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UNIDADE 4: Percepção de si no desenvolvimento da autonomia e das capacidades individuais A percepção de si mesmo Podemos considerar a percepção como um dos fatores determinantes para o desenvolvimento da atenção e da memória. Percepção Da mesma forma que o indivíduo percebe e atribui valores à realidade que o cerca, percebe e atribui significados a si mesmo, formando gradativamente seu autoconceito, à medida que se relaciona com os outros e com o ambiente. Como definir percepção de si mesmo? Na filosofia, a percepção e seu efeito no conhecimento e aquisição de informações do mundo é objeto de estudo da Filosofia do Conhecimento. Passa-se a considerar cada vez mais a importância da pessoa que percebe, durante o ato da percepção. A presença e a condição do observador modificam o fenômeno. Precisamos nos conhecer para aprender Nossa atenção, de um modo geral, está sempre dirigida para objetos exteriores a nós mesmos. Estamos atentos às pessoas e às coisas que nos cercam que por qualquer razão despertam o nosso interesse atual. Quase nunca observamos a nós mesmos. Quase nunca estamos conscientes das nossas ações, e menos ainda das nossas reações. Temos, por assim dizer, nítida consciência do comportamento alheio, mas nenhuma consciência do nosso próprio comportamento. Nosso pensamento está constantemente se voltando para o passado ou para o futuro, isto é, para coisas que já fizemos ou que já aconteceram ou para coisas que vamos fazer ou que esperamos que aconteçam. Isto interfere na nossa atividade atual, dificultando a nossa concentração mental. Se não nos conhecemos não podemos avaliar com precisão nosso poder de concentração, o que é extremamente necessário para uma vida profissional, acadêmica e familiar. Perceber a si faz com que você possa estabelecer o verdadeiro grau de importância dos objetos percebidos no ambiente e qual o grau de atenção que estes devem merecer por parte do eu observador (perceptor). A percepção dos objetos acontece pela aplicação da atenção, voluntária ou involuntária. Atenção INVOLUNTÁRIA • Não depende da nossa vontade. • É aquela atenção provocada por um acontecimento qualquer inesperado. Exemplos Um estampido próximo do local onde estamos, a queda de um objeto que produz um forte ruído, um local fortemente iluminado, um grito de alguém etc. Nós dizemos que aquilo "nos chamou a atenção". A nossa atenção foi despertada pelo acontecimento. Também um objeto qualquer pelo qual nos interessamos "chama" a nossa atenção. Atenção VOLUNTÁRIA • Depende da nossa vontade, exige o exercício da nossa vontade. • Sou eu que dirijo a minha atenção para o objeto que eu mesmo escolho ou que me é imposto. A importância de um objeto somos nós que a damos. Alguma coisa pode ser importante para mim e não sê-lo para outros. Se um objeto é importante para mim, eu posso lhe dar mais ou menos atenção, dependendo da importância que eu lhe dou. Assim, a consciência que eu tenho de um objeto aumenta na medida em que eu, por minha vontade, lhe dou mais atenção. De certo modo neste momento estou inserindo nesta avaliação a percepção de mim e que grau de importância o objeto analisado tem para mim. Entretanto, embora eu tenha a consciência nítida de tudo o que me cerca e do que eu faço, nem sempre tenho consciência de mim mesmo como agente da ação. Embora não nos demos conta disso, nós somos sempre agentes. Eu sou o agente que fala, o agente que ouve, que sente, o agente do meu andar, do meu pensar, da minha escolha etc. e a maioria não se dá conta deste seu afastamento de si mesmo. Autoconsciência ou Autopercepção É estar consciente de si mesmo, da sua ação e da sua reação. Exemplo: Estou numa sala de aula, percebo que o professor está lá no seu lugar, percebo também os meus colegas em seus lugares e tudo o que se passa. Eu estou consciente disso tudo. Mas não me percebo a mim mesmo sentado no meu lugar na sala de aula. Eu não estou consciente de mim mesmo. Não consigo me perceber a mim mesmo como percebo os outros. Estou consciente apenas dos outros. OLHA EU AQUI, NESTA SALA DE AULA, ME DANDO CONTA DOS MEUS COLEGAS À MINHA VOLTA E DO PROFESSOR DANDO A AULA. EU ESTOU CONSCIENTE DE TUDO QUE ME CERCA E DAQUILO QUE O PROFESSOR ESTÁ DIZENDO. Em n e n h u m m o m e n to e u d ig o a m im m e sm o Consciência de si mesmo ou Autopercepção É o traço distintivo entre o ser racional e o irracional. O animal, não dotado de razão, é incapaz da autopercepção. A maioria dos seres humanos, talvez por uma deficiência na educação, não desenvolve esta capacidade de autopercepção, permitindo, de certa forma, que sua vida seja comandada pelos outros, isto é, eles agem e reagem em função dos outros. A sua felicidade ou a sua infelicidade depende dos outros. E isto acontece porque eles não aprenderam a estar conscientes das suas ações e principalmente das suas reações. Para estar consciente de suas reações é necessário ter conhecimento de que tipos de ações você é capaz de produzir, isto é autopercepção. Exercício: Entrando em contato com você mesmo Você deve ter participado, quando criança, de uma brincadeira chamada "Estátua!" As crianças se punham em movimento e em dado momento alguém dizia: estátua. Todos ficavam imóveis, como se fossem estátuas. Pois eu peço a você, que, neste momento, fique imóvel, na posição em que estiver, como se tornasse uma estátua. Uma estátua não fala e não pensa. Apenas veja, perceba, como é essa estátua: qual a posição dos seus pés, das suas pernas, dos seus braços, das suas mãos, a posição do seu corpo na cadeira, enfim, "olhe" para a sua estátua, olhe para você mesmo, sem fazer qualquer juízo a respeito." Com este exercício estamos entrando em contato conosco mesmos. Estamos "olhando" para nós mesmos. Para complementar seu aprendizado, não esqueça de ler os textos disponíveis no nosso AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)
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