uma abordagem crítica – 2º edição editora UNESP. PROCHNIK. V. (2002) Cadeias produtivas e Complexos Industriais - seção do capítulo Firma, Indústria e Mercados, do livro Hasenclever, L. e Kupfer, D. Organização Industrial, Ed. Campus, 2002 disponível em: http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/cadeias_produtivas_e_complexos_industriais.pdf Acesso em 1 de março de 2014 PROCHNIK. V. (2002) Cadeias produtivas e Complexos Industriais - seção do capítulo Firma, Indústria e Mercados, do livro Hasenclever, L. e Kupfer, D. Organização Industrial, Ed. Campus, 2002 disponível em: http://www.ie.ufrj.br/cadeiasprodutivas/pdfs/cadeias_produtivas_e_complexos_industriais.pdf Acesso em 1 de março de 2014 Atividade 5 Suponha o mercado de etanol. Como este seria afetado por um aumento nas vendas de carros flex? Carros flex e etanol são bens complementares. ↑ Vendas carros flex = ↑ consumo etanol Suponha o mercado de grãos. Como este será afetada por uma seca em uma importante região produtora? Fundamentos de Economia - Aula 6 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Macro X Micro Microeconomia: estuda o comportamento individual dos agentes econômicos (empresas e consumidores), e como eles se relacionam entre si, formando mercados. Macroeconomia: estuda o comportamento global da economia, por meio dos agregados macroeconômicos (PIB, Emprego, Inflação). FLUXO ESTOQUE Macroeconomia O sistema de contabilidade nacional (SCN) agrega estatísticas que apresentam uma fotografia detalhada da economia em um determinado período de tempo. No Brasil, este sistema é elaborado pelo IBGE Produto Interno Bruto (PIB) Valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos por uma economia em um dado período PIB a preços constantes PIB a preços correntes Será que um aumento no PIB (desconsiderando a inflação) sempre representa um avanço da economia no sentido de torná-la mais rica? Contabilização do PIB Ótica do produto: mede o valor agregado Valor da Produção – Valor dos Consumos Intermediários Observações sobre o PIB Bem final Bem intermediário (insumo) ATENÇÃO: Problema da DUPLA CONTAGEM Qual o valor do PIB desta economia? Contabilização do PIB ótica da renda = Soma das remunerações dos fatores de produção O que o produto tem a ver com a renda de um país? Quais são os fatores de produção e as suas respectivas remunerações? Contabilização do PIB Soma de todos os pagamentos efetuados como lucro, juros, aluguéis e salários. ótica da despesa = soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimento em capital Ótica das DESPESAS ou DISPÊNDIOS (GASTOS) PIB Percapita PIB per capita: indicador que fornece a renda média de cada habitante do país. É obtido dividindo-se a produção total do país pela sua população. Por ser uma média, não informa como está dividida a renda entre os habitantes do país. PIB X PNB ou RNB PIB (Produto Interno Bruto) Produção gerada no território brasileiro. “a renda é gerada no nosso território” PNB (Produto Nacional Bruto) Produção cuja renda gerada pertence ao país. “a renda é nossa” PIB versus PNB RDB (Renda disponível bruta) RDB: valor disponível para ser gasto em consumo final Considera recebimentos e pagamentos realizados a título de transferências unilaterais correntes entre residentes e não residentes. Ex: Bolsa Família Poupança Bruta e FBC Poupança bruta: diferença entre a RDB e o Consumo Final FBC (Formação Bruta de Capital): investimento em capital físico na economia Se PB > FBC: economia é credora líquida em relação ao resto do mundo, pois gerou um excedente que pode emprestar a outras economias PB e FBC Se PB>FBC, a economia possui capacidade líquida de financiamento. Se PB<FBC, a economia tem necessidade líquida de financiamento. Atividade 6 Classifique os fenômenos abaixo em micro (MI) ou macroeconomia (MA). (MA) Causas da inflação no Brasil. (MI) Análise do mercado de calçados de Franca. (MI) Análise do desempenho da empresa Nestlé. (MA) Motivo pelo qual o mercado de trabalho, às vezes, apresenta altas taxas de desemprego, e as possíveis medidas para reduzi-las. (MI) Como uma empresa determina o preço de venda de seus produtos. Ao ser fabricado e vendido em 2008, um carro 0km é contabilizado no PIB desse ano. Quando esse carro é revendido após dois anos, essa transação deve ser contabilizada no PIB de 2010? Resposta: Não. O valor do carro é contabilizado somente no ano em que é produzido. Quando ele é revendido, não houve produção, logo, não podemos contabilizá-lo novamente. Será que toda atividade econômica é realmente contabilizada no PIB? Tente imaginar atividades que escapam da mensuração do PIB Resposta: Algumas atividades que escapam da mensuração do PIB: economia informal (bicos, produção caseira, vendas sem notas, trabalhadores sem registro); atividades ilegais (tráfico de drogas, jogo do bicho). Fundamentos de Economia - Aula 7 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Determinantes do produto e do emprego O que determina o PIB e suas variações no curto prazo? O que essas variações têm a ver com crescimento no emprego e na inflação? Keynes: o produto na economia, em um período de tempo, é determinado pela demanda agregada. Demanda agregada = consumo (gastos que os agentes econômicos estão dispostos a fazer) + investimento. O investimento é o componente mais importante e o mais instável de uma economia. Para tomar a decisão de investir, o empresário leva em conta duas coisas: a expectativade obter lucro no seu negócio e a taxa de juros em vigor. Enquanto a economia mantiver o clima de otimismo, a expansão do PIB se sucede a cada período. Expansão e recessão econômica A recomendação de Keynes é que o governo administre seus gastos acompanhando o que acontece no setor privado da economia. Se a economia está muito aquecida, crescendo muito rápido, a recomendação é que o governo seja mais comedido em suas despesas para não aquecer em demasia a economia. Se a economia está com excesso de recursos ociosos, com baixo crescimento, o governo deve aumentar seus gastos e reduzir os impostos para dar um impulso ao crescimento. Desemprego Taxa de desocupação: revela quantos estavam procurando emprego em um determinado período e não encontraram colocação, mesmo aceitando uma remuneração menor. A análise da evolução da taxa de ocupação e desocupação deve levar em conta também a evolução da remuneração média da população empregada. O aumento do nível de emprego está associado ao aumento da renda, importante para explicar o comportamento do consumo das famílias. Podemos dizer que emprego gera renda, que gera demanda agregada. Por outro, o nível de emprego também explica o quanto da força de trabalho está sendo ocupada, e quanto mais perto da ocupação plena, maior deve ser a pressão por aumento de salários. Inflação A inflação é definida como sendo um aumento contínuo, generalizado e desigual do nível geral de preços, ou seja, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Perde-se a noção de preços relativos. A moeda deixa de cumprir suas funções: meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. Traz consequências sobre a distribuição de renda. A inflação está relacionada ao aumento na quantidade de moeda na economia. Inflação de demanda Inflação de custo IPCA – índice oficial do governo para medir e divulgar a inflação. Atividade 7 A deflação é boa ou ruim para uma economia? Resposta: A deflação também pode ser muito ruim para uma economia quando: é provocada por excesso de capacidade produtiva; é resultado da baixa oferta de moeda no Mercado. A deflação pode provocar desemprego e influenciar nas expectativas das pessoas. A inflação de demanda é causada por altos níveis de consumo. O aumento do consumo afeta de forma positiva o crescimento do PIB. Assim, não poderíamos dizer que a inflação alta pode impulsionar o crescimento econômico? Resposta: Não. Os efeitos de altas taxas de inflação são muito nocivos de forma a anular qualquer benefício que possa surgir no curto prazo. Fundamentos de Economia - Aula 8 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Políticas Macroeconômicas Políticas macroeconômicas são medidas adotadas pelo governo com o objetivo de atingir determinadas metas conjunturais, relacionadas a agregados macroeconômicos como a renda nacional, taxa de inflação, nível de desemprego, balanço de pagamentos, entre outras. Os meios utilizados para atingir tais objetivos são, principalmente, alterações em variáveis macroeconômicas como taxa de juros (política monetária), taxa de câmbio (política cambial) e gastos públicos (política fiscal). Política monetária Conjunto de ações para controlar a quantidade de moeda em circulação e a taxa de juros. Regular a LIQUIDEZ do sistema. Classificação da política monetária Política monetária expansionista Aumenta a quantidade de moeda na economia ( Liquidez = juros). Política monetária contracionista ou restritiva. Reduz a quantidade de moeda na economia ( Liquidez = juros). Instrumentos de Política Monetária Taxa de juros = Preço da obtenção de $. $ escasso Liquidez Taxa de juros. $ abundante Liquidez Taxa de juros. Instrumentos de política monetária Reservas compulsórias: depósitos que os bancos são obrigados a fazer junto ao Bacen. Depósitos compulsórios Liquidez Depósitos compulsórios Liquidez Exemplo de reservas compulsórias Os bancos comerciais criam e destroem moeda no sistema financeiro. Suponha R$100,00 depositados no banco 1: Suponha que o Bacen exija R$10% de reserva sobre os depósitos diários: Suponha que um estudante peça um empréstimo de R$ 90,00 e deposite no banco 2: Suponha que outro estudante peça um empréstimo de R$ 81,00 ao banco 2 e deposite no banco 3: Instrumentos de política monetária: operações de mercado aberto (open market) Operações de compra e venda de títulos públicos pelo Banco Central. Venda de títulos públicos Liquidez Dívida pública. Compra de títulos públicos Liquidez Dívida pública. Instrumentos de política monetária: taxa de redesconto Determinação da taxa de redesconto. Taxa que o Banco Central cobra dos bancos para a concessão de empréstimos. Taxa = Liquidez Taxa = Liquidez Instrumentos de política monetária: reservas compulsórias Depósitos que os bancos são obrigados a fazer junto ao Bacen. Depósitos compulsórios Liquidez Depósitos compulsórios Liquidez Regulação sobre crédito e taxa de juros Bacen exerce controle direto sobre: taxa de juros; volume de crédito; prazos dos empréstimos bancários. O regime de metas de inflação Uso da política monetária para o cumprimento da META. Política Monetária Atividade 8 Se o governo tem como meta evitar a alta da inflação, qual tipo de política monetária deve adotar e como utilizar seus instrumentos? Resposta: O governo deve praticar política monetária restritiva. Os instrumentos que pode usar são: alta dos juros; aumento da taxa do compulsório; emissão de títulos públicos; aumento da taxa de redesconto. Como é definida a taxa Selic e qual a sua importância? Resposta: A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Ela serve como uma referência para as taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras no Brasil. Quando o governo aumenta a taxa Selic, a expectativa é que as demais instituições elevem os juros cobrados nos empréstimos a seus clientes. Isso reduz a demanda por empréstimos, levando a uma retração da atividade econômica (ou do ritmo de crescimento da demanda agregada). O objetivo último de tal medida é reduzir pressões inflacionárias que sejam entendidas como provenientes de um excesso de demanda agregada. Fundamentos de Economia - Aula 9 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Políticas Macroeconômicas Política Cambial: conjunto de medidas governamentais visando influenciar o comportamento da taxa de câmbio, isto é, no preço da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras mais utilizadas no comércio internacional. R$ 1,75 = 1 US$ Quando o preço, em reais, de uma unidade de moeda estrangeira sobe, diz-se que o real se desvalorizou. R$ 4 = 1 US$ R$ 6 = 1 US$ Quando o preço, em reais, de uma unidade de moeda estrangeira cai, diz-se que o real se valorizou. R$ 6 = 1 US$ R$ 4 = 1 US$ Efeitos da valorização do real Importação mais barata Maior concorrência no mercado interno Preços internos mais baixos (inflação) Importação de desemprego Redução do saldo da balança comercial Efeitos da desvalorização do real Mais exportação – os produtos nacionais ficam mais competitivos no mercado externo. Aumento do saldo da balança comercial Aumento das reservas cambiais Pressões inflacionárias Regime Cambial Por regime cambial, entende-se a forma como é determinada a taxa de câmbio: taxas de câmbio flutuantes, taxa de câmbio fixa, ou taxa de câmbio administrada. Câmbio Fixo O Banco Central fixa antecipadamente as taxas de câmbio. Garante maior estabilidade para os agentes do mercado. O BACEN pode ter de elevar a taxa de juros para atrair capital financeiro, afetando o setor produtivo. A tendência à valorização da moeda dificulta o processo de exportações. Câmbio Flutuante A taxa de câmbio é determinada pelas forças da oferta e da demanda; Observa-se o superávit da balança comercial; Política monetária mais independente do câmbio; Existe dificuldade de controlar as pressões inflacionárias quando o real se desvaloriza. Câmbio administrado A taxa de câmbio apresenta flutuaçãosuja: ocorre quando, sob um sistema de taxas de câmbio flutuantes, o governo intervém para tentar alterá-las em determinada direção (comprando ou vendendo moeda estrangeira no mercado). Esse sistema visa a proteger as exportações, o emprego, a produção e o nível de preços. Política Fiscal Conjunto de medidas que envolvem a arrecadação de impostos e os gastos públicos. Promoção do bem-estar da população através de gastos em áreas de interesse social e do financiamento desses gastos assentado em um sistema de arrecadação tributária eficiente. Política fiscal expansionista e restritiva Gastos do Governo Despesas Correntes Consumo do Governo Transferências Juros Subsídios Gastos com investimentos Ampliação da capacidade de produção Política Fiscal Déficit e Superávit Orçamentário Dívida Pública e Dívida Líquida Como a política fiscal afeta o nível de renda de uma economia? Atividade 9 Quais os efeitos positivos e negativos da valorização da moeda nacional (dólar barato)? Resposta Importação mais barata Maior concorrência no mercado interno Preços internos mais baixos (inflação) Importação de desemprego Redução do saldo da balança comercial Quais os efeitos positivos e negativos da desvalorização da moeda nacional (dólar mais caro)? Resposta Mais exportação – os produtos nacionais ficam mais competitivos no mercado externo. Aumento do saldo da balança comercial Aumento das reservas cambiais Menor risco para o país e, portanto, mais facilidade para pagamentos externos (dívida externa). Pagamento maior por produtos importados. Aumento dos custos dos produtos que têm componentes importados, o que pode provocar aumento de preços. Fundamentos de Economia - Aula 10 - Emiliane Januário / Andreia Tonani Objetivos desta aula: Destacar a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico; Identificar as variáveis que promovem estes fenômenos. Crescimento versus desenvolvimento Crescimento econômico Aumento contínuo da renda ou PIB real per capita Desenvolvimento econômico Aumento contínuo do bem-estar Pode haver crescimento sem desenvolvimento? E desenvolvimento sem crescimento? Crescimento econômico de longo prazo Y = f(K, L, T) K = capital L = mão-de-obra T = tecnologia Determinantes do crescimento Acumulação de capital Investimento Demanda versus oferta Força de trabalho Crescimento populacional Tecnologia Neutra Poupadora de capital Poupadora de mão de obra “(...) na análise do desenvolvimento econômico incluem-se as mudanças de caráter quantitativo e qualitativo (...)” Para se chegar ao desenvolvimento Crescimento do produto por habitante Redução dos níveis de pobreza, desemprego e desigualdade social. Melhoria nas condições de vida tais como: saúde, nutrição, educação, moradia e transporte. Índice de Gini Mensuração do grau de concentração de renda Diferença de renda entre os mais ricos e mais pobres de um país Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Indicador socioeconômico Análise comparativa entre países “Mix” de indicadores Renda per capita Longevidade Educação Desenvolvimento sustentável “É sustentável o desenvolvimento econômico que atenda às necessidades da geração corrente sem comprometer a capacidade das gerações seguintes atenderem suas próprias necessidades”. Políticas públicas para o desenvolvimento Incentivo ao investimento Incentivo à educação Garantias de Direitos de Propriedade Incentivo à P&D Livre comércio Globalização Integração global das relações econômicas e financeiras Maior dispersão geográfica dos recursos financeiros e produtivos; Mercados mais integrados; Crescimento extraordinário dos fluxos internacionais de produtos e capital; Aumento da concorrência internacional; Avanço na internacionalização da produção e maior integração entre as estrutura produtivas. Referências BAUMANN, R. CANUTO, O. GONÇALVES, R. Economia Internacional: teoria e experiência brasileira. Elsevier, 2004. GONÇALVES, R. Globalização Econômica, em O Nó Econômico, Editora Record, primeiro capítulo, 2002. GREMAUD, A.P. et all. Manual de Economia. Org: Pinho, D.B., Vanconcelos, M.A.S. 5a Edi;ao, Saraiva, 2006. MANKIW, N.G. Introdução à Economia: edição compacta. Pioneira Thomson Learning, 2005. PASSOS, C.R.M. e NOGAMI, O. Princípios de Economia, 4ª Edição, Pioneira Thomson Learning, 2003. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório de Desenvolvimento Humano. 2013, em www.pnud.org.br Atividade 10 O Brasil sempre se destaca no ranking de países com maiores PIB’s do mundo. Em 2013, por exemplo, ficou em 7º lugar, com um PIB de US$ 2,215 trilhões, conforme tabela: Porém, em se tratando de IDH, tem uma classificação pouco satisfatória, ocupando a 84ª posição, ficando atrás de países como Argentina e Chile, conforme podemos ver na tabela. Discuta. PIB absoluto versus PIB relativo (tamanho da população) PIB per capita Má distribuição de renda (Índice de Gini)
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