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Diretrizes Curriculares para Educação Escolar Quilombola

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Módulo 3 - Educação escolar Quilombola e Ensino de história e Cultura Afro-brasileira
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica.
As comunidades quilombolas, assim como as etnias indígenas, devem ser respeitadas nas suas diversidades e devem ter os direitos de educação garantidos pelo Estado, para tanto foi elaborada a Resolução nº 8 de 20 de Novembro de 2012 estalebece que a Educação escolar quilombola deve seguir as seguintes diretrizes
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica, na forma desta Resolução.
§ 1º A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica:
I - organiza precipuamente o ensino ministrado nas instituições educacionais fundamentando-se, informando-se e alimentando-se:
a) da memória coletiva;
b) das línguas reminiscentes;
c) dos marcos civilizatórios;
d) das práticas culturais;
e) das tecnologias e formas de produção do trabalho;
f) dos acervos e repertórios orais;
g) dos festejos, usos, tradições e demais elementos que conformam o patrimônio cultural das comunidades quilombolas de todo o país;
h) da territorialidade.
II - compreende a Educação Básica em suas etapas e modalidades, a saber: Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação do Campo, Educação Especial, Educação Profissional Técnica de Nível Médio, Educação de Jovens e Adultos, inclusive na Educação a Distância;
III - destina-se ao atendimento das populações quilombolas rurais e urbanas em suas mais variadas formas de produção cultural, social, política e econômica;
IV - deve ser ofertada por estabelecimentos de ensino localizados em comunidades reconhecidas pelos órgãos públicos responsáveis como quilombolas, rurais e urbanas, bem como por estabelecimentos de ensino próximos a essas comunidades e que recebem parte significativa dos estudantes oriundos dos territórios quilombolas;
V - deve garantir aos estudantes o direito de se apropriar dos conhecimentos tradicionais e das suas formas de produção de modo a contribuir para o seu reconhecimento, valorização e continuidade;
VI - deve ser implementada como política pública educacional e estabelecer interface com a política já existente para os povos do campo e indígenas, reconhecidos os seus pontos de intersecção política, histórica, social, educacional e econômica, sem perder a especificidade.
Art. 2º Cabe à União, aos Estados, aos Municípios e aos sistemas de ensino garantir:
I) apoio técnico-pedagógico aos estudantes, professores e gestores em atuação nas escolas quilombolas;
II) recursos didáticos, pedagógicos, tecnológicos, culturais e literários que atendam às especificidades das comunidades quilombolas; c) a construção de propostas de Educação Escolar Quilombola contextualizadas.
Art. 3º Entende-se por quilombos: 
I - os grupos étnico-raciais definidos por auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica;
II - comunidades rurais e urbanas que:
a) lutam historicamente pelo direito à terra e ao território o qual diz respeito não somente à propriedade da terra, mas a todos os elementos que fazem parte de seus usos, costumes e tradições;
b) possuem os recursos ambientais necessários à sua manutenção e às reminiscências históricas que permitam perpetuar sua memória.
III - comunidades rurais e urbanas que compartilham trajetórias comuns, possuem laços de pertencimento, tradição cultural de valorização dos antepassados calcada numa história identitária comum, entre outros.
Art. 4º Observado o disposto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre Povos Indígenas e Tribais, promulgada pelo Decreto nº 5.051, de 19 de abril de 2004, e no Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, os quilombolas entendidos como povos ou comunidades tradicionais, são:
I - grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais;
II - possuidores de formas próprias de organização social;
III - detentores de conhecimentos, tecnologias, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição;
IV - ocupantes e usuários de territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica.
Diante dessa resolução percebe-se a intenção de reconhecimento e valorização da diversidade cultural existente no país, e que a escola que atende a comunidade esteja contextualizada e respeite não só os direitos, como também a história, a língua e as tradições da comunidade estabelecendo diálogos entre as várias culturas. No mais, a comunicação entre o ensino na escola quilombola e as escolas e comunidades não quilombolas é essencial para compreendermos a história, cultura e patrimônio afro-brasileiro.
A escola tem como princípio respeito e reconhecimento dos quilombos, o direito à educação e ao desenvolvimento,  bem como os direitos humanos, a superação do racismo, garantia de participação na sociedade e a inserção  da realidade quilombola em todo material didático-pedagógico. 
O calendário escolar das escolas quilombolas deve respeitar o ritmo de vida da comunidade bem como suas datas comemorativas. A escola também deve garantir alimentação de qualidade respeitando os hábitos alimentares de cada comunidade.
A inserção das crianças de zero a 3 nos é opcional, para as crianças de 4 e 5 anos o estado é obrigado a oferecer o ensino de qualidade respeitando e dialogando com pais, avós, professores e líderes comunitários, envolvendo assim a comunidade no processo de escolarização de suas crianças. Cabe ao Ministério da Educação a manutenção e distribuição de material didático adequado.
O ensino fundamental também é obrigação do estado e um direito da comunidade e deve dar continuidade a valorização da cultura local em articulação com diferentes conhecimentos e contextos sociais. O Ensino Médio deve dar continuidade ao processo educativo e preparar o aluno para o trabalho e a cidadania de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de ocupação. A escola quilombola deve estar sempre em diálogo e em colaboração com o sistema de ensino nacional.
Art. 32 O projeto político-pedagógico da Educação Escolar Quilombola deverá estar intrinsecamente relacionado com a realidade histórica, regional, política, sociocultural e econômica das comunidades quilombolas.
§ 1º A construção do projeto político-pedagógico deverá pautar-se na realização de diagnóstico da realidade da comunidade quilombola e seu entorno, num processo dialógico que envolva as pessoas da comunidade, as lideranças e as diversas organizações existentes no território.
§ 2º Na realização do diagnóstico e na análise dos dados colhidos sobre a realidade quilombola e seu entorno, o projeto político-pedagógico deverá considerar:
I - os conhecimentos tradicionais, a oralidade, a ancestralidade, a estética, as formas de trabalho, as tecnologias e a história de cada comunidade quilombola;
II - as formas por meio das quais as comunidades quilombolas vivenciam os seus processos educativos cotidianos em articulação com os conhecimentos escolares e demais conhecimentos produzidos pela sociedade mais ampla.
§ 3º A questão da territorialidade, associada ao etnodesenvolvimento e à sustentabilidade socioambiental e cultural das comunidades quilombolas deverá orientar todo o processo educativo definido no projeto político-pedagógico.
Art. 33 O projeto político-pedagógico da Educação Escolar Quilombola deve incluir o conhecimento dos processos e hábitos alimentares das comunidades quilombolas por meio de troca e aprendizagem com os próprios moradores e lideranças locais.
Para conhecer mais e tirar dúvidas quanto ao funcionamento das escolas quilombolas leia a resolução na íntegra acessando o documento a seguir: 
 
Ensino de história e cultura afro-brasileira
O parecer nº003/2004do Conselho Nacional de Educação (CNE) fala das diretrizes para a inclusão de História e Cultura Afro-brasileira e Africana na educação nacional.
O parecer visa:
 visa regulamentar a alteração trazida pela Lei 10.639/200, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica.
 assegurar o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania
 garantem igual direito às histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos brasileiros.
?Aos mesmos objetivos juntam-se Constituições Estaduais, Leis Orgânicas, Leis Municipais e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O público alvo desse documento são administradores, mantenedoras, estabelecimentos de ensino,   professores,  famílias e estudantes e a todos os cidadãos comprometidos com a educação dos brasileiros. A intenção é  buscarem orientações no que diz respeito às relações étnico-raciais, ao reconhecimento e valorização da história e cultura dos afro-brasileiros, à diversidade da nação brasileira, ao igual direito à educação de qualidade.
O objetivo é garantir odireito dos negros se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visões de mundo próprias, manifestarem com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos; bem como o direito dos negros, assim como de todos cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em escolas devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos.
Existe uma demanda da população afro-descendente por políticas públicas e de reparação e de ações afirmativas para reconhecer e valorizar a história a cultura e a identidade afro-brasileira. O Parecer é uma política curricular de combate ao racismo e à discriminação que atinge principalmente aos negros. No mais, propõe divulgar e produzir conhecimento, formar atitudes, posturas e valores que eduquem os cidadãos orgulhosos de suas origens étnicas e para interagirem na construção de uma sociedade democrática.
A introdução da temática é vista como uma política de reparação visto que o Estado e a sociedade devem tomar medidas para ressarcir os descendentes de africanos negros, dos danos psicológicos, materiais, sociais, políticos e educacionais sofridos sob o regime escravista, bem como em virtude das políticas explícitas ou tácitas de branqueamento da população, de manutenção de privilégios exclusivos para grupos com poder de governar e de influir na formulação de políticas, no pós-abolição.
Visa também a que tais medidas se concretizem em iniciativas de combate ao racismo e a todo tipo de discriminação. Cabe ao Estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre ao disposto na Constituição Federal, Art. 205. O sistema meritocrático agrava a desigualdade e gera injustiça, sendo um critério de exclusão preconceituoso e de manutenção dos privilégios.
Políticas de reconhecimento se refere a uma:
mudanças nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras;
desconstrução do mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou de interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros.
Adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, nos diferentes níveis de ensino.
?Segundo o parecer, reconhecer é:
questionar relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente violentas, expressam sentimentos de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade hierárquica e desigual;
 valorizar, divulgar e respeitar os processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos escravizados no Brasil e por seus descendentes na contemporaneidade, desde as formas individuais até as coletivas;
 ser sensível ao sofrimento causado por tantas formas de desqualificação: apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de mau gosto sugerindo incapacidade, ridicularizando seus traços físicos, a textura de seus cabelos, fazendo pouco das religiões de raiz africana. 
 buscar, compreender seus valores e lutas; 
 exigir a valorização e respeito às pessoas negras, à sua descendência africana, sua cultura e história;
 criar condições para que os estudantes negros não sejam rejeitados em virtude da cor da sua pele, menosprezados em virtude de seus antepassados terem sido explorados como escravos, não sejam desencorajados de prosseguir estudos, de estudar questões que dizem respeito à comunidade negra;
 exigir que os estabelecimentos de ensino, frequentados em sua maioria por população negra, contenham instalações e equipamentos sólidos, atualizados, com professores competentes no domínio dos conteúdos de ensino, comprometidos com a educação de negros e brancos, no sentido de que venham a relacionar-se com respeito, sendo capazes de corrigir posturas, atitudes e palavras que impliquem desrespeito e discriminação.
?
E por Ações Afirmativas entende-se: 
Ações políticas de reparação e reconhecimento dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais, correção de desvantagens e marginalização criadas e mantidas por uma estrutura discriminatória. 
Ações afirmativas estão atreladas a um movimento mundial de Direitos Humanos e de combate ao racismo e discriminação.
Inclusão de História e Cultura dos afro-brasileiros é uma das ações afirmativas.
O sucesso das políticas públicas depende da reeducação das relações entre brancos e negros, as relações étnico-raciais, e do trabalho conjunto entre processo educativo escolar, políticas públicas e movimentos sociais.
A diferença entre "raça" e relações étnico-raciais, segundo Petronilha Beatriz Silva, relatora do parecer se é:
Aqui se entende por “raça” a relação social forjada nas tensas relações entre brancos e negros, simuladas como harmoniosas. 
 O conceito biológico de “raça” do século XVIII já foi superado. 
 O termo “raça” na sociedade brasileira se refere a características físicas como cor de pele, tipo de cabelo, traços fisionómicos, etc.
 Dentro dos movimentos sociais tem um sentido político de valorização do legado africano.
 “Étnico-racial” se refere às relações tensas devido a cor de pele e traços fisionômicos oriundos da raiz cultural africana que difere dos valores e princípios de origem indígena, asiática e europeia.
 No Brasil existe um padrão estético e cultural branco europeu que ignora, ou pouco valoriza, as outras estéticas - indígenas, africanas e asiáticas.
?
Se não é fácil ser descendente de seres humanos escravizados e forçados à condição de objetos utilitários ou a semoventes, também é difícil descobrir-se descendente dos escravizadores, temer, embora veladamente, revanche dos que, por cinco séculos, têm sido desprezados e massacrados. 
Para reeducar as relações étnico-raciais, no Brasil, é necessário fazer emergir as dores e medos que têm sido gerados. É preciso entender que o sucesso de uns tem o preço da marginalização e da desigualdade impostas a outros. E então decidir que sociedade queremos construir daqui para frente.
Os descendentes dos mercadores e dos senhores de ontem, não têm, hoje, de assumir culpa pelas desumanidades provocadas por seus antepassados. No entanto, têm eles a responsabilidade moral e política de combater o racismo, as discriminações e, juntamente com os que vêm sendo mantidos à margem, os negros, construir relações raciais e sociais sadias, em que todos cresçam e se realizem enquanto seres humanos e cidadãos.
Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimentos, quebra de desconfianças,projeto conjunto para construção de uma sociedade justa, igual, equânime.
(Parecer CNE/CP 3/2004, p. 5-6)
Papel da escola nas relações étnico-raciais
Combater o racismo não é tarefa exclusiva da escola, mas o racismo perpassa pela escola;
 Para educar é necessário que as instituições  se constituam em um espaço democrático de produção e divulgação do conhecimento e de posturas justas;
 A escola tem papel preponderante para eliminação das discriminações e para emancipação dos grupos discriminados;
 A escola e seus professores não podem improvisar;
 Têm que desfazer mentalidade racista e discriminadora secular, superando o etnocentrismo europeu, reestruturando relações étnico-raciais e sociais, desalienando processos pedagógicos;
 Não pode ficar reduzido a palavras e a raciocínios desvinculados da experiência de ser inferiorizados vivida pelos negros, tampouco das baixas classificações que lhe são atribuídas nas escalas de desigualdades sociais, econômicas, educativas e políticas.
?A discriminação do negro vem tanto da desvalorização da cultura africana como dos aspectos físicos herdados, por isso é possível alguém de pele branca se designarem negros, e outros com traços africanos se designarem brancos;
O termo negro era usado pelos senhores de escravos de modo pejorativo e este sentido se estende até hoje em bocas racistas;
Contudo, o Movimento Negro ressignificou o termo, tornando-o um termo positivo e político de orgulho das origens, isso aconteceu a partir dos anos 70, 80 e 90, por meio de propagandas, músicas e slogans: 
Negro é lindo! 
Negra, a cor da raça brasileira! 
Negro que te quero negro! 
Não deixe sua cor passar em branco! (Censo 1990)
100% Negro!
?Sendo assim, Ser “negro” não se trata apenas de características físicas, é também uma postura política. O termo “Preto” é a classificação do IBGE, ao lado de “branco”, “pardo” e “indígena”. Para estudos, os dados relativos a “pretos” e “pardos” compõem a categoria “negro”, pois esses são os que reconhecem sua ancestralidade africana.
“O negro também discrimina o negro e é racista”, essa afirmação apenas constata a ideologia do branqueamento (que diz que ser branco é ser mais humano e superior);
 Após a abolição houve políticas de branqueamento para eliminar simbólica e materialmente a presença dos negros. Os negros também sofrem a influência da ideologia do branqueamento, e acabam reproduzindo o racismo do qual são vítimas.
A luta pela superação do racismo e da discriminação racial é, pois, tarefa de todo e qualquer cidadão, independentemente do seu pertencimento étnico-racial, crença religiosa ou posição política. O racismo, o mito da democracia racial e a ideologia do branqueamento atingem todos os grupos étnicos-raciais presentes no país.
O objetivo das educação para as relações étnico-raciais positivas é fortalecer entre os negros e despertar entre os brancos a consciência negra. Entre os negros oferecer conhecimento e segurança para terem orgulho de sua origem, e entre os brancos a identificação das influência, participações, contribuições e importância da história e da cultura negra na nossa sociedade.
Com isso Estado, sociedade e escola reconhecem a dívida social que temos com a população negra e uma tomada de posição explícita contra o racismo e a discriminação racial. Todos temos que corrigir posturas, atitudes e palavras preconceituosas.
 BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Conselho Pleno. Parecer CNE/CP 3/2004 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília, MEC, 2004.   
BRASIL. MEC – Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Resolução n. 8, de 20 de novembro de 2012 – Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica. Brasília, MEC, 2012.  
 
	“Trata-se de um processo de valorização e resgate da história e cultura africana e afro-brasileira, a fim de desfazer os estereótipos raciais construídos pelos grupos dominantes (brancos, homens, proprietários, livres e ricos).” A alternativa que melhor define este conceito é:
	A
	Projeto Nacional de Branqueamento.
	B
	Africanidades Brasileiras.
	C
	Mito da Democracia Racial.
	D
	Invisibilidade histórica.
	E
	Processo de abolição da escravatura.
	Ao estudar as questões das Relações etnico raciais no Brasil observamos a importância e o papel da escola no processo de transformação da realidade e da desigualdade racial no Brasil, apesar de não ser ela a única responsável, a inclusão da temática das relações etnico-raciais no ambiente escolar:
	A
	possibilita o aumento de estudos sobre a democracia racial e propõe melhorias para que os diferentes grupos étnicos consigam se inserir na sociedade igualitária e democrática; 
	B
	evidencia a existência e permanência do racismo, caberá a cada indivíduo transformar a própria realidade após essa tomada de consciência;
	C
	torna explícito o racismo existente entre professores e alunos e entre os próprios alunos, podendo assim a vítima tomar as atitudes legais cabíveis, caso se sinta lesada;
	D
	impede que essas atitudes racistas se manifestem fora do ambiente escolar uma vez que serão corrigidas ainda no processo de educação do cidadão;
	E
	ajuda a desconstrução da mentalidade racista e discriminatória e a construção de uma sociedade mais democrática e justa.
	A política de reparações busca a construção de uma nação democrática em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. Isso requer a mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos e na desconstrução do mito da democracia racial na sociedade brasileira. O mito da democracia racial, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana:
	A
	aponta um avanço considerável na luta pela promoção da igualdade racial principalmente quando este tema é inserido na agenda política da sociedade brasileira, envolvendo o Estado na implantação de políticas públicas compensatórias e de reparação.
	B
	acredita que a discussão sobre a questão racial se limita ao Movimento Negro e aos estudiosos do tema. 
	C
	difunde a idéia de que as pessoas brancas são mais humanas, mais sensíveis, e tem inteligência superior.
	D
	difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros é por falta de competência ou desinteresse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros.
	E
	aponta a postura racista da construção da nacionalidade assumida pelo brasileiro e determina o lugar do negro nesta sociedade.  
	(ENEM 2009) A Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desenvolveu o projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem como objetivo preservar a memória do povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade negra é abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagística e imaterial. Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a fixação dos primeiros habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da escravidão no Brasil. O Iphan identificou nessa região um total de 19 referências culturais, como os conhecimentos tradicionais de ervas de chá, o plantio agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração (com adaptações).
 
 
O texto acima permite analisar a relação entre cultura e memória, demonstrando que:
	A
	a)    As referências culturais da população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País, cuja composição étnica se restringe aos brancos.
	B
	a)    A preservação dos saberes das comunidades afrodescendentes constitui importante elemento na construção da identidade e da diversidade cultural do País.
	C
	a)    A sobrevivência da culturanegra está baseada no isolamento das comunidades tradicionais, com proibição de alterações em seus costumes.
	D
	a)    Os contatos com a sociedade nacional têm impedido a conservação da memória e dos costumes dos quilombolas em regiões como a do Sertão de Valongo.
	E
	a)    A permanência de referenciais culturais que expressam a ancestralidade negra compromete o desenvolvimento econômico da região
	ENADE ( 2011)- Em 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) reconheceu a capoeira como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, por seu potencial catalisador e agregador de símbolos nos aspectos fundamentais da vida (canto, luta, dança, jogo) e da cultura brasileira.
Em 2010, o Estatuto da Igualdade Racial (EIR) destaca que “a capoeira é reconhecida como desporto de criação acional nos termos do art. 217 da Constituição Federal”. Primeiro parágrafo: “A atividade de capoeira será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional”. E segundo parágrafo: “É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos”.
PERKOV, P. L. Capoeira: instrumento de educação emancipatória junto a jovens de classes populares?, PPG-Educação, Unisinos, 2011, p. 47.(com adaptação)
De acordo com as idéias do texto acima, a adoção do ensino e da prática da capoeira no currículo da escola busca desenvolver
I. práticas educacionais de maneira crítica e consciente, ao mesmo tempo em que aprofunda o conhecimento de uma produção cultural autêntica, acentuando suas raízes afro-brasileiras como um dos elementos constitutivos da formação do homem brasileiro.
II. a diminuição dos espaços destinados às modalidades desportivas mais tradicionais na escola, uma vez que, por meio da capoeira, desenvolvem-se arte, música, movimento e desporto.
III. o confronto da cultura escolar com a cultura popular afro-brasileira, já que, com o passar do tempo, corporeidade e espiritualidade ganham espaço na questão do trato com o tema capoeira, tensionando os limites da escola e da cultura escolar.
IV. o caráter interdisciplinar do planejamento e do currículo escolar, já que a capoeira privilegia, ao mesmo tempo, ludicidade, corporeidade e diferentes linguagens artístico-culturais.
É correto apenas o que se afirma em
 
	A
	II
	B
	III
	C
	I e II
	D
	I e IV
	E
	III e IV
	A política de reparações busca a construção de uma nação democrática em que todos, igualmente, tenham seus direitos garantidos e sua identidade valorizada. Isso requer a mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos e na desconstrução do mito da democracia racial na sociedade brasileira. O mito da democracia racial, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações étnico raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana:
 
	A
	aponta um avanço considerável na luta pela promoção da igualdade racial principalmente quando este tema é inserido na agenda política da sociedade brasileira, envolvendo o Estado na implantação de políticas públicas compensatórias e de reparação.
	B
	acredita que a discussão sobre a questão racial se limita ao Movimento Negro e aos estudiosos do tema.
	C
	difunde a ideia de que as pessoas brancas são mais humanas, mais sensíveis, e tem inteligência superior.
	D
	difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros é por falta de competência ou desinteresse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para os negros.
	E
	aponta a postura racista da construção da nacionalidade assumida pelo brasileiro e determina o lugar do negro nesta sociedade.
	Segundo Munanga e Gomes (2004, p.71-72), a palavra Kilombo é originária da língua banto umbundo, falada pelo povo ovimbundo, que se refere a um tipo de instituição sociopolítica militar na África Central. Os autores ainda discorrem que existem muitas semelhanças entre o quilombo africano e o brasileiro, e entre elas está:
 
	A
	o fato de que foi reconstruído pelos escravizados para se opor a uma estrutura escravocrata.
	B
	o fato de ser uma estrutura meramente para esconder os escravos fugidos das fazendas senhoriais.
	C
	o fato de ser uma organização militar para o combate contra as formas de governo colonial escravocrata.
	D
	o fato de ser um lugar de encontro de escravos que se auxiliavam e se escondiam para viverem de modo clandestino.
	E
	o fato de ser um ponto de encontro onde os escravos fugidos eram ajudados a seguir o seu caminho em direção a liberdade e a uma nova vida longe das fazendas senhoriais.

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