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Direito civil - Bens e frutos

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1) BENS PRINCIPAIS 
Bens principais sãos bens que tem existência própria, autônoma, que existe por si só, abstrata ou concretamente. 
Art. 92 – CC: 
“Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do principal”. 
São exemplos de bens principais o solo que existe por si, concretamente, sem qualquer dependência, e os contratos de 
locação e compra e venda. 
BENS ACESSÓRIOS 
Bens acessórios são aqueles cuja existência depende do principal. (GONÇALVES, 2012) 
Segundo o doutrinador, Bem acessório é o que supõe, para existir juridicamente, um principal. Nos imóveis, o solo é o 
principal, sendo acessó-rio tudo aquilo o que nele se incorporar permanentemente (p. ex., uma árvore plantada ou uma 
construção), já que é impossível separar a idéia de árvore e de construção da idéia de solo. 
Nos bens móveis, principal é aquele para a qual as outras se destinam, para fins de uso, enfeite ou complemento (p. ex., 
uma jóia — a pedra é acessório do colar). 
 
2) Frutos – São as utilidades que uma coisa periodicamente produz, ou seja, nascem e renascem da coisa sem acarretar-
lhe destruição no todo ou em parte. 
Produtos 
Utilidades não sujeita à renovação posto que a percepção diminui a substância da coisa principal, como, por exemplo, o 
metal precioso de uma mina. 
Rendimentos 
Fruto civil como aluguel, renda percebida pela aplicação do capital, juro, foro etc. 
Pertenças 
Coisa acessória destinada a conservar ou facilitar o uso do bem principal, sem ser parte integrante. É o bem que se destina 
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
Benfeitorias 
Obras ou despesas feitas em bem móvel ou imóvel para conservá-lo (necessária), melhorá-lo (útil) ou embelezá-lo 
(voluptuária). São qualidades que se acrescentam à coisa em virtude de obra humana. 
 
3) Os bens acessórios, segundo Francisco Amaral podem ser: 
- Naturais: os que aderiram naturalmente ao bem principal. Ex: os frutos da árvore 
- Industriais: os derivados na vontade humana. Ex: casa em relação ao solo 
- Civis: bens cuja característica de ser acessório decorre de uma relação de direito. Ex: os juros em relação ao contrato, a 
fiança em um contrato. 
 
4) Bens públicos: São as coisas corpóreas ou incorpóreas pertencentes ao Estado, ou seja, “as pessoas jurídicas de direito 
público interno” (AMARAL, 2006, p.334). Compreendem os bens da União, dos Estados, dos Municípios, do Distrito 
Federal, além das autarquias e das fundações de direito público. Estes Bens podem ser de uso comum (praças, ruas), de 
uso especial (prédios onde funcionam as repartições burocráticas) ou dominicais (bens que não são de uso comum ou 
especial – terras devolutas) 
Bens particulares: Os Bens particulares são os bens que não pertencem às pessoas jurídicas de direito público. O método 
é por exclusão. Aquilo que não pertence ao Estado será pertencente às pessoas de direito privado, quer natural quer as 
pessoas jurídicas. Francisco Amaral, também usa o método da exclusão, expondo que “bens particulares são os outros, 
seja qual for a pessoa a que pertencerem (CC. Art.98)” (AMARAL, 2006, p.334) 
5) Bem público “de uso comum do povo” – Aquele que, embora pertencente a pessoa de direito público interno, pode ser 
utilizado, sem restrição, gratuita ou onerosamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão legal. Por exemplo, 
rua, praça, estrada, jardim, praia, golfo, enseada, mar etc. O uso de tais bens podem estar condicionadas às condições 
impostas por regulamentos. Nada impede que o poder público suspenda seu uso por razões de segurança nacional ou do 
próprio usuário. (CC, Art. 99, I) 
Bem público “de uso especial” – É o utilizado pelo próprio Poder Público, constituindo imóvel aplicado a serviço ou 
estabelecimento federais, estaduais ou municipais, como, por exemplo, prédio onde funciona tribunal, escola pública, 
secretaria, ministério, quartel etc. É o que tem, portanto, uma destinação especial. (CC, Art. 99, II) 
Bem dominical – É o que compõe não só o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, bem como das pessoas 
jurídicas de direito público a que se tenha dado a estrutura de direito privado, como objeto do direito pessoal ou real dessas 
pessoas de direito público interno. Pode abranger coisas móveis ou imóveis, como: título de dívida pública, estrada de 
ferro, terra devoluta, terreno de marinha, mar territorial, oficina e fazenda do Estado, queda d´água, jazida e minério, 
arsenal das Forças Armadas etc. São bens passiveis de alienação, desde que por determinação legal, de conversão em 
bens de uso comum ou especial. (CC, 99, III – CF, Art. 20, I a IV, 176, 26, I a IV – CC, 99, parágrafo único). 
 
6) Inalienabilidade dos bens públicos – Ensina-nos Maria Helena Diniz: 
“Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis. Tal inalienabilidade poderá ser revogada 
desde que: a) o seja mediante lei especial; b) tenham tais bens perdidos sua utilidade ou necessidade, não mais 
conservando sua qualificação; c) a entidade pública os aliene em hasta pública ou por meio de concorrência 
administrativa5”. 
Alienabilidade dos bens públicos dominicais – Os bens públicos dominicais são passiveis de alienação desde que sejam 
observadas as exigências legais. 
Inalienabilidade dos bens públicos e a questão do usucapião – De caráter inalienável, os bens públicos não podem ser 
usucapidos. 
Imprescritibilidade e Impenhorabilidade dos bens públicos como características decorrentes da sua inalienabilidade – De 
caráter imprescritível, os bens públicos não são passíveis de aquisição mediante usucapião; são impenhoráveis porque 
inalienáveis. 
 
7) Os bens alienáveis, disponíveis ou no comércio, são os que se encontram livres de quaisquer restrições que 
impossibilitem sua transferência ou apropriação, podendo, portanto, passar, gratuita ou onerosamente, de um patrimônio 
a outro, quer por sua natureza, quer por disposição legal, que permite, por exemplo, a venda de bem público; Os bens 
inalienáveis ou fora do comércio são os que não podem ser transferidos de um acervo patrimonial a outro ou insuscetíveis 
de apropriação. 
Bens inalienáveis por sua natureza: são os bens de uso inexaurível, como o ar, o mar, a luz solar; porém a captação, por 
meio de aparelhagem, do ar atmosférico ou da água do mar para extrair certos elementos com o escopo de atender 
determinadas finalidades, pode ser objeto de comércio. 
Bens legalmente inalienáveis: são os que, apesar de suscetíveis de apropriação pelo homem, têm sua comercialidade 
excluída pela lei, para atender aos interesses econômico-sociais, à defesa social e à proteção de determinadas pessoas; 
poderão ser alienados, por autorização legal apenas em certas circunstâncias e mediante determinadas formalidades; 
entram nessa categoria: os bens públicos; os dotais; os das fundações; os dos menores; os lotes rurais remanescentes 
de loteamentos já inscritos; o capital destinado a garantir o pagamento de alimentos pelo autor do fato ilícito; o terreno 
onde está edificado em edifício de condomínio por andares; o bem de família; os móveis ou imóveis tombados; as terras 
ocupadas pelos índios. 
Bens inalienáveis pela vontade humana: são os que lhes impõe cláusula de inalienabilidade, temporária ou vitalícia, nos 
casos e formas previstos em lei, por ato inter vivos ou causa mortis.

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