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modelo de peça trabalhista Isabela

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ TITULAR DA .... ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE ....
MARINA, brasileira, estado civil..., empregada doméstica, inscrita sob o número de RG... e CPF nº..., residente e domiciliada na Rua..., nº..., Bairro...,Cidade..., CEP:.., endereço eletrônico... vem, perante Vossa Excelência, através de seu advogado infra-assinado, com endereço eletrônico... Com mandato incluso e endereço profissional na Rua..., n°..., Bairro..., Cidade..., CEP..., onde recebem avisos e intimações, propor a presente
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de MARTHA, brasileira, estado civil..., profissão..., inscrita sob o número de RG... e CPF nº..., residente e domiciliada na Rua..., nº..., Bairro...,Cidade..., CEP:
.., endereço eletrônico..., pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Inicialmente, requer os benefícios da justiça gratuita, à luz da Lei nº 1060/50, vez que é pobre na forma da lei, não podendo arcar com as despesas processuais, sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família, nomeando o signatário da presente como seu patrono, que de logo aceita o munus.
DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA
O Reclamante esclarece que não buscou a conciliação com o Reclamado, por meio da CCP, tendo em vista que esta é uma faculdade do autor, por força da concessão de duas liminares do STF em face à ADI 2139 e à ADI 2160, as quais suspenderam a obrigatoriedade imposta pelo artigo 625-D, CLT.
DO CONTRATO DE TRABALHO
A reclamante foi admitida pela reclamada em abril de 2013 , para exercer a função de serviços domésticos, com remuneração mensal de R$ 900,00 (novecentos Reais) mensais.
Destaca-se que a reclamante fora contratada como empregada doméstica, na qual sua função atribuída era auxiliar nos serviços domésticos...
Ficou pactuado que a reclamante realizaria diversas funções relacionadas ao cargo de empregada doméstica, como serviços domésticos, alimentação, etc.
4. DA MULTA DO ARTIGO 477, § 8º DA CLT
A reclamante foi dispensada , no dia 23/08/2016. Porém, a reclamada não efetuou a homologação da rescisão contratual com o pagamento das verbas rescisórias e entrega das guias para saque do FGTS, até a data de hoje, ultrapassando o prazo legal de 10 dias (vide cópia do TRCT anexo), tampouco efetuou o pagamento dos dias laborados no mês de...
De se ressaltar, que a liberação das guias para saque dos depósitos do FGTS e da multa de 40%, faz parte das verbas devidas na rescisão contratual decorrente de dispensa sem justa causa.
Por todo o exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, § 8º da CLT.
5. DA JORNADA DE TRABALHO
A reclamante fora contratada para trabalhar para reclamada, com a jornada de 12x36 (doze por 36) horas.
6. DO ACÚMULO DE FUNÇÃO
Apesar de a Reclamante ter sido contratada como EMPREGADA DOMÉSTICA (DOC.1), em diversos dias a mesma também passou a exercer a função de BABÁ, porquanto mesmo enquanto estava cuidando das tarefas domésticas tinha que ir até a Escolinha buscar Alice filha da Empregadora Martha, e a deixar no escritório da mesma, usando como meio de transporte para o trajeto ônibus de rua de forma concomitante, ou seja, fazia a limpeza da residência e o almoço, TODOS OS DIAS, religiosamente, e o desvio de função para buscar a filha da Empregadora.
Entretanto, durante todo o pacto laboral, sequer recebeu quaisquer valores referentes a este acúmulo de função, o que proporcionava enriquecimento ilícito ao empregador, o qual contratara uma única pessoa para exercer duas funções distintas.
No entanto, como já demonstrado, a RECLAMANTE fora contratada exclusivamente para exercer a função de empregada doméstica, e não para as duas funções. É importante destacar que, se caso a Reclamada desejasse contratar uma funcionária para exercer as duas funções distintas, deveria constar essa informação no contrato de trabalho, bem como deveria ter majorado o salário.
Ora, Excelência, é notório que houve enriquecimento ilícito da parte do empregador. Mister se faz destacar que, conforme preceitua o disposto no Art. 884, do Código Civil, “aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários”.
O acúmulo de funções tem como característica a sobrecarga de trabalho, desempenho de atribuição que não seja precípua à função para a qual o empregado foi contratado, portanto, o acúmulo de função aqui se faz presente.
Diante do exposto, é inequívoco que a Reclamante tem direito a receber algum valor referente a este acúmulo, e que Vossa Excelência arbitre um valor consentâneo com o plus de atribuições havido, como medida de JUSTIÇA!
6. DAS HORAS EXTRAS – DO INTERVALO DE DESCANSO
Não bastasse o acúmulo de função, Excelência, a RECLAMANTE, durante todo o período trabalhado, não gozava do intervalo mínimo de uma hora para sua refeição e descanso, vez que, sempre que acabava de almoçar em no máximo 15 minutos, já precisava arrumar a cozinha para então depois voltar a cuidar dos serviços domésticos.
Destarte, como é cediço, é direito de todos os trabalhadores que ficam no local de trabalho por mais de 06:00 horas, sendo estes regidos pela CLT ou pela Lei das Domésticas, o direito de fazer intervalo para repouso ou alimentação, de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, conforme o estabelecido no Art. 13 da referida Lei.
Entretanto, a Reclamante laborava 10:30 (dez horas e trinta minutos) consecutivas, e não fazia o intervalo para repouso ou alimentação nem de, no mínimo, 1 (uma) hora, A Reclamante tinha jornada das 07:30 ás 18:00 horas.
Nesse diapasão e a teor do que dispõe a Lei das Domésticas, deverá a Reclamada remunerar as horas que deixou de conceder a Reclamante, a título de hora extra.
Em consonância ao preceito no § 1o do Art. 2º da Lei das Domésticas, “a remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) superior ao valor da hora normal”.
Assim, de acordo com as argumentações supra, e o que será provado na instrução processual, resta incontroverso, data vênia, o direito da reclamante a remuneração de uma hora extra por dia, com acréscimo de 50%, relativo ao intervalo para repouso ou alimentação, não gozado, conforme preconiza o artigo 2º, § 1º da Lei Complementar nº 150, de 1º de junho de 2015 e a pacífica jurisprudência dos Tribunais.
7. DOS DEPÓSITOS DO FGTS
MM Juiz, conforme se verifica pelo extrato do FGTS anexo (DOC. 2), durante todo o contrato de trabalho, a Reclamada não depositou os valores a título de FGTS, devendo ser, portanto, condenada a fazê-lo.
Sendo assim, requer a reclamante a regularização de todos os depósitos (desde a admissão até o mês da dispensa) perante a Caixa Econômica Federal ou a indenização em valor equivalente.
A Lei das Domésticas dispõe sobre a regulamentação do FGTS, definindo que o empregador deverá efetuar na rede bancária um depósito correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ao trabalhador no mês anterior, conforme define o art. 34, IV, da lei acima citada, que diz "O Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes valores: IV - 8% (oito por cento) de recolhimento para o FGTS.
A falta de depósitos na conta vinculada, conforme determina o artigo supracitado, deverão, os valores, serem atualizados com juros e multas previstos no art. 22 da Lei 8.036/90.
Diante do exposto requer que sejam realizados os depósitos de FGTS na conta vinculado ao Reclamante, com os devidos juros e multas previstas em lei.
DA INDENIZAÇÃO POR ASSEDIO MORAL
A nossa Constituição Federal vigente preceitua que:
Art. 5º, V da CF: “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem (grifo nosso).”
Art. 5º, X da CF: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; (grifo nosso). ”
Importanteressalvar que a Emenda Constitucional 45/2004, a Justiça do Trabalho é competente para julgar as ações de indenização por dano moral decorrentes da relação de trabalho, nos moldes do artigo 114, VII da CF, bem como a súmula 392, do TST.
Há que se destacar que o próprio Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgamento de dano moral decorrente da relação laboral
Dentre os direitos fundamentais estabelecidos pela Constituição Federal, estão o respeito à dignidade da pessoa humana e sua intimidade, expressos no art. 5º, incisos, III, V e X . 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua saúde (mental ou física), à sua imagem.
Note-se que quando são mencionados na legislação os termos intimidade, vida privada e honra, a referência é à vida particular do indivíduo (que somente a ele lhe diz respeito), e a ele é garantido o direito de tornar público ou não suas informações ou acontecimentos ocorridos.
A Reclamante, pessoa simples nos últimos vem sofrendo humilhações, insultos acusações de roubo, ficando moralmente arrasada ante o referido constrangimento moral a humilhação e xingamento por superior Sr. Rogério, esposo da Empregadora com quem tratava.
Com efeito, as ações que têm como objetivo a reparação por dano oriundo de ato ilícito, indiscutivelmente, buscam a responsabilidade civil do empregador (artigos 186 e 927 do novel Código Civil), devendo a questão ser resolvida à luz do direito material comum, não obstante, em face da causa remota do pedido emanar da relação de trabalho, a competência material para processar e julgar o feito seja da Justiça Federal Especializada.
Estabelece ainda o art. 157 do Código Civil vigente:
"Art. 157: Ocorre lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta."
Com efeito, caracterizado o ato ilícito da Reclamada e o flagrante prejuízo à parte autora, advém-lhe o dever de reparar o dano nos termos dos artigos 186, 187 e 927 do Código Civil, Lei 10.406/2002:
Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187 - Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Observa-se, nessa hipótese, a presença dos três elementos da responsabilidade civil: o dano material (exercício de função mais qualificada sem compensação salarial), o ato ilícito (abuso do jus variandi) e o nexo causal (dano decorrente do ato ilícito patronal).
O fato ocorrido com a Reclamante durante a relação de emprego não dava o tratamento adequado a obreira, considerando que quando a Sr. Rogério esquecia onde guardava seus objetos, logo o mesmo acusava a Reclamante de ter roubado.
Isso já ocorreu por três vezes, e depois o mesmo encontrou tais objetos, mas nem ao menos pediu desculpas das acusações. A última acusação foi dia 23/08/2016 , quando afirmou categoricamente que a mesma havia roubado seu Rolex, a fendeu chamando de morta de fome, e o entregador de água presenciou tais atos.
Até o momento que a Empregadora Martha chegou em casa encontrou a Reclamante aos prantos e o marido a demitindo de forma brusca, foi quando a Empregadora Martha informou que o relógio estava em sua posse e que havia guardado em outro local. 
8. DA RESCISÃO
A reclamante foi dispensada no momento da última acusação de roubo , pelo marido da Empregadora, aguardou o prazo legal de 10 dias para o efetivo pagamento das verbas rescisórias suas férias a serem gozadas em 2015, o que não ocorreu, motivo pelo qual a reclamante não viu alternativa a não ser procurar a via judicial para que seja realizado o pagamento de tais verbas.
Frise-se que a reclamante sempre desenvolveu com dedicação, afinco e competência o seu labor, não havendo nada que a desabonasse, conforme consta na carta de recomendação (DOC. 3).
9. DOS PEDIDOS
Face ao exposto, pleiteia-se:
a)DEFERIR os benefícios da justiça gratuita, nos termos da Lei n.º 1.060/50, inclusive com isenção das despesas postais, tendo em vista que o reclamante não possui condições de arcar com as custa processuais sem prejuízo de sustento próprio e de sua família.
b). DETERMINAR a CITAÇÃO da Reclamada via correio, no endereço preambularmente invocado, sob pena de confissão e revelia;
b) a condenação da reclamada ao pagamento da multa do artigo 477, § 8º da CLT, conforme item 4
c) a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras por dia laborado em que foi suprimido o intervalo INTRAJORNADA (artigo 71, § 4º da CLT, Súmula 437 do TST), observando-se o divisor 220, o adicional legal de hora extra e a remuneração composta de todas as parcelas de natureza salarial como base de cálculo (En. 60 e 264 do TST), com reflexos nos rsr’s, e, acrescidas destes, repercutirem em férias com adicional de 1/3, 13º salário, FGTS+40%, conforme item 7
d) a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais advindas do acúmulo de funções no período de trabalho, em valor a ser fixado em sentença, com reflexos em horas extras, rsr’s, 13º, férias + 1/3 e FGTS+40%
e) a condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios na base de 30% sobre o valor total da condenação (vide cópia do contrato de honorários anexo) ou em outro percentual arbitrado pelo juízo, a título de perdas e danos suportados pelo reclamante
f) a liquidação da sentença por cálculos.
g) Seja a Reclamada compelida ainda pagar justa indenização por danos morais de cunho punitivo por ter a Reclamante sido humilhada e acusada de roubo, chamando-a até de morta de fome, no valor não inferior a dez salário mínimos ou conforme entendimento de VOSSA EXCELENCIA;
10. DAS PROVAS:
Requer a produção de todos os meios de prova admitidos no direito, na amplitude do art. 369 do CPC em especial: prova documental, documental superveniente e depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confissão, assim como outras que se fizerem necessárias.
11. DO VALOR DA CAUSA:
Dá-se à causa o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais).
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Macaé-RJ, 19 de outubro de 2017.
OAB

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