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Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 6 MOMENTO DE UMA FORÇA – FORMULAÇÃO ESCALAR O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo fornece uma medida da tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em torno do ponto ou do eixo. Como exemplo, considere a força horizontal xF que age perpendicularmente ao cabo da chave inglesa e está localizada a uma distância yd do ponto O, na Figura 1. Pode-se observar que essa força tende a provocar um giro do tubo em torno do eixo z. Quanto maior a força ou a distância yd , maior o efeito da rotação. Essa tendência de rotação provocada pela força xF algumas vezes é chamada de torque, mas normalmente é denominada momento de uma força ou simplesmente momento ( )O zM . Observe que o eixo do momento (z) é perpendicular ao plano sombreado xy, o qual contém tanto xF quanto yd e que intercepta o plano no ponto O. Figura 1. Considere agora a aplicação da força Fz na chave inglesa da figura 2. Essa força não provocará rotação no tubo, em torno do eixo z. Em vez disso, a tendência de giro do tubo será em torno do eixo x. Observe que, embora não seja possível realmente girar o tubo dessa maneira, Fz ainda provoca uma tendência de rotação, e assim é produzido o momento ( )O xM . Da mesma maneira que no caso anterior, a força e a distância yd estão contidas no mesmo plano sombreado yz que, por sua vez, é perpendicular ao eixo (x) de momento. Figura 2. Finalmente, se uma força Fy é aplicada à chave na Figura 3, nenhum momento é produzido em relação ao ponto O. Nesse caso, haverá ausência total de giro do tubo, uma vez que a linha de ação da força passa pelo ponto O e, em consequência, nenhuma tendência de rotação será possível. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 7 Vamos agora generalizar a discussão anterior e considerar a força F e o ponto O, que estão situados no plano sombreado (Figura 4a). O momento MO em relação ao ponto O, ou ainda em relação a um eixo que passa por O perpendicularmente ao plano, é uma quantidade vetorial, uma vez que depende de sua intensidade ou módulo, direção e sentido para ser determinado. Intensidade: A intensidade de MO é: OM Fd onde d é denominado braço do momento e é a distancia perpendicular do ponto O até a linha de ação da força. As unidades do momento são dadas pelo produto de força por distancia, por exemplo, N.m ou lb.pé. Direção e sentido: Regra da mão direita. O vetor momento MO é representado em três dimensões por uma seta envolvida por outra seta de formato circular, para distingui-lo do vetor força. Muitos problemas em mecânica, entretanto, envolvem sistemas de forças coplanares que podem ser representados convenientemente em duas dimensões (Figura 4b). Nesse caso, MO é representado pela seta de formato curvo (no sentido anti-horário), que indica a ação da força F. A extremidade da seta de formato curvo é usada para mostrar o sentido de rotação provocado por F. Momento resultante de um sistema de forças coplanares: Se um sistema de forças se situa em um plano xy, então o momento produzido por cada força em relação ao ponto O é direcionado ao longo do eixo z, como se vê na Figura 5. Consequentemente, o momento resultante MRo do sistema pode ser determinado adicionando-se os momentos de todas as forças algebricamente, uma vez que os momentos vetores são colineares. Podemos escrever essa soma algebricamente como: RoM Fd A seta indicada no sentido anti-horário dessa equação significa, convencionalmente, que o momento de qualquer força será positivo se apontar ao longo do eixo z positivo e negativo se estiver direcionado ao longo do eixo z negativo. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 8 Exemplos: 1) Determine o momento da força em relação ao ponto O em cada caso ilustrado na figura. 2) Determine os momentos da força de 800 N que atua sobre a estrutura na figura em relação aos pontos A, B, C e D. 3) Determine o momento resultante das quatro forças que atuam na haste mostrada na figura em relação ao ponto O. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 9 SISTEMA EQUIVALENTE Uma força aplicada sobre um corpo tem a capacidade de provocar tanto sua translação quanto sua rotação, com intensidade que depende do ponto de aplicação e de como essa força é aplicada. Quando um corpo rígido está sujeito a um sistema de forças e momentos, com frequência é mais simples estudar os efeitos externos sobre ele substituindo o sistema por uma única força resultante equivalente, atuando em um ponto especifico O, e um momento resultante. Em resumo: UM SISTEMA EQUIVALENTE REPRESENTA UM SISTEMA NO QUAL A FORÇA E O MOMENTO RESULTANTE PRODUZAM NA ESTRUTURA O MESMO EFEITO QUE O CARREGAMENTO ORIGINAL APLICADO. Esse procedimento de simplificação de qualquer sistema de forças e momentos de binários em uma força resultante atuando no ponto O e um momento resultante pode ser generalizado e representado pela aplicação das seguintes equações: O R R O F F M M Se duas forças atuam em um bastão e são substituídas por uma força resultante e um momento resultante, no ponto A, ou de forma análoga no ponto B, então, em cada caso, a mão pode fornecer a mesma resistência à translação e rotação para manter o bastão na posição horizontal. Em outras palavras, os efeitos externos sobre o bastão são os mesmos em cada caso. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 10 Exemplos: 1) Substitua as forças atuantes no suporte mostrado na figura por uma força resultante e um momento atuante no ponto A. Sistema equivalente 2) Substitua o sistema de forças que atua sobre a viga por uma força e um momento equivalentes, no ponto A. 3) Substitua as cargas atuantes na viga por uma única força resultante. Especifique onde a força atua, tomando como referencia o ponto B. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 11 REDUÇÃO DE UM CARREGAMENTO DISTRIBUIDO Em algumas situações um corpo pode estar sujeito a um carregamento que está distribuído sobre uma superfície. Por exemplo, a pressão do vento sobre a superfície de um cartaz de propaganda (outdoor), a pressão da água dentro de um tanque ou o peso da areia sobe o piso de uma caixa de armazenamento são cargas distribuídas. A pressão exercida em cada ponto da superfície indica a intensidade da carga. Ela é medida usando pascals Pa (ou N/m 2 ) em unidades do SI. Carregamento uniforme ao longo de um único eixo O tipo mais comum de carga distribuída encontrado na prática de engenharia é geralmente uniforme ao longo de um único eixo. Por exemplo, considere a viga da Figura 1 que possui uma largura constante e está sujeita a um carregamento de pressão que varia apenas ao longo do eixo x. Figura 1 Figura 2 Figura 3 Esse carregamento pode ser descrito pela função 2( ) N mp p x . Ele contém somente uma variável x e, por isso, também podemosrepresentá-lo como um carregamento distribuído coplanar. Para isso, multiplicamos a função de carregamento pela largura b da viga, tal que ( ) ( ) N mw x p x b (Figura 2). O próximo passo é substituir esse sistema de forças paralelas coplanares por uma única força resultante equivalente RF que age em uma posição especifica sobre a viga (Figura 3). A intensidade de RF é equivalente à soma de todas as forças do sistema. Nesse caso, precisamos usar integração porque existe um número infinito de forças paralelas Fd agindo sobre a viga (Figura 2). Como Fd está agindo sobre um elemento do comprimento dx , e ( )w x é uma força por unidade de comprimento, então, ( )dF w x dx dA . Em outras palavras, a intensidade de Fd é determinada pela área diferencial em cinza dA abaixo da curva de carregamento. Para o comprimento inteiro L, ( )R L A F w x dx dA A Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 12 Portanto, a intensidade a força resultante é igual à área total A sob o diagrama de carregamento (Figura 3) Localização da força resultante Aplicando-se a equação OR O M M , a posição da linha de ação de RF pode ser determinada igualando-se os momentos da força resultante aos da distribuição das forças paralelas em relação ao ponto O (eixo y). Como Fd produz um momento de ( )x dF x w x dx em relação a O (Figura 2), então, para o comprimento inteiro ( )R L x F x w x dx ( ) ( ) L A L A x w x dx x dA x w x dx dA Essa coordenada x , localiza o centro geométrico ou centróide da área sob o carregamento distribuído. Em outras palavras, a força resultante tem uma linha de ação que passa pelo centróide C (centro geométrico) da área sob o diagrama de carregamento. Uma vez que x é determinado, RF , por simetria, passa pelo ponto ( ,0)x na superfície da viga. Portanto, nesse caso, a força resultante possui uma intensidade igual a área sob a curva de carregamento ( )p p x e uma linha de ação que passa pelo centróide dessa área. EQUILIBRIO DE UM CORPO RIGÍDO Matematicamente, o equilíbrio de um corpo é expresso como: 0F FR e ( ) 0R O OM M Reações de apoio: Se um apoio impede a translação de um corpo em uma determinada direção, então, uma força é desenvolvida no corpo nessa direção; Se a rotação é impedida, um momento de binário é exercido sobre o corpo; Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 13 Rolete ou apoio móvel: Esse tipo de apoio apenas impede que a viga translade na direção vertical, o rolete só exercerá uma força sobre a viga nessa direção (possui apenas uma incógnita, a reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície do ponto de contato). Articulação ou pino: O pino passa por um furo na viga e duas folhas que são fixas no solo. Neste caso, o pino pode impedir a translação da viga em qualquer direção , e portanto o pino deve exercer uma força F sobre a viga nessa direção (possui duas incógnitas, as reações são os dois componentes da força resultante e atuam paralela e perpendicularmente à superfície do ponto de contato). Apoio fixo ou engastamento: Esse apoio impedirá tanto a translação quanto a rotação da viga. Para isso, uma força e um momento devem ser desenvolvidos sobre a viga em seu ponto de conexão (possui três incógnitas, as reações são os dois componentes da força resultante que atuam paralela e perpendicularmente à superfície do ponto de contato e um momento). Exercícios: 1) Determine as reações nos apoios A e B. Despreze o peso da viga. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 14 2) Determine a intensidade das reações na viga 3) Determine a intensidade das reações na viga 4) Determine as reações nos apoios A e B da estrutura. Resistência dos Materiais – Prof. Lyvio edulyvio@gmail.com Página 15 5) Determine as componentes horizontal e vertical da reação no pino A e a tração desenvolvida no cabo BC usado para sustentar a estrutura de aço da figura. 6) Determine as reações nos apoios A e B para o equilíbrio da viga. 7) Determine a força no cabo e os componentes horizontal e vertical da reação do pino em A. A polia em D é sem atrito e o cilindro pesa 80 libras. Fonte: Hibbeler, R. C. - Estática
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