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Didatismo e Conhecimento Índice POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS PM-MG Curso de Formação de Soldados (QPPM) EDITAL DRH/CRS Nº 13/2016, DE 22 DE AGOSTO DE 2016 ARTIGO DO WILLIAM DOUGLAS LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO 1. Linguagem: como instrumento de ação e interação presente em todas as atividades humanas; funções da linguagem na comunicação; diversidade linguística (língua padrão, língua não padrão) ......................................................................01 2. Leitura: capacidade de compreensão e interpretação do contexto social, econômico e cultural (leitura de mundo). .......................................................................................................................................................................................................08 3. Texto: os diversos textos que se apresentam no cotidiano, escritos nas mais diferentes linguagens verbais e não- verbais (jornais, revistas, fotografias, esculturas, músicas, vídeos, entre outros). 4. Estrutura textual: organização e hierarquia das ideias: ideia principal e ideias secundárias; relações lógicas e formais entre elementos do texto: a coerência e a coesão textual; defesa do ponto de vista: a argumentação e a intencionalidade; elementos da narrativa; discurso direto; discurso indireto e indireto livre; semântica: o significado das palavras e das sentenças: linguagem denotativa e conotativa; sinonímia, antonímia e polissemia .........................................................................................................................10 NOÇÕES DE DIREITO PENAL 1. Princípios Constitucionais do Direito Penal ..................................................................................................................01 2. A lei penal no tempo. 2. A lei penal no espaço ................................................................................................................04 3. Interpretação da lei penal. 3. Infração penal: espécies .................................................................................................05 4. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal ...........................................................................................................06 5. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade 5. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade. ...........................07 6. Imputabilidade penal .......................................................................................................................................................08 7. Concurso de pessoas .........................................................................................................................................................08 8. Das Penas ..........................................................................................................................................................................10 Didatismo e Conhecimento Índice 9. Crimes contra a pessoa ....................................................................................................................................................19 10. Crimes contra o patrimônio ..........................................................................................................................................20 11. Crimes contra a administração pública .......................................................................................................................25 NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Dos princípios fundamentais ...........................................................................................................................................01 2. Dos direitos e garantias fundamentais (direitos e deveres individuais e coletivos) ....................................................06 3. Da organização do Estado (organização político-administrativa, União, Estados Federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios, militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios) ........................................................................07 4. Da organização dos poderes (poder legislativo, poder executivo, poder judiciário) ..................................................15 5. Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas (estado de defesa e estado de sítio, Forças Armadas, segurança pública).........................................................................................................................................................................................41 6. Da administração pública ................................................................................................................................................44 NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR 1. Aplicação da lei penal militar ..........................................................................................................................................01 2. Do Crime ...........................................................................................................................................................................03 3. Concurso de agentes .........................................................................................................................................................05 4. Das penas principais ........................................................................................................................................................05 5. Das Penas acessórias ........................................................................................................................................................06 6. Ação penal .........................................................................................................................................................................07 7. Extinção da punibilidade .................................................................................................................................................07 8. Dos crimes militares em tempo de paz ...........................................................................................................................09 9. Dos crimes contra a autoridade ou disciplina militar ...................................................................................................11 10. Dos crimes contra o serviço e o dever militar ..............................................................................................................14 11. Dos crimes contra a Administração Militar .................................................................................................................16 DIREITOS HUMANOS 1. Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela ONU, em 10 de dezembro de 1948 ...........................01 2. Constituição da República Federativa do Brasil: Art. 1º, 3º ao 17, 197 ao 232 ..........................................................03 3. Lei nº 9.459, de 10 de março de 1997, define os crimes de preconceito de raça e de cor ...........................................17 4. Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, define os crimes de tortura e dá outras providências ......................................17 5. Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas: Art. 1º ao 15 ...........................................................................................18 6. Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Estatuto do Idoso, Art. 1º ao 10, 15 ao 25, 33 ao 42 e 95 ao 118 ..............20 7. Lei Estadual nº 14.170, de 15 de janeiro de 2002, determina a imposição de sanções a pessoa jurídica por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual ....................................................................25 8. Decreto nº 43.683, de 10 de dezembro de 2003, regulamenta a Lei Estadualnº 14.170 de 15/01/2002 ....................26 Didatismo e Conhecimento Índice LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE 1. Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) ..............................................................................................................01 2.Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89) ......................................................................07 3. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) ...............................................................................................08 4. Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001) .....................................................................................44 5. Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei nº 11.343/06) ....................................................................53 6. Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais – Lei Estadual 14.310/2002 .......................62 7. Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965 ........................................................................................................................72 8.Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, dispõe sobre os crimes hediondos ......................................................................75 9. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher: Art. 1º ao 7º, 10 ao 12, 22 ao 24 e 34 ao 45 ..................................................................................................................76 NOÇÕES DE ESTATÍSTICA 1. Visão Conceitual Básica (1.01. População ou Universo; 1.02. Amostragem x Amostra; 1.03. Experimento Aleatório; 1.04. Amostragem Aleatória; 1.05. Método Estatístico). 2. Variáveis Aleatórias (2.01. A Variável Aleatória Discreta, 2.02. A Variável Aleatória Contínua, 2.03. A Variável Qualitativa). 3.Normas de Apresentação Tabular (3.01. Modelo de uma Tabela; 3.02. Séries/Tabelas Estatísticas; 3.03. Tipos de Séries Estatísticas; 3.04. Estudo elementar de uma série temporal; 3.05. As variações percentuais). 4. Medidas de Tendência Central (4.01. Média Aritmética, simples e ponderada; 4.02. Propriedades da Média Aritmética; 4.03. Vantagens da Média Aritmética; 4.04. Desvantagens da Média Aritmética; 4.05. Média Típica; 4.06. Média Atípica; 4.07. Mediana; 4.08. Moda. 5.Análise e Interpretação Matemática de Gráficos Estatísticos (5.01. Gráfico de Colunas; 5.02. Gráfico Pictórico; 5.03. Gráfico de Setores; 5.04. Gráfico de Linhas).........01 Didatismo e Conhecimento SAC Atenção SAC Dúvidas de Matéria A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato). O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital. O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@ novaconcursos.com.br. Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da matéria em questão. Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/ matéria/página). Por exemplo: Apostila Professor do Estado de São Paulo / Comum à todos os cargos - Disciplina:. Português - paginas 82,86,90. Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo demorar em média 10 (dez) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o reenvio do mesmo. Erros de Impressão Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, sac@novaconcursos.com.br. Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe. Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaconcursos.com.br/, na opção ERRATAS. Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. CONTATO COM A EDITORA: 2206-7700 / 0800-7722556 nova@novaapostila.com.br /NOVAConcursosOficial NovaApostila @novaconcurso\\ Atenciosamente, NOVA CONCURSOS Grupo Nova Concursos novaconcursos.com.br Didatismo e Conhecimento Artigo O conteúdo do artigo abaixo é de responsabilidade do autor William Douglas, autorizado gentilmente e sem cláusula de exclusividade, para uso do Grupo Nova. O conteúdo das demais informações desta apostila é de total responsabilidade da equipe do Grupo Nova. A ETERNA COMPETIÇÃO ENTRE O LAZER E O ESTUDO Por William Douglas, professor, escritor e juiz federal. Todo mundo já se pegou estudando sem a menor concentração, pensando nos momentos de lazer, como também já deixou de aproveitar as horas de descanso por causa de um sentimento de culpa ou mesmo remorso, porque deveria estar estudando. Fazer uma coisa e pensar em outra causa desconcentração, estresse e perda de rendimento no estudo ou trabalho. Além da perda de prazer nas horas de descanso. Em diversas pesquisas que realizei durante palestras e seminários pelo país, constatei que os três problemas mais comuns de quem quer vencer na vida são: • medo do insucesso (gerando ansiedade, insegurança), • falta de tempo e • “competição” entre o estudo ou trabalho e o lazer. E então, você já teve estes problemas? Todo mundo sabe que para vencer e estar preparado para o dia-a-dia é preciso muito conhecimento, estudo e dedicação, mas como conciliar o tempo com as preciosas horas de lazer ou descanso? Este e outros problemas atormentavam-me quando era estudante de Direito e depois, quando passei à preparação para concursos públicos. Não é à toa que fui reprovado em 5 concursos diferentes! Outros problemas? Falta de dinheiro, dificuldade dos concursos (que pagam salários de até R$ 6.000,00/mês, com status e estabilidade, gerando enorme concorrência), problemas de cobrança dos familiares, memória, concentração etc. Contudo, depois de aprender a estudar, acabei sendo 1º colocado em outros 7 concursos, entre os quais os de Juiz de Direito, Defensor Público e Delegado de Polícia. Isso prova que passar em concurso não é impossível e que quem é reprovado pode “dar a volta por cima”. É possível, com organização, disciplina e força de vontade, conciliar um estudo eficiente com uma vida onde haja espaço para lazer, diversão e pouco ou nenhum estresse. A qualidade de vida associada às técnicas de estudo são muito mais produtivas do que a tradicional imagem da pessoa trancafiada, estudando 14 horas por dia. O sucesso no estudo e em provas (escritas, concursos, entrevistas etc.) depende basicamente de três aspectos, em geral, desprezados por quem está querendo passar numa prova ou conseguir um emprego: 1º) clara definição dos objetivos e técnicas de planejamento e organização; 2º) técnicas para aumentar o rendimento do estudo, do cérebro e da memória; 3º) técnicas específicas sobre como fazer provas e entrevistas, abordando dicas e macetes que a experiência fornece, mas que podem ser aprendidos. O conjunto destas técnicas resulta em um aprendizado melhor e em mais sucesso nas provas escritas e orais (inclusive entrevistas). Aos poucos, pretendemos ir abordando estes assuntos, mas já podemos anotar aqui alguns cuidados e providências que irão aumentarseu desempenho. Para melhorar a “briga” entre estudo e lazer, sugiro que você aprenda a administrar seu tempo. Para isto, como já disse, basta um pouco de disciplina e organização. O primeiro passo é fazer o tradicional quadro horário, colocando nele todas as tarefas a serem realizadas. Ao invés de servir como uma “prisão”, este procedimento facilitará as coisas para você. Pra começar, porque vai levá-lo a escolher as coisas que não são imediatas e a estabelecer suas prioridades. Experimente. Em pouco tempo, você vai ver que isto funciona. Também é recomendável que você separe tempo suficiente para dormir, fazer algum exercício físico e dar atenção à família ou ao namoro. Sem isso, o estresse será uma mera questão de tempo. Por incrível que pareça, o fato é que com uma vida equilibrada o seu rendimento final no estudo aumenta. Outra dica simples é a seguinte: depois de escolher quantas horas você vai gastar com cada tarefa ou atividade, evite pensar em uma enquanto está realizando a outra. Quando o cérebro mandar “mensagens” sobre outras tarefas, é só lembrar que cada uma tem seu tempo definido. Isto aumentará a concentração no estudo, o rendimento e o prazer e relaxamento das horas de lazer. Aprender a separar o tempo é um excelente meio de diminuir o estresse e aumentar o rendimento, não só no estudo, como em tudo que fazemos. *William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e autor de mais de 30 obras, dentre elas o best-seller “Como passar em provas e concursos” . Passou em 9 concursos, sendo 5 em 1º Lugar www.williamdouglas.com.br Conteúdo cedido gratuitamente, pelo autor, com finalidade de auxiliar os candidatos. LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Didatismo e Conhecimento 1 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO 1. LINGUAGEM: COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO E INTERAÇÃO PRESENTE EM TODAS AS ATIVIDADES HUMANAS; FUNÇÕES DA LINGUAGEM NA COMUNICAÇÃO; DIVERSIDADE LINGUÍSTICA (LÍNGUA PADRÃO, LÍNGUA NÃO PADRÃO). O que é linguagem? É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora, a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. A linguagem pode ser não verbal, ao contrário da verbal, não se utiliza do vocábulo, das palavras para se comunicar. O objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunica- tivos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais. Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado, um bilhete? Linguagem verbal! Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identi- ficação de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito? Linguagem não verbal! A linguagem pode ser ainda verbal e não verbal ao mesmo tempo, como nos casos das charges, cartoons e anúncios publici- tários. Observe alguns exemplos: Cartão vermelho – denúncia de falta grave no futebol. Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem verbal (óxente, polo norte 2100) e não verbal (imagem: sol, cactos, pinguim). Placas de trânsito – à frente “proibido andar de bicicleta”, atrás “quebra-molas”. Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário masculino”. Imagem indicativa de “silêncio”. ANOTAÇÕES ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ——————————————————————————————————————————————————— ——————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— ———————————————————————————————————————————————————— Didatismo e Conhecimento 2 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Semáforo com sinal amarelo advertindo “atenção”. Linguagem como forma de Ação e Interação A concepção da linguagem ainda é bastante debatida entre os linguistas, que até hoje ainda não chegaram a um consenso da sua concepção. Ela é sintetizada de três maneiras diferentes, sendo que o modo que mais utilizamos em nossos relacionamentos com ou- tras pessoas é a de ação e interação. Neste modo, a linguagem funciona como uma “atividade” de ação/interação entre os envolvidos nesta comunicação. Os interlo- cutores expõe algo ao outro para que este seja induzido a interagir na conversa, que pode ser verbal, não verbal, mista e digital. A atividade de comunicação é indispensável ao ser humano e aos animais. Existem diversos meios de comunicação: → Entre os animais: a dança das abelhas, os odores, as produ- ções vocais (como no caso das aves) → Entre os homens: a dança, a pintura, a mímica, os gestos, os sinais de trânsito, os símbolos, a linguagem dos surdos-mudos, a dos deficientes visuais, a linguagem computacional, a linguagem matemática, as línguas naturais etc. De um modo geral, dá-se o nome de linguagem a todos os meios de comunicação: linguagem animal e linguagem humana, em linguagem não verbal e linguagem verbal. O termo é, pois, empregado à aptidão humana de associar os sons produzidos pelo aparelho fonador humano a um conteúdo significativo e utilizar o resultado dessa associação para a interação verbal. Fala-se, pois, em linguagem verbal. É um termo muito amplo: as línguas naturais (português, inglês, etc.) são manifestações desse algo mais geral. Saussure, o linguista genebriano, concebia a linguagem em duas partes: a língua e a fala, e era a primeira o seu objeto de estudo; embora, reconhecesse a interdependência entre elas. Enquanto sistema de signos, a linguagem é um código - um conjunto de signos sujeitos a regras de combinação e utilizado na produção e na compreensão de uma mensagem. O signo é compreendido por: - significante: veículo do significado (parte perceptível, sen- sível) - significado: o que se entende quando se usa o signo (parte inteligível). Os linguistas compreendem que há no processo de comunica- ção seis elementos:- emissor (remetente) - envia a mensagem. - receptor (destinatário) - recebe a mensagem. - mensagem - informação veiculada. - código - sistema de signos utilizados para codificar a men- sagem. - contexto (referente) - aquilo a que a mensagem se refere. - contato (canal) - veículo, meio físico utilizado para transmi- tir a mensagem. Concepção de linguagem De acordo com o prof. Luiz C. Travaglia, no seu livro Gra- mática e Interação, admite-se para a linguagem admite três con- cepções: Linguagem como expressão do pensamento Se a linguagem é expressão do pensamento, quando as pes- soas não se expressam bem é porque não sabem elaborar o pensa- mento. Se o enunciador expressa o que pensa, sua fala é resultado da sua maneira própria de organizar as suas ideias. O texto, dessa forma, nada tem a ver com o leitor ou com quem se fala, e sim, so- mente com o enunciador. Nessa linha de pensamento encontra-se a gramática normativa ou tradicional. Linguagem como instrumento de comunicação Neste conceito a língua é vista como um código, que deve ser dominado pelos falantes para que as comunicações sejam efetiva- das. A comunicação, pois, depende do grau de domínio que o fa- lante tem da língua como sistema. O falante utiliza-se dos concei- tos estruturais que conhece para expressar o pensamento; o ouvinte decodifica os sinais codificados por ele e transforma-os em nova mensagem. Essa linha de pensamento pertence ao estruturalismo e também ao gerativismo. Linguagem como forma ou processo de interação Nesta concepção o falante realiza ações, age e interage com o outro (com quem ele fala). Dessa forma, a linguagem toma uma dimensão mais ampla e não uniforme, pois inserindo num contexto ideológico e sociocultural, ela não tem direção preestabelecida – vai depender unicamente da interação entre os dois sujeitos. Fazem parte dessa corrente a Teoria do Discurso, Linguística Textual, Semântica Argumentativa, Análise do Discurso, Análise da Conversação. As funções da linguagem. Para entendermos com clareza as funções da linguagem, é bom primeiramente conhecermos as etapas da comunicação. Ao contrário do que muitos pensam, a comunicação não acon- tece somente quando falamos, estabelecemos um diálogo ou redi- gimos um texto, ela se faz presente em todos (ou quase todos) os momentos. Comunicamo-nos com nossos colegas de trabalho, com o li- vro que lemos, com a revista, com os documentos que manusea- mos, através de nossos gestos, ações, até mesmo através de um beijo de “boa-noite”. É o que diz Bordenave quando se refere à comunicação: “A comunicação confunde-se com a própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que respiramos ou an- damos. Somente percebemos a sua essencial importância quando, por acidente ou uma doença, perdemos a capacidade de nos comu- nicar. (Bordenave, 1986. p.17-9)” No ato de comunicação, percebemos a existência de alguns elementos, são eles: a) emissor: é aquele que envia a mensagem (pode ser uma única pessoa ou um grupo de pessoas). b) mensagem: é o conteúdo (assunto) das informações que ora são transmitidas. Didatismo e Conhecimento 3 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO c) receptor: é aquele a quem a mensagem é endereçada (um indivíduo ou um grupo), também conhecido como destinatário. d) canal de comunicação: é o meio pelo qual a mensagem é transmitida. e) código: é o conjunto de signos e de regras de combinação desses signos utilizado para elaborar a mensagem: o emissor codi- fica aquilo que o receptor irá decodificar. f) contexto: é o objeto ou a situação a que a mensagem se refere. Partindo desses seis elementos, Roman Jakobson, linguista russo, elaborou estudos acerca das funções da linguagem, os quais são muito úteis para a análise e produção de textos. As seis funções são: 1. Função referencial: referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata. A função referencial privilegia justamente o re- ferente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Essa função predomina nos textos de caráter científico e é privilegiado nos textos jornalísticos. 2. Função emotiva: através dessa função, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, avaliações, opiniões. O leitor sente no texto a presença do emissor. EXEMPLO: “ […] Mas quem sou eu para censurar os cul- pados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso amar aquele que me trucida e perguntar quem de vós me trucida. E mi- nha vida, mais forte do que eu, responde que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga, mesmo que eu morra depois. Se assim é, que assim seja [...]”.(Fragmento de A hora da estrela, de Clarice Lispector) 3. Função conativa: essa função procura organizar o texto de forma que se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadin- do-o, seduzindo-o. Nas mensagens em que predomina essa função, busca-se envolver o leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a adotar este ou aquele comportamento. Nos tipos de textos em que a função conativa predomina, é possível perceber o uso da 2ª pessoa como maneira de interpelar alguém, além do emprego dos verbos no imperativo para convencer o interlocutor: EXEMPLO: 4.Função fática: a palavra fático significa “ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para designar certas formas usadas para chamar a atenção (ruídos como psiu, ahn, ei). Essa função ocor- re quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência. Tipo de mensagem cujo objetivo é prolongar ou interromper uma conver- sa. Nela, o emissor utiliza procedimentos para manter contato físi- co ou psicológico com o interlocutor: EXEMPLO: “(...) Olá, como vai ? Eu vou indo e você, tudo bem ? Tudo bem eu vou indo correndo Pegar meu lugar no futuro, e você ? Tudo bem, eu vou indo em busca De um sono tranquilo, quem sabe … Quanto tempo... pois é... Quanto tempo... Me perdoe a pressa É a alma dos nossos negócios Oh! Não tem de quê Eu também só ando a cem Quando é que você telefona ? Precisamos nos ver por aí (…)”. (Trecho da música Sinal Fechado, de Paulinho da Viola). 5. Função metalinguística: quando a linguagem se volta so- bre si mesma, transformando-se em seu próprio referente, ocorre a função metalinguística. Linguagem utilizada para falar, explicar ou descrever o pró- prio código: esse é o principal objetivo da função metalinguística. Nas situações em que ela é empregada, geralmente na poesia e na publicidade, a atenção está voltada para o próprio código: Didatismo e Conhecimento 4 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO EXEMPLO: 6. Função poética: quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmi- cas, jogos de imagem ou de ideias, temos a manifestação da função poética da linguagem. Essa função é capaz de despertar no leitor prazer estético e surpresa. É Muito encontrada na Literatura, espe- cialmente na poesia, a função poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria mensagem, rompendo com o modo tradicional com o qual vemos a palavra. EXEMPLO: Essas funções não são exploradas isoladamente; de modo ge- ral, ocorre a superposição de várias delas. Há, no entanto, aquela que se sobressai, assim podemos identificar a finalidade principal do texto. VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E dentre os fatores que a ela se relacionamdestacam-se os ní- veis da fala, que são basicamente dois: - o nível de formalidade - o de informalidade O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “in- culta”, tornando-se desta forma um estigma. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as va- riações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante repre- sentativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos. Didatismo e Conhecimento 5 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Analisemos, pois, o fragmento exposto: Antigamente “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé de alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.” Carlos Drummond de Andrade Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado. Variações regionais: São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos gru- pos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracteri- zando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos ci- tar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros. Vejamos um poema e o trecho de uma música para entender- mos melhor sobre o assunto: - Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Oswald de Andrade CHOPIS CENTIS Eu “di” um beijo nela E chamei pra passear. A gente fomos no shopping Pra “mode” a gente lanchar. Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim. Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade é um crediá- rio nas Casas Bahia. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, Quando eu estou no trabalho, Não vejo a hora de descer dos andaime. Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger E também o Van Damme. (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995). Para expandir a capacidade de compreensão e, principalmen- te, de interpretação, é importante acostumar-se à leitura, seja de um texto ou um objeto, figura ou fato. Ao se ler algo, deve-se notar aspectos particulares que permi- tam associar o elemento da leitura ao tempo e a acontecimentos, destacar o essencial e o secundário relacionando-o a outros já li- dos. Semanticamente, o elemento da leitura encerra em si todas as indagações, permitindo uma análise e oferecendo os subsídios da resposta. Compreender um texto é entender o seu sentido; apreen- der a situação, o fato, a narração, a tese a nós expostos. Interpretar um texto é conseguir desenvolver em outras palavras a ideia do texto, é, portanto, parafraseá-lo ou reescrevê-lo. Para se interpre- tar bem um texto, é de suma importância uma boa leitura. Para se entender um texto é necessário uma leitura atenta, em que se notem as suas sutilezas e superficialidades. É conveniente marcar as ideias principais e estar atento as entrelinhas, aos detalhes e a todo o contexto. Paráfrase: é o desenvolvimento ou citação de um texto ou par- te dele, com palavras diferentes, mas de igual significação. Não há alteração da ideia central. - Perífrase: é um circunlóquio, um rodeio de palavras; a expo- sição de ideias é feita usando-se de muitas palavras. Usam se mais palavras do que o texto original, isto é, usam-se mais palavras que o necessário. - Intertextualidade: é a relação entre dois ou mais textos, cujo tema seja o mesmo, porém tratado de forma diferente. - Síntese: é uma resenha, que é feita utilizando-se das palavras do texto. Aparecem apenas as ideias principais. - Resumo: é uma representação do texto em que só aparecem as ideias principais, não é necessário que seja com as mesmas pa- lavras do texto. - Inferência: é uma informação que não está no texto, mas sim fora dele; está nas entrelinhas ou exige um conhecimento extra textual. - Tipologia Textual Descrição: ato de descrever característi- cas. Pode ser: Objetiva: descrição com caráter universal. Subjeti- va: descrição com caráter particular, pessoal. - Técnica: descrição com caráter próprio de um ofício, pro- fissão. - Narração: é o relato de um fato, de um acontecimento. Seus elementos são: - Fato: é o acontecimento; o encadeamento das ações forma o enredo. - Personagens: são os participantes do acontecimento. Princi- pais (mais atuantes) Secundários - Ambiente ou cenário: é o lugar onde ocorrem os aconteci- mentos. - Tempo: é a localização cronológica do acontecimento. Foco Narrativo (narrador): a narração pode ser em: 1ª pessoa: narrador personagem 3ª pessoa: narrador onisciente/narrador observador. Dissertação: ato de discorrer sobre um tema. A dissertação divi- de-se em três partes: Introdução: apresenta a ideia principal a ser discutida. - Desenvolvimento: é o desdobramento da ideia central, a ex- posição dos argumentos. - Conclusão: retoma ou resume os principais aspectos do texto e confirma a tese inicial. Tipos de Discurso - Discurso Direto: a fala do personagem é, geralmente, acom- panhada por um verbo de elocução (dizer, falar, responder, pergun- tar, afirmar etc), não havendo conectivo, porém uma pausa marca- da por sinal de pontuação. Didatismo e Conhecimento 6 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Ex.: A mãe perguntou-lhe atarantada: - Onde você pensa que vai? - Discurso Indireto: o personagem não fala com suas palavras, é o narrador que reproduz com suas palavras o discurso do perso- nagem. Os verbos de elocução são núcleos do predicado da oração principal seguido de oração subordinada. Ex.: Ele respondeu que sempre saía sozinho. - Indireto Livre: é um discurso misto, pois há características do discurso direto e do indireto. A fala do personagem se insere no discurso do narrador, são perceptíveis aspectos psicológicos e fluxos do pensamento do personagem. Ex.: Naquele dia o rapaz havia se declarado à sua vizinha. Ele já tinha sofrido muito. Custava à moça acreditar? Não sabia se tinha feito à coisa certa. COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL - Estrutura Textual (Ideias Principais de um Texto) As ideias, em um texto, devem ser organizadas em ordem de importância, primeiro as mais importantes ou principais, seguidas daquelas menos relevantes ou secundárias. A coesãotextual é a inter-relação, ligada entre frases, expres- sões ou palavras. Os elementos de referência textual entrelaçam as partes do texto, funcionam como elementos de coesão textual. Os elementos de referência textual podem se dar das seguintes for- mas: substituição vocabular e pronominalização. Ex.: Notou o problema que seria o alvo da discussão naquele dia. O texto deve ter suas ideias bem articuladas, ou seja, os ter- mos da oração, bem como as palavras devem estar ligadas de modo a formar uma unidade. É este nexo que toma o texto coeso, bem amarrado. A coerência só é conseguida a partir da ligação adequada entre as palavras ou ideias, portanto a coerência é resultado do uso cor- reto dos elementos de coesão. Coerência é uma relação de sentido, ou seja, é uma relação harmônica das partes ou ideias do texto, que formam uma unidade. São os recursos vocabulares, sintáticos e semânticos que ga- rantem a coesão textual. Eles servem para ligar palavras, retomar ideias ou substituir vocábulos já citados no texto. Os principais elementos de coesão são: conjunções, preposições, pronomes, ad- vérbios, palavras ou locuções denotativas. A coerência textual é, sem dúvida, obtida pela unidade, isto é, depende de as ideias estarem concatenadas, de que as relações de dependência estejam bem estabelecidas com as ideias expostas de forma clara, coerente e objetiva. Como assinala Othon Garcia, uni- dade e coerência têm características próprias, mas a falta de uma resulta na ausência da outra. A coerência depende da ordenação das ideias no texto, e a unidade, da organização do parágrafo. A coerência é a “alma” da composição. Textos Diversos e Textos do Cotidiano É fundamental a leitura de textos que se apresentam no coti- diano, sejam eles expressos numa linguagem verbal ou não verbal. A seguir, uma análise de alguns desses textos: Há, na figura abaixo, a combinação da linguagem verbal e não verbal criando uma mensagem em que predomina a função deno- tativa. Nas fotos de documentos pessoais, predomina a função re- ferencial, pois identificam visualmente a quem pertence o docu- mento. Na caricatura, sempre predomina a função emotiva, já que o emissor exagera uma característica da pessoa ou personagem re- tratada. Também é possível relacionar a caricatura ao contexto só- cio econômico cultural. Vejamos: Aula de Educação Física Othelo Leva Três Facadas Na porta da sala de aula, um homem de 38 anos e um menino de 14 esperam o aluno do Centro de Ensino Educacional 201 em Santa Maria. Pai e filho estão com uma faca e vão tomar satisfa- ção com David por causa de uma briga de garotos. O estudante é esfaqueado na frente de professores e colegas. Do hospital, ainda abalado, ele conta como tudo aconteceu. Correio Braziliense, 02.08.2002 (Capa) Na mensagem acima, expõe-se, de modo objetivo, um fato acontecido, daí a função da linguagem predominante ser a referen- cial ou denotativa. Note que não há sentido figurado e o texto não permite mais de uma interpretação. Agora observe o seguinte texto: SAMPA (Caetano Veloso) “Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cru- za a Ipiranga e a Avenida São João É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi Da dura poesia concreta de tuas esquinas Da deselegância discreta de tuas meninas Ainda não havia para mim Rita Lee A tua mais completa tradução Alguma coisa acontece no meu coração Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto mau gosto É que Narciso acha feio o que não é espelho E a mente apavora o que ainda não é mesmo velho Nada do que não era antes quando não somos mutantes E foste um difícil começo Afasto o que não conheço E quem vem de outro sonho feliz de cidade Aprende depressa a chamar-te de realidade Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso Do Povo oprimido nas filas nas vilas favelas Da força da grana que ergue e destrói coisas belas Da feia fumaça que sobe apagando as estre- las Eu vejo surgir teus poetas de campos espaços Tuas oficinas de florestas teus deuses da chuva Panaméricas de Áfricas utópicas túmulo do samba Mas possível novo quilombo de Zumbi E os no- vos baianos passeiam na tua garoa E novos baianos te podem curtir numa boa.” O texto acima, destaca-se o predomínio da linguagem inova- dora, com presença de neologismos e descrição de um determi- nado lugar. É também possível perceber que o emissor cita sua opinião e faz intertextualidade com outros artistas. Há, nessa mensagem não verbal, uma mensagem imperativa, portanto predomina a função conativa ou apelativa. Estrutura textual (ideias principais de um texto) - Organização e hierarquia das ideias Ideia principal e ideias secundárias. As ideias, em um texto, devem ser organizadas em ordem de importância, primeiro as mais importantes ou principais, seguidas daquelas menos relevantes ou secundárias. Didatismo e Conhecimento 7 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO A ideia principal de um texto é aquela que expressa em sua essência o que o autor quer transmitir. Constitui a causa princi- pal do desenvolvimento das ideias subsequentes e sua eliminação provocaria uma falta de sentido no resto do texto. Uma ideia pode ser principal porque resume o que está sendo dito ou porque o pro- voca. Portanto, contém a mensagem global do texto, seu conteúdo mais importante e essencial, aquele que emana todos os demais. Interessa aqui distinguir tema (aquele de que trata o texto e pode expressar-se mediante uma palavra ou uma sentença) e a ideia principal (informada no enunciado ou enunciados mais im- portantes que o escritor utiliza para explicar o tema). As ideias principais podem estar explícitas ou implícitas no texto, e não há uma forma clara para identificá-las. Como identificá-la - Nos artigos científicos, a ideia principal deve estar nos pri- meiros parágrafos, e as vezes é a primeira frase. - É a que gera maiores conexões lógicas. - É a que tem maior carga informativa. - Relações lógicas e formais entre elementos do texto A coerência e a coesão textual. A coerência textual é, sem dúvida, obtida pela unidade, isto é, depende de as ideias estarem concatenadas, de que as relações de dependência estejam bem estabeleci das com as ideias expostas de forma clara, coerente e objetiva. Como assinala Othon Garcia, uni- dade e coerência têm características próprias, mas a falta de uma resulta na ausência da outra. A coerência depende da ordenação das ideias no texto, e a unidade, da organização do parágrafo. A coerência é a “alma” da composição. A coesão textual é a inter-relação, ligada entre frases, expres- sões ou palavras. Os elementos de referência textual entrelaçam as partes do texto, funcionam como elementos de coesão textual. Os elementos de referência textual podem se dar, das seguintes formas: substituição vocabular e pronominalização. Ex.: Notou o problema que seria o alvo da discussão naquele dia. A argumentação e a intencionalidade. A argumentação divide-se em três partes: Introdução: apre- senta a ideia principal a ser discutida. Desenvolvimento: é o desdobramento da ideia central, a expo- sição dos argumentos. Conclusão: resume os principais aspectos do texto e confirma a tese inicial. A argumentação visa a convencer, persuadir, influenciar o lei- tor. Argumentar é discorrer a respeito de determinado assunto com intuito de formar opinião, tentando, assim, convencer. É essencial na argumentação que haja consistência do raciocínio e evidência das provas. - Interpretação de textos literários ou informativos Literatura é a arte de compor escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; conjunto de produções literárias de um país ou de uma época; carreira das letras. A definição de literaturaestá comumente associada à ideia de estética, ou melhor, da ocorrência de algum procedimento estético. Um texto será literário, portanto, quando consegue produzir um efeito estético, ou seja, quando proporciona uma sensação de pra- zer e emoção no receptor. A própria natureza do caráter estético, contudo, reconduz à dificuldade de elaborar alguma definição verdadeiramente estável para o texto literário. Para simplificar, podemos exemplificar por meio de uma comparação por oposição. Vamos opor o texto científico ao texto artístico: O texto científico emprega as palavras sem preocupação com a beleza, o efeito emocional, mas, pelo contrário, essa será a preo- cupação maior do artista. É óbvio que também o escritor busca instruir, procura perpassar ao leitor uma determinada ideia; só que, diferentemente do texto científico, o texto literário une essa neces- sidade de incluir a necessidade estética que toda obra de arte exige. O texto científico emprega as palavras no seu sentido diciona- rizado, denotativamente, enquanto o texto artístico busca empre- gar as palavras com liberdade, preferindo o seu sentido conotativo, figurado. Então, o texto literário é aquele que pretende emocionar e que, para isso, emprega a língua com liberdade e beleza, utilizan- do-se do sentido conotativo ou metafórico das palavras. A compreensão do fenômeno literário tende a ser marcada por alguns sentidos, alguns marcados de forma mais enfática na histó- ria da cultura ocidental, outros diluídos entre os diversos usos que o termo assume nos circuitos de cada sistema literário particular. Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a in- formativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o con- teúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento. Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da es- sência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação da- quele texto com outras formas de cultura, outros textos e mani- festações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momentos literários e dos escritores, a inter- pretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do “mais adequado”, isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar cer- ta para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca dei- xe de retomar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas ve- zes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura. Didatismo e Conhecimento 8 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Em qualquer atividade profissional, e mesmo na vida cotidia- na, todos precisam conhecer os caminhos da escrita - tanto para es- crever de forma inteligível quanto para ler com compreensão. Ler e escrever implicam em comunicação, e para atingir esse objetivo é preciso que o texto seja compreensível. Tratando dos fatores que podem constituir dificuldade para a leitura de um texto, sobretudo aqueles de caráter didático, acredita- mos que é possível alterar a forma linguística de um texto de modo a facilitar sua compreensão. Para autores, sugerindo-lhes caminhos para a elaboração de textos mais legíveis, adequados a seu público específico. Para pro- fessores - sejam eles professores de português, ou de geografia, história, ciências, ou mesmo de matemática - sugerindo-lhes pos- síveis parâmetros para a avaliação de textos com que devam traba- lhar, e sugerindo-lhes como prever e suprir as dificuldades que os alunos experimentam na leitura dos textos disponíveis. Fique atento!!! Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: Informativa e de reconhecimento Interpretativa A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primei- ro contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras- chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia cen- tral de cada parágrafo. A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras com NÃO, EXCETO, RES- PECTIVAMENTE etc., pois fazem diferença na escolha adequada. Retome ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor. 2. LEITURA: CAPACIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DO CONTEXTO SOCIAL, ECONÔMICO E CULTURAL (LEITURA DE MUNDO). Para expandir a capacidade de compreensão e, principalmen- te, de interpretação, é importante acostumar-se a leitura, seja de um texto ou um objeto, figura ou fato. É imprescindível, na leitura, observarem-se as camadas de significados: o denotativo, concreto, com sentido próprio, objeti- vo, permite uma interpretação apenas; e o conotativo, com sentido figurado e significado subjetivo, atribui novos significados ao va- lor denotativo do signo. Ao se ler algo, deve-se notar aspectos particulares que permi- tam associar o elemento da leitura ao tempo e a acontecimentos, destacar o essencial e o secundário relacionando-o a outros já li- dos. Semanticamente, o elemento da leitura encerra em si todas as indagações, permitindo uma análise e oferecendo os subsídios da resposta. - Linguística A língua é um código de que se serve o homem para elaborar mensagens, para se comunicar. Existem basicamente duas modalidades de língua, ou seja, duas línguas funcionais: - a língua funcional de modalidade culta, língua culta ou lín- gua-padrão, que compreende a língua literária, tem por base a nor- ma culta, forma linguística utilizada pelo segmento mais culto e influente de uma sociedade. Constitui, em suma, a língua utilizada pelos veículos de comunicação de massa (emissoras de rádio e te- levisão, jornais, revistas, painéis, anúncios, etc.), cuja função é a de serem aliados da escola, prestando serviço à sociedade, colabo- rando na educação, e não justamente o contrário; - a língua funcional de modalidade popular; língua popular ou língua cotidiana, que apresenta gradações as mais diversas, tem o seu limite na gíria e no calão. - Norma culta: A norma culta, forma linguística que todo povo civilizado possui, é a que assegura a unidade da língua nacional. E justamen- te em nome dessa unidade, tão importante do ponto de vista políti- co cultural, que é ensinada nas escolas e difundida nas gramáticas. Sendo mais espontânea e criativa, a língua popular se afigura mais expressiva e dinâmica. Temos, assim: Estou preocupado. (norma culta) Tô preocupado. (língua po- pular) Tô grilado. (gíria, limite da língua popular)Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, expres- sividade e enorme criatividade, para viver; urge conhecer a língua culta para conviver. Podemos, agora, definir gramática: é o estudo das normas da língua culta. - Conceito de Erro Em Língua: Em rigor, ninguém comete erro em língua, exceto nos casos de ortografia. O que normalmente se comete são transgressões da norma culta. De fato, aquele que, num momento íntimo do discur- so, diz: “Ninguém deixou falar”, não comete propriamente erro; na verdade, transgride a norma culta. Um repórter, ao cometer uma transgressão em sua fala, trans- gride tanto quanto um indivíduo que comparece a um banquete trajando shorts ou quanto um banhista, numa praia, vestido de fra- que e cartola. Releva considerar, assim, o momento do discurso, que pode ser íntimo, neutro ou solene. O momento íntimo é o das liberdades da fala. No recesso do lar, na fala entre amigos, parentes, namorados, etc., portanto, são consideradas perfeitamente normais construções do tipo: Eu não vi ela hoje. Ninguém deixou ele falar. Deixe eu ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuse! Não assisti o filme nem vou assisti-lo. Sou teu pai, por isso vou perdoá-lo. Nesse momento, a informalidade prevalece sobre a norma culta, deixando mais livres os interlocutores. O momento neutro é o do uso da língua-padrão, que é a língua da Nação. Como forma de respeito, tomam-se por base aqui as normas estabelecidas na gramática, ou seja, a norma culta. Assim, aquelas mesmas construções se alteram: Eu não a vi hoje. Ninguém o deixou falar. Deixe-me ver isso! Eu te amo, sim, mas não abuses! Não assisti ao filme nem vou assistir a ele. Sou seu pai, por isso vou perdoar-lhe. Didatismo e Conhecimento 9 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Considera-se momento neutro o utilizado nos veículos de co- municação de massa (rádio, televisão, jornal, revista, etc.). Daí o fato de não se admitirem deslizes ou transgressões da norma culta na pena ou na boca de jornalistas, quando no exercício do trabalho, que deve refletir serviço à causa do ensino, e não o contrário. O momento solene, acessível a poucos, é o da arte poética, caracterizado por construções de rara beleza. Vale lembrar, finalmente, que a língua é um costume. Como tal, qualquer transgressão, ou chamado erro, deixa de sê-lo no exa- to instante em que a maioria absoluta o comete, passando, assim, a constituir fato linguístico registro de linguagem definitivamente consagrado pelo uso, ainda que não tenha amparo gramatical. Ex: Olha eu aqui! (Substituiu: Olha-me aqui!) Vamos nos reu- nir. (Substituiu: Vamo-nos reunir.) Não vamos nos dispersar. (Substituiu: Não nos vamos disper- sar e Não vamos dispersar-nos.) Tenho que sair daqui depressinha. (Substituiu: Tenho de sair daqui bem depressa.) O soldado está a postos. (Substituiu: O soldado está no seu posto.) Têxtil, que significa rigorosamente que se pode tecer, em vir- tude do seu significado, não poderia ser adjetivo associado a in- dústria, já que não existe indústria que se pode tecer. Hoje, porém, temos não só como também o operário têxtil, em vez da indústria de fibra têxtil e do operário da indústria de fibra têxtil. - Língua escrita e língua falada. Nível de linguagem: A língua escrita, estática, mais elaborada e menos econômica, não dispõe dos recursos próprios da língua falada. A acentuação (relevo de sílaba ou sílabas), a entoação (me- lodia da frase), as pausas (intervalos significativos no decorrer do discurso), além da possibilidade de gestos, olhares, piscadas, etc., fazem da língua falada a modalidade mais expressiva, mais criativa, mais espontânea e natural, estando, por isso mesmo, mais sujeita a transformações e a evoluções. Nenhuma, porém, se sobrepõe a outra em importância. Nas escolas principalmente, costuma se ensinar a língua falada com base na língua escrita, considerada superior. Decorre daí as cor- reções, as retificações, as emendas, a que os professores sempre estão atentos. Ao professor cabe ensinar as duas modalidades, mostrando as características e as vantagens de uma e outra, sem deixar trans- parecer nenhum caráter de superioridade ou inferioridade, que em verdade inexiste. Isso não implica dizer que se deve admitir tudo na língua fala- da. A nenhum povo interessa a multiplicação de línguas. A nenhu- ma nação convém o surgimento de dialetos, consequência natural do enorme distanciamento entre uma modalidade e outra. A língua escrita é, foi e sempre será mais bem elaborada que a língua falada, porque é a modalidade que mantém a unidade lin- guística de um povo, além de ser a que faz o pensamento atraves- sar o espaço e o tempo. Nenhuma reflexão, nenhuma análise mais detida será possível sem a língua escrita, cujas transformações, por isso mesmo, se processam lentamente e em número consideravel- mente menor, quando cotejada com a modalidade falada. Importante é fazer o educando perceber que o nível da lingua- gem, a norma linguística, deve variar de acordo com a situação em que se desenvolve o discurso. O ambiente sociocultural determina. O nível da linguagem a ser empregado. O vocabulário, a sintaxe, a pronúncia e até a en- toação variam segundo esse nível. Um padre não fala com uma criança como se estivesse dizendo missa, assim como uma criança não fala como um adulto. Um engenheiro não usará um mesmo discurso, ou um mesmo nível de fala, para colegas e para pedrei- ros, assim como nenhum professor utiliza o mesmo nível de fala no recesso do lar e na sala de aula. Existem, portanto, vários níveis de linguagem e, entre esses níveis, se destacam em importância o culto e o cotidiano, a que já fizemos referência. A gíria: Ao contrário do que muitos pensam a gíria não constitui um flagelo da linguagem. Quem, um dia, já não usou bacana, dica, cara, chato, cuca, esculacho, estrilar? O mal maior da gíria reside na sua adoção como forma per- manente de comunicação, desencadeando um processo não só de esquecimento, como de desprezo do vocabulário oficial. Usada no momento certo, porém, a gíria é um elemento de linguagem que denota expressividade e revela grande criatividade, desde que, na- turalmente, adequada à mensagem, ao meio e ao receptor. Note, porém, que estamos falando em gíria, e não em calão. Ainda que criativa e expressiva, a gíria só é admitida na lín- gua falada. A língua escrita não a tolera, a não ser na reprodução da fala de determinado meio ou época, com a visível intenção de documentar o fato, ou em casos especiais de comunicação entre amigos, familiares, namorados, etc., caracterizada pela linguagem informal. SEMÂNTICA - é o estudo do sentido das palavras de uma língua. Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em con- sideração: Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Ex: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, remoto. Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Ex: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, ape- sar de possuírem significados diferentes, possuem a mesma estru- tura fonológica, ou seja, os homônimos: As Homônimas Podem Ser: Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferente na pronún- cia. Ex: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo consertar); Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na es- crita. Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substan- tivo)- sessão (substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo); Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substanti- vo) / cedo (verbo) - cedo (advérbio); Didatismo e Conhecimento 10 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Ex: cavaleiro - cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (supo- sição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / onicolor - unicolor. Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados. Ex: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida. Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e origem completamente distintos. Exemplos: São (Presente do verbo ser) - São (santo) Ambiguidade ou Anfibologia: Deixar a frase com mais de um sentido. “O menino viu o incêndio da escola” 3. TEXTO: OS DIVERSOS TEXTOS QUE SE APRESENTAM NO COTIDIANO, ESCRITOS NAS MAIS DIFERENTES LINGUAGENS VERBAIS E NÃO-VERBAIS (JORNAIS, REVISTAS, FOTOGRAFIAS, ESCULTURAS, MÚSICAS, VÍDEOS, ENTRE OUTROS). 4. ESTRUTURA TEXTUAL: ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS: IDEIA PRINCIPAL E IDEIAS SECUNDÁRIAS; RELAÇÕES LÓGICAS E FORMAIS ENTRE ELEMENTOS DO TEXTO: A COERÊNCIA E A COESÃO TEXTUAL; DEFESA DO PONTO DE VISTA: A ARGUMENTAÇÃO E A INTENCIONALIDADE; ELEMENTOS DA NARRATIVA; DISCURSO DIRETO; DISCURSO INDIRETO E INDIRETO LIVRE; SEMÂNTICA: O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS E DAS SENTENÇAS: LINGUAGEM DENOTATIVA E CONOTATIVA; SINONÍMIA, ANTONÍMIA E POLISSEMIA. - Tipos textuais Os tipos textuais, ou tipologia textual, apresentam propriedades linguísticas intrínsecas nas quais se apoiam os diversos gêneros. Os tipos textuais são: narração, descrição, dissertação, exposição e injunção. Os diversos gêneros apoiam-se na tipologia textual Chamamos de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem definida, facilmente reconhecida por suas características preponderantes. Podem variar entre cinco e nove tipos, sendo que os mais estudados são a narração, a argumentação, a des- crição, a injunção e a exposição. A tipologia textual, diferentemente do que acontece com os gêneros textuais, apresenta propriedades linguísticas intrínsecas, como o vocabulário, relações lógicas, tempos verbais, construções frasais e outras características que definem os gêneros. Estes, por sua vez, surgem do dinamismo das relações sócio comunicativas e da necessidade dos falantes em um dado contexto cultural, enquanto os tipos já estão definidos, prontos para receberem os diversos gêneros em sua estrutura. Narração: A principal característica de uma narração é contar uma história, ficcional ou não, geralmente contextualizada em um tempo e espaço, nos quais transitam personagens. Os gêneros que se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias etc. “[...] No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez [...]”.(Fragmento do conto Felicidade clandestina, de Clarice Lispector). Dissertação: O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo, cujas ideias são desenvolvidas através de estratégias argumenta- tivas que têm por finalidade convencer o interlocutor. Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação argumentativa, editorial etc. Didatismo e Conhecimento 11 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO “[...] A súbita louvação do nosso Judiciário serve para enco- brir a verdade factual, a começar pelo emprego de pesos e medidas opostos no julgamento dos mais diversos gêneros de corrupção política. Até o mundo mineral sabe desta singular situação, pela qual a casa-grande goza da leniência da Justiça, em todos os níveis de atividade [...]” .(Fragmento de um editorial publicado na revista Carta Capital). Exposição: Tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato específico, enumerando suas características atra- vés de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros que se apro- priam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamen- to, artigo científico, seminário etc. “[...] Em Poá, região metropolitana de São Paulo, quatro mu- lheres desenvolvem a difícil e honrosa missão de comandar, cada uma, uma casa com nove crianças. Chamadas de mães sociais, elas são cuidadoras permanentes de crianças que foram destituídas de seus lares por causa de maus-tratos, abuso ou falta de cuidados [...]”. (Fragmento de uma reportagem publicada na revista Carta Capital). Injunção: Os textos injuntivos têm por finalidade instruir o in- terlocutor, utilizando verbos no imperativo para atingir seu intuito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual de instruções, receitas culinárias, bulas, regulamentos, editais etc. “[...] Não instale nem use o computador em locais muito quentes, frios, empoeirados, úmidos ou que estejam sujeitos a vi- brações. Não exponha o computador a choques, pancadas ou vi- brações, e evite que ele caia, para não prejudicar as peças internas [...]”. (Manual de instruções de um computador). Descrição: Os textos descritivos têm por objetivo descrever objetivamente ou subjetivamente coisas, pessoas ou situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, rela- tório, ata, guia de viagem etc. Também podem ser encontrados em textos literários através da descrição subjetiva: “[...] Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessiva- mente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. [...]”. (Fragmento do conto Felicidade clan- destina, de Clarice Lispector). “[...] É na parte alta que fica o colorido Pelourinho, bairro his- tórico e tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Em suas ruas e vielas estão centenas de casarões dos séculos 17 e 18 que abrigam de museus a terreiros de candomblé, além de templos católicos que atraem estudiosos do mundo todo – é o caso da igreja de São Francisco, considerada a obra barroca mais rica do país [...]”. (Descrição objetiva de um guia de viagem). Coesão Textual Palavras como preposições, conjunções e pronomes pos- suem a função de criar um sistema de relações, referências e retomadas no interior de um texto, garantindo unidade entre as diversas partes que o compõe.Essa relação, esse entrelaça- mento de elementos no texto recebe o nome de Coesão Textual. Há, portanto, coesão, quando seus vários elementos estão articu- lados entre si, estabelecendo unidade em cada uma das partes, ou seja, entre os períodos e entre os parágrafos. Tal unidade se dá pelo emprego de conectivos ou elementos coesivos, cuja função é evidenciar as várias relações de sentido entre os enunciados. Veja um exemplo de um texto coeso: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que o Brasil não vai atender ao governo interino de Honduras, que deu prazo de dez dias para uma definição sobre a situação do pre- sidente deposto Manuel Zelaya, abrigado na embaixada brasileira desde que retornou a Tegucigalpa, há uma semana. Caso contrário, o governo de Micheletti ameaça retirar a imunidade diplomática da embaixada brasileira no país, segundo informou comunicado da chancelaria hondurenha divulgado na noite de sábado, em Teguci- galpa”. (Jornal O Globo - 27/09/2009) Quando um conectivo não é usado corretamente, há prejuízo na coesão. Observe: A escola possui um excelente time de fute- bol, portanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. O conectivo “portanto” confere ao período valor de conclu- são, porém não há verdadeira relação de sentido entre as duas fra- ses: a conclusão de não vencer não é possuir um excelente time de futebol. Analisaremos, a seguir, a falha na coesão. É óbvio que existem duas ideias que se opõem, são elas: possuir um time de futebol x não vencer o campeonato. Logo, só podemos empregar um conector que expresse ideia adversativa, são eles:mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante. O período reescrito de forma adequada, fica assim: A escola possui um excelente time de futebol, mas até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ...,porém até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ...,contudo até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ...,todavia até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ...,entretanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ..., no entanto até hoje não conseguiu vencer o campeonato. ..., não obstante até hoje não conseguiu vencer o campeonato. Vícios de Linguagem Ao contrário das figuras de linguagem, que representam real- ce e beleza às mensagens emitidas, os vícios de linguagem são pa- lavras ou construções que vão de encontro às normas gramaticais. Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe: - Pleonasmo Vicioso ou Redundância Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há repetição desnecessária de uma informação na frase. Exemplos: Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer. Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada. Encontraremos outra alternativa para esse problema. Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem, constitui uma figura de linguagem. - Barbarismo É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis: - Pronúncia a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. Por Exemplo: Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica) b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. Didatismo e Conhecimento 12 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO Por Exemplo: Estou com poblemas a resolver. (problemas) c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra. Exemplos: Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei) O segurança deteu aquele homem. (deteve) - Morfologia Exemplos: Se eu ir aí, vou me atrasar. (for) Sou a aluna mais maior da turma. (maior) - Semântica A semântica estuda o significado das palavras. Conhecer o significado das palavras é importante, pois só as- sim o falante ou escritor será capaz de selecionar a palavra certa para construir a sua mensagem. Por Exemplo: José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou) - Estrangeirismos Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de pala- vras estrangeiras, ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua. Exemplos: O show é hoje! (espetáculo) Vamos tomar um drink? (drinque) - Solecismo É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis: - Concordância Por Exemplo: Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia) - Regência Por Exemplo: Eu assisti o filme em casa. (ao) - Colocação Por Exemplo: Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em pé) Por esta razão, é importante conhecer fatos linguísticos como: sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos, polisse- mia, denotação, conotação, figuras e vícios de linguagem. SINONÍMIA (sinônimos): palavras que possuem significados iguais ou semelhantes. ANTONÍMIA (antônimos): palavras que possuem significa- dos diferentes. PALAVRAS HOMÔNIMAS: são iguais no som e/ou na escri- ta, mas possuem significados diferentes. Dividem-se em: homôni- mas perfeitas, homônimas, homógrafas, homônimas homófonas. HOMÔNIMAS PERFEITAS São palavras que possuem a mesma pronúncia, a mesma gra- fia, porém as classes gramaticais são diferentes. Exemplos: Caminho (substantivo) - Caminho (verbo caminhar) O caminho para a minha casa é muito movimentado. Eu caminho todos os dias. Cedo (Advérbio) - Cedo (verbo ceder) Eu cedo livros para a biblioteca. Levantou cedo para estudar. HOMÔNIMAS HOMÓGRAFAS São palavras que possuem a mesma grafia, porém a pronúncia é diferente. Colher (substantivo) - Colher (verbo colher) Eu comprei uma colher de prata. Chamei minha vizinha para colher frutas na horta da fazenda. Começo (substantivo) - Começo (verbo) O começo do filme foi muito legal. Eu começo a entender este livro. HOMÔNIMAS HOMÓFONAS São palavras que possuem a mesma pronúncia , porém a grafia e o sentido são diferentes. Serrar – Cerrar serrar: cortar cerrar: fechar Cassar – Caçar cassar: anular caçar: procurar (alimento); LISTA COM ALGUNS HOMÔNIMOS Acender: pôr fogo Ascender: subir Coser: costurar Cozer: cozinhar Cheque: ordem de pagamento Xeque: lance de jogo de xadrez Espiar: observar, espionar Expiar: sofrer castigo Cessão: ato de ceder Seção: divisão Sessão: reunião PALAVRAS PARÔNIMAS São palavras parecidas na pronúncia e na grafia, mas com sig- nificados diferentes. Discriminar – Descriminar Discriminar: separar, listar Descriminar: inocentar Desapercebido – Despercebido Desapercebido: desprovido, quem não está ciente, quem não tomou consciência (é derivado do verbo aperceber-se, que signifi- ca tomar ciência). Despercebido: não percebido (é derivado do verbo perceber). LISTA COM ALGUNS PARÔNIMOS Absolver: perdoar Absorver: sorver Incidente: episódio Acidente: desastre Ratificar: confirmar Retificar: corrigir Destratar: tratar mal, insultar Distratar: romper um trato, desfazer Didatismo e Conhecimento 13 LÍNGUA PORTUGUESA E REDAÇÃO POLISSEMIA A mesma palavra apresenta significados diferentes que se ex- plicam dentro de um contexto. O menino queimou a mão. (parte do corpo) Dei duas demãos de tinta na parede. (camadas) Ninguém deve abrir mão de seus direitos. (deixar de lado, de- sistir) A decisão está em suas mãos. (responsabilidade, dependência) POLISSEMIA E HOMÔNIMOS PERFEITOS Polissemia: é resultante dos diferentes significados que uma palavra foi adquirindo através dos tempos. Homônimos perfeitos: grafia e som iguais, porém as classes gramaticais são diferentes. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO As palavras podem ser usadas com o seu significado original, real (denotação) ou com um significado novo, diferente do original (conotação). O gato da minha vizinha sempre brinca comigo. (denotação – animal de estimação) Eu acho aquele ator o maior gato. (conotação - bonito) Quando usamos a linguagem em seu sentido figurado, esta- mos fazendo
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