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Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade parte 2 sinaptogênese e poda sináptica como o cérebro se desenvolve após o nascimento por Joel Cavalheiro Martins Júnior » Neurociências em Debate

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16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740 1/8
Neurociências em DebateNeurodesenvolvimento eneuroplasticidade­parte 2:sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve apóso nascimento­por Joel CavalheiroMartins Júnior
12/02/2013
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Desenvolvimento cerebral pós­natal
 
 
Ao nascimento praticamente toda a estrutura do nosso encéfalo esta formada.
O que muda então com os primeiros anos de vida para determinar todo o
novo modo em que o ser em desenvolvimento percebe o mundo? Um aspecto
importante é a sinaptogênese. Esta começa na 27a semana embrionária,
porém só atinge seu pico durante os primeiros 15 meses de vida. Ela começa
primeiramente nas camadas mais profundas, seguindo o mesmo padrão de
crescimento neuronal. Ao mesmo tempo em que ocorre a sinaptogênese, os
neurônios vão aumentando o tamanho de suas árvores dendríticas, o
tamanho de seus axônios e sofrendo mielinização. Seguido este período de
sinaptogênese, ocorre a poda sináptica, que seria a destruição de diversas
sinapses_ uma regulação fina do sistema nervoso que exclui sistemas
redundantes.
 
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16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740 2/8
 
Esse processo de criação e destruição de sinapses parece ocorrer em tempos
diferentes para áreas diferentes do cérebro humano. As sinapses da região
temporal superior (córtex auditivo) tem seu pico mais cedo, por volta de 3
meses de idade pós­natal, enquanto que a sinaptogênese do córtex de
associação frontal chega ao pico nos 15 meses de idade. Isto sugere que em
humanos a sinaptogêne e a poda ocorrem primeiramente no córtex sensorial
e motor e posteriormente no córtex associativo.
Estudos de neuroimagem funcional (uso de glicose marcada em diferentes
áreas cerebrais) revelam que, em recém­nascidos, o metabolismo da glicose
está aumentado em áreas corticais e motoras, no hipocampo e em áreas
subcorticais, como tálamo, tronco encefálico e vermis cerebelar. Com 2 a 3
meses de idade, mais glicose é usada nos córtices parietal, temporal e visual
primário, assim como nos núcleos da base e nos hemisférios cerebelares. Aos
6­12 meses de idade, o consumo de glicose aumenta no córtex frontal. No
decorrer do desenvolvimento, o nível total de glicose utilizada no cérebro vai
gradativamente aumentando, alcançando um pico por volta dos 4 anos, que
se mantém num platô até os 10 anos, quando então começa a diminuir até
chegar ao nível dos adultos em torno dos 16 ­18 anos.
 
 
poda sináptica
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
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Concluímos através destes dados que as áreas de associação demoram
mais para se desenvolver do que estruturas corticais e subcorticais
motoras e sensitivas.
O grande aumento de volume do encéfalo nos primeiros anos de vida reflete
principalmente a proliferação das células gliais e da mielinização dos axônios.
O volume da substancia cinzenta varia durante o crescimento em tempos
diferentes para cada área do córtex.
A experiência tem algum papel no desenvolvimento cerebral? Experimentos
com ratos nos mostram que aqueles submetidos a atividades motoras
produzem mais células gliais, e ratos que vivem em ambientes que favorecem
o aprendizado apresentam mais ramificações dendríticas. Da mesma forma,
os estímulos sensoriais e a atividade neuronal podem ser necessários para a
poda (eliminação sináptica).
 
Plasticidade
 
ambiente enriquecido, estimulação sensorial e neuroplasticidade
Durante o desenvolvimento embrionário o sistema nervoso apresenta­se de
certa forma bem plástico em contraste com a rigidez de plasticidade do adulto.
Esta plasticidade pós­natal é limitada, pois as células não são livres para
migrar para varias áreas, porem em períodos denominados sensíveis uma
plasticidade local pode ocorrer quando influencias extrínsecas podem alterar a
organização cerebral.
As células gliais formam cicatrizes quando a estrutura neural é destruída e
essa cicatriz impede que o sistema volte a se reconstituir o que não ocorre no
sistema nervoso periférico.
As aferencias sensoriais podem instruir o córtex a como se comportar:
Experiências mostraram que, redirecionando por manipulação cirúrgica
axônios da retina para o núcleo auditivo do tálamo essa região passa a se
comportar processando a informação visual como se fosse um núcleo
talâmico visual.
 
A pele é   o nosso maior órgão sensorial: estímulo e neuroplasticidadeO
médico francês Frédérick Leboyer estava visitando   a Índia em 1959, quando 
viu uma mulher massageando   seu bebê numa calçada pública. Seu nome
era Shantala, ela era   paraplégica e estava numa associação de caridade em
Pilkhana, Calcutá. Ele conta:
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
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“Parei, impressionado com o   que eu estava presenciando: Em   meio à
sujeira e à miséria,   um espetáculo da mais pura beleza.   Um diálogo
silencioso de amor entre uma mãe e seu bebê”.
A massagem criava uma conexão   emocional entre o bebê e a mãe.
Fascinado, Laboyer fotografou e filmou   Shantala, estudou e analisou seus
movimentos. Finalmente, ele redigiu um   livro, através do qual trouxe ao
ocidente esta técnica indiana milenar,   originária de Kerala, a qual, em
homenagem à sua mestra, deu o nome de   shantala.
 “Sim, os bebês tem necessidade de leite,mas muito mais de serem amados 
e receberem carinho,  
serem levados, embalados, acariciados, pegos e massageados”
Leboyer
 
Shantala massageando seu filho Gopal
 
Mapas corticais
 
Nosso córtex somatosenssorial possui uma representação de toda a
superfície do nosso corpo, organizada de forma padronizada, de acordo com
a migração das células da zona ventricular, formando as colunas que são
representadas no homúnculo somatosenssorial_homúnculo de Penfield.
Existe um mapa para a mão, o braço, os membros inferiores, a língua e assim
por diante. O mapa é organizado de forma que áreas anatomicamente
vizinhas mantêm esta relação no córtex, fenômeno conhecido como
somatotopia. Assim, a coluna cortical do dedo anular está contígua à do dedo
médio.
 
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
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córtex motor primário e córtex somatossensorial primário
 
homúnculo de Penfield­representa,ão cortical das diferentes partes do corpo humano
 
 
O princípio da linha rotulada e a reorganização do córtex humano
 
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
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princípio da linha rotulada
 
 
O sistema nervoso segue o princípio da linha rotulada, ou seja, cada área do
corpo é inervada por uma determinada fibra nervosa e terá uma conexão de
caminho definido com o sistema nervoso. Por exemplo, as fibras de uma
determinada região da retina seguem um caminho pré­definido de sinapses e
conexões até uma determinada região do córtex visual. Acontece que as
linhas rotuladas podem se desviar, de forma que o mesmo estímulo sensorial
passe a ativar outras rotas neuronais.
Experimentosem que um dedo foi costurado em outro, fazendo com que os
dois passassem a funcionar como se fossem um só, realizando os mesmos
movimentos e recebendo os mesmos estímulos sensoriais, induziram
mudanças neuroplásticas em que as áreas do córtex sensorial que recebiam
as aferências de cada dedo e a áreas do córtex motor que emitiam as ordens
de movimento para cada dedo passassem a funcionar como se fossem uma
mesma coluna sensorial e uma mesma coluna motora, ou seja, a fusão
anatômica periférica levou por neuroplasticidade central também a uma fusão
funcional das áreas corticais que as representavam.
Em caso de amputação, ou de secção de nervo, a área do córtex
somatossensorial que recebia as respectivas aferências passa a se tornar um
espaço “vazio” inativo que é logo substituído e se torna ativo pelos neurônios
localizados adjacentemente. Este fenômeno foi descrito pelo neurologista
Vilayanur S. Ramachandran ao observar um paciente que estava com o braço
amputado e relatava sentir este braço fantasma, quando um cotonete tocava
sua bochecha ipsilateral. O estímulo na face ativa os neurônios da área da
mão do córtex somatossensorial primário (S1). Acredita­se que estas rotas já
existiam e que foram descobertas, ou desmascaradas” após a lesão.Esta
plasticidade não esta presente somente no sistema somatosenssorial mas
também no auditivo e visual.
 
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
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estímulo no braço e na face causam sensações em áreas específicas da mão fantasma 
From Dr. V.S Ramachandran’s Slides. Copyright V.S. Ramachandran 
http://mindbind.wordpress.com/2007/11/07/neuroscience­200bc/
 
 
Dr. Joel Cavalheiro Martins Júnior­médico formado pela UFGD­VIIIa
turma.
Link permanente para este artigo:
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740
3 comentários
2 menções
Raquel Oliveira
21/07/2013 às 22:21 (UTC 0)
Sou professora e estou pesquisando sobre o assunto que eu acredito ser
importantíssimo para os educadores. O comentário de Mario Bonamici
foi enriquecedor. Sou também coordenadora pedagógica e achei o
comentário oportuno.
Lucila F. Laranja
28/03/2013 às 19:25 (UTC 0)
Cada vez que retorno nesse blog é uma surpresa agradável. Linguagem
acessível, conteúdo primoroso. Recomendo sempre.
Mario Bonamici
18/02/2013 às 1:13 (UTC 0)
Fantástica informação científica. Aplico Neurociência na formação de
Líderes de empresas quando dou ênfase à formação da rede neural de
conhecimento, aprendizagem,memorização. 
Outro aspecto que abordo é a linguagem de cérebro a cérebro na
comunicação. 
Por exemplo: falar sempre no positivo que é a linguagem que o cérebro
entende e interpreta para execução 
das ações. 
Com relação a formação básica de crianças no início de estudos a
16/11/2016 Neurodesenvolvimento e neuroplasticidade­parte 2: sinaptogênese e poda sináptica­como o cérebro se desenvolve após o nascimento­por Joel Ca…
http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740 8/8
estratégia é mostrar o que se está ensinando e fazer o que estamos
ensinando. 
A criança absorve com facilidade quando: vê – ouve – pega – faz –
repete. 
Na comunicação A EMOÇÃO de quem ensina tem um papel
preponderante e por esta razão as professoras 
TÊM que estar sempre motivadas independentemente de qualquer
circunstância. 
Obrigado. 
Mario Bonamici
Synaptogenesis and the learning process – the psyche platform
10/08/2016 às 14:57 (UTC 0) Link para este comentário
[…] http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740 […]
Relato de Caso: quando a ansiedade afeta o sistema gastro­intestinal. |
July S.G. ­ Bio e Neurofeedback
11/03/2015 às 2:20 (UTC 0) Link para este comentário
[…] (Fonte: http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=740) […]

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