Buscar

revista pitagoras

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 1 
 
Tecnologia ou Metodologia? 
O grande desafio para o século XXI 
 
PIROZZI, Giani Peres1 
RESUMO 
O presente artigo tem como premissa explanar sobre o conceito de tecnologia, bem como 
ressaltar as diferentes tecnologias que cercam o ambiente escolar, sejam elas físicas, 
organizadoras e simbólicas. Além disso, por meio de uma pesquisa teórico-bibliográfica esse 
artigo tem como objetivo central compreender a evolução dos nativos e dos imigrantes digitais 
na sociedade, além de expor diferentes recursos que o professor pode se utilizar na sua prática 
educativa, tendo como cerne que mais importante do que toda e qualquer tecnologia é o uso 
que se faz da mesma, ou seja, a didática que o professor tem para utilizar essas ferramentas, a 
fim de otimizar o aprendizado dos alunos. 
 
Palavras-chave: tecnologia – didática – metodologia 
 
 
ABSTRACT 
This articleis premisedon the concept ofexplainingtechnologyandhighlightthe different 
technologiesthat surround theschool environment, whether physical, symbolicandorganizers. 
Additionally, through atheoretical andresearchliteraturethispaper aimsat understandingthe 
evolution ofdigitalnativesand immigrantsin society, besides exposingdifferentresourcesthat 
teacherscanuse in theireducational practice, with the coremoreimportant thananytechnology is 
theuse madeof it,ie, the teachingthat the teacher hasto usethese toolsin order tooptimizestudent 
learning. 
 
keywords: technology-training-methodology 
 
 
Tecnologia ou Metodologia? 
 
O grande desafio para o século XXI 
 
 
“Meus filhos terão computadores, sim, mas antes 
terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos 
filhos serão incapazes de escrever – 
inclusive a sua própria história”. 
Bill Gates 
 
 
 O grande desafio para os profissionais da educação no século XXI está 
na utilização da tecnologia no cotidiano da sala de aula, com o intuito de 
aprimorar a prática docente e otimizar o processo de ensino e aprendizagem 
 
1
Giani Peres Pirozzi – Pedagoga formada pela UNICAMP, pós-graduada em Educação Física, 
Esporte e Lazer (UNICAMP) e pós-graduada em Educação Infantil e em Psicopedagogia. 
Contadora de Histórias. Coordenadora Pedagógica do SESI – Itu e professora universitária - 
CEUNSP. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 2 
 
dos alunos. Contudo, sendo um desafio, torna-se relevante lembrar que é algo 
difícil, porém possível de acontecer no âmbito escolar. 
 Perrenoud (2000) nos traz que as inovações tecnológicas estão cada 
vez mais presentes e com mais intensidade em todos os âmbitos da sociedade 
e a escola não pode ficar alheia a essas mudanças. Faz-se mister incorporar 
no cotidiano escolar as modernizações, as inovações e o que se tem de mais 
atual no mundo contemporâneo. Hoje, mais do que nunca, o profissional do 
futuro necessita ter a competência de saber utilizar as novas tecnologias em 
seu favor. 
 Desafiador, instigante, conflitante, inovador... Talvez sejam estas as 
definições sobre o que pensa o educador ao fazer uso das novas T.I.C.s 
(Tecnologias da Informação e da Comunicação) na Educação. 
 Como diria o educador norte-americano Marc Prensky, o mundo de hoje 
conta com dois tipos de pessoas: os nativos digitais e os imigrantes digitais. Os 
nativos são a “nova geração” que já nasceram num ambiente cercado de 
tecnologia, podendo ser compreendida como uma geração que nasceu 
“apertando botões e clicando”. Já os chamados imigrantes digitais são 
compostos por pessoas que não nasceram na era digital, mas precisam 
incorporar as novas tecnologias e fazer uso delas em seu dia-a-dia. 
 Pode-se dizer que grande parte dos professores do século XXI são 
imigrantes digitais que estão aprendendo a utilizar as novas tecnologias com o 
objetivo do aprimoramento da prática pedagógica. E os alunos, claro, são 
nativos digitais, em grande parte, dominam a tecnologia dos controles-remoto, 
dos I-pods, do celular, bluetooth, do msn, Orkut, facebook, twitter, entre outros, 
dando um show de habilidade e agilidade no domínio das T.I.C.s. 
 E o que fazer para eliminar ou amenizar a distância entre esses nativos 
e esses imigrantes digitais? Quais os problemas que podemos enfrentar em 
educação relacionada com essa divergência de conhecimento? É possível tirar 
proveito dessa situação no ambiente escolar? Em que está pautada a 
Educação no século XXI? Esses são alguns questionamentos que podem tirar 
o sono de muitos educadores preocupados em oferecer o que há de melhor 
para seus alunos. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 3 
 
 Todavia, a questão central está em questionar o que é tecnologia? E a 
resposta é bem simples: tudo é tecnologia. Tudo aquilo que serve para auxiliar 
o ser humano em seu trabalho e em sua vida faz parte da tecnologia. Na 
educação temos algumas tecnologias que permeiam o trabalho pedagógico 
como: o livro, a lápis, o giz, a lousa, o retroprojetor, o projetor de slides, as 
enciclopédias... Numa evolução e numa perspectiva mais recente: os 
computadores, e-books, as esferográficas, a lousa digital, o notebook, os 
projetores multimídia, os sites da internet, etc... 
Antes de considerar o conceito de tecnologia, faz-se necessário 
dissociar: técnica de tecnologia. Segundo Zawislak apud Perini (2009): "técnica 
é a ação ou conjunto de procedimentos e de objetos que constituem uma 
atividade, não incluindo, porém, o estudo das razões de funcionamento da 
suposta ação". Nesta mesma perspectiva tem-se Freitas apud Perini (2009) 
que menciona que: "tecnologia é a técnica evoluída, fruto de ideias surgidas no 
passado e que ao longo dos anos foram modificadas, atualizadas e 
aprimoradas". 
Nesta visão tem-se que tecnologia é a técnica mais aprimorada, 
envolvendo um conjunto organizado de conhecimentos que visem a facilitação 
e o uso de incrementos na vida do ser humano. 
Pode-se dizer que tudo que está a nossa volta é tecnologia. Num sentido 
mais amplo (BRITO e PURIFICAÇÃO, 2006) conceituam a tecnologia como 
"um conjunto de conhecimentos especializados, com princípios científicos que 
se aplicam a um determinado ramo de atividade, modificando, melhorando, 
aprimorando os "produtos" oriundos do processo de interação dos seres 
humanos com a natureza e destes entre si." 
Segundo (SANCHO apud BRITO, PURIFICAÇÃO, 2006, p.19). Pode-se 
classificar a tecnologia em três tipos: Físicas, Organizadoras e Simbólicas. 
Com esta classificação, entende-se que as tecnologias físicas são os 
instrumentos materiais utilizados diariamente, como por exemplo: uma caneta, 
um livro, um telefone, um computador, o quadro-negro, o satélite... Assim, 
considera-se que todo objeto é uma tecnologia física utilizada cotidianamente 
com o intuito de aprimoramento, sendo um recurso prático aos seus usuários. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 4 
 
As tecnologias simbólicas, por sua vez, compreendem toda linguagem 
humana, como por exemplo: os signos e símbolos, a linguagem, a escrita, a 
representação icônica, vocabulário...Também com o objetivo de 
aperfeiçoamento da comunicação humana. 
E as tecnologias organizadorassão aquelas que compreendem os 
modos de como nos relacionamos com o mundo, sempre buscando agilidade e 
rapidez nos processos. 
Diante desse prisma, tudo que está ao nosso alcance envolve a 
tecnologia. Desde a nossa fala até os últimos aparatos tecnológicos. Assim, 
com o intuito de resgatar o histórico das tecnologias, constatou-se que a 
tecnologia é tão antiga quanto ao próprio homem, ou seja, desde que a 
antiguidade, quando os primeiros hominídeos já se utilizam de uma pedra para 
caçar, para cortar... ele já estava fazendo uso da tecnologia, pois aprimorava a 
técnica e facilitava o seu trabalho, trazendo-lhe melhorias. 
Assim, pode-se observar que a tecnologia, muitas vezes, acaba sendo 
confundida com a “informática” o que vem a ser um equívoco, sendo esse 
pensamento reforçado por muitos professores. 
Uma grande inquietação dessa pesquisa consiste em questionar como a 
tecnologia pode estar presente no âmbito educacional auxiliando o trabalho 
pedagógico de toda equipe escolar. 
Desse modo, ao buscarmos na história as primeiras salas de aulas, por 
mais simples e arcaicas que fossem já eram dotadas de tecnologia. Quando se 
fala em educação, mais especificamente a escola, muitas vezes, tem-se ainda 
a imagem de uma sala de aula com um quadro-negro, uma mesa para o 
professor e várias carteiras para os alunos, dispostas em fileiras. Algumas 
escolas, mais tradicionais, ainda adotam um tablado elevado no qual o 
professor (detentor do conhecimento) fica sobre este e ensina / transmite 
conhecimento a seus alunos. Infelizmente, essa imagem é bem comum ainda 
no século XXI. Pode ser que o tablado tenha desaparecido (embora em 
algumas escolas ainda predomine seu uso), mas no geral, muitas vezes, ainda 
encontramos um professor, a lousa e o giz e os alunos em filas. 
Por mais que tenhamos sido abarrotados com tanto aparato tecnológico 
(aparelhos multimídia, celulares, computadores, i-pods, i-pads, notebooks, 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 5 
 
lousa digital, pen-drive, retroprojetor, projetor de slides, entre outros), ainda há 
pouca inovação na sala de aula. O professor, mantém sua didática e acaba 
fazendo uso em sua aula do velho giz e lousa e da sua própria sala. 
 A tarefa do professor diante dessas grandes mudanças não é nada fácil. 
Sendo um imigrante digital sofre aos buscar novas formas para dar aquela aula 
que já conhece, já domina o conteúdo, mas precisa inovar em suas estratégias. 
Por que precisa inovar? Por que, os professores do mundo moderno 
concorrem, deslealmente, com a televisão, com os DVDs, com o cinema 3D, 
com os programas de computadores, com a internet, com os chats, MSN, 
redes sociais... e necessitam compreender as classificações dessa tecnologia 
para melhorar sua prática educativa. 
 Reforçando esse pensamento tem-se Tiba (2006) que: 
 
Atualmente o professor não é a única fonte de aprendizagem. 
(...) O professor deixou de ser o responsável único e exclusivo 
de informações, porque os alunos estão conectados a 
televisão, canais a cabo, internet, multimídia. Aos poucos 
jovens que ainda não estão globalizados, falta mais 
oportunidade do que desejo [pelo aprender]. (TIBA, 2006, p. 
28). 
 
 O professor, numa perspectiva de pesquisador, é o profissional que 
como exemplo para seus alunos, não pode deixar de estudar, se aprimorar e 
conhecer e dominar as novas tecnologias, objetivando tornar suas aulas mais 
atrativas e motivadoras, resgatando a atenção dos alunos e fazendo com que 
os mesmos se interessem pelo conteúdo de sua matéria. 
 Numa perspectiva dialógica, o professor ensina e aprende e o aluno 
também aprende e ensina. Hoje, mais do que ter acesso à informação é 
preciso selecionar a informação que deseja, transformá-la em conhecimento e 
aplicá-la no cotidiano de modo a tomar decisões e agir com propriedade. 
Sendo assim, o professor necessita estar atualizado sempre e ter a humildade 
de dizer quando não sabe e também estar à disposição para uma busca 
constante. Com esta postura esse profissional reforçaria o que Tiba (op.cit.) 
retrata: “O professor estaria passando (ensinando) ao aluno o prazer de 
aprender – com o professor aprendendo – e o prazer de ensinar – com o aluno 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 6 
 
ensinando”. Uma troca constante entre “nativos” e “imigrantes” digitais, em 
busca de um trabalho de maior qualidade para todos. 
 Numa postura reflexiva, o professor é o profissional que tem que fazer 
uso do tripé: Ação – Reflexão – Ação. Isto implica em preparar uma aula, 
ministrá-la (ação) e depois, ao chegar em casa, refletir sobre seu feito, 
repensar sua forma de ministrar o conteúdo, rever suas estratégias de ensino, 
reorganizar sua prática (reflexão) e replanejá-la para uma nova aula, ou 
melhor, uma nova (ação). 
 O profissional da educação que não se atualiza está obsoleto no mundo 
moderno, podendo até virar artefato de museu, pois o mercado necessita de 
pessoas cada vez mais integradas na tecnologia e que consigam fazer um link 
entre o passado e o futuro. Aquele profissional que segue seu caderninho com 
anotações do tempo da faculdade está com os dias contados. 
 Uma grande queixa dos professores é que os alunos não se interessam 
pela aula, pela matéria ou conteúdo. E aqui cabe uma nova reflexão: Será que 
as aulas que estes professores ministram são interessantes e estão de acordo 
com o perfil desse novo público, desses nativos digitais? 
 Nosso mundo está em constante processo de modernização. As 
informações se multiplicam a todo instante, gerando angústia, se pensarmos 
que não daremos “conta” de dominar tudo aquilo que surge a cada dia como 
sendo algo mais atual, inusitado e que necessita ser aprendido e incorporado. 
 O pior é que, sendo de gerações diferentes, estamos representando 
formas de aprender diferente também. Em sua grande maioria, os imigrantes 
digitais aprenderam de modo linear, o que representa que o professor ensinava 
e o aluno aprendia. O ensino era transmissivo e contava com o professor que 
dava suas aulas expositivas, ensinando seus alunos. 
 Nos dias atuais, os alunos não são mais passivos. Eles querem construir 
junto com os professores, tem iniciativas e, com o advento da internet, facilitou 
o modo de conhecer não-linear. Os alunos, acostumados com a linguagem da 
internet, por meio dos hipertextos e hiperlinks, começam a fazer várias coisas 
ao mesmo tempo, começam leituras que não terminam e seguem outros links 
que mais lhe agradam e que convergem em conhecer tudo mais rápido, 
individualizando o processo educativo e informativo. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 7 
 
 Se a forma de aprender mudou, com certeza o perfil do aluno também 
se modificou. Os alunos não esperam mais do professor. Como diria Augusto 
Cury2, temos cada vez mais alunos com a denominada SPA – Síndrome do 
Pensamento Acelerado, que fazem várias coisas ao mesmo tempo e que 
apresentam dificuldade de se concentrar num único aspecto. E aí surge mais 
um desafio para o professor, profissional polivalente, que deve encarar seu 
trabalho como algo em constante processo de mudança, antenadoàs 
novidades, primando pela máxima do “aprender a aprender”, para poder 
ensinar mais e melhor. 
 Carece ao professor levar em conta a realidade da escola onde se dá 
aula. Muitas vezes, não é o profissional que não quer inovar, mas as condições 
de trabalho que lhe são oferecidas não possibilitam que o mesmo apresente 
mudanças. 
 O que se pretende esclarecer é que, como já foi abordado, tudo é 
tecnologia, desde uma simples folha de papel, um jogo, uma calculadora, 
enfim, todos são recursos que possibilitam a viabilização de um trabalho de 
mais qualidade, inovando e primando por uma aprendizagem significativa, ou 
seja, aprendizagem que o aluno apreenda o que está sendo desenvolvido e 
saiba fazer uso em seu cotidiano. 
 Muitas vezes, o professor fica preocupado em inovar, em seus aparelhos 
e recursos tecnológicos e, apresentando muitas dificuldades, ocorre um efeito 
contrário. A aula que seria muito boa, sem a utilização de tais recursos, acaba 
por se tornar não muito proveitosa em virtude de não se saber explorar o que a 
tecnologia pode oferecer. 
 Outras vezes, a escola dispõe de diferentes recursos que acabam por 
ocupar espaços em armários, ficando empoeirados, não sendo utilizados pelo 
corpo docente, ou por falta de conhecimento do recurso, ou pelo simples medo 
de danificar o aparelho. 
 Ao professor, cabe, como diria o educador francês Freinet fazer uso da 
“Pedagogia do Bom-senso”, não fazendo apologia às tecnologias, mas também 
 
2
 Cury, em sua obra: “Pais brilhantes, professores fascinantes”, descreve esse fenômeno 
conhecido com SPA – Síndrome do Pensamento Acelerado, como sendo um mal da nossa 
época. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 8 
 
reconhecendo que a simplicidade, bem desenvolvida, pode trazer frutos muito 
proveitosos para o andamento escolar dos alunos. 
O ensino precisa ser modificado. Para isso, faz-se necessário discernir 
duas palavras que, corriqueiramente, são utilizadas como sinônimos, mas que 
envolvem conceitos e implicações de grande diferenciação: INFORMAÇÃO x 
CONHECIMENTO. 
Na escola, mais especificamente, em sala de aula trabalha-se com 
dados, informações, conhecimentos... Entretanto, alguns autores esmiúçam 
tais itens, retratando que os dados são registros, fatos, soltos que estão 
aleatoriamente dispostos em nosso meio. Para Côrtes (2008) apud Perini 
(2009): “A informação é gerada quando os dados passam por algum tipo de 
relacionamento, avaliação, interpretação e organização”. Isto é a informação 
que é composta por um conjunto de dados, organizados entre si, que passam a 
dar sentido / significado diante da compreensão de fatos. 
Assim, a escola de ontem, tinha na função do professor, o foco de 
transmissor do conhecimento, isto é, indo além da informação. Rememorando 
Côrtes (op.cit.) o conhecimento é mais amplo. O autor faz a seguinte analogia: 
“... o dado é um tijolo, a informação é uma parede construída por vários tijolos e 
o conhecimento é um cômodo construído a partir da organização e correto 
relacionamento de várias paredes”. O professor que transmite conhecimento é 
aquele que trabalha com informações organizadas e que permite utilizá-las de 
modo significativo no cotidiano por meio de uma aprendizagem. 
A escola, tendo como essência o trabalho com conhecimento, avança 
também. No século XXI a transmissão do conhecimento já não dá mais conta 
do trabalho escolar. O professor necessita propor a construção do 
conhecimento em que o aluno é co-autor do processo educativo, ou seja, a 
aprendizagem torna-se interativa e o aluno também constrói conhecimento com 
as intervenções de seus professores. 
Nesse prisma os recursos tecnológicos são essenciais para que a aula 
dos professores possa ser atualizada. O professor (transmissor de 
conhecimento) fazia uso da lousa e do giz e os alunos em filas, absorviam toda 
informação/conhecimento do professor. Essa metodologia está ficando 
defasada, pois por mais recursos que os alunos se deparam fora da escola, o 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 9 
 
educando acaba concebendo a sala de aula como um local antiquado, sem 
atrativos, e não consegue mais ficar passivo. 
Diante da mudança de perfil de aluno (que como já foi dito, não é mais 
passivo, mas que necessita ser ativo no processo educativo), o professor 
necessita atualizar sua aula. O papel do professor deixa de ser transmissor 
para ser co-construtor de conhecimento junto com seus alunos. As tecnologias, 
entretanto, amparam a sociedade do conhecimento, dinamizando a aula e 
modificando a dinâmica escolar. O professor, buscando inovar, pode fazer uso 
do computador (informática), dos recursos multimídia (datashow), do rádio, da 
TV, utilizar fragmentos de filmes de DVD, retroprojetor, livros variados etc, 
sempre com o intuito de enfatizar que a aula produz conhecimento, ou seja, 
organiza os dados, atraindo os alunos, e proporcionando aos mesmos a 
utilização destes na vida. 
Assim, tornado a aprendizagem mais significativa, isto é, utilizando-a 
além dos muros escolares, o professor pretende corroborar como que foi 
pretendido por Côrtes numa pirâmide da hierarquia da informação. O trabalho 
da escola deve ir além do trabalho com dados, informação e conhecimento. A 
escola deve trabalhar com mais dois degraus da pirâmide que é a inteligência, 
visando à sabedoria. A sociedade atual não necessita somente de pessoas 
modernizadas que saibam apertar botões. A demanda maior está em formar 
cidadãos que aprendam significativamente, ou seja, que saibam fazer uso no 
dia a dia dos conhecimentos aprendidos em sala de aula. 
Para Libâneo (1994): 
A aprendizagem escolar é, assim, um processo de assimilação 
de determinados conhecimentos e modos de ação física e 
mental, organizados e orientados no processo de ensino. Os 
resultados da aprendizagem se manifestam e modificações na 
atividade externa e interna do sujeito, nas suas relações com o 
ambiente físico e social. 
 
 Vale ressaltar que Libâneo especifica que a aprendizagem só acontece 
de fato quando há uma assimilação ativa ou uma apropriação de 
conhecimentos e demais habilidades. 
 A discussão inicial entre Informação x Conhecimento de nada cabe se 
não for levado em conta o objetivo primordial que é a aprendizagem. Por mais 
recursos tecnológicos a escola disponha, por mais inovações o professor 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 10 
 
procure fazer uso, tudo deve culminar na aprendizagem do educando. Assim, a 
tecnologia, vem a ser, como em sua essência, somente um aparato que facilite 
a aprendizagem na escola, tendo em vista o que propôs Libâneo no processo 
de assimilação ativa: 
 
O processo de assimilação ativa é um dos conceitos 
fundamentais da teoria da instrução e do ensino. Permite-nos 
entender que o ato de aprender é um ato de conhecimento pelo 
qual assimilamos mentalmente os fatos, fenômenos e relações 
do mundo, da natureza e da sociedade, através do estudo das 
matérias de ensino. Nesse sentido, podemos dizer que a 
aprendizagem é uma relação cognitiva entre o sujeito e os 
objetos de conhecimento. (LIBÂNEO, 1994, P. 83). 
 
 Não se pretende com este artigo sobrecarregar o papeldo professor, 
nem retratar que o profissional da educação deva jogar fora tudo aquilo que 
aprendeu e que domina e se engajar nos artefatos tecnológicos e dominar com 
propriedade a informática. Ao profissional cabe, antes de jogar fora a velha 
“camiseta surrada”, precisa de uma nova camiseta, que seja confortável e que 
seja agradável, mas com um layout moderno. Isto significa que antes de 
abraçar novos métodos, novas tecnologias, o professor também precisa de um 
tempo para incorporar as mudanças, para digerir o número excessivo de 
informações para só então, refletindo sobre sua prática, inovar buscando a 
atenção do aluno, tornando suas aulas mais atrativas e, sobretudo, que haja 
aprendizagem significativa. 
 Como diria Moran (2007): 
 
As tecnologias são meio, apoio, mas com o avanço das redes, 
da comunicação em tempo real e dos portais de pesquisa, 
transformaram-se em instrumentos fundamentais para a 
mudança na educação. Há uma primeira etapa, que é a 
definição de quais tecnologias são adequadas para o projeto 
de cada instituição. Depois, vem a aquisição delas. (...) Em 
seguida, vem o domínio técnico-pedagógico, saber usar cada 
ferramenta como ponto de vista gerencial e didático, isto é, na 
melhoria de processos administrativos e financeiros e no 
processo de ensino e aprendizagem. 
 
 Antes de qualquer coisa, torna-se necessário levar em conta a realidade 
da escola onde se dá aula. Muitas vezes, não é o profissional que não quer 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 11 
 
inovar, mas as condições de trabalho que lhe são oferecidas não possibilitam 
que o mesmo apresente mudanças. 
 
 Conforme expõe Silva e Vizim (2003): 
 
As tecnologias remontam a tempos primitivos no campo 
educacional, muito embora não reconheçamos, por força da 
idéia de “novas” tecnologias, um velho “quadro-negro” como 
uma ferramenta tecnológica, ou mesmo um pedaço de giz, 
mas podemos dizer que os homens continuam recriando 
aparelhos, ferramentas, técnicas e tecnologias instrumentais, 
aperfeiçoando o que chamamos de tecnologias simbólicas, 
como a linguagem, a escrita, as representações simbólicas e 
icônicas, e muito mais. (SILVA; VIZIM, 2003 p. 203). 
 
 O que acontece frequentemente no ramo educacional é a confusão entre 
tecnologia e informática. O professor, em grande parte das vezes, associa o 
uso da tecnologia como atrelado ao mundo da informática e as questões 
digitais, esquecendo, ou melhor, não distinguindo que todo instrumento a 
serviço da melhoria da qualidade dos serviços e do aprimoramento da ação 
humana é considerado uma tecnologia. 
 
DIFERENTES RECURSOS TECNOLÓGICOS A SERVIÇO DO PROFESSOR 
 
 O professor pode fazer uso de diferentes tecnologias para inovar em 
sala de aula, além de contar com diferentes tecnologias que facilitem o seu 
trabalho, bem como possibilite uma maior acessibilidade do aluno com 
necessidades educativas especiais. Existe uma infinidade de recursos à 
disposição do professor, alguns deles serão expostos a seguir: 
 Usar um DVD ou um Vídeo – com propósito educativo – preparando a 
turma para essa atividade, discutindo, analisando, explorando diferentes 
habilidades e competências como (analisar, criticar, interpretar, aplicar...) 
evitando, assim, como diria Moran (2007), a banalização do vídeo, ou seja, o 
vídeo pelo vídeo ou o vídeo como tapa-buraco, sem finalidade pedagógica e 
também o encantamento pelo vídeo, utilizando vídeos para substituir a 
explicação do professor e a interação com seus alunos por meio da discussão. 
Dessa forma, o recurso ao invés de auxiliar, acaba por comprometer a vivência 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 12 
 
e deixa de ser produtivo, sendo encarado pelos alunos como um mero 
passatempo. 
 Utilização de Projetores Multimídia, conhecidos como datashow, que 
reproduzem o que o computador traz na tela. Um recurso interessante, 
queconta com aparato visual e auditivo, pode muito bem ser explorado pelo 
professor, fornecendo informações, diferentes gêneros textuais, apresentações 
de diferentes assuntos elaboradas em PowerPoint, elaboração de Quiz3 – jogo 
de perguntas e respostas (virtuais), isto é, realizados no computador que 
poderá ser um elemento mobilizador da aprendizagem para os alunos. Caso a 
escola não possua tal recurso, o professor precisa ser criativo, podendo 
explorar recursos que a escola disponibiliza como um projetor de slides, um 
retroprojetor, um rádio, etc. 
 O Retroprojetor como o próprio nome já diz projeta na lousa ou na 
própria parede as transparências elaboradas pelo professor (o professor pode 
scannear um livro e lê-lo para os alunos, projetando as ilustrações na tela; O 
professor pode contar histórias utilizando esse recurso; Pode trabalhar com 
aspectos matemáticos, mostrando na tela operações no concreto com material 
dourado, por exemplo; Pode também utilizar a mesma a apresentação feita em 
PowerPoint e imprimir em transparências e apresentar para a turma; Além 
disso, pode também fazer um teatrinho de sombras; Enfim o que não falta são 
maneiras inusitadas de se utilizar o mesmo recurso em classe). 
 Se a escola possui um Laboratório de Informática ou uma sala com 
alguns computadores pode-se explorar esse recurso ensinando o aluno a 
pesquisar online. Oferecer diferentes bases de dados e sites interessantes que 
tenham credibilidade científica, explorando a leitura por meio dos diferentes 
hiperlinks apresentados nestes sites. Além de enfatizar o uso consciente do 
computador (Internet) para a pesquisa, diferenciando a pesquisa da cópia ou 
pescópia (cópia da Internet), sem reflexão e também abolindo e alertando 
sobre o plágio que é, antes de tudo, um crime moral. 
 A tecnologia está a disposição de todos, contudo o mais importante, é 
saber fazer uso dessa tecnologia para o bem da Educação. Além disso, os 
Computadores podem ser utilizados em matemática com tabelas, gráficos, 
 
3
 Expressão de origem norte-americana que implica num jogo de perguntas e respostas. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 13 
 
porcentagem... como editor de textos, em arte, enfim, tudo vai de “como” se 
pensa essa tecnologia e como a explora. 
 Ainda utilizando os computadores contando com o apoio ou suporte 
pedagógico, as WebQuests são uma forma inteligente de instigar à pesquisa 
no universo escolar. Bernie Dodge4, em 1995, foi o criador do conceito de 
WebQuest. Conforme o exposto pelo Portal Educared, a WebQuest é uma 
proposta metodológica para usar a Internet de modo criativo. Desse modo, o 
Portal Educared traz que: 
 
A WebQuest é uma atividade didática para os ensinos Fundamental, 
Médio e Superior para incluir nas aulas a Internet, em especial a 
busca de informação na Rede. Pode desenvolver o pensamento 
reflexivo e crítico dos alunos, como também estimular a sua 
criatividade. (EDUCARED, 2006). 
 
 
 Em se tratando de pesquisa, a premissa de Dodge era que “o principal 
objetivo da WebQuest é desenvolver a pesquisa dos alunos em sites da 
Internet com critérios e perguntas especificadas pelos professores”. 
 A pesquisa, na perspectiva desse autor, assume um caráter 
construtivista, pautado em alguns passos essenciaiscomo: introdução 
(indicação da pesquisa); tarefa (problemática da pesquisa); processo (passos 
necessários para a realização da tarefa); recursos (links e dispositivos que 
podem direcionar o aluno a selecionar as informações necessárias para o 
cumprimento da tarefa); avaliação e conclusão (demonstrando como esse 
trabalho pode ser avaliado e melhor direcionado, bem como é um espaço de 
reflexão sobre o processo de pesquisa da WebQuest). Assim, a ferramenta 
“computador” pode ser utilizada para contribuir de modo eficiente na realização 
de uma pesquisa em sala de aula, indo além da pescópia. Para tal, a 
WebQuest é uma forma de gerenciar a pesquisa do aluno. Parafraseando um 
ditado popular: “Não é dar o peixe, mas ensinar a pescar”. A orientação 
implícita nas WebQuests facilitam o uso de fontes seguras, bem como 
direcionam o “saber-fazer”, isto é, aplicar em situações concretas as 
informações disponíveis na rede. 
 
4
 Bernie Dodge – desenvolveu a metodologia de trabalho da WebQuest em San Diego 
StateUniversity (EUA), em 1995. Para este autor as WebQuests utilizam problemas ou 
situações do mundo real e tarefas autênticas para despertar o interesse dos alunos. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 14 
 
 A Lousa – do simples Quadro Negro à Lousa Digital ou Quadro 
Interativo. Que grande avanço. O professor necessita urgentemente dominar 
tais recursos. Sendo um imigrante digital, não é preciso ter vergonha em dizer, 
não conheço tal recurso, mas, sobretudo, é preciso ter humildade em querer 
aprender e buscar sempre mais. 
 Muitas vezes, o problema não está na tecnologia, mas recai na forma ou 
modo de como o profissional usa essa tecnologia. E aí, são encontradas 
também muitas práticas extremamente tradicionais fazendo uso de tecnologias 
de ponta. Desse modo, a tecnologia não deve ser vista como a panaceia para 
as práticas educativas, mas é preciso atualizar a metodologia e complementá-
la com os recursos tecnológicos, viabilizando, de fato, novas práticas 
pedagógicas. 
 Enfim, essas são algumas formas de utilizar os recursos tecnológicos 
com a preocupação central de almejar sucesso às práticas educativas e 
aproximar os nativos e os imigrantes digitais, diminuindo a distância entre 
ambos e fortalecendo o vínculo professor-aluno, sempre com o intuito de que 
haja aprendizagem, que essa seja significativa e que traga melhores índices na 
Educação. 
 
A DIDÁTICA COMO GRANDE ALIADA AO PROCESSO EDUCACIONAL 
 O grande cerne para que o processo educativo dê certo, isto é, gere 
aprendizagem efetiva, não está no quanto de tecnologia possui a escola, muito 
menos, se estas tecnologias são de última geração. O diferencial está na ação 
/ uso damesma. A isso está atrelada a ação do professor e, 
consequentemente, sua didática. O professor que tem didática é aquele que 
sabe dar aulas, sabe conduzir sua turma, questiona, desafia e utiliza-se de 
diferentes estratégias para atingir seus objetivos, escolhendo diferentes 
caminhos para que haja a aprendizagem significativa. Dessa forma, o professor 
que tem didática sabe utilizar a tecnologia como um meio e não como um fim 
no processo educacional. 
 Não almejo colocar a tecnologia como a solução para todos os males da 
sociedade e da educação moderna, mas ela pode e deve contribuir com a ação 
do professor, pois, como propriamente está em seu conceito, a tecnologia 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 15 
 
serve para aprimorar a ação humana, otimizando, no caso na educação, a 
aprendizagem dos indivíduos. 
 
 
 Para Silva e Vizim (2003): 
 
O ato de educar, como ação dialógica, é uma relação 
privilegiada e insubstituível, que traz, em seu bojo, outras 
formas não visíveis de tecnologias educacionais em ação, 
aquelas que são instituídas com e pelas pessoas, 
simbolicamente. Neste encontro e incorporação de novas 
tecnologias aos educandos com necessidades educativas 
especiais é que é necessário um exaustivo estudo das suas 
características, peculiaridades, potencialidades e, 
principalmente, de suas limitações (203-204). 
 
 Perrenoud (2000) traz as dez novas competências para ensinar, como 
sendo um guia para o educador do século XXI. Uma das competências exposta 
por este autor suíço é “Utilizar novas tecnologias”. Assim, o diferencial está em 
saber fazer uso com competência do aparato tecnológico à disposição do ser 
humano. 
 Além disso, propõe estratégias de como utilizar a informática na escola, 
explorar editores de textos (facilitando o trabalho do professor ao preparar sua 
aula e ministrá-la), explorar as potencialidades didáticas dos programas que 
estão no mercado, relacionando-os aos objetivos de ensino, comunicar-se à 
distância por meio da telemática5 e saber utilizar as ferramentas multimídia no 
ensino. 
 Perrenoud ainda expõe que: 
Uma cultura tecnológica de base também é necessária para 
pensar as relações entre a evolução dos instrumentos 
(informática e hipermídia), as competências intelectuais e a 
relação com o saber que a escola pretende formar. Pelo 
menos sob esse ângulo, as tecnologias novas não poderiam 
ser indiferentes a nenhum professor, por modificarem as 
maneiras de viver, de se divertir, de se informar, de trabalhar e 
de pensar. Tal evolução afeta, portanto, as situações que os 
alunos enfrentam e enfrentarão, nas quais eles pretensamente 
mobilizam e mobilizarão o que aprenderam na escola. 
(PERRENOUD, 2000, p. 138-9). 
 
 
5
 Telemática – corresponde à fusão dos termos telecomunicações com informática. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 16 
 
 A ação do professor é o aspecto essencial para a aprendizagem do 
aluno. Esta deve vir acompanhada da tríade: Ação – Reflexão – Nova Ação, 
sempre tendo como finalidade a busca de alternativas para a aprendizagem, 
fazendo-se valer das novas tecnologias que estão à disposição no mundo 
moderno. 
 Desse modo, retratando a importância da didática no processo 
educativo, cabe ressaltar que todo educador para ser completo, deve ter em 
suas ações a eficiência e eficácia. 
 Um bom professor precisa ser eficiente, isto é, necessita seguir os 
passos adequados para uma boa ação educativa, pensando no processo. Deve 
preparar a aula, ser organizado, fazer a chamada, atentar-se para quais 
recursos e estratégia irá fazer uso, prevendo antecipadamente, de modo a 
evitar imprevistos. 
 Atrelado a isso, o professor também necessita ser eficaz (atingir um fim 
máximo), ou seja, carece trazer resultados à prática educativa e demonstrar 
que, fez com que seus alunos apreendessem o conteúdo, ou melhor, 
aprendessem de modo significativo e que os mesmos levem tais 
conhecimentos para o restante de suas vidas, incorporando-os em suas ações 
cotidianas. 
 Assim, teremos uma educação de qualidade, com ações eficientes e 
eficazes, que complementem o processo educativo e professores com didática, 
primando pela práxis pedagógica, estabelecendo uma ponte entre a “teoria 
praticante” e a “prática teorizante”, no qual o discurso seja substituído por 
práticas educativas que façam a diferença. 
 Em suma, este trabalho buscou clarificar oque representa a expressão 
tecnologia para os profissionais da Educação, procurando desmitificar que 
tecnologia não necessariamente precisa estar associada à informática. Sendo 
assim, tecnologia é tudo aquilo que o ser humano faz uso para se beneficiar e 
melhorar sua qualidade de vida e suas ações. 
 Dessa forma, este trabalho busca compreender o ser humano como ser 
humano integral (biopsicossocial), que aprende de diferentes modos, 
priorizando a existência da diversidade, pois é na diferença que se cresce. 
Assim, a tecnologia surge como recurso imprescindível para atingir a todos os 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 17 
 
educandos, inclusive os que apresentam problemas ou eventuais dificuldades 
de aprendizagem. 
O grande desafio, como bem frisou Moran é compreender que: 
 
É importante humanizar as tecnologias: [estas] são meios, 
caminhos para facilitar o processo de aprendizagem. É 
importante também inserir as tecnologias nos valores, na 
comunicação afetiva, na flexibilização do espaço e tempo do 
ensino-aprendizagem. (MORAN, 2007. p. 38). 
 
 Sob esse prisma a tecnologia não é a “salvadora da educação do século 
XXI”, mas, se bem empregada, com consciência do educador, ela pode ser 
otimizada e pode também trazer sucesso no âmbito escolar, buscando sanar e 
ou amenizar as dificuldades de aprendizagem, contribuindo com a educação 
sendo um elemento mobilizador, isto é, um chamariz para a aprendizagem 
significativa. 
 Enfim, em pleno século XXI, estamos em busca de uma sociedade que 
prime pelo Conhecimento, que vá além do mero conjunto de Informações, e 
que faça uso das diferentes tecnologias em favor da Educação, da Cultura e da 
Aprendizagem. Assim, almeja-se uma sociedade que respeite o próprio em 
suas potencialidades e suas limitações e que inclua a todos no processo 
educacional. 
 Cabe, sobretudo, a todos os educadores, força de vontade, iniciativa 
(para buscar aproximação dos alunos) já que grande parte dos educadores são 
“imigrantes digitais” e criatividade, pois com muito pouco é possível fazer 
acontecer uma aula que os alunos jamais se esquecerão. 
 Às vezes, nos deparamos com muita parafernália eletrônica e o 
professor não capacitado para utilizar as mesmas. O que é preciso 
urgentemente é saber como reconhecer essas tecnologias e adaptá-las as 
nossas finalidades educacionais. 
 Como já foi dito, reforço a ideia de que tecnologia é tudo, desde uma 
simples folha de papel, um quadro, um giz, uma TV, etc. E essa tecnologia 
ligada à ação docente (didática), juntamente com “bom senso” fará o diferencial 
no aprendizado das futuras gerações, que aprendem por diferentes canais 
(auditivo, visual, cinestésico-corporal...), principalmente dos indivíduos que 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 18 
 
apresentam dificuldades de aprendizagem. 
 
Referências: 
 
BRISO, C.B., BARBOSA, K., BARRUCHO, L.G., KRAUSE, S. Quem vai 
ensinar – e o quê – aos alunos do século XXI? Revista Veja online. 
25/03/2010. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/conheca-
escola-ensino-futuro-430546.shtml. Acesso em 09/03/2010. 
 
BRITO, G. S. e PURIFICAÇÃO, I. Educação e Novas Tecnologias: um re-
pensar. Curitiba: Ibpex, 2006. 
 
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Para onde vai a sala de aula? In: Crônicas 
ao Educador. São Paulo: Editora Paulus, 2001. 
 
CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: 
Editora Sextante, 2003. 
 
EDUCARED. Ensinar com a Internet: o que é webquest. 2006. Disponível em: 
http://www.educared.org/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_princi
pal&id_inf_escola=233 Acesso em: 13/12/12. 
 
FREINET, Celestin. Pedagogia do bom-senso. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1973. 
 
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era 
da informática. Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. 
(Coleção Trans). 10ª impressão – 2001. 
 
PERINI, Luis Cláudio. Administração de sistemas de informação: processos 
gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
MORAN, José Manoel. A integração das tecnologias na educação. 
Disponível em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm. Acesso em 
03/05/2008. 
 
MORAN, José Manoel. Como utilizar as tecnologias na escola. Disponível 
em: http://www.eca.usp.br/prof/moran/integracao.htm. Acesso em 03/05/2008. 
 
MORAN, José Manoel. A educação que desejamos: Novos desafios de como 
chegar lá. São Paulo: Papirus, 2007. 
 
PERINI, Luis Cláudio. Administração de sistemas de informação: processos 
gerenciais. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. 
 
PERRENOUD, Phillipe. Utilizar novas tecnologias. In: Dez novas 
competências para ensinar. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: 
Artes Médicas Sul, 2000. 
Tecnologia ou metodologia? O grande desafio para o século XXI – Giani Peres 
Pirozzi/SESI/CEUNSP 
 
Revista Pitágoras – ISSN 2178-8243, v.4, n.4. FINAN - Nova Andradina/MS, dez/mar 2013 
Página 19 
 
 
PRENSKY, Marc. Digital natives, digital immigrants.Nativos digitais, imigrantes 
digitais. Tradução de Roberta de Moraes Jesus de Souza. NCB University 
Press, Vol. 9 No. 5, Outubro, 2001. Disponível em: 
http://api.ning.com/files/EbPsZU1BsEN0i*42tYn-d650YRCrrtIi8XBkX3j8*2s_/ 
Texto_1_Nativos_Digitais_Imigrantes_Digitais.pdf. Acesso em 12/03/2010. 
 
SILVA, Shyrley; VIZIM, Marli (Orgs.). Políticas públicas: Educação, 
Tecnologias e Pessoas com Deficiências. Campinas, SP: Mercado de 
Letras/Associação de Leitura do Brasil (ALB), 2003. (Coleção Leituras no 
Brasil.) 
 
TIBA, Içami. Ensinar aprendendo: Novos paradigmas na educação. São 
Paulo: Integrare Editora, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo recebido em 01/2013. Aprovado em 02/2013.

Outros materiais