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Propriedades Mecânicas dos Metais Aula 5 Propriedades Mecânicas dos Materiais As propriedades mecânicas dos materiais são verificadas através de execução de experimentos de laboratório cuidadosamente programados, que reproduzem o mais fielmente possível as condições de serviço - ENSAIOS Principais Propriedades Mecânicas Limite de Resistência a tração Modulo de Elasticidade Limite de escoamento Dureza Ductilidade Tenacidade Como determinar as propriedades mecânicas? Através de ensaios mecânicos. Utiliza-se corpos de prova para testar Normas técnicas padronizam procedimento de ensaio, medidas e confecção dos corpos de prova. Fatores considerados: natureza da carga aplicada, duração da aplicação e condições ambientais Solicitações Mecânicas Ensaio de Tração ASTM E8-M Ensaio de tração Ensaio de tração normas Preparação dos corpos de prova : ASTM B208-06 , Standard Practice for Preparing Tension Test Specimens for Copper Alloy Sand, Permanent Mold, Centrifugal, and Continuous Castings ASTM E 8/E8M, Standard Test Method for Tension Testing of Metallic Materials Ensaio de Tração ASTM E 21, Standard Test Methods for Elevated Temperature Tension Tests of Metallic Materials ASTM D 638, Standard Test Method for Tensile Properties of Plastics ASTM D 3039/D 3039M, Standard Test Method for Tensile Properties of Polymer Matrix Composite Materials ASTM E 8/E8M , Standard Test Method for Tension Testing of Metallic Materials www.astm.org Tensão e deformação de engenharia Tensão de Engenharia F – carga instantânea aplicada em uma direção perpedicular a seção reta da amostra, Ao – área da seção reta original antes da aplicação da carga Deformação de Engenharia lo – comprimento inicial antes de qualquer deformação l– comprimento instantâneo ∆l – alongamento da deformação Deformação Elástica Para a maioria dos metais que são submetidos a um nível de tensão relativamente baixo a tensão e a deformação são proporcionais entre si - Precede à deformação plástica - É reversível - Desaparece quando a tensão é removida - É praticamente proporcional à tensão aplicada (obedece a lei de Hooke) Tensão aplicada E - Módulo de elasticidade do material – relacionado com as forças de ligações interatômicas Deformação Deformação Plástica É provocada por tensões que ultrapassam o limite de elasticidade É irreversível porque é resultado do deslocamento permanente dos átomos e portanto não desaparece quando a tensão é removida Diagrama tensão x deformação Tensão máxima – deformação uniforme na região estreita Constrição- deformação confinada ao pescoço 1- Limite de Resistência a tração 2 – Limite de escoamento 3 – Módulo de elasticidade (E) ou limite de proporcionalidade (P) 4- Tensão de ruptura Escoamento e limite de escoamento Estruturas- projetada para assegurar uma deformação elástica Desejável conhecer o nível de tensão onde a deformação plástica tem início – fenômeno de escoamento Linha reta construída paralelamente à porção elástica da curva tensão deformação a partir de uma pré deformação específica, geralmente de 0,002. Limite de Resistência à Tração É a tensão no ponto máximo da curva tensão x deformação de engenharia É a tensão máxima que pode ser sustentada por uma estrutura que se encontra sob tração Empescoçamento - Pequena constrição(pescoço) começa a se formar em algum ponto do material e toda deformação subseqüente fica confinada a este pescoço Ductilidade Medida do grau de deformação plástica que foi suportado até a fratura Importante pois : 1) Indica para um projetista o grau segundo o qual uma estrutura irá se deformar plasticamente antes de fraturar 2) Especifica o grau de deformação permissível durante operações de fabricação Materiais Frágeis – pequena ou nenhuma deformação plástica %AL = 100 x (Lf – Lo )/Lo %RA = 100 x(Ao - Af )/Ao Ductilidade Modos de Fratura Fratura dúctil -absorve uma grande quantidade de energia .Alta ductilidade Fratura frágil – sem deformação plástica considerável antes da ruptura.Baixa ductilidade. Ruptura catastrófica Material DÚCTIL- FRÁGIL : alta V de aplicação de carga, concentrador (trinca, entalhe), baixa T Navios cargueiros Liberty 1943 Uso intensivo de solda • Fraturas em águas calmas nos meses de inverno Modos de Fratura Titanic - fragilidade do seu aço devido as águas frias do Atlântico Norte Testes feitos por metalúrgicos no Canadá sugeriram que o aço das placas de seu casco tornava-se frágil a cerca de 32°C. Isto contrasta com os aços modernos, onde a temperatura de transição dúctil-frágil é de -27°C. Aspectos macroscópicos da fratura Dúctil - fratura em aproximadamente em 45º em relação ao eixo de aplicação de carga – taça e cone Frágil - fratura perpendicular ao eixo de aplicação de carga Aspectos Microscópicos da Fratura- Fractografia Aço de baixo carbono ensaiado a 25°C Aço de baixo carbono ensaiado a -190°C Presença de “dimples” alongados na direção da carga aplicada Presença de rede de degraus 20 Ensaio de impacto Charpy O ensaio é realizado em pêndulo de impacto . O corpo de prova é fixado num suporte, na base da máquina. O martelo do pêndulo é liberado de uma altura pré-definida, causando a ruptura do corpo de prova pelo efeito da carga instantânea. A altura de elevação do martelo após o impacto dá a medida da energia absorvida pelo corpo de prova. O teste pode ser conduzido em temperatura ambiente ou em temperaturas mais baixas para testar a fragilização do material por efeito de baixa temperatura. Ensaio de impacto Charpy ASTM E23-05 Standard Test Methods for Notched Bar Impact Testing of Metallic Materials (2005) (cobre Charpy e Izod) ASTM F2231-02e1 Standard Test Method for CHARPY Impact Test on Thin Specimens of Polyethylene Used in Pressurized Pipes (2002) Ensaio de impacto Charpy Tensão verdadeira x deformação verdadeira A diminuição na tensão necessária para continuar a deformação após o ponto M parece indicar que o material está se tornando mais fraco Isto está longe de ser o caso; na realidade; ele está aumentando em resistência. Contudo, a área da seção transversal está diminuindo rapidamente na região do pescoço, onde a deformação está ocorrendo, isto resulta em redução da capacidade do corpo de prova em suportar uma carga A tensão de engenharia calculada é dada com base na área da seção reta original antes de qualquer deformação e não leva em consideração essa diminuição da área na região do pescoço A tensão verdadeira σv é definida como sendo a carga F dividida pela área da seção reta instantânea Ai, sobre a qual a deformação está ocorrendo (isto é, o pescoço após o limite de resistência à tração) Tenacidade Representa uma medida da habilidade de um material em absorver energia até a fratura; Pode ser determinada a partir da curva tensão x deformação. Ela é a área sobre a curva Para que um material seja tenaz, deve apresentar resistência e ductilidade. Materiais dúcteis são mais tenazes que os frágeis Dureza Definição – medida da resistência de um material à deformação plástica localizada (pequena impressão ou risco) Depende das forças de ligação presentes no material e de seu processamento (Tratamento térmico, processo de fabricação, etc Dureza Primeiros ensaios de dureza – baseados em minerais naturais Escala de Mohs – habilidade de um material riscar o outro mais mole sendo que a dureza aumenta em ordem crescente Dureza Desenvolvimento de técnicas quantitativas ao longo dos anos Identador (Penetrador) é forçado contra a superfície de um material a ser testado, sob condições controladas de carga e taxa de aplicação. Dureza Vantagens : Ensaio não destrutivo,rápido, barato; Pode fornecer valores de outras propriedades como limite de resistência a tração; LRT (MPa) = 3,45 x HB LRT (psi) = 500 x HB Dureza – tipos de ensaios Os ensaios de dureza mais comuns são: Ensaio de dureza Rockwell Ensaio de dureza Brinel Ensaios menos comuns: Ensaio de dureza Vickers Ensaio de dureza Knoop Ensaio de dureza Rockwell Método mais comum Simples execução O equipamento Identador Identificador 31 Ensaio de dureza Rockwell Várias escalas podem ser usadas a partir da utilização de identadores diferentes Ensaio em vários materiais – quase todas as ligas metálicas, polímeros Tipos de identadores: Esferas de aço endurecidas Penetrador de diamante cônico Ensaio de dureza Rockwell Ensaio rockwell – utiliza uma pré carga (10 kg) seguida de uma carga maior (60, 100 ou 150 kg)para aumentar a precisão do ensaio. Ensaio Rockwell superficial –utiliza uma pré carga de 3kg e cargas de 15, 30 e 45 kg.utilizados para corpos de prova mais finos O resultado fornecido é a diferença entre a profundidade de impressão da carga maior e da pré carga. Ensaio de dureza Rockwell Ensaio de dureza Rockwell Especificações de dureza Rockwell Ex: 30 HRC , representa uma dureza de 30 medida na escala C Para cada escala os valores podem variar de 20 a 130, porém conforme se afastam destes valores, se tornam imprecisos – utiliza – se então a proxima escala, maior ou menor Escala C – refere – se ao tipo de identador utilizado Tipos de identador P – carga aplicada Dureza Brinell Método que consiste em fazer penetrar uma esfera de aço endurecido ou metal duro no material Fig.1- esfera de aço do equipamento de dureza brinell Esfera de aço (steel) – HBS Esfera de carboneto de tungstênio - HBW Dureza Brinell 1° Ensaio de dureza por penetração padronizado e reconhecido industrialmente; Dureza Brinell O método de dureza brinell é ideal para a análise de materiais heterogêneos, ou seja, que possuem 2 fases ou mais , devido ao tamanho da esfera (grande impressão que o identador provoca no corpo de prova).Deste modo, a dureza medida é uma média ente as fases pois a esfera não toca somente uma fase especificamente. Fig.2- Micrografia de um ferro fundido nodular perlítico. Fig.3- Durômetro Brinell. Dureza Brinell Quanto maior o diâmetro impresso, mais “mole” é o material Como é medida a dureza brinell na prática?O diâmetro impresso é medido com um microscópio de baixo aumento especial- escala gravada em sua ocular - acoplada ao equipamento . Dureza Brinell Técnicas semi automáticas : câmera acoplada ao microscópio transfere dados para o computador Desvantagem: preparação mais minuciosa da amostra. Dureza Brinell Espessura – no mínimo dez vezes a profundidade da impressão; Impressões: espaçamento de no mínimo 3 x o diâmetro da impressão entre os centros de duas impressões ou entre o centro da impressão e a aresta do corpo de prova; Regras para o corpo de prova: Estas regras também são válidas para os ensaios de dureza Rockwell Dureza Brinell Regras para Endentadores: O USO DE QUALQUER CARGA E QUALQUER DIÂMETRO DE ESFERA NÃO PRODUZEM NUM MESMO MATERIAL VALORES IDÊNTICOS DE DUREZA ESCOLHA DO TIPO DE ESFERA (AÇO OU CARBONETO DE TUGSTÊNIO) Depende da faixa de dureza do material Esfera de aço para durezas menores que 430 HB Dureza Brinell Exercício Uma empresa comprou um lote de chapas de aço carbono com a seguinte especificação: Espessura: 4mm Dureza brinell: 180HB Deve – se submeter as chapas ao ensaio de dureza para ver se estão de acordo com as especificações.Nosso problema consiste em saber se estas chapas podem ser ensaiadas com uma esfera de 10 mm. HB=F/π.D.p p= profundidade da impressão D=diâmetro da esfera, F=força ou carga aplicada Como representar a dureza brinell Se o ensaio não for com carga, tempo e esfera padrão Ex: um valor de dureza brinell de 120, medido com uma esfera de 5mm de diâmetro, utilizando uma carga de 250Kgf por 30 segundos é representado por: Se o ensaio for com carga , tempo e esfera padrão – ex: 60 HB 120HB 5/250/30 Ensaio de dureza Vickers e Knoop Identadores – pirâmides de diamante Cargas aplicadas - muito menores que rockwell e brinell – 1 a 2000g; Designação – HK ou HV Podem ser utilizados como métodos de Microdureza. Métodos adequados para medidas em regiões pequenas; Dureza Vickers A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada carga. Dureza Vickers [mm] F [kgf] Microdureza Utilizada em aplicações específicas, voltadas principalmente para superfícies tratadas (carbonetação, têmpera) , determinação de dureza de microconstituintes individuais de uma microestrutura. Procedimento prático equivalente ao ensaio Vickers porém utiliza cargas menores que 1 kgf podendo ter valores tão pequenos como 10 gf. A carga aplicada é pequena e a impressão produzida é microscópica, como mostra a figura ampliada Defeitos de impressão Uma impressão perfeita - lados retos. - Defeitos de impressão: afundamento ou aderência do metal em volta das faces do penetrador. Vantagens Escala contínua de dureza, medindo todas as gamas de valores de dureza numa única escala; As impressões são extremamente pequenas e, na maioria dos casos, não inutilizam as peças, mesmo as acabadas; O penetrador, por ser de diamante, é praticamente indeformável; Este ensaio aplica-se a materiais de qualquer espessura, e pode também ser usado para medir durezas superficiais; Limitações Cuidados especiais para evitar erros de medida ou de aplicação de carga, que alteram muito os valores reais de dureza; A preparação do corpo de prova - obrigatoriamente, por metalografia A máquina de dureza Vickers requer aferição constante, pois qualquer erro na velocidade de aplicação da carga traz grandes diferenças nos valores de dureza. Fadiga É o fenômeno de fratura sob tensão cíclica (abaixo Le) e após um certo número de ciclos Comum em eixos em rotação, molas, asas de avião etc.. Fadiga Mas se estou abaixo do limite de escoamento, o material não deveria sofrer apenas deformação elástica? Sim, para um carregamento estático – movimento de um pequeno numero de discordâncias que afloram a superfície, deixando um degrau que é um deformação plástica tão pequena que é desprezível sob carregamento estático. Não para carregamento cíclico - após alguns ciclos há um encruamento do material, seguido de aumento de rugosidade que atua como um concentrador de tensões, nucleando uma trinca. Aspectos da fratura por fadiga Fatores que influenciam a vida em fadiga 1- Acabamento superficial 2- Teor de impurezas 3- Tratamentos termoquímicos 4- Presença de Shotpeening – induz tensões de compressão na superfície 5- Descarbonetação - cai a resistência 6- Corrosão – reduz acabamento superficial, concentra tensões Fadiga Mecânica – Voo JAL-123 (1985) Pior desastre com uma única aeronave na história da aviação, morreram 520 pessoas no voo entre Tóquio e Osaka onde este se chocou contra uma montanha após perder a cauda. Caverna de pressão traseira do aparelho, um Jumbo 747 da Japan Airlines, se rompeu devido a um reparo mal executado pela manutenção. O ar pressurizado da cabine entrou na cauda, arrebentando partes da fuselagem e danificando o sistema hidráulico. Segundo o relatório, a inspeção também falhou ao não detectar a fadiga do metal. A cauda havia sido retirada para reparos e, na substituição, foi fixada com somente uma fileira de rebites onde seriam necessárias duas. Com o passar do tempo e decorrente da operação normal da aeronave, houve uma fadiga no material resultando na quebra abrupta de toda a parte.
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