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Primariamente, necessário façamos uma breve definição de ciência, tal modo como a trataremos, pois, antes de afirmarmos o que é ciência, para depois definirmos o que é um artigo científico, necessário lembrar que, quando ao pesquisarmos e analisarmos o que chamamos de ciência, compreenderemos um emaranhando de formas de tentar definir mais ou menos uma coisa, surgindo deste modo a epistemologia, que em suma definiremos aqui como a filosofia da ciência, pois, se no passado ciência e filosofia eram praticamente a mesma coisa, com o passar dos séculos, ciência e filosofia estão se distanciando cada vez mais, e por isso hoje tratamos vertentes da física, como a astrofísica e a quântica como ciência, uma vez que estamos ampliando nossa capacidade de racionalizar e obter respostas cada vez menos refutadas, vamos deste como incluindo o conhecimento, “cientizando”. Em simples palavras, vamos ampliando a definição de ciência, e “fenômenos” como o efeito ideomotor e tantos outros já são reconhecidos por sociedades científicas como ciência, não havendo como refuta-los.
Agora que fizemos uma breve definição de ciência, temos melhores condições de definir o que é um artigo científico. Esta definição se faz necessária, porque perceberemos, ao analisar a temática proposta, futebol, já o colocaremos em discussão se ele poderia ser considerado como objeto de estudo científico, havendo epistêmicos que o enquadram no campo cientificismo, uma vez que o futebol em si não é passível de tornar-se um objeto de estudo, uma vez que cada partida é única, deste modo podendo ser observada apenas suas expressões, tais quais as oriundas das relações sociais que envolvem o tema. Outros epistêmicos enquadrariam o futebol como ciência, pois, se é única cada partida, analisando o movimento de cada jogador num momento de partida, poderíamos dentro de um aspecto estatístico, definir uma probabilidade, possivelmente verificável e repetível.
Uma vez que um artigo científico não visa toda a complexidade científica inerente à própria ciência, seu objeto é apenas realizar um estudo, uma observação de um objeto, com parâmetros já estabelecidos por uma metodologia já definida, e a partir disso, ter uma certa consubstanciação em suas afirmativas, para que seja tomado como algo passível de análise e consideração, tomado como um artigo científico.
Considerando as observações acima, necessário que partamos da premissa de que futebol é tema de análise de um artigo científico.
Se as mídias em geral possuem natural reprodução da temática futebol, uma vez que seu papel é meramente reprodutor, informativo, expositivo do observado sem maiores critérios, o mesmo não se dá com um artigo científico, que deve buscar um objeto específico para analisar, gerando deste modo uma informação concreta, circunscrita à uma temática proposta, deve estar completamente delineados no artigo científico todos os elementos à serem observados, para que possa haver uma qualificação dos mesmos, para que possa ser repetível a observação, embora não necessariamente repetíveis os resultados, pois, um artigo é científico pelo método-trato com o seu objeto de estudo e não pelo trato do objeto para com o artigo, sequer havendo qualquer inexorável vinculação legítima em si.
Levadas em efeito, as informações jornalísticas, artigos comuns de matéria de futebol, estas possuem objetivos meramente informativos do observado no ocorrido que envolve o tema referido. Já um artigo científico, deve partir de um ponto em específico, de um tema específico, reproduzível, verificável e repetível, como por exemplo, em questões do tipo; taxas de violência associada aos torcedores de times de futebol, movimentos de jogadores dentro de uma partida, aspectos econômicos relacionados ao futebol e o fomento dele, indicativos de alguns resultados, etc., enfim, algo especificado, para que possa ser qualificado como objeto de estudo, de informações que sirvam de base de desenvolvimento do tema, de estrutura para novos estudos a partir de então, de resultantes concretas do objeto estudado.
Além do acima exposto, diferentemente de um texto jornalístico, um artigo científico deve respeitar as normas estabelecidas pelo “meio científico” para o qual ele é desenvolvido, deve respeitar as normas estabelecidas por este meio, constituído por universidades ou sociedades científicas, respeitando o consensualmente definido pelo “meio científico” o qual ele está sendo voltado. Meio científico é uma forma de estabelecermos um referencial, um ponto do qual partiremos e para o qual direcionaremos, pois, a própria definição de ciência não é unanimemente estabelecida, pois, a ciência não sendo extática, sendo um “rescaldo” da filosofia, é indefinível em si mesma, uma vez que constantemente ampliam-se suas definições, e até seus métodos são ampliados e novos são desenvolvidos.
Seguidas algumas formalidades, um artigo científico deve-se evitar pelo teoricismo e pelo excesso de erudição em detrimento da própria qualidade do estudo, para que o artigo científico faça jus ao seu propósito inicial, de trazer o concreto, o verificável, a ciência e não o proselitismo bem polido, o cientificismo. Um artigo científico não deve ser apenas um repetidor que altera apenas as palavras utilizadas, já ditas sistematicamente. Para fazer jus ao nome, um artigo deve surpreender o leitor, oferecendo-lhe algo novo (o concreto), para que possa então ser qualificado como ciência, como elemento inclusor de conhecimento. Um artigo verdadeiramente científico deve levar o leitor à nunca mais pensar do mesmo modo.
Halan Crystian
RA: 1540332
Fontes:
- Curso de Serviço Social da UNIP. Trabalho desenvolvido predominantemente com base nas disciplinas do curso em seu 1°, 2°, 3° e 4° semestres.
- CFESS: http://www.cfess.org.br/.
- CREPOP: http://crepop.pol.org.br/novo/.
- ABRAPSO: http://www.abrapso.org.br/.
- Wikipédia – Society Psychical Research: https://pt.wikipedia.org/wiki/Society_for_Psychical_Research
- Wikipédia - Karl Marx e Marxismo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx.
- Wikipédia – Ciência: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia.
- Wikipédia – Michel Foucault: https://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Foucault.
- IAMAMOTO, M. V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Ed. Cortez, 2011.
- JUNG, C. G.. Phénomènes occultes. Paris: Ed. Montaigne, 1939.
- FOUCAULT, M. "Soberania e disciplina". In: Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979, p.182.

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