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SOCIOLOGIA ORGANIZACIONAL AULA 04

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Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
1 
 
 
 
 
 
Sociologia Organizacional 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
 
 
 
Prof. Luciano Stodulny 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
2 
Conversa inicial 
Você já pensou que nosso comportamento é diferente ao observarmos as 
outras pessoas? 
Contextualizando 
Weber propõe uma reviravolta na análise sociológica, inicialmente 
mudando o objeto de estudo da sociologia para a ação social, que permite a 
análise do comportamento individual. 
Tema 1: Ação Social 
Weber é um dos grandes autores clássicos da sociologia, sendo sua 
grande contribuição a redefinição acerca do objeto de estudo da sociologia, que 
até então tinha sido definido por Durkheim como sendo o fato social. 
A ação social é a leitura da sociedade a partir do comportamento individual, 
em que nossa orientação é uma escolha pessoal, e não uma imposição do grupo. 
O ponto inicial da investigação de Weber é justamente a ação social, 
sendo essa a conduta humana, dotada de sentido e justificativa elaborada de 
forma subjetiva. 
Para Weber, a sociologia é a ciência que busca compreender e interpretar 
a ação dos indivíduos nas diferentes situações coletivas em que se dão essas 
ações e, portanto, justificá-las em seu desenvolvimento e consequência, 
procurando apreender a regularidade do modelo, dos costumes e das situações 
de interesse, como exemplo desses comportamentos há as manifestações da 
moda, o consumo de alimentos, as ações partidárias etc. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
3 
Segundo a definição de Weber, a ideia de ação social é uma das mais 
importantes da sociologia. Ele a define como conduta humana (ato, omissão, 
permissão ou tolerância), que tem sentido com o conteúdo subjetivo por parte de 
quem a pratica, norteando os próprios interesses nos comportamentos 
individuais, tendo em vista o ato, presente, passado e futuro de outros ou como 
esses outros podem interferir nos comportamentos individuais. 
 
A notícia acima, sobre a omissão das pessoas em determinadas situações 
como observar o que as cerca ao transitar na rua, é o tipo de situação de estudo, 
segundo Weber, pois denuncia a omissão no nosso comportamento. 
Invisíveis: não reconheceram os próprios parentes disfarçados de mendigos 
É triste, é desolador, mas o cenário já se tornou tão comum que pouca gente se comove 
vendo moradores de rua. Vendo? A verdade é que pouca gente de fato vê os sem-tetos – na 
maioria das vezes eles passam completamente despercebidos, como se não fossem nada 
além de um objeto do mobiliário urbano. Num esforço para conscientizar o público sobre essa 
situação, a instituição Rescue Mission, de Nova Iorque, instalou câmeras escondidas e filmou 
pessoas passando ao lado de membros da sua família disfarçados de mendigos. Mais tarde, 
essas mesmas pessoas assistiram aos vídeos, que mostram que nenhuma delas reconheceu 
seus parentes. Uma mulher passou ao lado da sua mãe, do seu tio e da sua tia e nem sequer 
piscou. A reação de modo geral foi a mesma – vergonha. O diretor do vídeo disse que uma 
pessoa inclusive pediu para não ser incluída no vídeo final porque não conseguiu lidar com 
o fato de não ter reconhecido a sua família. E você, reconheceria aqueles que ama se eles 
fossem ilustres desconhecidos nas ruas da sua cidade? 
 
INVISÍVEIS: não reconheceram os próprios parentes disfarçados de mendigos. Blue Bus. Disponível em: 
<http://www.bluebus.com.br/invisiveis-nao-reconheceram-os-proprios-parentes-disfarcados-de-mendigos/>. 
Acesso em: 5 ago. 2016. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
4 
Dessa forma, a explicação sociológica procura compreender os 
desdobramentos e significados dos comportamentos individuais nas situações 
coletivas, em menção ao comportamento do outro de maneira social. 
As condutas são menos racionais quanto menos os indivíduos se 
encontram, pois ficam menos sujeitos aos costumes e afetos; e quanto mais se 
conduzam por um plano adequado, as suas ações serão previsíveis e racionais. 
A previsibilidade das ações ocorre pela tipificação em que Weber nos leva 
a perceber que, por mais que o comportamento seja individualizado, é possível 
identificar uma padronização nelas. 
Weber, como outros sociólogos, busca respostas para questões 
propostas à sociologia, isto é, entender as relações sociais. Segundo seu 
entendimento, as sociedades têm princípios explicativos e variados para os 
comportamentos existentes nelas. 
Segundo Weber, somente o indivíduo é capaz de atribuir um significado 
as suas ações, que têm sua designação por sua vez nos padrões que são 
referências na própria sociedade. 
A visão de Weber encadeia uma separação entre as esferas econômica, 
religiosa, política, jurídica, social e cultural, de forma lógica e independente, 
permitindo identificar os comportamentos individuais e as suas condutas. 
De acordo com Weber, os indivíduos são capazes de atribuir significados 
às ações que são realizadas em uma determinada esfera da sociedade, sendo 
analisadas e julgadas segundo os padrões específicos de comportamento. 
Contudo, cada pessoa é capaz de ajustar seu comportamento de forma 
individual, adaptando suas ações à análise ao seu redor. Por exemplo, o 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
5 
empresário que passa a realizar ações de responsabilidade social por uma 
cobrança da sociedade e dos seus membros. 
Weber pressupõe que as ações individuais são aptas a dar sentido à ação 
social de tal forma que podemos analisar, identificar e prever o comportamento 
individual a partir do agende, responsável por cada ação. 
O papel da sociologia, segundo Weber, passa a ser identificar o 
significado da ação e das suas consequências na conduta de como as pessoas 
lutam por valores que consideram indiscutíveis ou acima de quaisquer outros, 
como a liberdade e a paz. 
O que legitima as ações é o emprego da racionalidade na orientação das 
condutas individuais, pois cada pessoa analisa seu próprio comportamento, 
tentando encontrar um sentido próprio nas ações que realiza e buscando 
compreender como elas irão interferir nos seus objetivos e metas esperadas. 
Enquanto indivíduos buscamos compreender o motivo pelo qual agimos, 
organizamo-nos e vivemos em sociedade, sendo a ação social de Weber um dos 
principais indicadores para a compreensão do comportamento individual e as 
suas motivações. 
Tema 2: A Interação do Indivíduo com o Meio 
 O indivíduo interage com o meio de várias maneiras. Segundo Weber, 
essa interação é provocada pela sociedade mesmo quando não nos damos 
conta desse processo. Dessa forma, Weber define dois tipos de solidariedade 
para tentar explicar o comportamento individual no ambiente social. 
 Ao agir em sociedade nosso comportamento pode ser identificado pelo 
que Weber entende como solidariedade mecânica ou orgânica. Por mais que o 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
6 
comportamento apresente certa naturalidade nas ações, ele age de forma 
padronizada e não é puramente livre de julgamentos ou mediações. 
 A solidariedade reflete o agir em comunidade e em sociedade, sendo que 
a ação leva em consideração o ato e a expectativa que se tem acerca do 
comportamento do outro e ela em sociedade tem como base as regras vigentes 
que cada indivíduo leva, analisando-as antes de agir. 
 Weber utiliza largamente o termo racionalidade e a sua relação com as 
regras. Ele nos fala que o agir, segundo o conceito de ação social, é feito de 
forma racional. Isso para Weber é um dos principais mecanismos de controle da 
sociedade. 
 Segundo Weber, a sociedade moderna passa por um processo de 
racionalização, no qual os indivíduos estão utilizando cada vez mais elementos 
racionais para organizar a própria vida em sociedade. 
 O ser humano procura constantemente os meios adequados, avaliando 
as consequências futuras, tendo como base o desenvolvimento da ciência e da 
técnica. Assim, lentamente a sociedade substitui o conhecimento antes religioso, 
mágico e dogmáticopela busca e pelo uso da racionalidade enquanto ciência, 
conceito de racionalização, segundo Weber. 
 Para ele, a racionalização é o processo pelo qual substituímos as crenças, 
antes depositadas no conhecimento religioso e no senso comum, pelas 
explicações que orientam nossa vida de forma cada vez mais burocratizada, 
porém racional e organizada. 
 A organização da sociedade em torno da racionalidade não significa a 
total substituição do conhecimento religioso, mas sim da burocratização do 
conhecimento a fim de organizar as regras de conduta da sociedade, fazendo 
com que as ações individuais sejam orientadas pela racionalidade da sociedade. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
7 
 Weber ainda diz que as leis e regras criadas para a sociedade tornam o 
mundo mais inteligível para as pessoas, pois quando conhecemos as regras de 
um determinado grupo o nosso comportamento fica mais fácil, já que interagindo 
com o meio de forma adequada somos aceitos por ele. Dessa forma, sabemos 
quais as hierarquias de um grupo, os seus horários e as suas condutas aceitas. 
 Outro questionamento feito por Weber é por que as pessoas obedecem 
às leis criadas pela racionalidade humana. Elas entendem na lei uma espécie de 
legitimidade, dessa forma, seguem as regras que guiam seu comportamento, 
não por temerem as punições pelo descumprimento da regra, mas de certa forma 
são convencidas pela própria sociedade da necessidade de cumprimento da lei, 
pois acreditam ser esta verdadeira e válida para a organização da sociedade. 
 Ao compreendermos a importância das regras sociais, outra questão nos 
é posta: quem cria as regras? Segundo Weber, elas são impostas pela 
dominação legítima dos indivíduos que conseguem fazer valer a sua vontade. 
 A obediência por parte da sociedade está no entendimento que aquele 
que dá a ordem o faz de forma legítima e quem obedece entende as regras como 
sendo verdades produzidas pela sociedade, assim dominação é diferente de 
poder, uma vez que o poder impõe a vontade e a dominação é a probabilidade 
de encontrar apoio e obediência no comportamento social. 
 Weber identifica três tipos de dominação. A primeira é a dominação 
carismática, que tem sua base presente no poder mágico, religioso, na qual o 
líder carismático encarna o herói e salvador. Ela surgiu num momento de ruptura: 
utilizada na subversão ou na abolição de um regime tradicional ou legal. 
Exemplo: Che Guevara, Eva Perón, Vargas, Hitler, Aiatolá Khomeini, João Paulo 
II e Lula. 
 A segunda é a dominação tradicional e tem como base o poder herdado 
na tradição, assim o líder tradicional governa por herança, recebendo muitas 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
8 
vezes essa missão da própria família, como podemos perceber pelo sistema 
coronelista no Brasil. 
 E a dominação racional legal que usa como referência a legitimidade das 
leis e a posição dos indivíduos dentro das atividades desenvolvidas numa 
sociedade burocrática, que busca nas leis a conformidade para os seus atos. 
Podemos pensar como exemplos a constituição da nossa sociedade, 
reconhecendo e respeitando as condutas coerentes com a lei; e a racionalidade 
técnica, na qual os cargos são preenchidos por competência, a promoção é por 
mérito e tempo de serviço. 
Tema 3: Ação Objetiva e Ação Valorativa 
 Weber, na sua teoria sociológica, busca compreender o padrão das 
condutas individuais com a análise comportamental, realizando uma busca pela 
tipificação, ou seja, define o comportamento individual pela compreensão do 
padrão comportamental da sociedade. 
 A busca pelo padrão comportamental ocorre quando Weber encontra uma 
repetição em condutas por uma orientação tida como aceita pelo grupo. Essa 
repetição de comportamento permite a compreensão da tipificação e da conduta. 
 A ação social objetiva é definida pelo fato de o indivíduo conceber seu 
objetivo com base em seus conhecimentos e combinar os meios possíveis para 
atingi-lo. Corresponde por exemplo à ação do aluno que se matricula em um 
curso superior pensando no diploma que será conquistado. 
 Segundo Weber, todas as nossas ações são orientadas pela busca de 
uma recompensa, isto é, de forma racional analisamos as ações realizadas na 
busca por uma finalidade específica, dessa forma organizamos e orientamos 
nossa conduta pela busca do atingimento do fim desejado. 
 
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9 
 Quando pensamos por qual motivo as pessoas trabalham na nossa 
sociedade, compreendemos que grande parte delas o faz unicamente pelo fim 
último associado ao trabalho, o dinheiro, como recompensa pela atividade 
realizada. O interessante quando pensamos nesse exemplo é que as pessoas 
não pensam em fazer o que gostam, mas buscam realizar uma atividade que 
seja rentável, que dê dinheiro. 
 Quando pensamos numa pessoa que frequenta locais religiosos, templos 
e espaços sagrados, ao nos perguntarmos o fim último da sua ação, esta tem 
como referência principal a salvação, frequentando assim o ambiente religioso 
não pela crença em si, mas sim pela possibilidade de recompensa futura. 
Todas a ações sociais racionais com relação a um objetivo são pensadas 
de forma a adequar os meios e os fins no atingimento do objetivo final de forma 
a pormenorizá-los para concretizar tal finalidade. 
Quando pensamos na ação social racional valorativa, esta corresponde 
ao indivíduo que age racionalmente para permanecer fiel a sua ideia de honra. 
Por exemplo, o capitão que afunda junto com o seu navio, pois seria desonroso 
abandoná-lo. 
Outro exemplo: grande parte dos alunos pensam no fim último da 
educação que seria o diploma, porém nem todos têm esse objetivo final como 
regra de conduta. Muitos deles, ao serem indagados acerca dos motivos pelos 
quais estudam, respondem com certeza que é para aprender. Com isso, fica 
evidente que, quando a família dá uma importância aos estudos como norteador 
de comportamento, o objetivo passa a ser o aprendizado, e não o diploma. 
Mesmo se for questionado sobre o diploma, a resposta dada será que ele é 
consequência do aprendizado, e não o contrário. 
Se pensarmos ainda na ação valorativa, tendo como referência o 
comportamento no ambiente de trabalho, quando parte das pessoas realiza 
 
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10 
trabalho não tendo o salário como a sua única finalidade, o fazem por se sentirem 
parte do processo, pois acreditam no que fazem e têm certeza que o salário 
surge como recompensa da atividade realizada, podendo receber um aumento 
se for justo para ambas as partes, tendo como referência o mérito daquele que 
trabalha. 
Podemos pensar ainda em quem realiza trabalho voluntário, temos a 
plena convicção que ele é feito pelo conjunto de crenças, e não pelo objetivo 
final. 
Temos ainda o exemplo da esfera religiosa, que diz que quem age por 
princípios ligados ao conjunto de valores no ambiente religioso o faz não pela 
certeza do céu, mas pela da consciência tranquila com base nas atividades 
realizadas. 
Quem acredita nos princípios da Igreja, independente de qual seja, ou 
mesmo nos de outros tipos de manifestações religiosas, orienta suas ações pelo 
conjunto de crenças e jamais pensando em algum tipo de recompensa ou 
benefício futuro, mesmo não tendo certeza sobre a existência do paraíso. O fiel 
que age de forma correta passa a ter a consciência leve, pois tem a sensação 
de dever cumprido por agir de maneira coerente aos dogmas da própria igreja. 
A ação social permite compreender, segundo Weber, as diferenças 
existentes nos comportamentos individuais, uma vez que todos são entendidos 
como indivíduos únicos na forma de pensar, agir, comportar-se e conviver com 
os valores sociais, como a moral. A sociologia de Weber tenta ser compreensiva, 
e não puramente descritiva, buscando saber por que cada ser humano age de 
certa forma, quais as intenções das suas ações e principalmente o porquê cada 
um age assim. 
 
 
Pró-reitoriade EaD e CCDD 
 
11 
Tema 4: Ação Regular e Ação Afetiva 
As ações sociais, segundo Weber, buscam compreender a regularidade 
dos comportamentos a fim de encontrar a repetição de determinados 
acontecimentos, permitindo a caracterização de um padrão comportamental. 
A ação social regular busca a média dos comportamentos aceitos pelo 
grupo e leva o agente a se adequar a esse modelo, procurando de certa forma 
ser aceito pelo grupo. 
Quando observamos o comportamento ao nosso redor, encontramos 
grupos de pessoas que não têm clareza de porquê agem de certa maneira, como 
agem ou mesmo qual a finalidade de determinada ação, isto é, elas não buscam 
a realização de uma ação pensando no seu fim último, mas para serem aceitas 
pelo grupo ao qual se encontram inseridas. 
Pensemos no exemplo da adolescente que tem seus gostos, seu modo 
de ser e seus valores previamente definidos, mas em um belo dia o que era feio 
passa a ser belo, o que era errado passa a ser certo. Então nos perguntamos o 
que mudou? Mudaram as regras do grupo que ela pertence, ela mudou como o 
grupo e sua mudança é condicionada ao processo de aceitação. No palavreado 
do senso comum, tal atitude é identificada de “Maria vai com as outras”. A ação 
regular apresenta-se dessa forma, a de aceitação definida pela média dos 
comportamentos. 
A busca pela aceitação do grupo nos leva a agirmos completamente 
diferente de nossos princípios se for necessária a mudança para isso. Nesse 
caso, pouco importa o que vamos fazer e como será feito, mas apenas se o 
grupo nos acolheu, aceitou e apoiou o nosso comportamento. 
 Quando observamos o trabalho e a sua organização em nossa sociedade, 
podemos identificar, por exemplo, que nem todas as pessoas trabalham por 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
12 
dinheiro. Um grande número delas faz por aceitação. Mesmo sendo estranho, 
se olharmos com um olhar mais apurado, conseguimos identificar essa busca 
pela média dos comportamentos aceitos, ou seja, é a ação social regular. Pense 
em como a sociedade identifica aquele que não trabalha: “vagabundo”. Logo, 
quem não necessita de dinheiro para sobreviver, trabalha pelo simples fato de 
ser aceito pelo grupo. 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
13 
 
Seja uma pessoa menos ocupada 
São Paulo – Desde cedo aprendemos que é preciso ralar para ter sucesso, que Deus ajuda 
quem cedo madruga, e por aí vai. Mas acredite: os que mais ralam nem sempre se tornam 
os melhores. Claro que é preciso investir tempo para se tornar bom em algo. 
Mas o principal não é trabalhar horas a fio, e sim ter foco no tipo certo de trabalho. Se você 
vive ocupado, está fazendo algo errado. 
Diversos estudos mostram isso há muito tempo. Por exemplo, uma análise feita por 
psicólogos alemães sobre a rotina de violinistas da Universidade das Artes de Berlim, em 
1993. 
Eles dividiram os alunos em dois grupos de acordo com sua habilidade: os de "elite" e os 
"medianos". Os dois grupos dedicavam em média 50 horas por semana ao estudo do violino. 
Só que os medianos praticavam aleatoriamente ao longo do dia, enquanto os de elite 
concentravam seu trabalho em dois períodos fixos: de manhã e à tarde. Quanto melhor o 
violinista, mais rígida era essa divisão entre trabalho e lazer. 
E isso tinha um baita impacto nas vidas dos músicos. Os melhores dormiam uma hora a mais 
por noite e dedicavam mais tempo à diversão. No fim das contas, os mais habilidosos eram 
também os mais relaxados. 
Outras pesquisas indicam que a qualidade das horas de trabalho importa mais que a 
quantidade. Um estudo de 2005 publicado na revista Applied Cognitive Psychology analisou 
dois grandes grupos de jogadores de xadrez: mestres e intermediários. 
E concluiu que a diferença entre eles não era fruto de um dom ou do simples tempo de prática, 
mas da dedicação ao "estudo sério" – a tarefa árdua de rever jogadas de enxadristas 
melhores, tentando prever movimentos. 
Durante sua primeira década de atividade, os mestres investiram em média cerca de cinco 
vezes mais tempo a esse tipo de estudo sério do que os intermediários. Ou seja: não bastava 
praticar muito xadrez, era preciso praticar direito. 
Isso vale para todo mundo. Se você é um estudante ou já tem anos de carreira e se o seu 
objetivo é construir uma vida extraordinária, então fuja da exaustão. 
Se você está cronicamente estressado e trabalha até tarde, algo anda mal. Você é o violinista 
mediano, não o da elite. A solução? Faça menos, mas faça com pleno foco. E depois 
aproveite a vida. 
 
NEWPORT, C. Seja uma pessoa menos ocupada. Revista Exame. Disponível em: 
<http://exame.abril.com.br/carreira/noticias/seja-uma-pessoa-menos-ocupada>. Acesso em: 5 ago. 2016. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
14 
A sociedade cria um estímulo como premissa de pressão social a fim de 
motivar seus membros a realizarem atividades, como o trabalho; “Deus ajuda 
quem cedo madruga” e “o trabalho dignifica o homem” são exemplos da 
cobrança social em torno do modelo comportamental, obrigando-nos a 
seguirmos as regras esperadas, para que sejamos aceitos, não explorando o 
máximo do nosso potencial, mas sim a construção das regras sociais como 
modelo social. 
 O último tipo de ação social é a afetiva ou irracional, segundo Weber, 
sendo esta a ação em que não existe uma correta adequação entre fatos e fins. 
Quem age segundo a afetividade, o faz de forma impulsiva e busca falsos 
argumentos para justificar as suas ações. 
 Pensemos quanto tempo as crianças passam na escola até a conclusão 
do ensino médio. Aquelas que começam a frequentar as creches com seis 
meses passam mais de 15 anos na sala de aula até a conclusão desse nível de 
ensino. 
 Quando perguntamos para o estudante por que motivo ele vai à escola, 
encontramos inúmeras respostas, tais como brincar, namorar, lanchar, fazer 
esporte etc. São muitos motivos, porém estão distantes da função que seria a 
principal, a do aluno frequentar a escola para aprender. 
 As motivações nesse caso são irracionais, na perspectiva de Weber, pois 
não existe uma correta adequação entre meios e fins, ou os meios encontrados 
para uma determinada finalidade não são coerentes. Por exemplo, ir à escola 
para namorar, o correto é ir em outro lugar, como ao parque, ao cinema, ao 
shopping, mas não à escola, pois ela é o lugar para estudar e aprender. 
 Na ação afetiva é identificada a irracionalidade aos olhos da teoria 
weberiana, pois tal ação é impulsiva, tal como é o ato de fazer compras, sem 
pensar na real necessidade do que se compra e simplesmente adquirir produtos 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
15 
por satisfação pessoal sem o critério da objetividade, da valorização e da 
mediação. O ato de comprar descomprometido com as outras estruturas da 
sociedade desencadeia o impulso irracional, pois não mede as consequências 
futuras das ações presentes. 
Tema 5: Metodologia de Análise Comportamental 
 O trabalho da análise científica, de acordo com Weber, pressupõe que as 
regras lógicas do método sejam verdadeiras, sendo consideradas os pilares do 
nosso trajeto social no mundo, e esses pressupostos são o aspecto menos 
problemático do problema científico. 
 A ciência também pressupõe que o resultado do trabalho científico seja 
importante no sentido de ser válido conhecê-lo. Concluem-se todos os 
problemas, pois obviamente esses pressupostos não podem ser confirmados por 
meio científico, mas só podem ser interpretados em relação ao seu significado 
último, que deve ser rejeitado ou aceito, de acordo com a posição no que diz 
respeito à vida. 
 Ao investigar um assunto, um cientista é guiado pelos seus próprios 
valores e ideias, considerados sagrados por ele, nos quais deposita sua fé e 
pelos quais se dispõe a lutar. 
 O quanto o sociólogo trabalha distante de uma questão prática, fundada 
em certos ideais de uma política social, deve ser obrigatoriamente apresentado 
e nunca exposto sob o disfarce de ciência socialou da ordem racional dos fatos. 
 A ciência é o fruto da reflexão do cientista, enquanto a política é o da 
interação do homem e da sua vontade de ação ou de membros de uma classe 
que dividem suas ideologias e interesses com os outros. 
 
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16 
 A ciência não responde perguntas com características divinas. Segundo 
Weber, para os cientistas sociais o conhecimento tem um alcance objetivo na 
análise social, necessitando a incorporação de valores, de tal modo que eles se 
tornem um guia capaz de acarretar a seleção de certo objeto pelo cientista, que, 
a partir disso, determinará uma direção para a sua explicação. 
 A relação de causas, estabelecida pelo cientista como hipóteses, constitui 
um esquema lógico-explicativo, cuja objetividade deve ser assegurada pela 
exatidão e experiência dos clássicos do pensamento científico. 
 A questão fundamental a ser destacada é que o próprio cientista é quem 
impõe uma ordem aos aspectos do real e da história que estuda. Por meio dessa 
ordem, estabelece uma relação causal entre certos fenômenos, produzindo 
assim um chamado tipo ideal. 
 A aplicação prática sobre a metodologia empregada por Weber consiste 
em algumas etapas a serem seguidas, sendo: 
1º A construção de um tipo “ideal” puro, que represente os melhores referenciais 
acerca de uma realidade a ser pesquisada. 
2º Olhe o mundo social que o cerca e selecione o aspecto a ser investigado na 
teia social, objeto que pode ser definido a partir do campo de estudo do 
pesquisador. 
3º Compare o mundo social empírico com o tipo “ideal” construído por você 
(escolha das características mais puras, ou seja, mais racionais entre meios e 
fins). 
4º Descreva a realidade se aproximando do racional ou do irracional e chegue à 
conclusão e à identificação de um determinado tipo ideal. 
 
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17 
 Vamos analisar um exemplo para compreender a metodologia de Weber. 
Pense no tipo ideal de aluno, quais as suas características, sendo a compilação 
de tudo que o aluno deve ter e ser. Nesse caso, ele deve estudar em casa, ler e 
fazer exercícios, perguntas e comentários, ajudando na resolução das dúvidas 
da turma e do professor, sendo educado e prestativo. 
 Na segunda etapa, o investigador deve analisar a realidade que o cerca 
e selecionar um objeto a ser pesquisado. Como descrevemos o ideal de aluno, 
podemos observar nas nossas salas de aula os comportamentos dos estudantes 
presentes. 
 Na terceira etapa, comparamos o ideal descrito na primeira etapa e a 
realidade observada na segunda etapa, de forma a perceber que na primeira 
etapa o aluno ideal é extremamente aplicado e estudioso e na nossa observação 
ele nem sempre é como descrito, muitas vezes fica brincando, só quer conseguir 
o certificado de conclusão do curso, vai à escola namorar ou ficar com os amigos. 
 Na quarta e última etapa, confrontamos o ideal e a observação da 
realidade, tipificando os comportamentos analisados. Quem pensa somente em 
concluir os estudos e conseguir o certificado de conclusão é o tipo ideal com 
relação ao fim último. Quem pensa em ir à escola namorar ou ficar com os 
amigos é o tipo ideal afetivo ou irracional, pois não está frequentando a escola 
pelo aprendizado ou pelo diploma, e sim pelas relações afetivas. Quem frequenta 
a escola para aprender, o tipo ideal é o da ação com relação a valores, pois a 
preocupação principal é o aprendizado, deixando as outras relações como 
secundárias e não interferindo no processo de aprendizagem. 
 
 
Pró-reitoria de EaD e CCDD 
 
18 
Referências 
COSTA, C. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e 
revista. São Paulo: Moderna, 2005. 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Sociologia geral. São Paulo: Atlas, 1999. 
PAIXÃO, A. E. da. Sociologia geral. Curitiba: Ibpex, 2010. (Série Fundamentos 
da Sociologia).

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