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Resumo Unidade 6

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Resumo Unidade 6 - http://www.youtube.com/watch?v=NrQBdww5mAM&feature=youtu.be
História e Cultura Indígena no Brasil
A unidade 6 tem como objetivo o estudo da história e cultura indígena no Brasil. Discute-se, primeiramente, o projeto expansionista ultramarino português e sua proposta de colonização dos povos indígenas no Brasil, que contou com a colaboração dos Jesuítas. Por sua vez, os indígenas, por meio de estratégias e táticas de resistência, lutaram contra as tentativas de domínio dos colonizadores. Num segundo momento, debate-se a identidade e a cultura indígena à época da colonização e dos índios brasileiros na atualidade.
Os povos indígenas no Brasil
Cristóvão Colombo em nome da coroa, chegou em meados de 1500, pensando ter chegado ao continente asiático, não chegando devido a um erro geográfico, passou a denominar os indivíduos encontrados de índios. Os povos da América continuaram a ser denominados assim mesmo após a descoberta do erro. 
Quanto aos projetos de expansionistas marítimos portugueses, no dia 5 de março de 1500 partiu do rio Tejo em Portugal, uma frota sob o comando de Pedro Álvares Cabral, que após passar as ilhas de Cabo Verde, avistou o Brasil no dia 21 de abril. Segundo os historiadores, a carta de Pero Vaz de Caminha identifica e demonstra uma forma de experimentação do viés português sobre as experiências diante dessa nova cultura perante o olhar europeu português do final do século XV e início do século XVI.
As representações dos povos indígenas viriam a representar como o Brasil seria interpretado pela Europa como um todo.
Os povos não foram descritos por um português comum, Pero Vaz de Caminha era um funcionário a serviço da coroa portuguesa, e estava comprometido com o projeto civilizatório expansionista. Sua carta pode ser interpretada como uma descrição e classificação dos gestos e comportamentos indígenas, cuja intenção era compreendê-los e adotar práticas colonizadoras que estivessem ao alcance de compreendê-los e adotar medidas de como modifica-los de acordo com a dita verdade da cultura europeia. Contaram com o apoio da igreja católica, a companhia de Jesus, que ajudou a modificar os hábitos dos indígenas, para que eles estivessem mais preparados para lidar com a Europa a partir de um viés assimilatório. 
Houve tentativas de prática de escambo, mas acabaram tornando-os escravos, e essa escravidão trouxe uma reação violenta por parte dos indígenas. É errado dizer que os indígenas brasileiros eram preguiçosos ou vadios, sua concepção de trabalho era diferente da concepção do europeu, ele vive e trabalha apenas para sua própria subsistência, há um diálogo com a natureza, ele não pensa em lucrar. Portanto houve uma incompatibilidade na forma de pensar.
Podem ser identificadas duas formas de assujeitamento, isto é, de tentativas de domínio dos povos indígenas por parte dos colonizadores portugueses. Uma delas foi realizada pelos colonos com objetivo econômico e a outra foi efetivada por ordens religiosas com objetivo missionário, por meio do processo de catequização.
As ordens religiosas, principalmente, a ordem Companhia de Jesus, dos padres jesuítas - foram importantes para a implantação do projeto de colonização portuguesa. No entanto, tiveram o mérito de proteger os índios da escravidão, pois havia diferenças nos modos de tratamento dos indígenas por parte dos colonos e por parte dos padres. A Igreja Católica não respeitava a cultura indígena em seus modos de vida (hábitos, tradições e costumes provenientes de seus modos de viver) e objetiva catequizá-los, por meio de práticas educadoras. Contudo, não tinham intenções em exterminar fisicamente os indígenas (prática do genocídio), porém a catequização pode ser identificada como a produtora de práticas de etnocídio (tentativas de morte da cultura indígena).
Os índios apresentavam outras formas de concepção em relação ao trabalho, acreditavam que não se podia trabalhar retirando da sociedade aquilo que é lucro, para eles a sociedade deveria viver em equilíbrio com a natureza. Seu modo de adquirir e se relacionar com a natureza é muito mais dialógica do que do branco europeu até hoje em dia.
Os índios a partir de suas práticas culturais, que não compartilhavam com a visão dos europeus, também vivenciavam formas de relação onde a produtividade e o lucro não eram o objetivo, na medida em que eles entendiam que a terra era o lugar de agradecimento ao mundo, e que portanto, agradecer ao mundo significa agradecer aos espíritos que tomam a forma da natureza.
Os indígenas também resistiram pela fuga, pela guerra, pela recusa do trabalho compulsório, e essa recusa também está presente em uma comparação com a escravização africana. Nós podemos ponderar que os indígenas tiveram mais facilidade na recusa a sujeição, pois estavam em seu próprio habitat.
Identidade e cultura indígena 
Os primeiros habitantes do Brasil, antes da chegada dos portugueses não eram denominados por eles mesmos de índios, chamavam-se de diversas formas que designavam o seu modo de ser. Poderiam ser chamados por nomes atribuídos por outros povos, por exemplo, o termo Tupi significa ancestral, o termo Tupinambá significa descendentes do ancestral.
Eles praticavam a caça, pesca, coleta de frutas, agricultura, descobriram o plantio da mandioca (para subsistência), desenvolveram formas de sustentabilidade a partir das suas necessidades para as quais hoje em dia, diante de tamanha depredação, temos muito a conhecer e muito a dialogar. 
Eles praticavam disputas e guerras entre si. Essas guerras eram estabelecidas quando se considerava um determinado grupo inimigo. Existia a ideia da antropofagia, comer a carne do grupo inimigo significava comer a força que o meu grupo cultural não tem. Havia uma preocupação estética: cobrir o corpo, praticar rituais de embelezamento.
Os grupos tupi viviam em guerra permanente, motivadas por procura de terras na medida em que eles precisavam caçar,pescar,praticar a lavoura. Eles faziam expedições guerreiras com o objetivo de interagir com outros povos ou capturar prisioneiros para seus rituais de antropofagia. Para alguém participar desses rituais antropofágicos, essa pessoa não poderia ser alguém que tivesse medo.
A terra para o indígena não é apenas um produto material, é um território onde são desenvolvidas todas as formas de vida, é um território cujo significado é a vivência de um conjunto de seres, espíritos, bens, valores, conhecimentos e tradições. A terra é necessária, pois nela estão agregados os espíritos que para eles são fundamentais.
Para o indígena a terra não é uma propriedade privada como para o homem branco. A terra é representada pelos grupos indígenas por uma forma que é dita “como a mãe que lhes fornece tudo”, portanto ela não pode ser depredada.
A conceituação de identidade social é antagônica à noção de assimilação e aculturação, prefere-se dizer que o índio não é aculturado, e sim que ele sofre um processo de mudança identitária no decorrer do tempo. A identidade da cultura indígena está sempre em mudança, alteração e transformação como a de todos os seres humanos do planeta. Só que apresentam um ritmo diferente de uma sociedade baseada no capitalismo e no lucro imediato. A sociedade indígena não precisa transformar-se com base no consumismo. 
Os povos indígenas apresentam uma intensa diversidade étnica e cultural, não é possível falar dos indígenas do ponto de vista singular, existem diversidades indígenas. A sociedade europeia e ocidental sempre tentou homogeneizar a cultura indígena. Há uma diversidade de grupos indígenas, e eles usam o termo indígena como sinônimo de orgulho.
Características e Critérios para que um povo seja considerado indígena:
1) a continuidade história com sociedades pré-coloniais; 
2) uma estreita vinculação com o território, não só do ponto de vista material mas também do ponto de vista simbólico;
3) sistemas sociais e políticos bem definidos em uma visão de subsistência; 
4) língua,cultura e crença definidas; 
5) identificar-secomo diferente da sociedade nacional da qual faz parte; 
6) vinculação ou articulação com rede global de povos indígenas.

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