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* A sociologia de Max Weber Prof. Dr. Rogério Britto * AULA 2 MAX WEBER (1864/1920) A ética protestante & As ações sociais e os tipos de dominação segundo Max Weber * AULA 2 A Sociologia Compreensiva de Max Weber auxilia-nos a entender o mundo com base nas ações dos indivíduos inseridos no contexto. Para Weber, a Sociologia é uma ciência que procura compreender a ação social, considerando o indivíduo e suas ações como ponto chave da investigação. Evidencia que a compreensão dá-se a partir do sentido que o indivíduo atribui a determinada conduta. Seu objetivo é captar o sentido de uma atividade ou de uma relação do indivíduo, baseado na construção de significados, na motivação das ações sociais, bem como analisar os fatores influenciadores das condutas humanas. * AULA 2 SOCIEDADE: UMA TOTALIDADE CONSTITUÍDA DE UMA MULTIPLICIDADE DE INTERAÇÕES SOCIAIS * AULA 2 MAX WEBER um pouco de história… Em 1904, viaja para os Estados Unidos, com o propósito de entender o protestantismo e sua relação com o capitalismo liberal como uma doutrina voltada para a salvação que passou a ser para alguns, não mais passível de ser conquistada, mas sim uma providência divina, onde o trabalho era meio crucial para glorificar-se. * AULA 2 Na leitura de Weber o trabalho, para o protestante, enobrece o homem, o dignifica diante de Deus, pois é parte de uma rotina que dá às costas ao pecado. Durante o período em que trabalha, o indivíduo não encontra tempo de contrariar as regras divinas: não pratica excessos, não cede à luxúria, não se dá a preguiça: não há como fugir das finalidades celestiais. E, complementando toda a doutrina protestante, ainda é crucial pontuar que nesta religião não há espaço para sociabilidade mundana, pois todo o prazer que se põe a parte da subserviência a Deus, fora considerado errado e abominável. Em 1920, publica “A ética protestante e o espírito do capitalismo”. * AULA 2 A ética protestante e o espírito do capitalismo TESE CENTRAL DE WEBER: as ideias religiosas tem importante influência sobre o desenvolvimento do espírito econômico. Outros fatores: o desenvolvimento das cidades depende da centralização das iniciativas de produção. Capitalismo procura o lucro baseado em: (ação racional) — Disponibilidade de uma força de trabalho disciplinada; Continuo investimento de capital. * AULA 2 Atitudes e comportamentos tradicionais — desejo por lazer, tendência de gastar os recursos — são oponentes do capitalismo. ÉTICA PROTESTANTE instalou no individuo o senso de obrigação moral para o cumprimento das ações terrenas. Descarta o LUTERANISMO: Lutero – “trabalho como expressão do amor fraternal (ação tradicional) Considera o CALVINISMO: Calvino – doutrina da predestinação – certeza da salvação é uma ação racional de ascetismo (refrear os prazeres mundanos para adquirir uma grande espiritualidade). * AULA 2 WEBER afirma que os seguidores do calvinismo eram orientados a ver a dúvida da salvação = uma obra do diabo; a certeza da salvação INSEPARÁVEL do conceito de produzir. consequência TIPO RACIONAL DE ASCETISMO Viver uma vida inteligente Frear a emoção e o impulso à diversão * AULA 2 Fórmula do Espírito do Capitalismo ASCETISMO RACIONAL GARANTE A EXPANSÃO DO CAPITALISMO ECONOMICO CAPITAL EXCEDENTE * AULA 2 Max Weber explicou a origem do capitalismo, a partir do conceito protestante de vocação; A vocação de acordo com Lutero, significa um desígnio divino, ao qual o homem deveria se adaptar, não sendo nunca questionado, mas perseguido com muito esforço e responsabilidade; Os pobres não eram mais coitados, tal como concebiam os católicos, mas um artifício de Deus para incentivar os ricos à pratica da benevolência; Desse modo a vocação ascética é para Weber, um mandamento de Deus a todos os indivíduos que trabalham para a glória divina, estabelecendo assim, uma relação entre o asceticismo e a economia. * AULA 2 Poder e Dominação Poder: é a possibilidade de encontrar obediência a uma ordem determinada; esse tipo de aceitação pode assentar em diferentes motivos: interesse, costume ou afetividade. Legitimidade. É feita de uma crença socialmente compartilhada que dá validade ao poder detido pelos dominantes. Dominação: é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem entre pessoas específicas, sendo uma relação entre dominadores e dominados — a dominação se faz necessária para se manter em ordem a sociedade e tudo que gira em torno dela; a força física é vista como um meio exclusivo do Estado, e a violência é considerada legítima pelos dominados. * AULA 2 Dominação... A dominação se instaura desde que a obediência seja percebida como um dever pelos dominados. DOMINAÇÃO → seria instável se repousasse apenas na SUBMISSÃO. DOMINAÇÃO precisa de LEGITIMIDADE → bases da legitimidade são de 3 TIPOS PUROS. * AULA 2 As três formas de dominação Dominação Tradicional. É a forma mais antiga de dominação. Basicamente é aceita em nome da tradição e dos níveis de hierarquias, onde o exercício da autoridade se dá através, por exemplo, do comando do rei aos súditos, do pai aos filhos, dentre outros. A legitimidade é o caráter sagrado da tradição, daí a gerontocracia (governo dos anciãos) como um poder patriarcal. O líder é chamado ao poder em virtude de um costume (ex: primogenitura, o mas antigo de uma família, etc.) O líder reina a título pessoal, orienta-se segundo regras habituais de equidade e justiça, ou oportunidade pessoal. * AULA 2 Dominação Carismática: é influenciada diretamente pelos fatores emocionais e afetivos, e a obediência não é estabelecida por regra ou cargo, mas sim pela crença nas qualidades do líder, ao caráter sagrado, à força heroica, ao valor exemplar ou ao poder da palavra que distingue de modo especial e, é aceita devido a devoção afetiva por parte dos dominados. Esta devoção deve-se ao reconhecimento que os heróis e demagogos alcançam, convertendo a fé e o reconhecimento em deveres invioláveis que devem ser seguidos pelos governados. Não reconhece instituições, regulamentos, precedentes ou costumes. * AULA 2 Dominação Racional-Legal. A dominação legal tem como ideia base a existência de um estatuto que pode criar e modificar normas, desde que seu processo (forma) esteja previamente estabelecido. Portanto, constitui uma relação desprovida de sentimentos, ou seja, baseia-se unicamente no profissionalismo e na hierarquia entre as partes. Todas as decisões, decretos e ordens de serviço são escritos; Legitimidade dos chefes designados por sua competência funcional; Ao contrário das outras formas, a legal não permite que interesses pessoais e subjetivos, assim como as emoções interfiram nas decisões, favorecendo grupos ou indivíduos. * AULA 2 TIPO IDEAL De acordo com Weber, para que o sociólogo possa analisar uma dada situação social, principalmente quando se trata de generalizações, torna-se necessário criar um “TIPO IDEAL”, que será um instrumento que orientará a investigação e a ação do ator, como uma espécie de parâmetro. É um instrumento de análise proposto por Weber para a compreensão das ações sociais; Na construção de um tipo ideal, o sociólogo seleciona aspectos da ação humana que considera culturalmente relevantes para o estudo. E o faz segundo seus próprios valores; É uma construção teórica abstrata - tipo ideal = tipo puro. * AULA 2 Ação Social Para Weber a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais. Estas são todo tipo de ação ou omissão que o sujeito faz, orientando-se pela ação de outros. Nos conceitos de ação social e definição de seus diferentes tipos, Weber não analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos. Para ele as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais que se ligam a outros indivíduos formando uma teia de sentidos. Weber estabeleceu 4 tipos de ação social: * AULA 2 Ação Tradicional: costumes, hábito. Ex.: A maioria das atividades quotidiana familiar pertence a este tipo. Ação Afetiva: guiada pela paixão. Ex.: A mãe que bate no filho por ele ter se comportado mal. Ação Racional em relação a valores: É aquela definida pela crença consciente no valor de uma determinada conduta orientada por um princípio ético, estético, religioso ou na defesa da “honra”. Ex.: Ceder o lugar no ônibus a um idoso ou devolver o troco errado. Ação Racional em relação a objeto é a ação social determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios necessários. Ex.: a construção de uma ponte, a atuação no mercado de ações, a administração de uma empresa.
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