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slides de Fundamentos das ciências sociais

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CONHECIMENTO CIENTÍFICO E 
SENSO COMUM
Prof. Dr. Rogério Britto
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CONHECIMENTO
Uma capacidade (e uma necessidade) inerentes ao ser humano.
Uma relação que supõe 3 elementos:
— O sujeito
— O objeto
— A imagem da realidade.
A aquisição de conhecimento se dá através de:
sensação, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio e intuição.
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INVESTIGAÇÃO E CONHECIMENTO
“A investigação é, assim, uma demanda daquilo que não se conhece. O investigador vai do que sabe, os vestígios, para o que não sabe, o que os vestígios indicam. Nem se pode dizer que vai para aquilo que procura, pois, em verdadeira e radical investigação, não é sequer possível saber o que é que se procura. O termo da investigação, da demanda, é uma descoberta” (Piaget, 1978: 70). 
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SENSO COMUM
O senso comum, por apoiar-se predominantemente em interpretações subjetivas e pessoais, num confronto mais sério, mostra-se mais limitado por ser pessoal e localmente situado. A sua lógica e a sua organização está subordinada mais aos caracteres de natureza perceptiva. Assim, do ponto de vista epistemológico, se caracteriza por ser empírico, isto é, imagina que os dados percebidos e retirados do ambiente e/ou fornecidos pela vivência pessoal ou sensorial se sobrepõem aos provenientes da reflexão. 
Muita das vezes, nossas opiniões partem de experiências e vivências, seja por herança cultural, social e/ou familiar, onde criamos juízos de valores e, chegamos a um conhecimento que nos é comum.
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Em seu livro Um discurso sobre as ciências, Boaventura de Souza Santos propõe um novo senso comum, em que a “[...] distinção hierárquica entre conhecimento científico e conhecimento vulgar tenderá a desaparecer”. Nesse sentido, o autor diz que a ciência moderna “construiu-se contra o senso comum”, considerando-o “superficial, ilusório e falso” e a ciência pós-moderna vem para reconhecer os valores (“virtualidades”) do senso comum que enriquecem a “nossa relação com o mundo”, ou seja, o senso comum também produz conhecimento, mesmo que ele seja um “conhecimento mistificado e mistificador.”
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Superficial, isto é, conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como "porque o vi", "porque o senti", "porque o disseram", "porque todo mundo o diz";
Sensitivo, ou seja, referente a vivências, estados de ânimo e emoções da vida diária;
Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a propagação desses conhecimentos não se manifesta de forma crítica, mas sim repetitiva;
CONHECIMENTO EMPÍRICO
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Subjetivo, pois é o próprio sujeito que organiza suas experiências e conhecimentos, tanto os que adquire por vivência própria quanto os "por ouvi dizer";
Assistemático, pois a "organização" das experiências não visa a uma sistematização das ideias, nem na forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las;
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SISTEMATIZANDO O EMPÍRICO
O conhecimento popular é valorativo por excelência, pois se fundamenta numa seleção operada com base em estados de ânimo e emoções: de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objeto conhecido.
É reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objeto, não pode ser reduzido a uma formulação geral.
É verificável, visto que está limitado ao âmbito da vida diária e diz respeito àquilo que se pode perceber no dia-a-dia.
 
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Finalmente é falível e inexato, pois conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objeto. Em outras palavras, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência fenômenos situadas além das percepções objetivas.
Segundo Antonio Gramsci, a afirmação e difusão da ideologia no espaço do senso comum é um processo pensado e guiado hegemonicamente, isto é, os grupos sociais, econômica e politicamente dominantes, difundem, através de uma estrutura ideológica organizada, a sua visão de mundo que passa a ser absorvida pela maioria da sociedade.
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CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Real, factual - lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se manifesta de algum modo.
Contingente - suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
Sistemático - saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
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Verificável - as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
Falível - em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final.
Aproximadamente exato - novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
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AS CIÊNCIAS SOCIAIS NO COTIDIANO
	“Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro pôs uma escada e, sobre ela, um cacho de bananas.
	Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancada. Passado mais algum tempo, nenhum macaco subiu mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos.
	A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelo outros, que lhe bateram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, na surra ao novato.
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Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto, e finalmente, o último dos veteranos foi substituído.
	Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam a bater naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batia em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui...”
(Texto atribuído a Albert Einstein)
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Os achados da Sociologia não nos dizem nada além do que já sabemos ou, o que é pior, vestem com linguagem técnica o que é perfeitamente familiar na terminologia de todos os dias.
A Sociologia trata do que todo mundo já sabe em uma linguagem que ninguém entende. 
Anthony Giddens
			põe em duvida as certezas que temos;
			questiona nossas opiniões mais 				arraigadas; 
			modifica nossa percepção sobre o que 				vivemos em nossa rotina; 
			contribui para alterar a maneira de 				vermos nossa própria vida e o mundo 				que nos cerca.
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OBJETO E MÉTODO DAS 
CIÊNCIAS SOCIAIS
Ciências Naturais x Ciências Sociais
	As ciências naturais e exatas estudam fatos simples, ou seja, eventos que são facilmente isoláveis recorrentes e sincrônicos. Nestes casos há uma distância significativa entre o cientista e o seu objeto de pesquisa. Nas ciências naturais, a prova ou teste de uma dada teoria pode ser feita por dois observadores situados em locais diversos, que chegarão a resultados iguais. 
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	As pesquisas dos vencedores, um americano e um francês, podem levar à construção de um novo tipo de computador com base na física quântica.
	A física quântica estuda as partículas mais fundamentais da física - menores que os átomos e os prótons. De lados opostos do Oceano Atlântico, os dois pesquisadores inventaram métodos capazes de medir essas partículas ao mesmo tempo em que elas mantinham suas características quânticas - o que se pensava impossível.
	Serge Haroche — atualmente é professor do Collège de France, onde é titular da cadeira de Física Quântica. David Wineland — desde 1979 trabalha no NIST (National Institute of Standards and Technology).
Fonte: http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2012/10/09/serge-haroche-e-david-j-wineland-ganham-nobel-da-fisica.htm
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CIÊNCIAS NATURAIS
	
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CIÊNCIAS
SOCIAIS
Já as Ciências Sociais estudam fenômenos complexos, situados em planos de causalidade e determinação complicados; eventos que constituem dificuldade para isolar causas e motivações exclusivas.
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Segundo Roberto Da Matta, em seu livro Relativizando, “a matéria prima das Ciências Sociais, assim, são eventos com determinações complicadas e que podem ocorrer em ambientes diferenciados tendo, por causa disso, a possibilidade de mudar seu significado de acordo com o ator”.
Os objetos de estudo dessas Ciências são a sociedade e o ser humano, o que as diferencia muito das outras Ciências. Especialmente, porque esses objetos de estudo não se encaixam nos modelos de métodos utilizados para o estudo das outras ciências, pois não permitem a realização de experimentos em condições controladas de laboratório. Além disso, o objeto de estudo sempre interage com a cultura do sujeito que o analisa, sendo muito difícil haver uma real imparcialidade.
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Ao observar os fenômenos sociais somos levados enfrentar nossa própria posição, nossos valores, nossa visão de mundo que interfere na nossa pesquisa. 
O problema não é o de somente reproduzir e observar o fenômeno, mas substancialmente o de como observá-lo.
Um bolo pode ser comido porque se tem fome, mas também pode ser comido por motivos sociais, como comemorar uma festa, demonstrar solidariedade, lembrar de uma determinada data e, ainda, por todos estes motivos juntos.
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