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Revisão de semiologia respiratória QUEIXA PRINCIPAL HISTÓRIA EXAME FÍSICO EXAMES COMPLEMENTARES Queixa Principal Qual o motivo ? Quanto tempo? Qual a sensação? História Realizada pela próprio paciente, familiares, acompanhantes, … Antecedentes familiares; do paciente Condições sócio-econômicas Condições de moradia Condições de alimentação Uso de medicação; algum acompanhamento, … Exame Físico No exame específico, este deverá estar desnudo ou com o mínimo de roupas A posição do paciente deverá permitir observação de toda região É composto de quatro técnicas clássicas: Inspeção (estática e dinâmica) Palpação Percussão Ausculta Pulmonar È um estudo comparativo (cada região deverá ser comparada com a região correspondente do hemitórax oposto Linhas do Tórax (vista anterior) Linha média/ medioesternal/esternal: passa pela região medial do esterno Linha hemiclavicular Linhas horizontais: 1ª – passa pela 3ª articulação condroestenal e a 2ª pela 6ª articulação Linhas axilares anteriores: traçadas para baixo a partir da prega axilar anterior Linhas do Tórax (vista lateral/perfil) Linhas verticais Linha axilar anterior:traçada para baixo, a partir da prega axilar anterior Linha axilar posterior: traçada para baixo, a partir da prega axilar posterior Linha axilar média: traçada para baixo, a partir do côncavo axilar Linha horizontal: prorrogação da linha traçada na 6ª art. Condroesternal Linhas do tórax (vista posterior) Linha vertical/vertebral: traçada sob os processos espinhosos Linha escapular: traçada ao longo da borda interior da escápula Linhas horizontais: 1ª passa pela borda superior da escápula e a 2ª pela borda inferior da escápula Regiões do Tórax (vista anterior) Região esternal: Limitada, de cada lado, pelas linhas esternais Região supra-esternal: Corresponde à região delimitada pelo prolongamento das linhas esternais para o pescoço. Região supraclavicular: Anteriormente, é limitada pela borda superior da clavícula; posteriormente, pela borda superior do trapézio; e, medialmente, pelo prolongamento da linha esternal ao pescoço. Região infraclavicular: O limite superior é a borda inferior da clavícula; o limite inferior, a linha horizontal traçada a partir da 3ª articulação condroesternal; medialmente, a região é limitada pela linha esternal, e lateralmente, pela borda anterior do deltóide. Região mamária: O limite superior é a linha que passa pela 3ª articulação condroesternal, o inferior é a linha que passa pela 6ª articulação condroesternal, medialmente, a linha esternal, e o limite externo, a linha axiliar anterior. Região inframamária: É delimitada, superiormente, pela linha que passa pela 6ªarticulação condroesternal, e, inferiormente, pela borda costal; lateralmente, estende-se até a linha axiliar anterior. Região Pericárdica Regiões do Tórax (vista lateral/perfil) Região axiliar- Os limites laterais são as linhas axilares anterior e posterior; o limite superior é o côncavo axiliar, e o inferior, a linha corresponde à 6ª articulação condroesternal. Região infra-axiliar- Também delimitada, lateralmente, pelas linhas axilares anterior e posterior; superiormente, pela linha correspondente à 6ª articulação condroesternal; e, inferiormente, pela borda costal. Regiões do Tórax (vista posterior) Região escapular – Compreende a região coberta pela escápula. Região supra-escapular – Superior e lateralmente, é limitada pela borda superior do trapézio; o limite inferior é a linha que passa pela borda superior da escápula. Região infra-escapular: O limite superior é a linha que passa pela borda inferior da escápula, e o inferior é a borda costal. O limite interno é a linha vertebral, e o externo, a linha axilar posterior. Região interescapular: É a região compreendida entre as linhas vertebral e escapular. É limitada superior e inferiormente pelas linhas que passam pelas bordas superior e inferior da escápula, respectivamente ÂNGULO DE LOUIS OU ESTERNAL ele é o melhor guia para encontrar as costelas e numerá-las anteriormente. Corresponde a carina, está na altura da 4ª vértebra dorsal e na articulação anterior da 2ª costela. ÂNGULO COSTAL OU CHARPY Aproximadamente com 90º, formado pelas costelas (7ª até 10ª) bilateralmente e o processo xifóide. INSPEÇÃO ESTÁTICA Nível de consciência Expressão facial ( narinas dilatadas, boca aberta, ansiedade, angústia…) Postura adotada pelo paciente Pele/mucosas e suas alterações: presença de cicatrizes, incisões, manchas, coloração, escoriações; hidratação presença e localização de fístulas; sistema venoso visível normalmente e circulação venosa colateral; presença de edema; Tônus, trofismo Partes ósseas (deformidades, fraturas) Articulações (deformidades, edema, …) Baqueteamento digital Presença de sondas, drenos, acesso venoso (periférico, central) Presença de monitores (cardíaco, pressão arterial, oximetria, capnometria, pressão intra-craniana,… Em uso de oxigenoterapia, ventilação mecânica invasiva ou não invasiva (baqueteamento digital) (hipertrofia muscular – uso musculatura acessória) (cianose) (cicatriz cirúrgica) (oximetria de pulso) (capnógrafo) Inspeção Estática – Formas de Tórax – Ângulo de Charpy (Costal) Inspeção Estática – Formas de Tórax NORMOLÍNEO ângulo de Charpy é de 90°, ou seja, os diâmetros transverso, longitudinal e Antero-posterior são simétricos. BREVILÍNEO brevilíneo – ângulo de Charpy é > 90°, ou seja, os diâmetros transverso e Antero-posterior são maiores que o longitudinal. LONGILÍNEO ângulo de Charpy é < 90°, ou seja, o diâmetros longitudinal é > os demais Inspeção Estática – Formas de tórax (patológico) PECTUS CARINATUM: É a deformidade que decorre do deslocamento do esterno para a frente. Pode ser simétrico ou assimétrico e superior médio ou inferior. Também conhecido como: tórax em quilha, cariniforme, peito de pomba. PECTUS ESCAVATUM: É a deformidade que decorre do deslocamento do esterno para trás, de tal maneira que os arcos costais anteriores se projetam mais anteriormente do que o esterno. Pode ser simétrico ou assimétrico e superior médio ou inferior. Também conhecido como: tórax escavado, infundibuliforme, tórax em funil, tórax de sapateiro. TÓRAX EM TONEL: aumento do diâmetro antero-posterior e transverso do tórax. Muito comum em pacientes portadores de DPOC. Também conhecido como: tórax do enfisematoso, tórax em barril, tórax hiperinsulflado. Tórax paralítico – aumento do diâmetro transverso e redução do diâmetro antero-posterior no ato inspiratório Tórax cifoescoliótico– É decorrente de anormalidade das curvaturas da coluna torácica que podem ser predominantemente laterais (escoliose) posteriores (cifose) ou combinadas (cifoescoliose) Inspeção – Sinais Vitais Freqüência respiratória: 16 a 20 rpm Freqüência cardíaca: idoso : 60 – 70 bpm Adulto: 70 – 80/100 bpm Temperatura Corporal: 36,7º C a 37,2°C Pressão Arterial Sistêmica: 120mmHg (sistólica) e 80mmHg (diastólica) Perfusão periférica: verifica-se o tempo de preenchimento capilar (nas extemidades) após discreta pressão realizada…..em média o tempo de preenchimento é menor que um segundo…..relatar sé há perfusão e qual o tempo. Pulso: Onda de distensão de uma artéria palpável que se repete com regularidade segundo a sístole cardíaca. – CARACTERÍSTICAS DO PULSO a) Freqüência: idoso : 60 – 70 bpm Adulto: 70 – 80/100 bpm b) Regularidade: Rítmico – normal. Arrítmico – patológico. c) Tensão: Macio – normal. Duro – patológico. d) Volume: Cheio – normal. Filiforme – patológico. e) Tipos de pulso: Bradicardia Taquicardia. Dicrótico – dá a impressão de dois batimentos. Inspeção Dinâmica A inspeção dinâmica consta em avaliar o tórax/abdome através dos movimentos respiratórios. Inspeção Dinâmica – Freqüência Respiratória Recomenda-se verificar a freqüência respiratória do paciente em repouso, de preferência em decúbito dorsal, da forma mais discreta possível; o método usado é contar os movimentosrespiratórios enquanto se estima a contagem da freqüência do pulso. A freqüência precisa ser contada durante pelo menos 30 segundos Taquipnéia: FR > 20 rpm Eupnéia: FR entre 16 a 20 rpm Bradipnéia: FR < 16 Apnéia: sem FR/movimento resp. Dispnéia: dificuldade respiratória Inspeção Dinâmica – Ritmo Respiratório No ritmo respiratório normal, os movimentos são regulares, e não existe pausa entre eles e a relação inspiração/expiração é de 1:2.Entre as anormalidades do ritmo respiratório, incluem-se: Ritmo de Cheynes- Stockes: consiste na alternância de períodos em que ocorrem movimentos respiratórios e período de apnéia, com periodicidade de 15 a 30 segundos. A amplitude dos movimentos respiratórios aumenta e diminui gradualmente ( modelo em crescendo e decrescendo). O ritmo de Cheyne–Stockes é observado na presença de insuficiência circulatória e em doenças vasculares cerebrais . Ritmo de Kussmaul– É o ritmo em que os movimentos respiratórios são rápidos, profundos e regulares; ocorre na acidose metabólica Ritmo de Biot– No ritmo de Biot, os movimentos respiratórios são irregulares em freqüência e amplitude, podendo haver períodos de apnéia. Ocorre na presença de grave sofrimento cerebral Expiração Prolongada- aumento do tempo expiratório e conseqüentemente inspiração menor – muito comum nos quadros de dispnéia – relação i:e = 1:3/4 Inspeção Dinâmica – Padrão Ventilatório Pode ser dividido em: Apical (torácico/costal) Basal (diafragmático/abdominal) Misto Inspeção Dinâmica – Expansibilidade: através da manobra de Ruault Tiragens: Retração inspiratória dos espaços intercostais, fossa supraesternal, supraclavicular uso de musculatura acessória Inspeção Dinâmica Presença de tosse Devemos definir o tipo da tosse: Tosse seca: sem presença de secreção. Tosse produtiva: com presença de secreção. Tosse irritativa: geralmente seca, paciente apresenta vários episódios seqüencialmente. Tosse eficaz: promove mobilização da secreção. (o paciente pode expectorar (escarrar) ou deglutir) Tosse ineficaz: não promove ou promove inadequadamente a mobilização da secreção. Em caso de tosse produtiva com expectoração, ou então no caso do paciente se aspirado, definir: Aspecto da secreção: fluida, espessa ou viscosa. Coloração da secreção: esverdeada, amarelada, purulenta, sanguinolenta (observar presença de hemoptise), acastanhada, mucoide ou espumosa. Quantidade: grande, médio ou pequeno volume. Odor: se fétida ou não. Inspeção Dinâmica Presença de Dispnéia (ELEMENTOS IMPORTANTES PARA O DIAGNÓSTICO) A DESCRIÇÃO DO PACIENTE: cansaço, agonia, aperto, peso no peito. ORTOPNÉIA: A dispnéia piora com o decúbito e alivia na posição ortostática. Está associada com a insuficiência cardíaca esquerda. DISPNÉIA PAROXÍSTICA NOTURNA: o paciente tem dispnéia após algumas horas de decúbito dorsal. Quando o paciente deita o edema de membros inferiores é reabsorvido, resultando em hipervolemia e congestão pulmonar. INTENSIDADE: Determinar conforme o grau de esforço. SINTOMAS ASSOCIADOS: a) Chiado no peito: [Asma Brônquica]. b) Dor torácica: [Pneumotórax] e [Embolia Pulmonar]. c) Dor ventilatório dependente: Limitação ventilatória; [Pleurite]. INÍCIO SÚBITO DA DISPNÉIA: Indica doença aguda, como é o caso do pneumotórax espontâneo. Quando o início é insidioso e progressivo, indica doença crônica, como é o caso do [enfisema pulmonar]. Palpação Nessa fase do exame, verificam- se as condições das partes moles e do arcabouços ósseo. Os seguintes itens devem ser pesquisados: sensibilidade, enfisema subcutâneos e ósseos dos arcos costais . Deve-se tomar cuidado de registrar o ponto ou áreas em que a alteração foi observada. Palpação Dor Sensibilidade Avaliação da força muscular Expansibilidade (lobos: superior, médio, inferior; e língua) Frêmito tóraco-vocal: sensação táctil da transmissão pela coluna aérea traqueal e brônquica até o parênquima pulmonar das vibrações originadas nas cordas vocais durante a fonação Diminuição do FTV: Exemplos: obstruções de laringe, traqueia, brônquio, espessamento de pleura… Aumento do FTV: Exemplos: Pneumonias, broncopneumonias, atelectasias, neoplasias, obesidade, edema de parede torácica… Percussão Realizado em tórax descoberto, bilateralmente, comparando um hemitórax com o outro e, de cima para baixo; utilizando-se o método digito digital: dedo indicador da mão esquerda (o plessímetro) sobre o tórax e o dedo médio da mão direita realiza a percussão sobre a falange distal. Deverá ser realizada sobre os espaços intercostais. Sons encontrados: – som normal: Som claro pulmonar: produzido pela vibração do ar contido nos alvéolos pulmonares que é ampliado por ressonância pela caixa torácica. – som patológico: Som submaciço e maciço: aparece quando ocorre enchimento alveolar: exsudatos, transudatos, fibrose pulmonar, …. ou quando há entre o pulmão e a parede torácica interposição de um meio líquido ou sólido, ex: derrame pleural, …. Som timpânico: produzido pela percussão por cavidades contendo ar: pneumotórax, cavidades > 4 cm (vazias e superficiais), … Hipersonoridade: quando há aumento da quantidade de ar do parênquima pulmonar, por exemplo: enfisema pulmonar, algumas cavidades pulmonares Ausculta pulmonar: deve ser realizada em ambiente silencioso com o tórax nu ou recoberto por tecido fino (que não permite interferência); o paciente deverá estar, preferencialmente, em pé ou sentado e com musculatura relaxada. – Respirar pela boca, com a boca semiaberta, sem produzir ruídos audíveis à distância, com certa profundidade e ritmo adequado. Iniciar a pela face posterior, depois a anterior e finalmente as laterais, comparando sempre regiões simétricas de cima para baixo; prestar atenção nos ruídos respiratórios normais e anormais, inspiração e expiração, ausculta da voz e, ausculta da tosse. Ruídos respiratórios normais: – Respiração brônquica ou traqueal ( ruído laringotraqueal): sobre a traqueia, manúbrio esternal e sobre as vértebras cervicais – Ruídos são rudes – A expiração é mais duradoura que a inspiração. – Respiração bronco-vesicular: – Audível nas fossas supra-claviculares, infra-claviculares, imediatamente abaixo das clavículas, supraescapular e inter-escapulo-vertebrais. Pouco mais suave que a respiração brônquica e mais rude que o murmúrio vesicular. – Murmúrio vesicular: percebido em todo o tórax, menos nos pontos que se ausculta o ruído bronco- vesicular. – Ruído mais suave – A inspiração é mais duradoura que a expiração. Aqui verificar: – aumento ou diminuição da intensidade; aumento ou diminuição da duração; alteração da continuidade; alterações do timbre: Murmúrio vesicular rude: deve-se a inflamação dos brônquios de menor calibre. .Respiração soprosa : é a respiração bronco-vesicular auscultada em um local onde normalmente deveríamos ouvir o Murmúrio vesicular. Sons patológicos ou ruídos adventícios: – Cornagem ou estridor larígeo : som intenso, produzido por obstrução da traquéia; pode ser audível á distância ou com o estetoscópio. – Roncos: ruídos intensos de tonalidade grave, ocupam as duas fases da respiração. Corresponde a presença de secreções espessas nos grandes brônquios.Podem modificar com a tosse e serem audíveis á distância. – Sibilos ( “Chiado” ): ruídos agudos, mais intensos na expiração. Representam diminuição da luz de brônquios de menor calibre, por espasmo muscular, ou secreções, … podem ser audíveis á distância. – Crepitantes ou crepitações: mais audíveis na inspiração, não se modificam com a tosse. – Subcrepitantes ou estertorações ou estertores: podem sem grossos, médios e finos se modificam com a tosse, aparecem no fim da inspiração e começo da expiração. SOPROS PULMONARES: é o ruído laringotraqueal, que em função de alterações de transmissibilidade do parênquima, poderá ser auscultado na superfície do tórax, por exemplo: nas condensações e cavidade do parênquima. Pode ser dividido em: .Sopro brônquico, Sopro tubário , Sopro cavernoso ou cavitário, Sopro anfórico, Sopro pleurítico. .ATRITOPLEURAL: ruído desenvolvido pelo roçar das folhas pleurais alteradas, geralmente é localizado, às vezes palpável, som musical, não se altera com a tosse ou com a respiração, aumenta com a pressão do estetoscópio, aparece no fim da inspiração e começo da expiração, pode ser acompanhado de dor AUSCULTA DA VOZ: escutar a ressonância do numeral “33”. Pode ser dividida em: – BRONCOFONIA: a) Aumentada: condensações ou cavidades ligadas a brônquios desobstruídos de pelo menos 3 mm de diâmetro. b) Diminuído ou abolido: sempre que houver dificuldade na transmissão do som. – PECTORILÓQUIA: “33” nítido – condensações ou cavidades com condensação pericavitárias, superficiais e ligadas a brônquios com mais de 6 mm de diâmetro. – EGOFONIA: – Voz anasalada. – Aparece no limite superior do derrame pleural.
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