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0 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Esta disciplina trata do planejamento financeiro, o controle e a tomada de decisão, mostrando as atividades realizadas no curto prazo que afetam as Finanças na organização. Em seguida, focam as atividades realizadas no longo prazo apresentando as possibilidades de investimentos e financiamento que o administrador financeiro poderá realizar no mercado de capital e nas instituições financeiras. Mostram os riscos inerentes as atividades tanto de curto prazo, quanto de longo prazo na busca de lucratividade para seus acionistas e stakeholders. II – OBJETIVOS GERAIS Contribuir para o desenvolvimento das competências requeridas dos alunos, para que possam exercer o papel de contador, conforme definidas no Projeto Pedagógico do Curso/PPC, em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para Graduação em Ciências Contábeis – Resolução CNE/CES 10/2004. III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS Saber as funções da administração financeira de curto e longo prazo nas organizações, sua utilidade, e os resultados delas esperados. IV – CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1 – Objetivo e Ambiente da Administração Financeira 1.1 – Objetivos e Funções do Administrador Financeiro 1.2 – Ambiente Econômico e Financeiro das Empresas 2 – Decisões de Investimento e Financiamento a Curto e Longo Prazo 2.1 – Decisões de Financiamento a Curto e Longo Prazo 2.2 – As decisões de investimento de longo prazo 3 – Planejamento de Caixa 4 – Administração de Crédito, Contas a Receber 5 - Administração de Estoque 6 – Mercado de Capitais, Leasing e Debêntures 1 7 – Risco, Retorno e Hedge 8 – Indicadores de Desempenho e Diagnóstico Empresarial V – ESTRATÉGIAS DE TRABALHO 1 - As aulas deverão ser, em sua maioria, expositivas, com apoio de material de leitura e “cases” preparados para cada oportunidade. 2 - Além disso, serão criados debates e questionamentos sobre os “cases”, através de exercícios individuais e em grupos. 3 - Pesquisas extra-classe serão fundamentais para o estímulo ao desenvolvimento financeiro dos alunos, pela comparação do rendimento das diversas empresas e instituições estudadas. VI – AVALIAÇÃO A disciplina terá como fontes para avaliação e composição das notas bimestrais: 1 - Provas Escritas e 3 - Trabalhos em sala de aula VII – BIBLIOGRAFIA ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Editora Atlas, 2009. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo: Harbra, 2003. HOJI, Masakazu. Administração Financeira e Orçamentária. 8ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009 LEMES JR., A.B.; RIGO, C.M.; CHEROBIN, A.P.M.S. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. São Paulo: Campus/Elsvier, 2010. ROSS, S.A.; WESTERRFIELD, R.W.; JORDAN, B.D.; LAMB, R. Fundamentos de Administração Financeira. McGraw Hill, 2010 SANTI FILHO, Armando de; OLINQUEVITCH, José Leônidas. Análise de Balanços para Controle Gerencial. 2ª Edição. São Paulo: Editora Atlas, 1989. SILVA, Edson Cordeiro da. Como Administrar o Fluxo de Caixa das Empresas. 4ª edição. São Paulo: 2 3 DECISÕES DE INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO Decisões de investimentos de capital estão relacionadas ao comprometimento da empresa quanto aos recursos de longo prazo. Os investimentos mais comuns são os referentes aos ativos permanentes, que incluem a aquisição de novas máquinas, a modernização das já existentes, a ampliação de prédios e a construção de novos, a aquisição de veículos, os gastos com propaganda, a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos etc. Há muitos motivos para que as empresas realizem esses investimentos, que vão desde o aumento de sua participação no mercado por meio da oferta de uma quantidade maior de produtos — incluindo os novos produtos — até a expansão para novos mercados e o desenvolvimento do mercado externo. Em geral, os investimentos de longo prazo representam gastos substanciais de recursos, e para obtê-los as empresas recorrem a novos empréstimos, à emissão de debêntures e de novas ações ordinárias e preferenciais e, até mesmo, aos lucros retidos. Orçamento de capital O orçamento de capital é o processo de avaliação e seleção de investimentos de longo prazo compatíveis com o objetivo de maximização da riqueza do proprietário da empresa. Esse processo contempla as seguintes etapas: • Geração de propostas: O processo de orçamento de capital se inicia com as propostas de investimentos, que são elaboradas pelos gestores de todos os níveis da empresa. • Avaliação e análise: As propostas geradas são avaliadas quanto à adequação aos objetivos traçados pela empresa. Uma vez selecionadas, realiza-se a análise da viabilidade econômica e financeira de cada projeto. Para isso, é necessário: a) A elaboração dos respectivos fluxos de caixa, que incluem a estimativa do montante de recursos necessários ao investimento inicial, as entradas de caixa operacionais e o fluxo de caixa residual. b) A aplicação de um método de avaliação apropriado: payback, VPL (Valor Presente Líquido), TIR (Taxa Interna de Retorno) etc. • Tomada de decisão: A princípio, devem ser aprovados os projetos que apresentarem os maiores retornos em comparação ao CMgPC. No entanto, a decisão poderá contemplar projetos que ofereçam vantagens estratégicas para a empresa, como a penetração em novos mercados ou a criação de novas oportunidades de negócios. • Implantação: Uma vez que os projetos são escolhidos, os recursos necessários são viabilizados e inicia-se, então, a fase de implantação. • Acompanhamento: Os resultados de cada projeto implantado devem ser monitorados. Em geral, são avaliados os resultados efetivos em relação àqueles que eram esperados. Diferença entre gasto de capital e gasto operacional 4 Um gasto de capital é um desembolso de fundos com o qual a empresa espera obter benefícios em um período superior a um ano. Um gasto operacional é um desembolso que deve gerar benefícios em um prazo inferior a um ano. Os gastos de capital são realizados por muitos motivos. Os principais são a ampliação, a substituição ou a renovação de ativos imobilizados ou a obtenção de outro benefício menos tangível no longo prazo. Tipos de Projetos Para que sejam estabelecidas regras de seleção, é importante classificar os projetos. Veja a seguir como os projetos podem ser classificados: • Projetos independentes: Aqueles com propósitos diferentes, em que a escolha de um não elimina a necessidade de outros. Por exemplo: projeto de expansão da área de pintura e projeto de aquisição de aparelhos de ar-condicionado para o escritório central. • Projetos mutuamente excludentes: Aqueles que atendem ao mesmo objetivo, em que a escolha de um elimina os demais. Por exemplo: aquisição de uma nova prensa disponível em dois fornecedores, cada uma com determinadas especificações; as diferenças de especificações não interferem na decisão de comprar uma ou outra, mas a escolha de uma elimina e outra. • Projetos contingentes: Aqueles que se complementam para atender a um objetivo, em que a aceitação de um implica a aceitação dos demais. Por exemplo: projeto de aquisição de um novo torno e projeto de instalação desse torno. Fluxo de caixa Os fluxos de caixa dos projetos de investimentos incluem as seguintes variáveis: • Investimento inicial: Corresponde ao montante líquido de recursosa ser aplicado na implantação do projeto. Para se obter esse montante, são considerados: a) O valor de aquisição do novo ativo acrescido dos custos com a sua instalação. b) O recebimento, se houver, pela venda de ativos antigos (em caso de substituição de ativos). c) Mudanças, se houver, no capital de giro da empresa. 5 • Entradas de caixa: São as entradas de caixa incrementais, após os impostos, proporcionadas pelos projetos ao longo de sua vida útil. Essas entradas correspondem à diferença entre as receitas operacionais (receitas decorrentes da venda dos produtos ou serviços proporcionados pelo projeto) e os custos e despesas operacionais (custos e despesas decorrentes do funcionamento normal do projeto). • Fluxo de caixa residual: Corresponde à receita líquida gerada para a empresa pela venda do ativo ao final da vida útil do projeto, independentemente do estado em que se encontre. 6 EXEMPLO: PARTE I Uma grande e diversificada fabricante de componentes aeronáuticos, está tentando determinar o investimento inicial necessário para substituir uma máquina antiga por um modelo novo e muito mais sofisticado. O preço de compra da nova máquina é R$ 380.000, e R$20.000 adicionais serão exigidos para instalá-la. Ela será depreciada pelo método de depreciação linear durante cinco anos. A máquina atual (antiga) foi comprada há três anos por R$240.000 e está sendo depreciada pelo método linear, pelo período de cinco anos. A empresa encontrou um comprador disposto a pagar R$280.000 pela máquina atual e a arcar com os custos de sua remoção. A empresa espera que haja um aumento de R$35.000 nos ativos circulantes e de R$18.000 nos passivos circulantes, em consequência da substituição; essas variações acarretarão um aumento de R$17.000 (35.000 - 18.000) no capital circulante líquido. A empresa está na faixa de 25% de imposto de renda, tanto para o resultado operacional quanto para os ganhos de capital. a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente. b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente. c) Calcule o investimento inicial associado à proposta de substituição de equipamento. Resolução: a) b) 7 c) Parte II As estimativas de receitas e despesas (excluindo a depreciação), da indústria do exemplo anterior, com a nova máquina proposta e com a máquina atual, são fornecidas abaixo. A vida útil da máquina proposta e a vida útil restante da máquina atual são iguais a 5 anos. Utilizando o método de depreciação linear, e uma alíquota de IR de 25%, calcule: a) As entradas de caixa da máquina proposta. b) As entradas de caixa da máquina atual. c) As entradas de caixa incrementais do projeto proposto. Resolução: a) MAQUINA PROPOSTA Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receita (-) Despesas Lucro antes da deprec. e IR (-) Depreciação Lucro antes do IR (-) IR Lucro Líquido depois do IR 8 (+) Depreciação Entrada de Caixa Operacional b) MAQUINA ATUAL Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Receita (-) Despesas Lucro antes da deprec. e IR (-) Depreciação Lucro antes do IR (-) IR Lucro Líquido depois do IR (+) Depreciação Entrada de Caixa Operacional c) ENTRADAS DE CAIXA INCREMENTAIS ANO MAQUINA PROPOSTA MAQUINA ATUAL INCREMENTAIS 1 2 3 4 5 Parte III Prosseguindo com o exemplo anterior, vamos supor que a empresa espere ser capaz de vender a nova máquina no final de seu quinto ano de vida útil pelo valor líquido de R$50.000, após pagar custos de vendas e remoção. A máquina velha pode ser liquidada no final de seu quinto ano de vida por R$0, pois estar· completamente obsoleta. A empresa espera recuperar os R$17.000 de investimento em capital circulante líquido ao término do projeto. Como foi mostrado antes, tanto os ganhos operacionais como os ganhos de capital são taxados a mesma alíquota de imposto de renda de 25%. Calcule o fluxo de caixa residual associado a decisão de substituição proposta. Resolução: 9 Taxa mínima de atratividade A TMA (Taxa Mínima de Atratividade) consiste na taxa mínima de retorno que cada projeto deve proporcionar para remunerar o capital investido nele. Conforme vimos no capítulo anterior, essa taxa deve corresponder ao custo marginal ponderado de capital, ou seja, o custo de capital do projeto. Métodos de avaliação de investimentos Em geral, as empresas não dispõem de recursos suficientes para implementar todos os projetos considerados viáveis. Assim, vários métodos de avaliação permitem classificar os projetos a fim de auxiliar o processo decisório. Entre os métodos de avaliação, há aquele que possibilita conhecer o tempo necessário para recuperação do investimento, representado pelo payback, e aqueles que descontam os fluxos de caixa, dentre os quais, os mais utilizados são o valor presente líquido e a taxa interna de retorno. Valor presente líquido O VPL (Valor Presente Líquido) ou o NPV (Net Present Value) é a diferença entre o valor descontado do fluxo de caixa para a data do investimento inicial (I.I.) e o valor do investimento inicial de um projeto. Representação gráfica abaixo: O VPL pode ser calculado por meio da seguinte equação: onde VPL = Valor presente líquido do fluxo de caixa I.I. = Investimento inicial do projeto FC = Fluxo de caixa em cada ano do projeto k - Taxa mínima de atratividade, correspondente ao custo de capital A princípio, todos os projetos que apresentarem VPL ≥ 0 (zero) podem ser aceitos, pois geram retorno igual ou maior que o custo de capital. Quando um projeto apresenta VPL < 0, seu retorno é inferior 10 a seu custo de capital e ele deixa de ser atrativo. Payback O payback — ou prazo de retorno — representa o tempo necessário (anos, meses e dias) para a recuperação do investimento inicial. Seu cálculo é bastante simples: basta acumular as entradas líquidas de caixa até atingir o valor do investimento inicial. No cálculo do payback, deve-se ter cuidado com o tratamento dado ao valor residual. Como ele ocorre no final do projeto, está somado às entradas líquidas de caixa do último ano. É conveniente fazer a dedução desse valor, quando o prazo de retorno ocorrer no último ano. Taxa interna de retorno A TIR (Taxa Interna de Retorno) ou IRR (Internai Rate of Return) é uma taxa de desconto que iguala o valor presente do fluxo de caixa ao valor do investimento inicial de um projeto. Se utilizarmos a TIR para descontar o fluxo de caixa, o VPL de um projeto se iguala a zero. A taxa interna de retorno pode ser calculada com o emprego da seguinte equação: Além disso, ela pode ser encontrada por meio de taxas aleatórias ou com o emprego de uma calculadora financeira. Um projeto somente é atrativo quando sua TIR for maior ou igual que seu custo de capital. Quando um projeto apresenta TIR menor que seu custo de capital, ele deixa de ser atrativo. Exemplo: Utilize os dados da resolução dos exemplos anteriores (Parte I, II e III) para calcular: Valor Presente Líquido, Payback e TIR. QUESTOES PARA REVISÃO 1. O que é Orçamento de capital? 2. Por que as decisões de orçamento de capital são essenciais parao sucesso da empresa? 3. Qual é a importância das decisões de investimentos a longo prazo para a empresa e para a economia como um todo? 4. Conceitue gastos de capital, e em que se distingue dos gastos operacionais. Cite exemplos. 5. Todos os gastos de capital envolvem ativos imobilizados? Explique. 6. Quais são os motivos básicos para se fazer gastos de capital? Explique, discuta e compare esses motivos. 7. Descreva quais as etapas do processo de orçamento de capital detalhadamente. 11 8. Defina e diferencie Projetos independentes e projetos mutuamente exclusivos. 9. O que são fluxos de caixa relevantes? 10. Descreva quais são os principais componentes do fluxo de caixa. 11. Explique quais são as diferenças entre os fluxos de caixa nas decisões de expansão versus decisões de substituição de investimento. 12. Quais são as variáveis básicas para o cálculo do investimento inicial em uma proposta de investimento. Qual o formato básico para este cálculo? 13. Com os dados de receitas, despesas (excluindo depreciação), e depreciação do ativo atual e do ativo proposto, como seriam calculadas as entradas de caixa operacionais incrementais para efeito de decisão? 14. O que é fluxo de caixa residual? Use o formato básico apresentado para explicar como o valor desse fluxo de caixa é calculado em projetos de substituição. Exercícios 1. Uma indústria está considerando a compra de um novo equipamento para substituir o existente. O novo equipamento custará R$75.000 e exigirá R$5.000 em custos de instalação. Ele será depreciado pelo método linear utilizando um período de depreciação de cinco anos. O equipamento existente foi adquirido a um custo total de R$50.000, quatro anos atrás ele está sendo depreciado pelo método linear, utilizando um período de depreciação de cinco anos. Esse equipamento pode ser vendido hoje por R$55.000, líquidos de quaisquer despesas com venda ou remoção. Como resultado dessa proposta de substituição de equipamento, espera-se que o investimento em capital circulante líquido aumente em R$15.000. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%, tanto nos seus ganhos normais, quanto nos seus ganhos de capital. a) Calcule o valor contábil para o equipamento existente. b) Determine os impostos, se devidos, incidentes sobre a venda do equipamento existente. c) Calcule o investimento inicial associado a proposta de substituição do equipamento. 2. Uma indústria está considerando a compra de uma nova máquina para substituir uma já existente. A máquina atual foi comprada há 3 anos por um custo total de R$20.000; ela está sendo depreciada pelo método linear por um período de 5 anos. A nova máquina custaria R$35.000 e exigiria mais R$5.000 para instalação; ela seria depreciada por um período de cinco anos pelo método de depreciação linear. A máquina existente pode ser vendida hoje por R$25.000, livres de custos de venda ou remoção. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%, tanto para os ganhos normais quanto para os ganhos de capital. Calcule o investimento inicial associado a compra da máquina nova. 3. Uma indústria está considerando a substituição de um torno mecânico totalmente depreciado, que vai durar outros cinco anos. O novo torno deverá ter vida útil de cinco anos e despesas com depreciação de R$2.000 por ano. A empresa estima as receitas e despesas (excluindo a depreciação para o torno novo e para o usado apresentado no quadro a seguir. A empresa está sujeita a uma alíquota de IR de 25%). a) Calcule as entradas de caixa operacionais associadas a cada torno. b) Calcule as entradas de caixa incrementais resultantes da proposta de substituição. 12 4. Uma máquina que está sendo usada atualmente foi comprada dois anos atrás por R$40.000. Ela está sendo depreciada pelo método linear, usando-se um período de depreciação de cinco anos, e tem três anos de vida útil remanescente. Essa máquina pode ser vendida hoje por R$42.000, líquidos de quaisquer custos de venda ou remoção. Uma nova máquina, utilizando o método linear de depreciação por três anos pode ser adquirida pelo preço de R$140.000. São necessários R$10.000 para instalá-la e ela tem três anos de vida útil. Se a nova máquina for adquirida, espera-se que o investimento em duplicatas a receber aumente em R$10.000, o investimento em estoques cresça em R$25.000, e as duplicatas a pagar cresçam em R$15.000. Espera-se que os lucros antes da depreciação e imposto de renda sejam de R$70.000 para cada um dos próximos três anos, com a máquina existente, e de R$120.000 no primeiro ano e R$130.000 no segundo e terceiro anos, com a nova máquina. Ao final dos três anos, o valor de mercado da máquina existente, seria igual a zero, mas a nova máquina poderia ser vendida por R$35.000, antes dos impostos. Tanto os ganhos normais quanto os ganhos de capital são taxados a uma alíquota de 25% de imposto de renda. a) Determine investimento inicial associado a decisão de substituição proposta. b) Calcule as entradas de caixa operacionais incrementais para os anos 1 a 3, associadas a proposta de substituição. c) Calcule o fluxo de caixa residual associado a decisão de substituição proposta. (Obs.: isso ocorre no final do terceiro ano.). d) Trace o diagrama dos fluxos de caixa relevantes encontrados em a, b e c, associados a decisão de substituição proposta, supondo que seu término seja no final do terceiro ano 5. Uma empresa está analisando a compra de um novo triturador super-rápido para substituir o existente. Ele foi comprado dois anos atrás, a um custo instalado de R$60.000; está sendo depreciado em um período de cinco anos pelo método linear. A nova máquina irá custar R$105.000 e irá exigir R$5.000 para instalação; ela tem uma vida útil de cinco anos e seria depreciada pelo método linear por igual período. A máquina usada poderia ser vendida hoje por R$70.000, sem incorrer em custos de venda ou remoção. Para sustentar o aumento nos negócios, resultante da compra do novo triturador, as duplicatas a receber iriam crescer em R$40.000, os estoques em R$30.000, e as duplicatas a pagar em R$58.000. Ao final dos cinco anos, espera- se que a máquina existente tenha um valor de mercado de zero, e a nova poderia ser vendida por R$29.000 antes dos impostos. A empresa paga imposto de renda a uma alíquota de 25%. Os lucros estimados antes da depreciação e imposto de renda para os próximos cinco anos, tanto para o triturador novo como para o existente são apresentados no quadro abaixo: 13 a) Calcule o investimento inicial associado a substituição do triturador existente pelo novo. b) Determine as entradas de caixa operacionais incrementais associadas a proposta de substituição. c) Determine o fluxo de caixa residual esperado para a proposta de substituição. d) Faça o diagrama do fluxo de caixa relevante, associado a decisão de substituição. 7. A Atlantic Drydock está analisando a possibilidade de substituir um guindaste por um equipamento mais nove e eficiente. O guindaste atual tem três anos de uso, custou R$32.000 e está sendo depreciado pelo método linear por um período de cinco anos. O guindaste A, uma das alternativas de substituição, custa R$40.000 e envolve despesas de instalação de R$8.000; tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco anos. O guindaste B (a outra alternativa), pode ser comprado por R$54.000 e instalado por R$6.000; também tem vida útil de cinco anos e será depreciado pelo método linear pelo prazo de cinco anos. Investimentos adicionais em capital de giro líquido acompanharão adecisão de adquirir o guindaste A ou o B. A compra de A resultaria em um aumento de capital de giro líquido de R$4.000; a compra de B resultaria em mais R$6.000 de capital de giro líquido. As projeções de lucro antes da depreciação e do imposto de renda para cada alternativa de compra e para o guindaste atual são fornecidas na tabela a seguir O guindaste já existente pode ser vendido agora por R$18.000 e não provocará custos de remoção nem de limpeza; ao final de cinco anos poderá ser vendido pelo preço líquido de R$1.000 antes do imposto de renda. Os guindastes A e B poderão ser vendidos pelo preço líquido de R$12.000 e R$20.000, respectivamente, antes do IR, também no final de cinco anos. A empresa está sujeita a alíquota de 25% de imposto sobre rendimentos ordinários e ganhos de capital. a) Calcule o investimento inicial associado a cada alternativa. b) Calcule as entradas operacionais incrementais de caixa associadas a cada alternativa. c) Calcule o fluxo de caixa residual no final do ano 5 associada a cada alternativa. d) Represente, em uma linha de tempo, os fluxos de caixa associados a cada alternativa. 14 RISCO, RETORNO E HEDGE META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. Cada decisão financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação. Nessa busca, duas variáveis conduzem as decisões: o risco e o retorno. DEFINIÇÃO DE RISCO O risco é a possibilidade de perda financeira e afeta tanto os administradores financeiros quanto os acionistas (GITMAN, 2004). Todo investimento envolve certa medida de risco, e para caracterizar tal conceito corretamente é necessário diferenciar dois conceitos básicos que são: incerteza e risco. “A incerteza pode se referir a situações nas quais muitos resultados são possíveis com probabilidades de ocorrência desconhecidas. Já o risco refere-se a situações as quais podemos relacionar todos os possíveis resultados, bem como estabelecer a probabilidade de ocorrência de cada um deles”. (KNIGHT apud PINDYCK; RUBINFELD, 2002) As probabilidades envolvidas podem ser objetivas ou subjetivas. As objetivas fundamentam-se na frequência com a qual determinados eventos tendem a ocorrer, baseados em experiências similares. As subjetivas baseiam-se na percepção de que um determinado resultado poderá vir a ocorrer, embasada no julgamento e na experiência de uma pessoa, mas não na frequência em que os resultados tenham realmente ocorrido no passado. Ambas as interpretações da probabilidade são importantes no cálculo das medidas que auxiliam a comparar e escolher entre os riscos envolvidos, que são o valor esperado e a variabilidade dos possíveis retornos. TIPOS DE RISCO Riscos específicos da empresa Risco operacional: a possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos de operação. Seu nível é determinado pela estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos operacionais (variáveis). Risco financeiro: por sua vez, além de incluir o risco econômico, é determinado pelo uso do capital de terceiros, que exige remuneração fixa e prioritária em face da remuneração do capital dos acionistas. Riscos específicos dos acionistas Risco de taxa de juros: refere-se à possibilidade de que variações na taxa de juros afetem negativamente o valor de um investimento. Na maioria das vezes, os investimentos perdem valor quando a taxa de juros sobe e ganham valor quando a taxa de juros se reduz. 15 Risco de liquidez: refere-se à possibilidade de um ativo não ser liquidado a um preço razoável e com facilidade de negociação, que dependem do porte e da profundidade do mercado onde este ativo é negociado. Risco de mercado: tem por característica básica a possibilidade de redução do valor de mercado de um ativo acarretado por instabilidades no mercado, independentes do ativo, como eventos econômicos, políticos e sociais. Quanto mais o valor do ativo reage às instabilidades do mercado maior o risco envolvido no investimento. Riscos conjuntos: empresas e acionistas Risco de evento: está relacionado a situações inesperadas que podem interferir no valor da empresa ou de um ativo específico. Geralmente, os eventos inesperados afetam setores específicos ou pequenos grupos de acionistas. Risco de câmbio: refere-se à possibilidade de flutuações na taxa de câmbio interferirem nas negociações empresariais com fluxos de caixa futuros previstos, já que tais flutuações podem mudar o valor da empresa e das ações negociadas. Risco de poder aquisitivo: relacionado à possibilidade de variação nos níveis gerais de preços, inflação ou deflação, e que esta variação afete os fluxos de caixa, as empresas e os ativos, pois variações no nível geral de preços afetam o poder aquisitivo dos agentes. Risco de tributação: refere-se a empresas e ativos que são influenciados por alterações na legislação tributária. Há ainda que se diferenciar os tipos de comportamento dos agentes com relação ao risco, estes podem ser avessos, neutros e arrojados com relação às situações que envolvem risco. Os investidores avessos ao risco, procuram o menor risco possível, medido pelo desvio-padrão da distribuição de probabilidades dos fluxos futuros, dado o valor esperado de retorno. Os investidores neutros ao risco são indiferentes ao recebimento de um retorno garantido ou de um retorno incerto que apresente o mesmo valor esperado de retorno. E por fim, os investidores arrojados que preferem assumir maiores riscos, se estes lhes trouxerem maior retorno associado. PREFERENCIAS AO RISCO As atitudes em relação a risco diferem entre os administradores (e as empresas). Os três comportamentos básicos em relação a risco: 1) Indiferente a risco: o retorno exigido não varia quando o nível de risco vai de x1 para x2. Essa atitude não faz sentido em quase nenhuma situação empresarial. 2) Avesso a risco: o retorno exigido aumenta quando o risco se eleva. 3) Propenso a risco: o retorno exigido cai quando se o risco aumenta. Esse comportamento não tenderia a beneficiar a empresa. Em sua maioria, os administradores são avessos a risco. 16 DEFINIÇÃO DE RETORNO A definição de retorno está diretamente ligada à definição da função financeira de uma empresa: “... a função financeira compreende os esforços despendidos objetivando a formulação de um esquema que seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa, ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez”. (ARCHER; D’AMBROSIO, 1969 apud SANVICENTE, 1987) “...retorno é o ganho ou a perda total sofrida por um investimento em um período determinado”. (GITMAN, 2004) Logo, o retorno de um investimento é a recuperação do capital investimento adicionado de um valor produzido na operação referente à remuneração do capital, conhecido como juros, em um determinado espaço de tempo. Os resultados geralmente são medidos pela soma de fluxos financeiros do período com a variação de valor. Contudo, o administrador financeiro, geralmente, analisa os investimentos pautados em projeções dos resultados do projeto ou ação, necessitando de indicadorespara avaliar tais resultados. Tal retorno é medido com base na projeção dos resultados futuros e comparado com a taxa mínima de atratividade exigida pelo investidor. Essa taxa mínima de atratividade é também chamada de custo de capital, ou seja, em que medida o projeto atende ao custo de capital. No caso de investimentos produtivos, o retorno do investimento é calculado a partir dos fluxos financeiros previstos no período de duração do projeto, utilizando alguns indicadores como período de payback, valor presente líquido, índice de lucratividade, taxa interna de retorno e taxa média de retorno e comparado ao percentual do custo de capital imposto pelo investidor. No caso de investimentos financeiros, o retorno é calculado com base nos lucros e dividendos futuros relacionados à atividade da empresa que emitiu os títulos financeiros, e com menor intensidade o preço de transação do título no mercado. Assim, segundo Armando de Santi Filho (1997), quem está disposto a assumir riscos deseja uma compensação. Esta compensação diz que riscos maiores exigem retornos mais elevados. HEDGE in http://www.bertolo.pro.br/AdminFin/HTML/Hedge.htm Todo investidor que se preze tem medo do risco que uma operação possa trazer. Não importa o tipo ou o volume. O fato é que, mesmo sendo mínimo, há sempre um risco para quem investe. Por isso, é importante que o investidor saiba que há formas de se proteger e diminuir a possibilidade de ser pego de surpresa por algum revés da economia. Uma das operações mais usadas e mais eficientes para proteção de investimento é o hedge. Numa tradução literal do inglês, “hedge” quer dizer “cerca”. Na prática, é uma forma de proteger uma aplicação contra as oscilações do mercado. “O hedge significa menos risco para a posição do investidor, seja ela qual for”, explica Antônio Gonçalves, economista e professor do Instituto Bennet, do Rio de Janeiro. Antônio ressalta que, apesar de ser muito usado em operações cambiais, o hedge é também muito comum na proteção de preço de commodities. “Principalmente as agrícolas, que têm fortes oscilações de preços”, diz. Antônio afirma que o investidor que faz um hedge admite que está assumindo uma posição de risco e que pode não ganhar tudo aquilo que espera. “Mas, pelo menos, ele se protege e não perde 17 tudo. Há operações tão arriscadas que o investidor pode até ser obrigado a colocar mais do que investiu”, alerta. Os operadores e analistas do mercado, em geral as pessoas mais acostumadas com esse tipo de operação, costumam usar a expressão “hedgiar” ou “fazer um hedge”. Isso significa que estão montando estratégias de proteção para diminuir o risco. As operações de hedge devem constar no regulamento dos fundos de investimentos. Portanto, se o investidor observar qualquer menção a esse tipo de operação, deve saber que o gestor do fundo está fazendo operações muito arriscadas e que está tomando providências para reduzir os riscos dessas operações. Em geral, as operações de hedge são realizadas na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Digamos que uma empresa tenha dívidas em dólar, e queira se prevenir de eventual alta da moeda norte- americana. Ela vai a BM&F e compra um contrato de dólar futuro, garantindo que, em determinada data, poderá comprar determinada quantia de dólares a determinada cotação. Se o dólar ultrapassar a cotação fixada, a empresa estará protegida, pois terá direito a comprar a moeda a um preço mais baixo. Operações como essa na BM&F, no entanto, têm um custo. Por isso, só são feitas por empresas ou bancos. Veja o exemplo de como fazer uma simples operação de hedge: Mas há alguns tipos de hedge que o pequeno investidor pode fazer, sem precisar recorrer a BM&F. Suponhamos que uma família vá fazer uma viagem ao exterior e debite a maioria de suas despesas em cartão de crédito. Como qualquer gasto no exterior é calculado em dólar pela administradora, o valor das contas virão indexadas à variação da cotação dessa moeda. Para se proteger de qualquer crise cambial, o investidor calcula em média quanto gastará em sua viagem e compra o mesmo valor em dólar ou simplesmente aplica o dinheiro num fundo cambial (atrelado ao dólar). Ao retornar da viagem, pode vender os dólares comprados e, com o equivalente em reais, pagar sua fatura. Assim, ele livra-se do risco de uma crise cambial, com desvalorização da moeda nacional, no nosso caso o Real. Veja agora como o produtor agrícola faz para “hedgiar” sua safra: Vamos dizer que um produtor de milho esteja planejando sua colheita para daqui a quatro meses. No entanto, ele não sabe a que preço vai estar o produto naquela época. Para evitar que perca muito, caso haja uma queda brusca de preço, ele compra uma opção de venda. Com isso, garante que vai vender o produto a determinado preço, em determinada data. Essa opção de venda protege o produtor contra as fortes oscilações do preço do produto no mercado. Mas, caso o preço do milho ultrapasse o preço fixado na opção de venda, o produtor não é obrigado a exercer a operação. Isso é uma forma de hedge. 18 FONTES DE FINANCIAMENTO DE CURTO PRAZO Uma empresa pode financiar suas atividades através de capitais próprios e de terceiros. O capital próprio implica aumento do patrimônio líquido. Segundo Lemes Júnior (2002), o aumento do capital próprio ocorre através da autogeração de recursos e reinvestimento na empresa, pela subscrição e integralização de capital social ou pela emissão de ações, no caso de grandes empresas de capital aberto, ofertadas na Bolsa de Valores. Os passivos circulantes representam as fontes de financiamento em curto prazo da empresa. Algumas fo.0ntes são geradas pelas próprias operações. Enquanto outras, provenientes de atividades como os financiamentos bancários. São Fontes Espontâneas de Financiamento em Curto Prazo aquelas que resultam das Operações normais da empresa tais como as duplicatas a pagar. À medida que as vendas da empresa crescem, as duplicatas a pagar aumentam em condições do maior volume das compras requerido pelo acréscimo na venda. Com vendas crescentes, as contas a pagar relativos também aumentam, o mesmo ocorrendo com os impostos. São fontes de Financiamentos em Curto Prazo não Garantidos aquelas decorrentes de empréstimos em curto prazo através de instituições financeiras ou de commercial Papers. Os empréstimos bancários são mais comuns porque podem ser solicitados por empresas de qualquer tamanho; os commercial papers tendem a estar disponíveis apenas para grandes empresas. O tipo mais importante de empréstimo feito por bancos a empresas é o empréstimo em curto prazo autoliquidável. Os commercial papers são formas de financiamento consistindo de notas promissórias em curto prazo não-garantidas, emitidas por empresas com elevado conceito de crédito. Geralmente, apenas as grandes empresas, de alta reputação e situação financeira inquestionável, estão em condições de emiti- los. São Fontes de Financiamento em Curto Prazo com Garantia aquelas em que o credor Exige alguns ativos como colaterais geralmente duplicatas a receber ou estoques. A quantidade dos recursos alocados nos itens circulantes da empresa devem destinar-se somente a sustentação de sua atividade operacional visto que, o ativo circulante é pouco rentável. Dessa forma, voltamos ao dilema do administrador financeiro no que se refere à busca de maior rentabilidade envolvendo o menor risco. A determinação do volume adequado de ativos circulantes a serem mantidos deverá, portanto, atender ao objetivo básico da administração, ou seja, maximizar o retorno dos proprietários minimizandoos riscos. A dificuldade encontrada para a definição do montante adequado de investimentos em ativos circulantes, é o grau de incerteza que se apresenta pelo fato da análise ser feita através de projeções futuras, o que nem sempre vai coincidir com o desejado. Diante de tantas incertezas, o administrador financeiro quando determina o investimento em capital circulante, deve ter em mente os seguintes aspectos: Os recursos aplicados em caixa devem ser suficientes para fazer frente aos desembolsos previstos e alguns não previstos. Adotar uma política de duplicatas a receber que permita o crescimento ou, a manutenção das vendas sem aumento dos níveis de inadimplência. Manter estoques mínimos porém, sem correr riscos de perder vendas ou provocar atrasos no processo produtivo. ESTRATÉGIAS DE FINANCIAMENTO DOS RECURSOS NECESSÁRIOS 19 Se a produção e as vendas ocorressem uniformemente ao longo de todo ano, a gestão do capital de giro nas empresas industriais seria bastante facilitada porque haveria fluxos regulares de entradas e de saídas de caixa. Ocorre que muitas empresas estão sujeitas a fatores sazonais que afetam suas atividades, provocando expansão e contratação nos ativos circulantes. Em certos meses, os estoques de matérias- primas poderão estar muito elevados (Ex. estoques de produtos agrícolas adquiridos nas safras) e em outras épocas poderemos encontrar um nível alto de produtos acabados destinados ao atendimento de uma demanda concentrada (Ex. estoques de sorvetes durante o inverno). Determinadas indústrias de bens de consumo têm de financiar parte dos estoques sazonais dos comerciantes varejistas concedendo maiores prazos de faturamento (Ex. brinquedos para vendas de natal). Por outro lado, sempre existirá um nível mínimo de estoques, duplicatas a receber e disponibilidades a ser mantido independentemente das flutuações sazonais das atividades. Resumindo, para os investimentos necessários à manutenção de sua atividade, uma empresa tem necessidade de financiamentos que podem ser divididos em: a) Necessidades permanentes: são aquelas que se mantêm fixas ao longo do ano, e são representadas pelos ativos permanentes somados à parte do ativo circulante que não apresenta alterações durante o período. b) Necessidades sazonais: são as necessidades de financiamento referentes à parcela dos ativos circulantes que apresentam alterações no decorrer do período. Cabe ao administrador financeiro, determinar o montante dos financiamentos adequados a cada situação e para isso, dispõe de algumas estratégias. Estratégia Agressiva: A empresa mantém recursos permanentes na medida exata para financiar suas necessidades permanentes sendo que as necessidades sazonais são financiadas com recursos de curto prazo, (temporários). Estratégia Conservadora: é a que consiste em financiar todas as suas necessidades de recursos através de financiamento de longo prazo. Estratégia Intermediária ou Moderada: os recursos permanentes financiarão as necessidades permanentes e mais uma parte das necessidades sazonais. Resultado Comparativo das Alternativas Estratégia CGL Risco Custo Lucratividade Agressiva Menor Maior Menor Maior Intermediária Médio Médio Médio Médio Conservadora Maior Menor Maior Menor 20 DECISOES DE FINANCIAMENTO DE LONGO PRAZO FONTES DE FINANCIAMENTO – CAPACIDADE DE PAGAMENTO Visto que o Ativo Circulante (AC) representa o conjunto de bens e direitos de curto prazo de uma empresa (aquilo que ela possui ou possuirá em curto período de tempo) e que o Passivo Circulante (PC) representa o conjunto de obrigações de uma empresa para com terceiros no curto prazo (aquilo que ela deve pagar em curto período de tempo), é lógico admitir que se o AC for maior do que o PC, melhor será a situação financeira de curto prazo. CAPITAL DE GIRO Segundo Lemes Júnior (2002), o capital de giro pode ser entendido como o valor dos recursos aplicados pela empresa para movimentar o ciclo operacional, este por sua vez, é o espaço de tempo decorrente entre a entrada da matéria prima na empresa até o recebimento das vendas dos produtos acabados resultantes. Para Braga (1994), o capital de giro refere-se aos recursos aplicados no ativo circulante, composto principalmente por estoques, contas a receber e disponibilidades. A correta administração do capital de giro é uma questão fundamental à boa saúde financeira de uma empresa, visto que o capital de giro tem importante participação no desempenho operacional. Uma das possíveis conseqüências é que os planos de longo prazo podem não se concretizar, caso a gerência da empresa não cuide das questões financeiras cotidianas as quais envolvem administração do fluxo de caixa, acompanhamento do prazo para pagamento de compras e recebimento das vendas, entre outras. A necessidade de capital de giro é fruto do descompasso entre entradas e saídas de caixa. Nesse sentido, Assaf Neto e Silva (1997) enfatizam que a necessidade de capital de giro surge da falta de sincronismo entre as atividades de produção, vendas e cobrança. Gitman (2002) destaca que as saídas de caixa são relativamente previsíveis, enquanto que as entradas são mais difíceis de serem previstas. Deste modo, quanto mais previsíveis forem às entradas de caixa, menor será a necessidade de capital de giro para a empresa. Uma administração inadequada do capital de giro pode resultar em graves problemas financeiros, podendo levar a empresa a uma situação de insolvência. Nesse sentido, pode-se dizer que a administração do capital de giro envolve dois aspectos fundamentais: a.) O primeiro aspecto a ser considerado é o sincronismo entre entradas e saídas monetárias. Quanto mais previsíveis forem as entradas e saídas de caixa, menor será a necessidade de capital de giro. b) o segundo aspecto se refere ao nível de atividade da empresa. Quanto maior o nível de atividade, ou seja, o volume de vendas, maior a necessidade de capital de giro. À medida que o volume de vendas aumenta é necessário um correspondente aumento em estoques, duplicatas a receber e caixa. No entanto, a sazonalidade dos negócios pode determinar variações nas necessidades de recursos ao longo do tempo. Sendo assim, diante do contexto do mercado em que atuam, as empresas formalizam estratégias de administração do capital de giro, avaliando os investimentos correntes e buscando os passivos mais adequados. Para suprir necessidades eventuais ou constantes de capital de giro, as empresas podem optar por uma das várias opções oferecidas pelo mercado financeiro. 21 No entanto, é necessário conhecer detalhadamente todas as possibilidades de financiamento oferecidas pelo mercado para que se possa proceder à escolha correta. Fatores como taxa de juros e risco influenciam diretamente na escolha de fontes de financiamento que podem levar tanto a lucros como a prejuízos. Desta maneira, faz-se necessário uma cuidadosa análise acerca desses fatores. CRÉDITO ROTATIVO Segundo Fortuna (2002), o crédito rotativo é uma linha de crédito aberta com um limite, podendo este ser utilizado pela empresa à medida de suas necessidades ou mediante a apresentação de garantias em duplicatas. Os juros e o IOF são cobrados de acordo com a utilização dos recursos. Para Lemes Júnior et al. (2002), o crédito rotativo tem um funcionamento semelhante a uma conta-corrente com limite de crédito e prazo preestabelecido. A empresa pode efetuar saques a descoberto dentro desse limite sem maiores burocracias. Os encargos financeiros são, normalmente, altos, mas são pagos somente peloperíodo que a conta permanece devedora. DESCONTO DE TÍTULOS De acordo com Fortuna (2002), desconto de títulos é um adiantamento de recursos feito pelo banco aos clientes, sobre valores referenciados em duplicatas de cobrança ou notas promissórias, antecipando, assim, o fluxo de caixa do cliente. Para Lemes Júnior (2002), o desconto significa a negociação de um título representativo de crédito, junto a um banco comercial, antes do seu vencimento. Di Agustini (1999) enfatiza que se o sacado não efetuar o pagamento na data de vencimento, o banco tem direito de regresso contra o cedente. Assim, o risco do não recebimento do título não é do banco e sim da empresa que efetuou o desconto. Lemes Júnior (2002) destaca as seguintes modalidades de desconto de títulos: - Desconto de duplicatas; - Desconto de notas promissórias; - Empréstimo por contrato. HOT-MONEY Os chamados empréstimos hot-money são outra forma de empréstimos por contrato. Para Di Agustini (1999), o s empréstimos hot-money são alternativas de financiamento de capital de giro de curtíssimo prazo destinadas a suprir necessidades momentâneas de caixa. Os contratos de hot-money são garantidos, normalmente, por nota promissória. Lemes Júnior et al. (2002) destacam que os encargos financeiros desse tipo de operação são cobrados pelo período do empréstimo, porém, segundo Meurer (2003), tal operação apresenta elevado custo financeiro. CONTAS GARANTIDAS As contas garantidas são contas vinculadas à conta corrente da empresa, usadas quando o saldo se torna devedor. Quando isso acontece são feitos saques automaticamente para que os débitos sejam supridos. É necessário fazer um aviso prévio para o banco realizar a transferência da conta garantida para a conta corrente, incidindo sobre o saque o IOF. Foregon ap. Meurer (2003) acrescenta que os juros devidos pelos excessos das contas correntes são cobrados mensalmente e diferem do cheque especial, pois é uma conta separada, desvinculada da conta corrente, sendo que a garantia, geralmente, é uma nota promissória em branco. 22 EMPRÉSTIMOS DE CAPITAL DE GIRO Na definição de Fortuna (2002), empréstimos de capital de giro são operações tradicionais de empréstimos que atendem às necessidades de capital de giro das empresas. São feitos através de um contrato que estabelece prazos, taxas, valores e garantias. O plano de amortização, geralmente, envolve prazo de até 24 meses, podendo variar. Duplicatas com até 150% do principal emprestado podem ser usadas como garantias, proporcionando, assim, taxas de juros mais baixas. No caso de outras garantias serem entregues, como aval e notas promissórias, os juros são mais altos. LEASING Arrendamento mercantil ou leasing é uma forma da empresa ter um bem sem realizar a compra. A operação pressupõe um arrendador, proprietário do bem, e um arrendatário, que terá direito de utilização do bem mediante um contrato e por um prazo previamente determinado. As principais vantagens do leasing são: financiamento total do bem; liberação de capital de giro; dupla economia de imposto de renda (dedução de aluguéis e não imobilização de equipamentos); aceleração da depreciação; e, simplificação contábil (Fortuna, 2002). O leasing não sofre incidência de IOF mas está sujeito ao pagamento de ISS sobre o valor total. FACTORING A definição de factoring implica aquisição, pro soluto, de créditos de empresas, originados de suas vendas ou de prestação de serviços a prazo, pela casa de factoring combinado com a contínua prestação de serviços de alavancagem mercadológica, de seleção de riscos ou de outros serviços (Leite,1999). Segundo Di Augustini (1999), por não ser caracterizada como uma operação financeira não ocorre incidência de IOF sobre a operação de factoring. Porém, a operação é tributada pelo ISS sobre o serviço prestado. Lemes Júnior (2002), enfatizam que os custos da operação de factoring tendem a ser 65 maiores do que os custos de empréstimos devido ao fato de a casa de factoring assumir o risco de inadimplência do devedor e de ela prestar outros serviços não-financeiros. BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que tem como objetivo financiar a longo prazo os empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Os tipos de investimentos apoiados são: - Implantação, expansão e modernização de atividades produtivas e da infra-estrutura; - Comercialização de produtos e serviços no Brasil e no exterior; - Capacitação tecnológica; - Treinamento de pessoal, formação e qualificação profissional. Os itens não financiáveis são: 23 - Terrenos e benfeitorias existentes; - Máquinas e equipamentos usados (exceto para microempresas); - Animais para revenda, formação de pastos em áreas de preservação ambiental; - Veículos; - Capital de giro para exportação, agropecuária e serviços, exceto, microempresas prestadoras de serviço. DEBÊNTURES EMITIDAS PELAS SOCIEDADES ANÔNIMAS Debêntures é uma expressão inglesa, geralmente mais empregada no Brasil do que a sua correspondente francesa “obligation”, também adotada na legislação brasileira. Debêntures são valores mobiliários emitidos pelas sociedades anônimas, representativas de empréstimos contraídos pelas mesmas, cada título dando, ao debenturista, idênticos direitos de crédito contra as sociedades, estabelecidos na escritura de emissão. Trata-se de um título de massa, porquanto as debêntures são sempre emitidas em bloco. A finalidade desse tipo de financiamento é a de satisfazer, de maneira mais econômica, às necessidades financeiras das sociedades por ações, evitando, com isso, os contra-tempos das constantes e caras operações de curto prazo, junto ao mercado financeiro. Dessa forma, as sociedades por ações têm, à sua disposição, as facilidades necessárias para captação de recursos junto ao público, a prazos longos e juros mais baixos, com atualização monetária e resgates a prazo fixo ou mediante sorteio, conforme suas necessidades para melhor adequar o seu fluxo de caixa. Assim, uma vez identificada a necessidade de captação de recursos financeiros de terceiros, para concretização de investimentos e para o cumprimento de obrigações assumidas anteriormente, a administração da empresa, levará à Assembléia Geral, proposta para que seja contraído empréstimo público, normalmente a longo prazo, mediante a emissão de debêntures. A Assembléia, obedecendo ao que dispuser os estatutos, estabelecerá as características do empréstimo, fixando as condições de emissão, tais como: montante, número de debêntures, prazo, data de emissão, juros, deságio, amortizações ou resgates programados, conversibilidade ou não em ações, atualização monetária, e tudo o mais que se fizer necessário, deliberando a respeito. Uma vez aprovada a emissão de debêntures, cabe à administração da sociedade praticar todos os atos necessários para a efetivação do empréstimo, mediante a colocação dos títulos junto ao público, de forma a satisfazer as suas necessidades de recursos. Os debenturistas têm proteção legal por meio da escritura de emissão e do agente fiduciário. A escritura de emissão é um documento legal que especifica as condições sob as quais a debênture foi emitida, os direitos dos possuidores e os deveres da emitente. Trata-se de documento extenso contendo cláusulas padronizadas, restritivas e referentes à garantia. Da escritura constam, entre outras, as seguintes condições: montante da emissão; quantidade detítulos e o valor nominal unitário; forma; condições de conversibilidade; espécie; data de emissão; data de vencimento; remuneração; juros; prêmio; cláusula de aquisição facultativa e/ou resgate antecipado facultativo; condições de amortização. O agente fiduciário é uma terceira parte envolvida na escritura de emissão, tendo como responsabilidade assegurar que a emitente cumpra as cláusulas contratuais. 24 MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais é um sistema de distribuição de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. No mercado de capitais, os principais títulos negociados são os representativos do capital de empresas — as ações — ou de empréstimos tomados, via mercado, por empresas — debêntures conversíveis em ações, bônus de subscrição e “commercial papers” —, que permitem a circulação de capital para custear o desenvolvimento econômico. O mercado de capitais abrange, ainda, as negociações com direitos e recibos de subscrição de valores mobiliários, certificados de depósitos de ações e demais derivativos autorizados à negociação.
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