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1. Teoria Geral da Prova

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DIREITO PROCESSUAL PENAL II
Prova
7º Período “A”
TEORIA GERAL DA PROVA
Art. 155 CPP – Prova no Processo Penal.
1. Evolução Histórica
	Visa construir um ato considerado ilícito, e com essa reconstrução tornar viável a responsabilidade penal, indicando a autoria e a materialidade, através do processo judicial, que é viabilizado através da denúncia (MP) ou queixa (vítima), formando o devido processo legal ou substanciado. Deverá ser associado com a ampla defesa. Desta forma nasce o acusado/querelante, ó será considerado réu, quando houver o devido processo legal. 
	Só terá processo se houver a denúncia (MP) ou queixa (particular) recebida pelo juiz (petição acusatória).
	Quando o juiz recebe a queixa/denúncia, tem que citar o acusado para então o processo está plenamente formado (triangula: Autor – Juiz – Réu).
2. Conceito:
	Prova é tudo aquilo que é levado ao conhecimento do magistrado na expectativa de convencê-lo acerca da realidade dos fatos (Nicola Malatesta).
Art. 155 CPP e Art. 93, IX CF/88 – Traz o livre convencimento motivado. 
	Art. 155, CPP -  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 93, CF - Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O Direito penal, não pode contrariar a Constituição Federal, sempre irá prevalecer o texto da CF/88, mas eles são compatíveis em no que se refere à motivação e fundamentação das decisões, sob pena da sua nulidade. É necessário demonstrar todos os fatores que utilizou para chegar a decisão, com critérios legalmente estruturados e procedimentos adequado para fundamentar sua decisão. 
3. Sistema de validação da Prova:
	O sistema adota três possibilidades para a aplicação da prova, a mais utilizada é o Livre Convencimento Motivado.
3.1 – Livre Convencimento Motivado – É a regra, pois o magistrado tem que demonstrar/fundamentar os critérios para sua decisão. Apesar de ter o livre convencimento (não vincula o juiz a decidir pelo que as partes alegarem nem pela prova pericial), tem que justificar sua decisão.
	Ouvir a acusação e defesa é importante para dá equilíbrio e para que possa julgar com responsabilidade.
	O Juiz pode não aceitar a perícia, no entanto, deve justificar sua recusa.
3.2 – Íntima Convicção (Art. 5º, XXXVIII) – É específico para o conhecido “Tribunal do Júri”, será um juiz de fato (jurados), e não um juiz de direito que irá decidir. Entre a população serão convocadas 25 pessoas, no dia serão sorteados 07 que serão os jurados (juiz de fato). São pessoas, comuns, que não passaram em concurso público, mas que a CF/88 estabelece como clausula pétrea, onde deve exercer a cidadania, participando democraticamente das decisões. A população deve participar. 
	Os jurados não precisam motivar/fundamentar suas decisões, apenas perguntará se eles absorvem ou não o acusado. Eles responderão apenas “sim ou não”.
	Quem irá prolatar a decisão e verificar as questões de direito será o Juiz de Direito, sobre o que foi decidido pelos jurados.
	Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
3.3 – Prova Tarifada (Art. 158 CPP) – É aquela que a Lei já tarifa, determina que prova tem que ser feita para chegar a conclusão da decisão. Obriga o magistrado a usar e fazer a prova para concluir o procedimento, ou seja, a prova deve contar no processo sob pena de “Ausência de Justa Causa”.
Ex.: Estupro, fragmento nas unhas, vestígios que devem ser verificados por perícia criminal, para que seja elaborado um parecer técnico.
Obs.: Vestígio não é prova, porque ainda está na faze de investigação, há apenas indícios, não a valoração de uma efetiva prova, que necessita passar pelo contraditório e ampla defesa. O vestígio é uma mera suposição, não é definitivo, para isso é necessário passar por todo processo para se caracterizar como prova. 
	Nos casos em que a infração deixa vestígios, será indispensável/obrigatório o exame de corpo delito, mesmo que o acusado confesse, porque no Brasil a confissão não é suficiente para condenar. Ainda que confesse tem que passar pelo processo para que confirme a autoria. Se não houver prova da materialidade o acusado deverá ser absolvido (princípio do in dubio pro reo). Art. 158 CPP.
4. Natureza jurídica da Prova
	Natureza de Direito Subjetivo ligado ao Direito de Ação (atividade acusatória) ou Exercício de Defesa. 
Obs.: Concursos e doutrina sobre o direito de prova – O sujeito tem a possibilidade de se defender e construir suas próprias provas. 
Direito Subjetivo – Depende da apuração praticada pelo sujeito.
5. Objeto da Prova
	Está vinculado a “provar um fato acontecido no passado”.
6. Objetivo da Prova
	Convencer o magistrado que vai decidir a ação judicial.
7. Classificação Probatória
7.1 – Quanto ao Objeto:
Direto: Aquele que incide diretamente sobre o fato. Ex.: testemunha viu o acusado matar a vítima.
Indireto: Aquele que se refere a outro fato, que por raciocínio/lógica/dedução indica o fato principal. Ex.: Testemunha prova que no dia do crime o acusado estava com ela em outro local. 
7.2 - Quanto ao Valor da Prova:
Indiciário / Circunstancial: Embora seja indício de prova, não é plena e não confirma a materialidade do crime, há apenas indícios. Se deduz que “X” é autor do fato, mas ainda não tem certeza, não pode afirmar, é preciso ter a confirmação.
Pleno: É a prova confirmada, que o sujeito realmente concretizou o crime. 
7.3 – Quanto ao Sujeito ou Causa:
Real: A prova emerge do próprio fato, alguém que presenciou, fotografou, filmou. Transmite a realidade do evento fático, como aconteceu.
Pessoal: Aquela que depende das inferências das pessoas. Origina-se do ser humano, com o depoimento por exemplo.
7.4 – Quanto a Aparência ou Forma:
Testemunhal: Depende das pessoas (depoimentos prestados)
Documental: Representa graficamente o pensamento de alguém, escritos, desenhos, etc. Documentos produzidos no decorrer do processo. Ex.: Suicidou e deixou uma carta.
Material: Aquele que é elemento corpóreo, a perícia (exame pericial), que comprova a materialidade dos fatos. Ex.: Exame corpo de delito.
Art. 158 CPP
	   Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Observação: Questão Espinhosa: Prova anômala e prova Irritual.
Prova Anômala: É um meio de prova legítima, no entanto, não tem previsão legal. É anômala porque é inominada, a lei não traz denominação. Ex.: Prova na Revisão Criminal.
Prova Irritual: Não obedece a forma do rito determinado, ou havendo rito, segue um diferente daquele que seria aplicado. Ou viola o rito, ou segue um que não é previsto no processo penal. Ex.: quando existe lacuna, utiliza analogia, interpretação extensiva. 
8. Meios de Prova
	São Instrumentos empregados para a colheita da prova, visando influir no convencimento do julgador.
9. Classificação:9.1 – Prova Nominada: Aquela que possui previsão em Lei. Tem nome e designação no CPP e leis especiais. (Art. 158 a 250 CPP).
9.2 – Prova Inominada: Não estão prevista na legislação, porém, é considerado um meio de prova, pois não há vedação. Ex.: Reconhecimento de voz.
10. Princípios que regulamenta a Prova
10.1 – Liberdade na produção Probatória: Art. 93, IX CF – Esse é o princípio básico da produção de prova. O juiz baseado nas provas deve julgar com o livre convencimento (tem a livre apreciação), mas fundamentando a decisão. Fundamentar porque acatou ou rejeitou determinada prova. Prova – Pressupões que há processo em andamento, em regra as partes produzem as provas, ao juiz é vedado. 
Súmula 455 STJ – É uma orientação jurisprudencial, que trata as provas que podem ser produzidas livremente (provas cautelares, provas não repetíveis, provas antecipadas). Essas provas podem ser produzidas pelo Juiz de ofício, até mesmo na fase em que ainda não estiver instaurado o processo. 
Exceção: Prova de Ofício – Só pode acontecer excepcionalmente (provas cautelares, não repetíveis e antecipadas).
Ex.: Busca e apreensão na faze de investigação, pede autorização para juiz.
Ex.: Testemunha com doença terminal, perto de falecer, chama para colher seu depoimento.
	Art. 155.  O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 156.  A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:  (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
10.2 – Verdade Real ou Material: a Doutrina e Jurisprudência encontra grande resistência pela denominação dada ao esse princípio, pois eles questionam se existe “verdade real”, visto que a verdade depende da ótica de quem está reconstruindo o fato, que pode dá sentido diferente de pessoa para pessoa. Está vinculada a reconstrução da realidade dos fatos. 
	A vertente mais aceita é a Verdade Processual, que é a verdade aproximada, aquela que se consegue produzir no processo, é a verdade possível.
11. Limitações das Provas – Art. 155/157 CPP a Art. 5º, LVI CF
11.1 – provas Ilícitas: Tem previsão Constitucional, viola conteúdo material constitucional, viola direitos e garantias da CF/88. Pode ser caracterizada, por exemplo, na violação de domicílio. Ex.: invade a cada de traficante a noite, sem ordem judicial. As provas colhidas dessa abordagem não podem ser consideradas no processo, pela ilicitude da sua produção.
11.2 – Prova Ilegal / Ilegítima: Viola direito processual/norma de conteúdo processual (norma infraconstitucional). Ex.: Na fase instrutora o acusado teria direito a oitiva de uma testemunha, mas foi indeferido, ou a testemunha foi coagida a não testemunhar (se não arrolar as testemunha no momento oportuno, haverá a preclusão). Esse ato é ilegal, o acusado perdeu a oportunidade de ter o depoimento da testemunha. 
Teoria da árvore envenenada: se a árvore está envenenada, seus frutos também estão. 
	Art. 157.  São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 1o  São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 2o  Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 3o  Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.  (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 4o  (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Observação: Flagrante Preparado e Flagrante Forjado (vedado pelo ordenamento jurídico).
Flagrante Preparado: Ex.: polícia provoca uma situação para prender alguém. Mas manda um policial disfarçado de usuário de droga para comprar, e quando o traficante vende a droga ele dá voz de prisão. 
Flagrante Forjado: Coloca droga na bolsa de alguém para acusá-lo de traficante, quando na verdade ele não é. 
PROVAS EM ESPÉCIES	
Exame de Corpo Delito – Perícia
Art. 161 CPP
	   Art. 161.  O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162 CPP – Exame de Corpo Delito (Autópsia)
	 Art. 162.  A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
        Parágrafo único.  Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
	Um dos meios de prova é a exumação do cadáver, toda vez que houver vestígios será obrigatório o exame de corpo delito e a perícia. Porém, o Juiz não está obrigado a prova pericial, desde que bem fundamentada.
	O Exame é realizado com base nos elementos, vestígios deixados no local do crime. A perícia fará a verificação e elaborará um relatório com os fatos ocorridos para encaminhar para a perícia do IML, para que haja a formalização da perícia. 
	“Delitus Transcendente (passagem) ou Intranscedente”: os intranscendentes são os elencados no art. 158, que deixam vestígios. Portanto, precisam ser colhidos para serem verificados no exame de corpo delito.
	 Art. 158.  Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Observação: Diferença entre Exame de corpo delito X Corpo delito: 
	Exame de Corpo Delito
	Corpo Delito
	Descrição Técnica em documento com todas as informações.
	Fato ocorrido, materializado, o que é encontrado de vestígio e precisa ser encaminhado para a perícia que elaborará o exame de corpo delito. Ex.: facada.
	
Vestígios de Forma DIRETA ou INDIRETA
Exame de Corpo Delito Direto: Aquele que há a materialidade do crime para ser analisada.
Exame de Corpo Delito Indireto: Por muito tempo a doutrina clássica entendia que só havia crime se houvesse a materialidade. Houve várias discussões sobre o crime sem corpo. No decorrer do tempo a doutrina foi modificando por considera o exame de corpo delito Indireto. O Supremo modificou o entendimento, pois mesmo sem a prova da materialidade, pode-se constatar que o crime acontecer por exame de corpo indireto. 
No exame de Corpo Indireto não há de fato o corpo da vítima, utilizará como, por exemplo, as testemunhas, verificações, constatações da perícia. 
 	Concluímos que é possível ação penal, ainda que não haja o corpo delito direto (jurisprudência do STF 604 e STJ 529).
Questionamento: Exame Indireto – Necessidade perícia - ARMA DE FOGO, pois antes era obrigado ser periciada, para verificar a potencial ofensivo e consequentemente aplicar a majoração da pena. O Supremo decidiu que não é preciso perícia quando ficar evidente que a arma possui potencial ofensivo.Ex: testemunhas diz que houve disparo, quando o acusado confessa que a arma era ofensiva.
	Supremo também decidiu que se estiver com qualquer artefato bélico responde criminalmente, pelo entendimento que o denunciado pode municiar a qualquer momento. 
Observação: Roubo com arma de brinquedo. Será considerado roubo, no entanto, não haverá a majorante, porque a arma não possui potencial ofensivo.
Art. 159 CPP – Os Exames dos crimes que deixaram vestígios necessita de pericia, que pode ser classificada de duas formas:
	 Art. 159.  O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 1o  Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 2o  Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 3o  Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 5o  Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
  I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com  antecedência  mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 6o  Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado  no  ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 7o  Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Perito Oficial: A pessoa convocada para fazer a perícia, é aquele que integra os quadros públicos, por meio de concurso público. Antes era previsto a assinatura de dois peritos, mas em decorrência da precariedade de peritos, hoje se admite que apenas um assine. 
	Excepcionalidade na Lei de Drogas são necessários dois peritos, por ser lei especial prevalece em relação a geral. 
Perito Não Oficial: A perícia será realizada por duas pessoas idôneas, portadora de curso superior, preferencialmente na área específica, relacionada com a matéria em questão. 
	O perito não oficial presta compromisso com a administração, pois goza de fé pública. 	Assina um termo de compromisso compondo as regras do ofício, sob pena de responder criminalmente.
Obs.: Elaborará um laudo com constatação previa, na fase da investigação convoca duas pessoas idôneas para verificar os objetos do crime, mas posteriormente é confirmado, analisado na fase processual. (ocorre na lei de drogas).
	O perito não é uma testemunha, é um terceiro, que só será chamado para esclarecer caso houver dúvida no seu parecer, seu comparecimento deve ser solicitado pelas partes com antecedência mínima de 10 dias (prazo para previa oitiva do perito).
Assistente:
	Perito Oficial e Não Oficial é obrigatório quando o crime deixar vestígios, mas o assistente (Art. 159, § 3º) é facultativo. Cabe as partes solicitar a perícia, e quem solicitar arcar com as custas. Existe uma corrente que defende que o Estado deveria ser responsável por arcar com as despesas da assistência quando o indivíduo não tiver condições financeiras de arcar.
	O assistente só deverá atuar quando o juiz deferir sua presença no processo, podendo produzir um contra-laudo. Admite-se um assistente para gerar uma contraprova, sendo este um direito garantido constitucionalmente, com base no princípio da ampla defesa, integrado com o contraditório.
	Para que haja o devido processo legal, sem afetar as liberdades individuais, o juiz não deve indeferir, porém, quando o assistente demonstra não ter capacidade técnica, poderá indeferir. 
	A assistência é um dos motivos pelo qual o instituto de criminalística guarda as provas, vestígios para caso necessite futuramente. 
Exame de Corpo Delito – Art. 158 a 159
	É possível questionar os laudos periciais, toda vez que o laudo possui erros/equívocos/obscuridade/defeito, poderá ser novamente produzido, ou solicita que o perito complemente, para esclarecer. 
	Pode haver laudo provento, mas só vai valer como laudo complementar, que vai acrescentar ao laudo prévio.
1 - Requisitos do Laudo – Art. 160 CPP
Preâmbulo
Exposição – Falar dos fatos, disposições encontradas.
Discursão
Conclusão
	Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
        Parágrafo único.  O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Questionamentos:
1 – Houve ofensa à integridade corporal ou a saúde da vítima?
2 – Foi utilizado instrumentos ofensivos?
3 – Houve emprego de veneno, fogo, explosivos, tortura ou meio insidioso ou cruel? (saber se houve qualificadora).
4 – Se resultou em incapacidade laboral por mais de 30 dias, perigo a vítima, aceleração do parto? (caracterizar lesão corporal grave)
5 – Se resultou em incapacidade permanente, sentido ou função, deformidade permanente, aborto? (caracterizar lesão corporal gravíssima)
Observação: Quem determina a elaboração do laudo? A requisição do laudo só poderá ser realizada por pessoa competente/legitimada, o juiz, promotor ou delegado de polícia (na fase investigatória). Nas Ações Privadas e nas Ações Públicas Condicionadas a Representação, a vítima tem que autorizar, ou assinar a representação para não incorrer no crime de abuso de autoridade. 
2 - Momento da Realização – Art. 161 CPP
	O exame de corpo delito pode ser realizado qualquer dia e a qualquer hora pela perícia, porém, desde que não haja violação a cláusulas pétreas e abusos. Há casos que necessita do comparecimento e autorização da vítima para realização do exame, Ex: crimes de estupro. 
	Art. 161.  O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
3 - Exame Grafotécnico – Art. 174 CPP
	É a verificação de dados inscritos, desde que atendam aos requisitos necessários. É importante, pois pode levar a concretização de crimes. Ex: O marido matou a mulher, mas antes de concretizar o crime ele obrigou ela a escrever uma carta, confessando seu suicídio. O marido é o principal beneficiário de um grande seguro de vida. A polícia desconfiou e os peritos fizeram a análise da suposta carta suicida com cartas anteriores, e conseguiu identificar que a carta foi escrita sob forte estado de coação, opressão, estresse, e serviu como base para o MP comprovar que houve homicídio.
	 Art. 174.  No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
        I - a pessoa a quem se atribua ou se possaatribuir o escrito será intimada para o ato, se for encontrada;
        II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida;
        III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados;
        IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.
	Carta autenticada que foi reconhecida firma é suficiente para fazer comparação
	Cadastro em órgãos públicos, pode ser requisitado para comprovar escritos de documentos.
	O Art. 175 CPP apresenta as questões particulares, instrumentos e objetos que os peritos podem utilizar. 
	  Art. 175.  Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.
4 - Interrogatório (do acusado) Policial e Judicial – Art. 185 a 225 CPP 
Divisão:
Qualificação
Fatos
	O interrogatório é um meio de prova. Além das perícias é necessário a constituição de provas, produzidas pelas partes. O processo é baseado no sistema acusatório, porém, Alexandre de Moraes, Ari Lopes, e outros doutrinadores criticam, destacando que o sistema adotado de fato é o Neo Inquisitivo, porque na prática o indivíduo não tem seus direitos garantidos, a CF tem sido desrespeitada, não está sendo cumprido o que está normatizado em lei. 
	A autoridade policial vai seguir as mesmas regras do interrogatório judiciário, o indivíduo será ouvido, será utilizado como meio de prova, mas também o acusado pode utilizar o interrogatório para a sua defesa. 
	Não é interessante que o indivíduo fale na fase policial, preservando seu direito ao silêncio (Princípio da Não Autoincriminação - “Nemo Tenetur se Detegere), para não produzir provas contra si, porque nessa fase ele está sujeito ao sistema inquisitório, onde apenas o delegado pergunta, o advogado não interfere, salvo em situações de excesso, abuso de autoridade.
	O juiz ou delegado quando receber o interrogatório, vai dividir em duas etapas, primeiro fará a qualificação da parte, em seguida a verificação dos fatos. Na qualificação, são os dados do indivíduo, nome completo, profissão(...).
	Antes do interrogatório o acusado e seu defensor tem direito a uma conversa reservada. Muitas vezes o acesso é difícil, no caso do MP que na maioria dos casos só encontra com o a parte no momento da audiência. 
Observação: É importante a criação do “Juiz de Garantia”, que não se envolve, não produz provas, julga totalmente com imparcialidade. Não interfere na fase probatória, devendo só as partes a produção das provas. 
5 - Direito de Defesa (Autodefesa e Defesa técnica)
Autodefesa: Investigado acusado
	O indivíduo tem direito garantido constitucionalmente de fazer sua própria defesa, não é a defesa técnica que a legitimidade é do advogado. 
	O investigado (ainda não é acusado, quando se encontra na fase que antecede o processo). Só há processo quando a denúncia é recebida pelo juiz, a partir desse momento o investigado passa a ser acusado/réu.
Defesa Técnica: Advogado
Ampla Defesa - A defesa técnica é realizada pelo advogado, que defende a parte com base no princípio da ampla defesa, é uma defesa baseada nos argumentos jurídicos.
Plenitude de defesa - É um “plus”, “algo a mais” que a ampla defesa, que defende com base na lei, já a plenitude de defesa pode utilizar como base outros meios fora do meio jurídico, como por exemplo a religião. A plenitude de defesa é utilizada em situações específicas, como no júri.
	Portanto, há uma diferença enorme entre “ampla defesa” e “plenitude de defesa”, sendo a última muito mais ampla e complexa. A plenitude de defesa é admitida somente no Tribunal do Júri, pois é usada para conscientizar os jurados.
5.1 - Natureza:
Meio de Defesa
Meio de Prova
Fonte de Prova - vem sendo considerada fonte de prova por conta das delações premiadas, porque quando é interrogado pode trazer elementos que inicie outras investigações.
5.2 - Características:
Personalíssimo (não há preclusão): o indivíduo vai ser interrogado quando apresentado ao juiz ou ao delegado, sendo o procedimento personalíssimo, visto que só a própria pessoa pode ser submetida a averiguação. 
	Não ocorre a preclusão (perda do direito pelo tempo que teve para se manifestar) do direito de ser interrogado, se caso o interrogatório não aconteça, pois a qualquer momento pode ser realizado, se não houver decisão transitada em julgado. A preclusão geralmente não ocorre nas ações penais pública.
Exceto: arrolamento das testemunhas (se não fizer no momento oportuno, preclui/perde o direito.
Oral: O indivíduo tem que falar, não pode ser por meio escrito, como regra.
Público: Em regra qualquer pessoa pode assistir, salvo quem tem relação com o fato criminoso, para não interferir no seu relato posterior, como as testemunhas, vítima, pessoas que podem interferir no curso do processo.
Exceto: processos que correm em segredo de justiça.
Bifásico - Qualifica / Pergunta sobre o fato/circunstâncias: Art. 187. O juiz primeiro ira qualificar, para posteriormente fazer perguntas sobre os fatos/circunstâncias ocorridas.
5.4 - Obrigatoriedade:
	O interrogatório vem sendo flexibilizado, assim como os direitos fundamentais. As mudanças e crises tem violado a Constituição Federal. Muito se discute se a obrigatoriedade é relativa ou absoluta.
Nulidade: - Relativa? STF HC 68.490
	 - Absoluta? Doutrina
	A regra é que a nulidade ERA de ordem absoluta, no entanto, o Supremo decidiu que a nulidade do interrogatório é relativa, ou seja, se não suscitar, perde o direito mais na frente, caso não impugne o ato no momento do interrogatório, ainda que haja violação/irregularidades, se não for suscitado pelo advogado, o direito preclui. 
Momento Adequado: - Judicial
			 - Policial
	Dá a oportunidade ao acusado de fazer sua defesa, contar sua versão. Na fase policial o sistema adotado é o inquisitorial, nesse caso apenas o delegado pergunta, o advogado pode acompanhar, fazer requerimentos, mas necessita de autorização. 
5.5 - Direito ao Silêncio 
Art. 5 LXIII, CF/88 - O silêncio não pode acarretar nenhum tipo de prejuízo para o acusado no decorrer do processo.
	Não é obrigado que o indivíduo coagido, faça algo contra a sua vontade. Ex.: falar embriagado (lei seca)
	Art. 5 LXIII, CF/88 - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;
Art. 186 CPP - Ainda é retrógado, do código de 1946, a CF prevalece por ser mais atual e ser a lei superior. A polêmica do Art. 186 CPP, que diz que no interrogatório se o acusado silenciar, não importar prejuízo, no entanto, o juiz pode usar esse fato para fundamentar sua decisão, sendo este incompatível com a CF.
	 Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.        (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.        (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
“Nemo Tenetur se Detegere” - Princípio pelo qual ninguém é obrigado a fazer o que lhe incriminar. Também conhecido como princípio da não Autoincriminação / Não produção de provas contra si. Principalmente na fase policial, onde apenas o delegado pergunta.
5.6 - Participaçãodo Defensor: - Art. 5º, LXIII, CF
				 - Art. 185, caput
	O acusado tem direito a uma entrevista reservada com seu advogado/defensor, o juiz sempre deve perguntar e permitir esse momento.
	Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.         (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
5.6 - Vídeo Conferência - Art. 185, § 2º da Lei 11.900/09
	O interrogatório por vídeo conferência não existia, mas com o caso do Fernandinho Beira-mar, que precisava viajar porque todo juiz queria ouvi-lo, o que acarretava uma grande mobilização e despesa, sem falar no perigo de fuga. Mediante estes fatos surgiu a vídeo conferência, como uma excepcionalidade, não podendo ser usado como regra. Segue alguns casos em que a vídeo conferência pode ser utilizada:
Quando gera altíssimo gato na locomoção do acusado;
Situação de doença;
Situação de ordem pública;
Vem sendo muito utilizado, mesmo ficando claro que só deve ocorrer de forma excepcional.
	O advogado da parte deve ser comunicado com antecedência de 10 dias para se manifestar, deve ter um representante da OAB.
	Atualmente existe uma flexibilização que pode acarretar a nulidade ou prejuízo para o acusado. 
	 Art. 185, § 2o - Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:           (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
5.7 - Intervenção das Partes - Art. 185/188 CPP
Advogado 
MP
	Ambos podem fazer perguntas e intervir, somente as partes podem produzir provas
Observação: O juiz é a “espada da justiça”, é o equilíbrio entre acusado e acusador. Só produz prova excepcionalmente. 
	 Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.        (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        § 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.           (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        § 2o Na segunda parte será perguntado sobre:          (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;           (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;            (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;          (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        IV - as provas já apuradas;          (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas;        (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;         (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração;         (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.         (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.          (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
5.8 - Modalidades Especiais - Art. 192 CPP
Mudo / Surdo / Surdo-Mudo
	É possível com o auxílio de interpretes e tradutores, importante para tomar conhecimento intervindo e participando no processo.
	Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte: (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;  (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito; (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
        Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.  (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
6. Confissão - Art. 197 - 200 CPP
	Meio de prova que possibilita ao acusado mecanismos de defesa. 
	
6.1 - Conceito: É a declaração de quem efetivamente participou da empreitada criminosa.
	Declaração pelo autor, coautor ou participe do fato. Pode ser autores materiais (quem executa), autores intelectuais (quem planeja), participe (aquele que participa com conduta de menor importância, Ex: no crime de sequestro, o participe é quem leva a comida no cativeiro). Nesse caso a pena será aplicada na medida a culpabilidade.
	A confissão é a declaração específica de quem atuou no crime seja como autor, coautor ou participe. 
	A confissão necessita de dois elementos para ser considerada fidedigna: voluntariedade e espontaneidade. A voluntariedade é quando a própria pessoa que participou do crime confessa pela própria vontade. E espontaneidade, porque não houve nenhuma interferência na vontade do sujeito que confessou, ou seja, não foi coagido, torturado para falar.
6.2 - Momento: Extrajudicial - Art. 190
		 Judicial	 Interrogatório
	Extrajudicial é realizada de forma inquisitório, pois o delegado em regra não permite que o advogado se manifeste, podendo o investigado nesse momento confessar.
	Pode confessar a qualquer tempo, assim como também pode se retratar também a qualquer tempo, desde que o processo não tenha transitado em julgado (ocorrer julgamento material da causa). O Juiz decide conforme seu livre convencimento motivado.
6.3 - Valor Probatório
	O inquérito não tem valor probatório, porque no processo será analisado o que foi produzido no inquérito policial (por natureza é autoritário inquisitorial, não possibilita o contraditório, sendo bastante criticado pelo sistema atual). 
	P valor probatório é relativo, pois precisa ser confirmado no processo penal, com o contraditório e ampla defesa respeitado. 
	Há muitas situações em que o indivíduo é forçado/coagido a confessar, pode também confessar para proteger outra pessoa, por isso, tudo deve ser verificado pelo juiz na fase judicial. 
	O juiz pode até decidir com base na confissão, desde que devidamente fundamentada sua decisão, apresentando a compatibilidade da mesma. 
6.4 - Características - Art. 200 CPP
Divisível: O magistrado que vai apreciar a confissão poderá fatiar, dividir o que é compatível com os autos, assim como será rejeitado o que for incompatível com os autos. Ex.: O sujeito confessa e indica outra pessoa como autor do crime, porém não apresenta elementos que comprove sua indicação, nesse caso o juiz pode aceitar sua confissão, mas rejeitar a indicação de autoria. 
Retratável: A retratabilidade é a possibilidade de voltar atrás, de desdizer o que disse, podendo ser feitaquantas vezes achar necessário, até o momento da sentença. O juiz irá analisar se a retratabilidade é razoável ou não. Se houver necessidade o juiz pode deferir o refazer o interrogatório. Se já tiver ocorrido muitos depoimentos, o juiz pode justificar que não é mais razoável tendo em vista, o número de provas suficientes. Entretanto, a regra é aceitar a retratabilidade, para não ocorrer a nulidade do processo. 
	Art. 200.  A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
6.5 - Conteúdo:
Simples: Quando elenca fatos simples
Complexo: Quando elenca vários fatos que da complexidade a confissão. Ex.: elenca vários autores no cometimento de um crime.
Qualificado (Alega excludente): Características de fato e de direito. Ocorre quando narra uma confissão, mas agiu em excludente de ilicitude, seja por legítima defesa, estado de necessidade ou estrito cumprimento do dever legal. Existe a confissão, mas repele/afasta quem cometeu o crime, pois agiu com excludente de ilicitude, ou seja, a prática não é considerada crime. Ex.: pai viu a filha sendo estuprada, entrou em luta corporal e matou o estuprador.
6.6 - Delação (Gênero) - Lei 12.850/113 - Criação e Regulamentação da Colaboração Premiada.
	Delatar é dizer que é autor do fato e seus atos criminosos, gerando um benefício, como a diminuição da pena, que fica a critério do juiz. Antigamente ninguém queria delatar, tendo em vista que não havia nenhum benefício. 
	A Delação está prevista no CPP em dispositivo específico ≠ da Colaboração que está prevista em lei.
	São informações valiosas que pode desvendar associações criminosas, sendo permitida apenas com a confissão de alguém que participou do crime, além disso, é indispensável a apresentação de provas concretas da ocorrência do delito. 
	Tem que ter a presença do delegado ou MP, não podendo o juiz interferir, pois pode influenciar seu entendimento na decisão.
	Deverá ser homologado pela justiça, verificando a legalidade da delação para então ter a “chamada corréu” - quando chama as pessoas que forma delatadas, a indicação em delação, colaboração, que será chamada. 
	 Art. 197.  O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
        Art. 198.  O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz.
        Art. 199.  A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art. 195.
7. Oitiva
	O sistema acusatório, é o “sistema penal de fato”, a pessoa é julgada pelo que praticou de fato e não pelo que é. Para tanto, é oferecido todo mecanismo constitucional (garantias). Serão ouvidos: 1º Ofendido; 2º Testemunhas e 3º Acusado.
	Dependendo do procedimento será verificado a quantidade de testemunhas que poderão ser ouvidas, será determinado de acordo com o ri/procedimento da ação. Nas ações ordinárias, poderão ser ouvidas 8 testemunhas, nas ações sumárias 5 testemunhas e nas sumaríssimas, há uma discursão de 5 ou 3 testemunhas.
Obs.: Os declarantes não entram no rol das testemunhas
7.1 Ofendido (vítima) - Art.201, CPP
	O ofendido é a pessoa que tem o bem lesado, no entanto quem tem o domínio da lide é o Estado. O ofendido é a vítima, que em regra não pode ser testemunha. 
	
Tutela do bem lesado: O ofendido é a pessoa que terá seu bem lesado.
	 Art. 201.  Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 1o  Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 2o  O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 3o  As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 4o  Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 5o  Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.  (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
        § 6o  O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Testemunha ≠ Declarante
O ofendido se diferencia porque é a vítima, diferente da testemunha e do declarante.
	Testemunha e declarante não são vítimas, podem prestar esclarecimento/declarações sobre o fato, no caso da testemunha não pode ter nenhum vínculo com as partes do processo. 
	A testemunha não tem não tem nenhum tipo de vínculo (inimigo, amigo, parente), presta compromisso de falar somente a verdade, sob pena de responder por crime de falso testemunho.
Obs.: Até 2008 o sistema de oitiva das testemunhas era personalíssimo, somente o juiz/presidente fazia perguntas elaboradas. Isso mudou, atualmente é o chamado “cros examination” - exame direito, ou seja, as partes fazem pergunta diretamente as testemunhas, não precisa da interferência do juiz para perguntar.
7.2 - Não Integra o Rol de Testemunhas:
	A denúncia quando é oferecida já deve vir com o rol das testemunhas que deve ser ouvida no processo, sob pena de precluir o direito.
7.3 - Obrigatoriedade - Art. 201, § 1º CPP
Conduzido Coercitivamente
	O ofendido é obrigado a depor, sua presença é necessária, porque é a parte lesada precisa prestar conhecimento. Se não comparecer o juiz poderá decretar a “condução coercitiva”, geralmente por oficial de justiça/mandato. O ofendido tem o dever com a justiça, sua falta gera incredibilidade para o andamento do processo.
7.4 - Perguntas - Sobre quem seja (presuma) o autor
	As partes podem perguntar. 
	O ofendido é inquirido pelo juiz, vai qualificar e perguntar se sabe quem é e se tem elementos para indicar a pessoa que cometeu o crime, ou se presume quem seria essa pessoa.
	Presunção é permitida, o “eu acho que..” ≠ Com as testemunhas, que não pode “presumir”, “achar”, que alguém cometeu um crime. 
7.5 - Valor Probatório - Relativo
	É relativo porque precisa de uma série de fatores para se concretizar.
	Em regra, não tem valor absoluto, salvo em hipóteses excepcionais. Ex.: Estupro de menor (depoimento da criança), na prática tem um grande peso. O Supremo já decidiu, porque são crimes praticados as escondidas, por isso tem valor probatório.
	
Proteção do ofendido - Art. 201, §2º a §6º CPP
	O ofendido tem garantias, até 2008 era dado muita atenção ao ofensor, enquanto o ofendido ficava mais vulnerável do que já estava, por ter que ficar novamente diante do criminoso, no mesmo ambiente em audiência, revivendo toda violência já sofrida.
	O ofendido tem que ter proteção, ser tratado com zelo, o juiz ao verificar o motivo da audiência, ponderando os riscos que pode trazer para vítima. 
	Proteção: Tem que ser comunicada a vítima das ocorrências das audiência, as revogação da prisão do ofensor, deve ser destinado um local reservado/adequado para a vítima, atendimentomultidisciplinar, possibilitando e garantindo a integridade física e psíquica. O juiz pode autorizar a retirada do acusado da sala de audiência durante a oitiva. 
8 - TESTEMUNHAS – Art. 202 – 225 CPP
8.1 - Conceito: São aquelas pessoas que prestam compromisso, assinam termo ≠ dos Declarantes que não prestam compromisso e não assim termo, pois há um vínculo com a parte.
8.2 - Capacidade – Art. 202 CPP
	Em regra, toda pessoa tem capacidade para ser testemunha, até os menores de idade desde que devidamente representado/curatelado (designado pelo juiz para verificar a lisura do procedimento)
	Art. 202.  Toda pessoa poderá ser testemunha.
8.3 - Dever de Testemunhar: Espécies de testemunho
Obrigados – Art. 202 CPP 
	Em regra, qualquer pessoa pode ser chamada para testemunhar, não podendo se opor.
Desobrigados – Art. 206 CPP
	Ascendentes, descendentes, afins em linha reta, cônjuge, (declarantes) etc. Caso existam outras testemunhas estes serão desobrigados. Salvo se não houver nenhuma testemunha (juiz utilizará excepcionalmente).
	  Art. 206.  A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
Proibidos – Art. 207 CPP
	São pessoas que tem um dever de ofício, em razão da sua função. Ex.: Deputado, padre (tem o dever de sigilo), advogado (viola a prerrogativa do sigilo profissional), jornalista (divulgar suas fontes).
	  Art. 207.  São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Não sujeitas – Art. 208 CPP
	Doente de forma geral, deficiente ou vulnerável, não tenha capacidade civil temporária ou permanente.
	 Art. 208.  Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.
Observação: Há lei de proteção às testemunhas, se quiser juiz pode determinar a proteção, o Estado tem o dever de prestar essa assistência. 
8.4 - Forma de Impugnar Testemunha – Art. 214 CPP
	As testemunhas muitas vezes não podem ser ouvidas como testemunha. Caso seja ouvida e juiz deixe passar, esse testemunho terá força na sentença. 
	O declarante não tem o peso de uma testemunha, porque como já vimos ele não presta o compromisso com a verdade, não tem fé pública.
	Antes da testemunha ser ouvido, deve levantar a questão, requerer a impugnação/contradição da testemunha envolvida com a parte, ou que é inimigo declarado de uma das partes, portanto, seu testemunho não será fidedigno para o processo. Pode requer que a testemunha seja classificada de testemunha para ser ouvida como declarante, ou que não seja ouvida, justificando o motivo.
Contradita: No momento, é necessário pedir a impugnação da testemunha no momento que irá ser ouvida, pode requer que seja classificada como declarante, ou que seja ouvida. 
Momento: Antes de iniciar o depoimento.
	Se não contraditar, preclui o direito, se deixou a testemunha falar, por isso a manifestação oportuna é importante, depois não poderá mais reclamar.
	Art. 214.  Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O juiz fará consignar a contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.
8.5 - Classificação: Doutrinariamente
Diretas: Aquela quer tem contato direto com o fato ocorrido – testemunha ocular.
Indireta: Aquela que não viu o fato acontecer, mas ouviu alguém dizer, soube do fato.
Própria: Contando direto, vai narrar sobre o fato.
Impróprio: Não fala sobre fatos do processo, mais sobre um fato. Por exemplo, presenciou o interrogatório na polícia, e vai testemunhar sobre a legalidade do interrogatório. 
Numerários: Numerados pelo rito, tem número máximo de testemunha que pode arrolar de acordo com o rito do processo.
Extra Numerários (judiciais): São as consideradas testemunhas “juízo”, “corte”, não tem mais como ser arroladas como testemunhas pelas partes, o juiz chama como testemunha do juízo. Porém, é necessário que seja mencionada durante o processo, e não pelo fato de uma das partes ter esquecido de chamá-la. Pode ser chamada pelo juiz também, quando surge testemunha que não havia conhecimento no momento do arrolamento das testemunhas. 
9 - Reconhecimento de Pessoas e Coisas – Art. 226 – 228 CPP
	É um meio de prova que pode reconstruir fatos pret5éritos, podendo de forma mais próxima reproduzir e esclarecer determinado crime.
	Quando uma pessoa é presa, está sujeito ao reconhecimento. A prisão em flagrante visa preservar a pacificação social, trazendo equilíbrio e tranquilidade para sociedade.
	Quando há prisão em flagrante é necessário levar a vítima para reconhecer o suposto autor do crime, através de mecanismos que preservar a lisura da vítima, que bastante vulnerável. 
9.1 - Reconhecimento de Pessoas: Ser Humano
	Somente a Pessoa Humana é chamada para reconhecer, sem dá outras abrangências. A vítima/testemunha é chamada, tendo preservada/resguarda sua idoneidade física e psíquica. Apesar do ambiente ser inapropriado, pois as delegacias não possuem estrutura para tal reconhecimento, hoje se utiliza o reconhecimento pelo “olho mágico”, pela brecha da porta.
9.2 - Reconhecimento de Coisas: Objetos / Animais / Somoventes, etc.
Etapas:
1º - Pessoa é chamada para reconhecer;
2º - Pessoa a ser reconhecida é colocada junto com outros suspeitos; - Não pode colocar apenas uma pessoa para ser reconhecida, porque não dá opção para análise junto com outras pessoas.
3º - Reconhecedor isolado visualmente DEVE apontar a pessoa; - O reconhecedor não tem que ter contato com os suspeitos, deve reconhecer olhando, mas sem estar no mesmo ambiente, para preservar a vítima/testemunha. Também para não gerar uma sequência danosa para vítima já tão exposta e vulnerável, como por exemplo nos crimes de estupro. Se faz importante a presença de uma equipe multidisciplinar.
4º - Lavratura do auto/termo de constatação. – É a finalização do reconhecimento. No termo constará que em determinado dia e hora, a vítima/testemunha compareceu e apontou “X” como sendo o autor do fato “Y” (descreve o fato) e as características do acusado. Se a vítima/testemunha não reconhecer ninguém, também vai relatar que a vítima/testemunha compareceu em determinado dia e hora, mas não reconheceu como autor do crime. 
Observação:
1 – Evitar sugestionamentos (vedado) – É vedado, o delegado/policial não pode sugerir ou indicar ou apontar alguém no reconhecimento. Se o delegado de forma arbitrária indicar alguém no reconhecimento, esse procedimento deve ser nulo. Mas em muitos casos o advogado despreparado pode validar essa conduta, esse ato ilegal
2 – Caráter individual (para cada pessoa a ser reconhecida) - Não pode fazer reconhecimento coletivo, deve ser colocado um de cada vez, se isso ocorre, gera a ilegalidade do ato, violando a prisão em flagrante, gerando relaxamento da prisão.
3 – Reconhecimento Fotográfico e De Voz (provas inominadas) - Até 2008/2009 era expressamente vedado o reconhecimento fotográfico e de voz, por ser provas inominadas (não tem previsão legal). Porém com o código muito antigo, de 1940, com a tamanha evolução que vivenciamos, foi interpretado pelos tribunais, pois havia grandes questionamentos sobre a legalidade da sua utilização. O Supremo em 2014 se pronunciou dizendo que é permitida fotografia e voz para fazer o reconhecimento, mas em casos excepcionais, quando não puder fazer presencial. Esse reconhecimento vai ser valoradono contexto probatório, juntamente com as outras provas.
	O reconhecimento pela voz geralmente é impugnado pela defesa, sendo solicitado uma perícia, para fazer comparações. 
	O reconhecimento de coisas, diz respeito aos objetos apreendidos. Será mostrado o objeto, para verificar se reconhece, se foi aquele objeto usado no crime, se esteve presente de qualquer forma no ato criminoso. Terminado a peça será remetida para o poder judiciário.
10 - Acareações - Art. 229 a 230 CPP
	Colocar frente a frente e extrair pontos que esclareça a diferenças entre as pessoas.
 
10.1 - Pressupostos:
Pessoas já ouvidas anteriormente 
Divergências
	Para ser acareado já deverá ter sido ouvido em julgamento, porque é necessário que haja divergência para que gere a acareação. Se alguém praticou “falso testemunho”, será responsabilizado.
10.2 - Sujeitos: A acareação pode ser entre:
Entre acusados
Entre acusado, testemunha e ofendido
Entre testemunhas
Entre Ofendidos
Obs.: O perito não faz acareação pois goza de fé pública. Ele poderá ser chamado previamente, com antecedência de 10 dias para esclarecer, ou apresentar falhas no relatório. Somente será chamado se houver questionamento no laudo. Exceto, se estiver no processo como testemunha e não como perito.
Obs².: Só será “acusado” quando a denúncia for recebida, formalizada, formando assim o processo. Não será acusado quando a denúncia for “oferecida”, somente quando for “recebida.
Obs³.: Acareação ≠ Reinterrogatório: No reinterrogatório apenas o acusado pode esclarecer.
10.3 - Procedimento:
Solicitação: Partes / Determinado pelo Juiz
	Só tem legitimidade para solicitar a acareação o juiz e as partes. Excepcionalmente o juiz pode fazer de ofício.
Colocadas “frente a frente”
Advertidas do Falso testemunho
	O Juiz é o obrigado a fazer a advertência, que deverá constar em ata, se não fizer todo esse procedimento, não poderá ser imputado o crime de falso testemunho.
Indagados pelo Magistrado/Autoridade Policial
	Fase judicial o sistema é direto, ou seja, as partes vão fazer perguntas/indagar (juiz e parte podem perguntar) ≠ da Investigação (fase policial) que apenas o delegado pergunta.
Direito ao silêncio (só ao acusado)
	A testemunha/ofendido não tem direito ao silêncio, são obrigados/tem o dever de falar a verdade, sob pena de responder pelo crime de falso testemunho (fazer afirmação falsa, negar e calar).
Termo de explicações ao acareado
	Ao final o juiz lavra o “termo de acareação”, discriminando tudo, podendo gerar a condenação a partir da acareação, por isso é necessário muito cuidado.
10.4 - Pode ser por Precatória:
	É a comunicação de um juiz com outro fora da sua jurisdição. Ex.: A testemunha está fora da jurisdição, foi morar em outro estado, o juiz envia a carta precatória para o juiz da jurisdição que a testemunha se encontra, para que ele ouça a testemunha. A precatória é possível de forma excepcional. 	
	  Art. 229.  A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
        Parágrafo único.  Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
        Art. 230.  Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial ao processo e o juiz a entenda conveniente.
11 - Busca e Apreensão - Art. 240 CPP
	É uma medida cautela, porque visa assegurar algo, apreendendo pessoas e coisas, restaurando situações. Ex.: salvando pessoas / prendendo criminosos.
Interesse ao processo criminal
Pessoas e coisas
Encontrar
11.1 - Medida Cautelar:
	≠ Busca conjunto de ações para descoberta
	≠ Apreensão Retirada da pessoa ou coisa - Do local determinado
	Na BUSCA há uma tentativa de verificar/descobrir pessoas e coisas. Necessita de pressupostos anteriores.
Obs.: “Busca e Apreensão de Arrasta Rede” - Vai prender uma pessoa e dessa vai aparecendo outras buscas e apreensões, que não tinha relação com o que foi apreender. Sai levando todo mundo para verificar. Nesse caso deverá ocorrer o relaxamento se houver excessos.
	Se a busca e apreensão não observar a legalidade do ato, pode ser considerado uma prova ilícita.
11.2 - Natureza:
Meio de Prova - É a própria prova.
Meio de Obtenção de Prova - É o caminho para chegar ao meio de prova, que possibilita descobrir algo.
Meio de Assegurar Direitos (bens passíveis de arresto) - Encontra os objetos subtraídos e assegura o direito da vítima em ter seu bem de volta.
11.3 - Fundamento
Risco de Perecer
Risco de Desaparecer
Razoável probabilidade (probabilidade do indivíduo ter praticado o ilícito).
	Antes da investigação o delegado ´pode solicitar a verificação de procedência da informação (VPI), sob fundamentação que se demorar o objeto pode perecer, desaparecer, e por ter uma grande probabilidade de ter cometido o crime. Não espera nem a instauração do inquérito, apenas fundamenta para a autoridade judicial.
	A busca e apreensão pode gerar a prisão em flagrante.
	Geralmente a busca e apreensão se faz de forma sigilosa. 
11.4 - Momento/Oportunidade
1 - Antes da instauração do Inquérito Policial
2 - Durante o Inquérito Policial - Pode haver antes do inquérito policial e durante, mais de uma vez, desde que haja bens ou pessoas para busca e apreensão. 
3 - No curso do processo
4 - Execução - Pode haver a busca e apreensão durante a execução da pena. Ex.: se recebe uma informação que está comandando o tráfico de dentro do presídio, pode determinar busca e apreensão em sua casa para verificar as informações. 
BUSCA DOMICILIAR
Art. 5º, XI, CF/88 - Inviolabilidade
	A inviolabilidade do domicílio é uma medida excepcional, caso haja indícios e necessidade de fazer busca e apreensão, é necessário ordem judicial, Porém, a CF/88 apresenta algumas exceções. Em alguns casos se houver prisão em flagrante, já é feita busca e apreensão na residência. 
	Art. 5º, XI, CF/88 - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;  
Exceto:
DIA ou NOITE
 - 
Pode ingressar no domicílio sem que haja caracterizado a sua violabilidadeFlagrante Delito
Desastre
Socorro
Determinação Judicial (DIA) - É necessário Ordem Judicial, para mandado de busca e apreensão.
	Se negar abrir a porta, é autorizado o arrombamento para ter acesso ao domicílio. 
Exceção: Permissão do Morador: Quando amigavelmente o morado permite/aceita que seja realizada a busca e apreensão no seu domicílio. 
Fundamentação Legal - Art. 240 CPP
	A busca domiciliar não é um mandado qualquer, é necessário aponte o local que deve ser averiguado.
	Art. 240.  A busca será domiciliar ou pessoal.
        § 1o  Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
        a) prender criminosos;
        b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
        c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
        d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
        e) descobrir objetosnecessários à prova de infração ou à defesa do réu;
        f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
        g) apreender pessoas vítimas de crimes;
        h) colher qualquer elemento de convicção.
        § 2o  Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.
Formalidade - Art. 245 CPP 
	Deve haver a formalidade de identificar o horário, dia, e local, para execução da busca e apreensão, indicando todos os elementos possível para que não haja erro.
	Art. 245.  As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
BUSCA EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
	O Estatuto da OAB tem algumas prerrogativas para o advogado, mas se este estiver cometendo crime, poderá ser alvo de busca e apreensão, podendo responder criminalmente. O escritório do advogado é considerado uma extensão do seu domicílio.
Alterações à Lei 8.906/94 - Lei 11.767/2008
	Apresenta que para fazer busca e apreensão em escritório advocatício só em último caso, devendo ter a participação em ato criminoso. Ex.: Advogado passa informações de preso para organização criminosa.
Indício de prática pelo advogado
	Tem que haver fortes indícios que o advogado praticou o crime. Na busca e apreensão tem que estar especificado/descrito o que será apreendido.
Acompanhado por um representante da OAB
	Se for realizada a busca e apreensão sem a presença do representante da OAB, o procedimento será considerado ilegal, prova ilícita, havendo o relaxamento da prisão. 
Vedado o uso de:
Objetos
Pertences
Informações
	Não pode pegar outras coisas que não conste no mandado, ou será considerado ilegal. Não pode pegar documento dos clientes, pois o advogado precisa continuar trabalhando, tem processos, prazos, etc.
BUSCA PESSOAL - Art. 240, § 2º CPP
	 
Famosos “baculejo”
Fundada suspeita de ocultar: Arma e Objetos ilícitos
	É a busca no corpo da própria pessoa. Esse tipo de busca é possível, porém como regra não deve ser utilizada, apenas em casos excepcionalíssimos. Se houver suspeita ou indícios concretos que há um pratica criminosa. Se essa busca for feita sem fundamento, a prática é considerada ilícita, podendo responder por abuso de autoridade.
Verificação de revista no corpo - Mulher?
	Deve ser guardado o respeito ao indivíduo, principalmente no caso da Mulher, que deve ser realizada por outra mulher, ou será uma conduta abusiva, violando a sua dignidade/sexualidade. 
	 § 2o  Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.

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