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Sumário Introdução ao Direito Penal................................................................................................................ 2 Infração penal.................................................................................................................................... 2 1. Conceito ........................................................................................................................................... 2 Esquema didático: infração penal ............................................................................................... 2 Requisitos da infração penal ........................................................................................................ 4 Esquema didático: elementos da infração penal ........................................................................ 4 2. Sujeitos ativo e passivo do crime .................................................................................................... 5 3. Diferenças básicas entre crime e contravenção penal .................................................................. 5 Revisão didática ................................................................................................................................. 6 Exercícios .......................................................................................................................................... 6 INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL O Estado é detentor exclusivo do direito de punir – o “jus puniendi” –, o qual lhe exige a busca da manutenção da paz social. Nessa tarefa, atuam vários ramos do Direito, por exemplo: civil, administrativo, trabalhista, eleitoral, constitucional, tributário, processual, comercial, entre outros. Sendo o Direito Penal o mais severo deles, pois retira o bem mais precioso do ser humano: sua liberdade (sua vida!). Diante disso, possui a finalidade de tutelar os bens jurídicos mais relevantes dos ataques mais violentos e sua utilização deve ser utilizada com cautela, portanto, será o último meio – “ultima ratio” – pelo qual o Estado buscará a paz social, por sua consequência jurídica ser tão gravosa. INFRAÇÃO PENAL 1. CONCEITO No Brasil, a infração penal é gênero que se desdobra em duas espécies: crime (ou delito) e contravenção penal. Por isso, a infração penal é uma divisão “dicotômica” (sistema dualista ou bipartido). Em suma, o que distingue uma e outra é apenas as suas penas (quantitativa, axiológica, valor), inexistindo diferença conceitual (qualitativa, ontológica, ser). – E essa definição emana de onde? Da Lei de Introdução ao Código Penal, ou seja, o Brasil adotou o sistema legal para definir o que é infração penal: Art. 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. (Decreto-Lei nº 3.914/1.941) Esquema didático: infração penal SISTEMA DUALISTA, DICOTÔMICO OU BIPARTIDO Não há diferença conceitual, apenas valorativa. Não há diferença ontológica, apenas axiológica. O Direito Penal é um dos ramos do Direito Público, sendo o Código Penal a nossa principal fonte, ou seja, a fonte imediata do estudo. É o local de onde emana os comandos necessários para que ocorra a repressão aos crimes, possuindo uma divisão entre a Parte Geral (introdutória) e Parte Especial (crimes em espécie); além dele, há as Leis Penais Especiais (ou extravagantes) que também versam sobre crimes. Exemplos de Leis Penais Extravagantes: Lei de Drogas (Lei n° 11.343/2006), Lei de Tortura (Lei n° 9.455/1997), Lei dos Crimes Hediondos (Lei n° 8.072/1990), entre outras. Divisão do Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/1940): O Direito Penal é uma matéria grande e possui diversos institutos, mas quando estudamos os pequenos fundamentos que o direcionam, facilita a eliminar questões que fogem do seu campo, por exemplo, uma infração contrária a lei pode ser um ilícito em qualquer ramo do direito, contudo o único que interessa ao nosso estudo é a infração penal. Para que um indivíduo tenha a real capacidade de cometer uma infração penal é importante que preencha alguns requisitos básicos, quais sejam: Requisitos da infração penal (i) Conduta humana: é necessária uma conduta humana, pois apenas seres humanos possuem a capacidade de agredir, seres irracionais (animais) somente atacam. Contudo, caso um animal seja utilizado (como meio) para atacar uma pessoa, ocorrerá um crime. Exemplo: Homem que atiça seu cão contra seu inimigo. (ii) Consciência da ilicitude: o ser humano deve ter consciência daquilo que está fazendo, por esse motivo quem comete o fato estando em sonambulismo ou hipnose, não poderá responder pelo fato. (iii) Voluntariedade da conduta: se o comportamento praticado, ainda que previsto em um tipo penal, não for precedido da vontade do seu agente, não haverá conduta, e, consequentemente, desfigurado estará o fato típico (substrato do crime), faltando seu primeiro elemento. Por esse motivo, os casos de coação física irresistível e coação moral irresistível não são punidos pelo ordenamento jurídico penal. (iv) A conduta deve ser propositada ou descuidada. Esses conceitos serão aprofundados no Artigo 18 do Código Penal, cujo conteúdo trata especificamente do dolo e da culpa. (v) Todo crime gera um resultado, ou seja, da conduta pode advir dois resultados: jurídico e naturalístico. Esquema didático: elementos da infração penal 2. SUJEITOS ATIVO E PASSIVO DO CRIME a) Sujeito ativo do crime: quem comete o crime, em suma, somente há crime por uma conduta humana, ou seja, somente as pessoas capazes (imputáveis) podem cometer crimes. b) Sujeito passivo do crime: a vítima, pode ser qualquer pessoa física ou jurídica, ou mesmo a coletividade (a sociedade). PESSOA JURÍDICA PODE SER SUJEITO ATIVO DE UM CRIME? Sim, nos crimes ambientais! A obrigatoriedade da dupla imputação da pessoa jurídica é tema descartado pelos Tribunais Superiores. O STJ decidiu se curvar à posição fixada pelo STF sobre o tema. A mudança jurisprudencial foi noticiada no Informativo 566 e no canal comunicativo do site do STJ em 12/04/2016: Para STJ, dupla imputação em crimes ambientais não é obrigatória. Empresas, associações e organizações que cometerem crimes ambientais podem ser rés em processo penal, sem a necessidade de dupla imputação (empresa e diretor), segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 3. DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE CRIME E CONTRAVENÇÃO PENAL CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL PENAS Reclusão, Detenção Com ou sem multa Prisão simples e/ou Multa PRISÃO PREVENTIVA E TEMPORÁRIA Admite Não admite EXTRATERRITORIALIDADE Admite Não admite TENTATIVA Admite Não admite CULPA Admite Não admite AÇÃO PENAL TODAS AS FORMAS: Privada, condicionada e incondicionada APENAS: Ação penal pública incondicionada LIMITE DAS PENAS 30 anos 5 anos ! REVISÃO DIDÁTICA (A) Conduta: humana, voluntária e consciente. (B) Resultado jurídico sempre haverá, já o naturalístico só nos crimes materiais e nos formais, porém nestes será mero exaurimento. (C) Sujeito ativo: pessoas físicas imputáveis! 1. Menores de 18 anos: cometem atos infracionais (ECA). 2. Doentes/malucos: recebem medida de segurança (está dentro do Código Penal). 3. Pessoas jurídicas: nos crimes ambientais.4. Dupla imputação da pessoa jurídica: desnecessário (STF e STJ)! Infração penal é dicotômica, pois é gênero e se desmembra em duas espécies: EXERCÍCIOS 1. (CESPE/2014) Na legislação pátria, adotou-se o critério bipartido na definição das infrações penais, ou seja, estas se subdividem em contravenções penais e crimes ou delitos, inexistindo diferença conceitual entre as duas últimas espécies. Certo Errado 2. (CESPE/1999) A afirmação de que se deve considerar crime a infração penal a que a lei comine pena de reclusão ou de detenção, quer isolada, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; e contravenção, a infração penal a que a lei comine, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente, estabelece um critério de diferenciação meramente quantitativa entre essas infrações. Certo Errado 3. (VUNESP/2014) Com relação ao crime e à contravenção, assinale a alternativa correta: a) A contravenção penal somente pode ser apenada com detenção. b) O crime é infração penal menos grave do que a contravenção. c) A contravenção poderá ser dolosa ou culposa. d) A contravenção penal poderá ser apenada com prisão simples. e) O crime é doloso e a contravenção, culposa. Crime/delito Reclusão ou detenção: c/ ou s/ multa Consumado ou tentado Doloso ou culposo Territorialidade e extraterritorialidade Contravenção Prisão simples e/ou multa Só consumado Só doloso Só territorialidade 4. (CESPE/2016) O brasileiro nato, maior e capaz, que praticar vias de fato contra outro brasileiro nato: a) Será considerado reincidente, caso tenha sido condenado, em território estrangeiro, por contravenção penal. b) Poderá ser condenado a penas de reclusão, de detenção e de multa. c) Responderá por contravenção penal no Brasil, ainda que a conduta tenha sido praticada em território estrangeiro. d) Responderá por contravenção, na forma tentada, se tiver deixado de praticar o ato por circunstâncias alheias a sua vontade. e) Responderá por contravenção penal e, nesse caso, a ação penal é pública incondicionada. 5. (FUNCAB/2016) As contravenções penais: a) Podem ser punidas com pena de detenção. b) Não prescrevem. c) Não são punidas na forma tentada. d) Constituem meros ilícitos administrativos. e) Estão inseridas na Parte Especial do Código Penal. 6. (MS CONCURSOS/2016) A tentativa de recusa a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país, em conformidade com a Lei de Contravenções: a) É punível com prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. b) Não é punível. c) É punível somente com multa. d) É punível somente com prisão simples, de um a três meses. 7. (CESPE/2009) Em relação à infração penal, assinale a opção correta: a) Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão, de detenção ou prisão simples, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa. b) Considera-se contravenção penal a infração penal a que a lei comina pena máxima não superior a dois anos de reclusão. c) No ordenamento jurídico brasileiro, a diferença entre crime e delito está na gravidade do fato e na pena cominada à infração penal. d) A infração penal é gênero que abrange como espécies as contravenções penais e os crimes, sendo estes últimos também identificados como delitos. e) Os crimes apenados com reclusão se submetem aos regimes fechado e semiaberto, enquanto os apenados com detenção se submetem aos regimes aberto e prisão simples. GABARITO 1 - C 2 - C 3 - D 4 - E 5 - C 6 - B 7 - D Introdução ao Direito Penal Infração penal 1. Conceito Esquema didático: infração penal Requisitos da infração penal Esquema didático: elementos da infração penal 2. Sujeitos ativo e passivo do crime 3. Diferenças básicas entre crime e contravenção penal Revisão didática Exercícios
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