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Resumo Comunicação Comunitária

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O Homem e seu desenvolvimento nas relações de poder
O homem é um ser social. Desde os primórdios reúne-se em grupos, as chamadas “tribos”, no interior das quais uma dinâmica de relacionamento se estabelece. Líderes surgem naturalmente nesse processo. Nesse momento, a comunicação tanto oral quanto visual é utilizada como principal ferramenta de relacionamento entre os líderes e os participantes dessa comunidade. 
A busca por soluções para os problemas consequentes da adaptação ao meio ambiente exige do ser humano a construção e a transformação de sua escala de valores. A aceitação e principalmente o compartilhamento desses valores demandou novas práticas comunicativas entre os indivíduos. Nesse sentido, podemos afirmar que a comunicação se desenvolveu paralelamente ao crescimento dos grupos humanos, em função de sua expansão territorial e do domínio sobre o território.
Atualmente
As populações são organizadas em grupos menores de indivíduos que, no conjunto, formam uma sociedade. As regras para a convivência em sociedade são definidas conforme a escala de valores construída ao longo do tempo e baseadas nos interesses declarados dos grupos sociais organizados e do poder.
A liderança é representada pelos governantes, mas também pelos líderes sociais, líderes econômicos, ou ainda pelos líderes religiosos. Cada grupo se utiliza das práticas comunicativas e da mídia para se manifestar e para obter credibilidade e aceitação dos indivíduos constituintes.
Categorias dos grupos sociais
Políticos: partidos, coligações e movimentos dentro dos partidos.  
Econômicos: grandes empresas, BANCOS, multinacionais etc.
Sociais: defesa de direitos, classes ou grupos excluídos socialmente.
Espirituais: tem sua base nos princípios religiosos.
Conceitos importantes para a compreensão do conteúdo
POLÍTICA: Aristóteles viu na política “a ciência por excelência” da sua época e do próprio sistema filosófico. A política cobria um campo muito vasto, para além da ciência política que conhecemos. Tratava-se de um estudo global de todas as relações morais e sociais do homem. “O homem é um animal político.” As relações econômicas e sociais são condicionadas pela política.  
DEMOCRACIA (do grego demo+kratos): é um regime de governo em que o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual.
GRUPO: “reunião de coisas que forma um todo; pequena associação ou reunião de pessoas ligadas para um fim comum”.
PODER: “ter a faculdade de; ter possibilidade, autorização, ter força para; ter força física ou moral, ter influência; rigor, potência; faculdade de ação em relação à personalidade e capacidade jurídica: legislativa, executiva e judiciária”. 
PRESSÃO: “ato ou efeito de comprimir ou apertar; influência constrangedora ou coercitiva; ação insistente sobre a vontade alheia por parte ou com a intervenção de quem tem autoridade ou força; procurar induzir alguém a comportar-se num certo modo.” 
PARTIDO: “grupo de pessoas estavelmente organizado, com a finalidade de alcançar o poder e conservá-lo em benefício de seus dirigentes, como também dar aos seus membros os benefícios materiais e espirituais que isto comporta, realizando uma junta na qual o grupo em questão deseja incluí-lo”. 
Os partidos são quase exclusivamente políticos, enquanto que os grupos tendem a preocupar-se com problemas específicos e não se dirigem ao povo (ou eleitores) em termos amplos. Um partido pode se tornar um grupo de pressão (quando não está no governo).
GRUPOS DE PRESSÃO: “organizações, entes, institutos que, diante dos próprios interesses inseridos e uma estratégia mais ou menos vasta, intervêm – exercitando a influência que possuem ou pressionando – nas atividades dos partidos, dos políticos, no governo, no parlamento, e em outras assembléias ou centros de poder político, com o fim de obter uma particular política ou específica ação e iniciativa em próprio favor, ou conseguir influenciar um decisão importante”.
Exemplos de grupos de pressão: Organizações Não Governamentais - ONGs, Organizações da Sociedade Civil, partidos políticos, sindicatos, categorias profissionais (CREA, CREMERJ, OAB), lobistas, grupos religiosos, entre outros exemplos.
Grupos de pressão
Preocupam-se com uma questão de cada vez. 
Exemplo: obter a aprovação ou a não-aprovação de uma lei; induzir o governo a alguma ação, como construir uma rodovia etc.
Não governam, mas se interessam pelo governo.
Tentam influir sobre as decisões dos políticos e dos administradores, sem 
assumir, porém, as responsabilidades da gestão do poder.
Em certas circunstâncias, os grupos de pressão se tornam partidos.
Pode acontecer que um partido de menor importância se submeta a serviço 
de um grupo de interesse: a este partido tocará a função de ser somente um 
aliado e de se mover nos rastros de um grande partido que procura alcançar 
o poder.
As formas de pressão, as formas de ação e seus meios 
AÇÃO DIRETA: quando a fase de pedido ou ameaça é feita diretamente pelo grupo interessado contra o poder oficial (opressor e oprimido). Exemplo: sindicatos (greves), lobbies (ameaça diplomática ou violenta), terrorismo, sequestros.
AÇÃO INDIRETA: a intenção não é necessariamente clara, é subentendida. Utiliza principalmente os meios de comunicação, como a propaganda e os noticiários. Além da manipulação direta, conseguem o controle da opinião pública. A imprensa sofre pressão sobre si mesma e exerce pressão sobre seus destinatários (pressão em cadeia). Exemplo: pesquisas de opinião dirigidas.
SABOTAGEM: manejar coisas ou pessoas muito importantes para a vítima.
BOICOTE: dificultar a vida de alguém ou de alguma empresa com a omissão ou a interrupção das relações sociais ou econômicas, de modo que pareça natural.
OPINIÃO PÚBLICA: é a reação de um público que pode julgar e opinar diante de um fato da atualidade, existindo já uma opinião matriz. 
A pressão pode ser feita através da informação e formação (manipulação e persuasão) com uma intensidade que provoca a reação do público, formando uma opinião pública que faz pressão sobre uma determinada questão.
A Importância dos meios de comunicação no processo de formação da opinião pública
“A prerrogativa de participação da sociedade nos assuntos políticos, iniciada após as revoluções liberais do século XVIII, fez com que a opinião pública se tornasse uma instância de vital importância para o funcionamento das democracias modernas.”
Coube à opinião pública, desde então, o papel de intermediar a relação entre Estado e a sociedade atuar como fonte de legitimação política. Em muitos casos, a história recente demonstrou que a grande luta de vários governos traduziu-se na busca da aceitação de suas iniciativas pela opinião pública.
Enquanto regime político sustentado pelo consentimento, a democracia requer que as decisões púbicas sejam constantemente justificadas pelo governo, a fim de que recebam a aprovação da sociedade para que possam ser implantadas na prática. 
“A comunicação pública, seja entendida como aquela praticada pelo governo para prestar esclarecimentos à sociedade, seja entendida como aquela prática no âmbito da esfera pública, assume papel de destaque como elemento fundamental na formação e consolidação da opinião pública sobre assuntos públicos, uma vez que se insere como uma das principais fontes de informação no jogo político, que vai se estabelecer na esfera pública” (NOVELLI apud DUARTE, 2007, p.176, 2007, 72).
Os grupos de pressão e os meios de comunicação são considerados determinantes na batalha pela visibilidade de causas e de movimentos sociais reivindicatórios. 
• Os poderes políticos e os poderes econômicos têm nos instrumentos de informação um dos meios mais significativos para a influência e a sugestão das massas. 
• O meio de comunicação é escolhido de acordo com os interesses do grupo, o tipo e o objetivo da ação que este executa e de quem participa do movimento.
• Os meios de comunicaçãoestão ancorados quase que exclusivamente nas mãos das classes dominantes e, por essa razão, o fluxo de comunicação que dele provém é inspirado na sua ideologia e finalidade.
Exemplo da escolha do meio de comunicação em função dos objetos políticos
O povo do Egito se organizou por meio das redes sociais e forçou a saída do presidente Hosni Mubarak do poder após 30 anos de ditadura no país.
A juventude brasileira, conhecida como “os caras pintadas”, se organizou em passeatas e manifestou-se a favor do impeachment do presidente Collor, em 1992.
O Marxismo utilizou a propaganda verbal para conquistar a grande massa.
O ditador italiano Benito Mussolini utilizou a imprensa no período fascista como canal de difusão de suas sentenças.
O líder asiático Mao Tsé-Tung utilizou o sistema educativo de massa para formar e controlar o povo chinês.
A comunicação nos regimes totalitários
Totalitarismo é um sistema de governo em que todos os poderes ficam concentrados nas mãos do governante máximo. Desta forma, no regime totalitário não há espaço para a prática da democracia, nem mesmo a garantia aos direitos individuais. Não há a liberdade de expressão e a pressão do governo sobre os cidadãos pode chegar ao extremo. 
Historicamente, a prática do poder totalitário é perpassada pela utilização de meios violentos para a manutenção do poder absoluto e incontestado. Prisão, tortura e até o assassinato de dirigentes políticos da oposição, além de sindicalistas, artistas, intelectuais e qualquer integrante da sociedade civil que se oponha ou tenha ideias antagônicas ao regime vigente é utilizado como ferramenta de coerção. Os regimes totalitários podem ser de caráter militar ou civil, leigo ou religioso, de esquerda ou de direita.
“Sem liberdade de expressão não há liberdade de imprensa. E sem liberdade, não há democracia. Democracia é pluralismo, diversidade, diálogo, admissão de conflitos, respeito aos dissidentes e às divergências. Portanto, sem pluralismo a liberdade de imprensa é apenas um slogan. [...] Ser plural é uma questão-chave em face da existência de inúmeros interesses, pretensa, ou efetivamente, de caráter público. Como espelho da sociedade, cabe à imprensa reproduzir uma imagem repleta de pontos de vista e abordagens diferentes para os mesmo temas, e não uma visão única e reducionista do assunto” (FARIA apud DUARTE, 2007, p.176).
A pressão sobre o comunicador
Os grupos de pressão e que estão no poder têm ação sobre os profissionais de comunicação, em especial o jornalista. 
• As organizações jornalísticas estão hoje estruturadas em conglomerados multimídia, atuam em um mercado competitivo e sob permanente impacto da introdução de novas tecnologias de informação. De natureza privada, movimentam-se dentro de um setor altamente concentrado e são especializadas em produzir “informação jornalisticamente trabalhada”, capaz de combinar procedimentos técnicos específicos com preceitos éticos. São revestidas de dualidade: produzem tanto o bem social (a informação), como uma mercadoria (notícia). (FARIA apud DUARTE, 2007, p.176).
• Pelo lado da imprensa e da prática do jornalismo alternativo, há ainda o perigo do profissional de comunicação sofrer ataques em função de denúncias contra o governo ou pela divulgação de fatos que possam colocar em risco a imagem de políticos diante dos eleitores.  
A questão Internacional
Organizações internacionais de partidos políticos.
• Organizações maçônicas. 
• Sindicatos internacionais. 
• Associações e sociedades mundiais. 
• Organizações religiosas, de libertação nacional, patrióticas, humanitárias, 
   ideológicas etc. 
• Organizações que dispõem de filiais próprias em outros países para a defesa 
   dos seus interesses.
Atividade Proposta
No exercício a seguir, você vai encontrar, nos itens de resposta, uma série de nomes de veículos de comunicação, assunto que veremos nesta aula. Alguns se referem à comunicação popular ou comunitária, outros dizem respeito a veículos da mídia hegemônica. 
Quer fazer um teste para ver se você é capaz de perceber esses dois tipos diferentes de modos de produção de comunicação, mesmo sem ter estudado o assunto? 
Então vamos lá! Quais são os nomes que, em sua opinião, são típicos da CC (comunicação popular ou comunitária) e quais são os nomes que se referem a veículos de grande circulação - MH (mídia hegemônica)?
• Jornal O Cidadão;
• TV Maxambomba;
• Jornal O Liberal;
• Rádio Margarida.
Resposta
(CC) Jornal O Cidadão
(CC) TV Maxambomba
(MH) Jornal O Liberal      
(CC) Rádio Margarida
Aula 2 Comunicação Popular e Comunitária
Aula 2: Comunicação Popular e Comunitária
	
Introdução
A atividade de Comunicação Comunitária é também conhecida pelo termo “Comunicação Pública”. A expressão Comunicação Pública vem sendo utilizada com diversos significados que dependem do contexto e do país no qual a atividade é desenvolvida, além do autor que trabalha com o tema.
Tamanha diversidade demonstra que o termo e a atividade em si ainda não são conceitos claros, nem mesmo se considerarmos comunicação comunitária, ou pública, como uma área de atuação profissional delimitada. Segundo Brandão, atualmente a atividade de comunicação púbica abarca uma área de grande variedade de saberes e, por isso, pode-se dizer que é um conceito em construção.
Nesta aula serão abordados os diferentes conceitos de Comunicação Popular e Comunicação Comunitária. Com base nestes conceitos, iremos identificar grupos da comunidade e grupos ligados a movimentos sociais que desenvolvam iniciativas na área de comunicação comunitária, nas suas diferentes vertentes de atuação (científica, política ou organizacional, entre outras.).
BRANDÃO, Elizabeth Pazito. Comunicação Pública: estado, mercado, sociedade e interesse público. In DUARTE, Jorge (org.). Editora Atlas: SP, 2007.
Um pouco de História
• As comunicações populares e as comunitárias se vinculam aos movimentos e manifestações reivindicatórios, sindicais e libertários que buscam, de uma forma geral, a justiça social. 
• É uma expressão alternativa de comunicação e tem sua origem nos movimentos populares dos anos de 1970 e 1980, tanto no Brasil quanto na América Latina.
• Tem como característica a expressão das lutas populares por melhores condições de vida, que ocorrem a partir dos movimentos sociais, tais como o movimento estudantil, o feminismo, o movimento hippie, movimento dos sem-terra, entre outros. Representam um espaço para participação democrática do povo. 
• Possui conteúdo crítico-emancipador e de reivindicação e tem a comunidade como ator principal, o que a torna um processo com bases na educação e na democracia.
Trata-se de um instrumento político para exteriorizar a concepção de mundo de uma comunidade, seus anseios e compromissos na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. 
• Representa um processo comunicativo que surge da ação dos grupos populares. Tem caráter de mobilização coletiva na figura dos movimentos populares, que desenvolve canais próprios de comunicação. 
• Trata-se de uma forma de expressão de segmentos excluídos da população, mas em processo de mobilização, visando atingir seus interesses e suprir necessidades de sobrevivência e de participação política.
Diferentes áreas da Comunicação Pública
Hoje em dia é possível identificar cinco áreas diferentes de conhecimento e de atividade profissional, identificadas como comunicação pública: 
1.Comunicação pública identificada com os conhecimentos e técnicas da área de Comunicação organizacional;
2.Comunicação pública identificada com comunicação científica;
3.Comunicação pública identificada com comunicação do Estado e o/ou governamental;
4.Comunicação pública identificada com comunicação política;
5.Comunicação pública identificada com estratégias de comunicação da sociedade civil organizada.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA IDENTIFICADA COM OS CONHECIMENTOS E TÉCNICAS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
Segundo Brandão, em muitospaíses o entendimento de comunicação pública está claramente identificado com a comunicação organizacional, isto é, a área que trata de analisar a comunicação no interior das organizações e entre ela e seus públicos, buscando estratégias e soluções. 
Sua característica é tratar a comunicação de forma estratégica e planejada, visando criar relacionamentos com os diversos públicos e construir uma identidade e uma imagem dessas instituições, sejam elas públicas ou privadas.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA IDENTIFICADA COM COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA
O que se entende hoje por comunicação científica engloba uma variada gama de atividades e estudos, cujo objetivo maior é criar canais de integração da ciência com a vida cotidiana das pessoas, ou seja, despertar o interesse da opinião pública em geral pelos assuntos da ciência, buscando encontrar respostas para a curiosidade em compreender a natureza.
No Brasil, especialmente, a comunicação científica tem se desenvolvido nas áreas de agricultura e saúde.
A necessidade de posicionar a ciência no que se refere às decisões políticas e econômicas do país e, por conseguinte, a necessidade de legitimação perante a sociedade, o que significa despertar o interesse da opinião pública, leva a comunicação científica a se aproximar cada vez mais da mídia.
Dicas:
visite o site do Ministério da Ciência e da Tecnologia ou o site da FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz para conhecer projetos científicos que afetam seu cotidiano como, por exemplo, o desenvolvimento da vacina contra a dengue.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA IDENTIFICADA COM COMUNICAÇÃO DO ESTADO E/OU GOVERNAMENTAL
Está é uma dimensão da comunicação pública que entende ser de responsabilidade do estado e do governo estabelecer um fluxo informativo e comunicativo com seus cidadãos.
A comunicação governamental pode ser entendida como comunicação pública, na medida em que ela é instrumento de construção da agenda pública e direciona seu trabalho para a prestação de contas, o estímulo para o engajamento da população nas políticas adotadas, o reconhecimento das ações promovidas nos campos político, econômico e social. Em suma: provoca debate público.
Dicas:
- Visite o site do Ministério das Comunicações para saber mais sobre projetos de comunicação comunitária que estão sendo desenvolvidos no país.
- Assista ao vídeodo MiniCom.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA IDENTIFICADA COM COMUNICAÇÃOPOLÍTICA
Pode-se entender a área de comunicação política sob dois ângulos: 
1) Comunicação dos partidos: a utilização de instrumentos e técnicas da comunicação para expressão pública de ideias, crenças e posicionamentos políticos. 
2) Políticas da comunicação: as disputas perenes entre proprietários de veículos e detentores das tecnologias de comunicação e o direito da sociedade de interferir e poder determinar conteúdos e o acesso a esses veículos e tecnologias em seu benefício.
COMUNICAÇÃO PÚBLICA IDENTIFICADA COM ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DA SOCIEADE CIVIL ORGANIZADA
“a sociedade civil organizada é a parcela da sociedade civil que se constitui e se organiza atuando como força política na procura de soluções para os conflitos sociais. É a estrutura moldando-se em superestrutura para defender interesses da maioria, ou mesmo parciais, atuando em conjunto com o Estado e as forças de mercado, na ‘busca maior’, qual seja, a de uma melhor simbiose com a Sociedade civil"
Trata-se de práticas e formas de comunicação desenvolvidas pelas comunidades e pelos membros do terceiro setor e movimentos sociais e populares que também são conhecidas como comunicação comunitária e/ou alternativa. A prática da comunicação, a partir da consciência de que as responsabilidades públicas não são exclusivas do governo, mas da sociedade organizada.
Brandão afirma que “esse é um campo em que prevalecem as práticas comunitárias e provavelmente o lugar onde se alcançou uma interdisciplinaridade nunca conseguida no campo acadêmico ou no mercado”. O termo comunicação pública passa a ser utilizado como referência de uma prática atividade democrática e social de comunicação, sem compromisso com a indústria midiática e entrelaçada com o cotidiano das populações e suas práticas políticas.
COMO ALGUNS AUTORES TRATAM DA COMUNICAÇÃO POPULAR E COMUNITÁRIA
Hoje no Brasil e no mundo
“A nova democracia representativa, insistentemente lembrada quando o assunto é democracia e cidadão, impõe a organização estratégica dos cidadãos para que obtenham uma forma de poder mais diretamente influenciar na formulação de políticas públicas ou na reivindicação de seus direitos do que pode exprimir o voto e a eleição dos representantes políticos que, frequentemente, não cuidam dos interesses dos cidadãos pelos quais foram eleitos. [...] É nesse cenário que se coloca a comunicação pública, pois ela cresce e se organiza na mesma medida em que cresce e se estabelece o poder desses cidadãos da nova configuração da sociedade.”
Algumas iniciativas de comunicação comunitária no Brasil
Eco Livre: http://ecolivre.com.br/ 
Jornal  Cantereira: http://www.bocc.ubi.pt/pag/freitas-viviane-papel-social-do-jornalismo-comunitario.pdf 
TV Maxambomba: http://www.curtagora.com/filmografia.asp?Produtora=TV%20Maxambomba 
TVs em geral: 
TV Viva: http://www6.ufrgs.br/infotec/teses97-99/ribeiro-pucsp99.htm 
http://www.concepto.com.br/cclf/tv.php 
http://www.overmundo.com.br/overblog/a-mosca-na-sopa-da-tv-pernambucana 
Jornal O Cidadão: http://ocidadaonline.blogspot.com/ 
NCP: http://www.piratininga.org.br/
Aula 3
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA 
TESTE SEUS CONHECIMENTOS
“Cidadania implica em mobilização, cooperação e formação de vínculos de co-responsabilidade para com os interesses coletivos e a regra da luta pela inclusão social são as expectativas e opiniões conflitantes e não o consenso de vontades.”
 A partir da afirmação acima, crie sua definição de cidadania e veja, ao final da aula, se você, mesmo antes de ler os textos que seguem, soube definir, com precisão, este importante conceito.  
LIBERDADE DE EXPRESSÃO E DIREITO À CIDADANIA
A expressão calcada por Hannah Erendt, “direito de ter direitos”, em seu livro “Origem do Totalitarismo”, ressoa como uma melodia diante das dificuldades para o exercício efetivo do alcance da expressão, mormente considerando o desconhecimento pelos cidadãos de caminhos legais simplificados e acessíveis, em busca de suas respostas.
Em nosso país, como exercitar eficaz e democraticamente os direitos fundamentais de primeira dimensão, garantidos na Constituição?
A resposta não poderá ser dada sem o exercício da liberdade de informação, sendo dever do Estado municiar seus cidadãos para que estes possam se desenvolver. A regra geral, mandamento da cidadania, é a informação pertencer a todos, pois é bem vital da sociedade, sendo o cidadão o autêntico titular do direito de informação. 
O ato de fazer retrospectivas históricas, sobretudo em relação aos direitos fundamentais (em destaque a liberdade de informação), revela o avanço em detrimento da censura, não se podendo negar os avanços históricos, que foram cada vez mais aprimorados.
MAS... 
• Existem mecanismos práticos atuais para exercer seu direito fundamental de acesso à informação? 
• Como o cidadão pode exercer seu direito fundamental de acesso à informação? 
• Há comando legal para que as informações tidas como oficiais sejam disponibilizadas? 
• Ou há blindagem para evitar tal acesso? 
Saiba mais sobre direito de informação e acesso à comunicação no site do Fórum para a Democratização da Comunicação.
O Brasil trilha o caminho das constituições estrangeiras, há exemplos mais do que reforçados como aqueles da constituição alemã, que consagra pertencer ao cidadão o direito de se informar sem obstáculos nas fontes acessíveis a todos.
Sobre as informações oficiais, vale registrar as laboriosas e resistentes críticas da sociedade civil, acerca da falta de transparência às ações governamentais e das instituições públicas,sobretudo em razão disso afetar o pleno exercício da soberania popular.
Saiba mais sobre mobilização pela liberdade de expressão nos sites abaixo:
Observatório do Direito à Comunicação - http://www.direitoacomunicacao.org.br 
Coletivo Intervozes - http://www.intervozes.org.br/ 
Donos da Mídia - http://donosdamidia.com.br/   
CIDADANIA NO BRASIL. UM POUCO DE HISTÓRIA
No Brasil, o processo de construção da cidadania tem sido lento e gradual, porém não linear. Houve, inclusive, períodos de retrocesso e de supressão dos direitos básicos, como golpes de Estado.
Na época da colônia, a luta pela cidadania focava-se nas questões nativistas, do “ser nacional”; propugnava pela independência política e, assim, construiu as bases para o surgimento de uma identidade nacional.
Já na fase imperial, o campo da cidadania se amplia e ganha conteúdos regionais e, ainda que em fase embrionária, adota ideias liberais e socialistas.
Com o advento da república, uma nova ordem política se estabelece, mas as raízes oligárquicas e elitistas permanecem e tratam de eliminar a participação popular pela exclusão dos grupos sociais, tais como as mulheres e analfabetos, que constituíam, nessa época, a maioria da população.
No transcorrer do século XX, a cidadania abrangeu novas demandas, em especial a luta dos trabalhadores, que após os anos de 1930 passaram a ser reconhecidos como cidadãos e com direito a um lugar no processo de produção, promovendo uma transformação no estado brasileiro e construindo um novo arcabouço jurídico – os direitos trabalhistas.  
Durante o período do Governo de Getúlio Vargas, havia uma cidadania de segunda classe: o exercício dos direito civis levava ao exercício dos direitos sociais, por meio da pressão organizada e da troca do coto pela melhoria coletiva.
A partir de então, a cidadania ganha em dimensão e se fortalece com vários movimentos da sociedade brasileira, em busca de mudanças sociais para o país.
Em suma, ações coletivas nos anos de 1970 e 1980 foram alavancadas pelo desejo de redemocratizar a nação, pela participação popular, e para atender aos interesses imediatos dos indivíduos e dos grupos sociais.   
O novo cidadão do século XXI busca reivindicar não somente os direitos de ascender e pertencer ao sistema sociopolítico, mas também o direito de participar da reelaboração do sistema, definindo, portanto, aquilo que deseja fazer.
Fonte: DUARTE, Marcia Yukiko Matsuuchi. Comunicação e cidadania, in DUARTE, Jorge (org.). Comunicação pública: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse público. São Paulo: Atlas, 2007.
COMUNICAÇÃO E CIDADANIA NO BRASIL
O debate sobre a potencialidade da comunicação e, consequentemente, das novas mídias, como rede que possibilita o exercício de uma renovada democracia, é permanente e deságua na questão da cidadania e nas peculiaridades do caso brasileiro.
O problema da cidadania, no Brasil, não se limita à sua dimensão política, já que todos nós temos direitos como cidadãos brasileiros, mas em se definir quem pode exercê-la e em que termos.
Dependendo do momento histórico e do lugar, somente algumas parcelas da população brasileira puderam exercer plenamente a cidadania, porque uma das grandes dificuldades do país residiu na incapacitação política dos cidadãos, que é diretamente proporcional ao grau de domínio dos recursos sociais (educação, cultura, tecnologia, por exemplo) e de acesso a eles.
No Brasil, a aquisição de direitos em nível legal foi uma grande conquista da sociedade e de seus movimentos, mas a democratização do campo socioeconômico ainda tem um longo caminho a ser percorrido, pois são enormes os problemas gerados pela concentração de renda, a precariedade da formação cultural e o difícil acesso à educação formal básica, e a limitada participação política na discussão e definição dos temas de interesse coletivo.
Hoje, a interação entre cidadania e comunicação está diretamente vinculada à discussão sobre o tema da participação política por meio das novas mídias e tecnologias, além da questão da representação política, enquanto fenômeno complexo, cujo núcleo consiste num processo de escolha dos governantes e de controle sobre sua ação por meio de eleições competitivas, e que apresenta características próprias; no caso do Brasil, extremamente vinculado à ação dos meios de comunicação de massa.   
PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NO PROCESSO DE CINSTRUÇÃO DA CIDADANIA
PARTIPAÇÃO, A PALAVRA-CHAVE   
Participação é o componente indispensável do processo de construção da cidadania e as formas de garantir sua realização representam, na sociedade atual, verdadeiros instrumentos estratégicos de desenvolvimento de um país. 
Hoje, um dos grandes diferenciais competitivos entre as nações é a competência humana de sua população na produção e uso intensivo do conhecimento.
No Brasil, apesar dos avanços ocorridos ao longo dos últimos anos quanto à organização e à participação da sociedade civil nos temas políticos, o interesse pela política ainda permanece restrito a períodos específicos, como durante as eleições, ou na discussão de temas de interesse nacional suscitados pela mídia. No entanto, a participação política no Brasil tem registrado progressos.
COMUNICAÇÃO X MOBILIZAÇÃO = CIDADANIA
Cidadania implica em mobilização, cooperação e formação de vínculos de co-responsabilidade para com os interesses coletivos, e a regra da luta pela inclusão são as expectativas e opiniões conflitantes e não o consenso de vontades. 
Por isso mesmo, as lutas mais recentes por direitos políticos, civis e sociais ajudaram o Brasil a ampliar a noção de cidadania enquanto um direito universal, não restrito a grupos ou classes sociais, definindo o cidadão como um sujeito capaz de interferir na ordem social em que vive, participando das questões públicas, debatendo e deliberando sobre elas.
Conceito em construção permanente, a comunicação surge como uma importante ferramenta na dinâmica da vivência da cidadania. Seja para viabilizar o acesso à informação, estimular os debates das questões públicas, disponibilizar canais de comunicação e facilitar a participação em algumas esferas deliberativas.
Todavia, nem sempre o que os discursos, as teorias e a retórica dos governantes dispõem corresponde ao que se vê nas ações de comunicação, seja no setor público ou na iniciativa privada.
Comunicação e cidadania são conceitos interligados, cujo crescimento e aperfeiçoamento reforçam a existência mútua. A comunicação deve ser plena a tal ponto que possa oferecer ao cidadão condições de se expressar, enquanto personalidade crítica e autônoma, emancipar-se e compreender-se, de modo a fomentar uma capacidade de organização e mobilização dos sujeitos que consistirá, em última instância, na concretização de uma cidadania ativa, fruto do aprendizado, da produção coletiva de saberes, capaz de romper formas de exclusão e opressão e encontrar caminho e modelos próprios de organização da vida coletiva.  
AS NOVAS CIDADANIAS E O DIREITO DA COMUNICAÇÃO 
Hoje a comunicação é o ponto de partida ou de encontro para o processo de reaprendizado da cidadania. 
“Os maiores obstáculos à realização da cidadania plena hoje são as desigualdades sociais e a concentração do poder. Além disso, entende-se que é preciso atualizar o conceito tratando de assuntos como o direito à cidadania planetária (em espaços globais) e o direito à cidadania midiática (em espaços eletrônicos) – melhor entendida como o acesso, a circulação e a habitação do espaço midiático.”  
AULA 4 A IMPRESSA ALTERNATIVA
PASQUIM
Para saber mais sobre a história do Pasquim, antes de iniciar o estudo dessa aula, assista à reportagem do Programa Vitrine sobre os 40 anos do jornal.
“O Pasquim e a imprensa alternativa resgataram o próprio sentido de Jornalismo (tão perdido em tempos de censura e controle da informação), que é, na verdade, o direito à discussão pública e o exercício da cidadania através da liberdade de expressão.”
Fonte: Isabel Spagnolo, Introdução à História daComunicação. Rio de Janeiro: E-papers, 2009, p.118
O CONTEXTO HISTÓRICO DA IMPRENSA ALTERNATIVA NO BRASIL
A expressão comunicação alternativa, típica dos anos 1960 aos 1980, vem sendo retomada. Ela surgiu para designar tanto a comunicação popular, como para caracterizar o tipo de imprensa não alinhada à linha da mídia tradicional, então sob a batuta da censura do regime militar no Brasil.
Nesse caso, denomina-se imprensa alternativa. Ou seja, era uma época em que a maioria dos grandes jornais se alinhava à visão oficial do governo, por opção político-ideológica ou pela coerção, sob a força da censura.  
A imprensa alternativa representada pelos pequenos jornais, em geral com formato tablóide, ousava analisar criticamente a realidade e contestar um tipo de desenvolvimento. São exemplos: o PIF-PAF, lançado em 1964; Pasquim (1969); Posição (1969); Opinião (1972); Movimento (1975); Coojornal (1975); Versus (1974); De Fato (1975); Extra (1984), entre outros.
Eram jornais dirigidos e elaborados por jornalistas de esquerda, alguns ligados à pequena burguesia, que, cansados do autoritarismo, aspiravam um novo projeto social e preocupavam-se em informar a população sobre temas de interesse nacional numa abordagem crítica. 
Raimundo Rodrigues Pereira (1986), “a imprensa alternativa foi expressão da média burguesia, dos trabalhadores e da pequena burguesia, defendeu interesses nacionais e populares, portanto, condenava o regime militar”.
“a imprensa alternativa surgiu da articulação de duas forças igualmente compulsivas: o desejo das esquerdas de protagonizar as transformações institucionais que propunham e a busca, por jornalistas e intelectuais, de espaços alternativos à grande imprensa e à universidade. É na dupla oposição ao sistema representado pelo regime militar e às limitações à produção intelectual-jornalística sob o autoritarismo, que se encontra o nexo dessa articulação entre jornalistas, intelectuais e ativistas políticos.”
Fonte: http://kucinski.com.br/pdf/livros_jornrevPrint.pdf, Livro “Jornalistas e Revolucionários”, Bernardo Kucinski)
“a imprensa alternativa surgiu da articulação de duas forças igualmente compulsivas: o desejo das esquerdas de protagonizar as transformações institucionais que propunham e a busca, por jornalistas e intelectuais, de espaços alternativos à grande imprensa e à universidade. É na dupla oposição ao sistema representado pelo regime militar e às limitações à produção intelectual-jornalística sob o autoritarismo, que se encontra o nexo dessa articulação entre jornalistas, intelectuais e ativistas políticos.”
Fonte: http://kucinski.com.br/pdf/livros_jornrevPrint.pdf, Livro “Jornalistas e Revolucionários”, Bernardo Kucinski)
O que caracteriza o jornal como alternativo é o fato de representar uma opção enquanto fonte de informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo de abordagem. Mas também os pequenos jornais, boletins informativos e outras formas de comunicação (como o teatro popular, literatura de cordel, alto-falantes, folhetos, cartilhas, vídeos, slides, carro de som etc. – do circuito dos movimentos populares) eram chamados de alternativos mais pela força do sentido do seu conteúdo e sem dispensar a leitura de jornais convencionais.
No conjunto, a imprensa alternativa comportava, além de jornais com características de circulação diária e os boletins populares, outros segmentos como o da imprensa popular ligados aos movimentos populares. 
Na imprensa popular destacavam-se o Mulherio, produzido por um grupo de mulheres e que tratava da situação do público feminino na sociedade; 
o Porantin, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que abordava a questão do índio, e o Jornallivro, produzido por entidades e grupos voltados ao trabalho de educação de base.
Entre os segmentos atentos à imprensa político-partidária devem ser citados os jornais Voz da Unidade, Tribuna da Luta Operária, Companheiros e Em Tempo. A imprensa sindical, por seu lado, editou jornais importantes como a Tribuna Metalúrgica e Folha Bancária, ainda existentes. 
O financiamento dos veículos da imprensa alternativa tem sido sempre uma das maiores dificuldades vividas pelos que têm a coragem de publicar meios para divulgar informações confiáveis, que ouvem fontes diversificadas e dão destaque às iniciativas dos atores sociais do país.
IMPRENSA ALTERNATIVA NA ATUALIDADE 
Dois veículos lutam para se manter: a agência Carta Maior e o Brasil de Fato. A Carta Maior nasceu em 2001, por ocasião do I Fórum Social Mundial, oferecendo artigos, notícias, coberturas televisivas e outras inovações.
Dois veículos lutam para se manter: a agência Carta Maior e o Brasil de Fato. A Carta Maior nasceu em 2001, por ocasião do I Fórum Social Mundial, oferecendo artigos, notícias, coberturas televisivas e outras inovações.
Outro veículo que hoje circula dando ênfase às questões da democratização da comunicação e suas problemáticas é a Revista Caros Amigos. Lançada pela editora Casa Amarela, a revista Caros Amigos chega às bancas em abril de 1997. Dirigida pelo jornalista Sérgio de Souza, a revista, segundo sua própria definição, traz, em cada edição, uma grande entrevista com personalidade de destaque em determinado campo de atividade, como o econômico, o político, o religioso, o artístico, o esportivo, o filosófico etc., sempre alguém de opinião independente, pronto para criticar o próprio meio em que atua.
ATIVIDADE PROPOSTA
“Eram jornais que se apresentavam como alternativas de leitura aos grandes jornais então existentes. Tratavam de temas comumente abordados pela imprensa e circulavam no mesmo circuito: eram vendidos em bancas ou por assinaturas e em locais de fluxo flutuante (universidades, centros de convenções etc.). O que caracteriza o jornal como alternativo é o fato de representar uma opção enquanto fonte de informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo de abordagem.”
“Eram jornais que se apresentavam como alternativas de leitura aos grandes jornais então existentes. Tratavam de temas comumente abordados pela imprensa e circulavam no mesmo circuito: eram vendidos em bancas ou por assinaturas e em locais de fluxo flutuante (universidades, centros de convenções etc.). O que caracteriza o jornal como alternativo é o fato de representar uma opção enquanto fonte de informação, pelo conteúdo que oferece e pelo tipo de abordagem.”
AULA 5 COMUNICAÇÃO E TERCEIRO SETOR
TERCEIRO SETOR, CONCEITUAÇÃO
O conceito de terceiro setor é comumente usado com bastante simplicidade e clareza, mas há um debate acadêmico em torno de sua imprecisão e o real sentido para a sociedade.
Se por um lado coloca-se o terceiro setor como esfera que se destina a enfrentar os grandes problemas nacionais, por outro aponta-se essa proposta como artimanha do capital para abrandar as responsabilidades que cabem ao Estado e as próprias empresas dentro de suas áreas de competências.
COMUNICÇÃO E AS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR 
Historicamente, as atividades de comunicação se desenvolvem de forma amadora e são feitas basicamente por membros ativistas dos próprios movimentos sociais e ONGs.  
Aos poucos, porém, introduz-se a ideia da necessidade de profissionalização das organizações, tendo em vista a complexidade do fenômeno e a importância do uso competente de instrumentos e técnicas de comunicação para a conquista de resultados mais eficientes.
Em suma, passa-se a reconhecer as contribuições da comunicação tanto para atingir os objetivos-fins de cada atividade e no relacionamento com os meios de comunicação de massa como forma de dar visibilidade pública e difundir propostas de transformação social.
Grosso modo, a comunicação das organizações da sociedade civil, sejam elas pequenas ou grandes, se realiza no contexto mais amplo de ações concretas.
OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO NO TERCEIRO SETOR
Os processos comunicativos – desde os interpessoais e grupais até aqueles que se servem de suportes impressos, eletrônicos e digitais – perpassam as atividades visando:
Mobilizaros segmentos beneficiários da ação; 
• Efetivar as mudanças pretendidas; 
• Tornar as organizações conhecidas e respeitadas pela integridade de suas ações propostas; 
• Angariar apoios e recursos financeiros; 
• Tornar públicas as propostas fundantes da razão de ser da instituição e assim mudar a cultura e solidificar propostas transformadoras da sociedade.
Outros processos comunicativos visam ainda:
• Instruir e motivar a ação de voluntários; 
• Dirimir conflitos internos e externos; 
• Prestar contas das atividades desenvolvidas e das conquistas obtidas, entre outros objetivos.
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Há que se distinguir os espaços da comunicação no âmbito das organizações do terceiro setor entre a comunicação institucional e a comunicação mobilizadora direta que se entrelaça às atividades concretas de promoção da cidadania. 
Assim sendo, uma organização tem a necessidade de desenvolver seus próprios canais de comunicação institucional e, ao mesmo tempo, os materiais usados nas relações educomunicativas com seu público beneficiário, ou ainda valer-se das produções realizadas por terceiros, e que se adaptam às suas necessidades comunicacionais.
MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO TERCEIRO SETOR
Outra inclusão necessária é quanto à existência de associações específicas de comunicação, tais como as que administram rádios e televisões comunitárias, jornais alternativos e outros meios de comunicação a serviços dos grupos populares. 
São organizações que também se situam na esfera do terceiro setor, e, apesar de não executarem trabalho direto de promoção social, o fazem por meio da produção e difusão de conteúdos midiáticos alternativos e orgânicos aos grupos e entidades engajadas à transformação social.
COMUNICAÇÃO= TRANFORMAÇÃO
A comunicação realizada dentro dos movimentos sociais e das organizações de base se norteia pela participação direta das pessoas. No caso dos meios de comunicação populares e comunitários, a participação ocorre na criação do meio, na discussão sobre seu perfil editorial, na produção, difusão de conteúdos e assim por diante. 
 
A estratégia é a transformação da sociedade, mas para sua efetivação é necessário dar passos concretos na direção do empoderamento social por meio do conhecimento especializado e dos canais de comunicação.
AULA 6 MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E DEMOCRACIA
COMUNICAÇÃO NOS PRINCIPIOS CONSTITUCIOANIS
Desta forma, em nossa Constituição é declarada e assegurada a livre manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não podendo existir qualquer tipo de restrição dentro dos princípios constitucionais.
Os dispositivos seguintes são um desdobramento deste princípio básico, existindo, entretanto, alguns enunciados que merecem destaque.
Além, obviamente, da proibição de censura de natureza ideológica, política e artística, o texto traz uma perspectiva mais interessante, pois participativa e, logo, incentivadora da cidadania, quando se refere à criação, através de lei federal, de meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas que firam o disposto na Constituição e contrariem valores e sentimentos culturais de comunidades específicas.
Note-se que não deverão ser o legislador federal e estadual, ou o juiz, distante de sentimentos específicos e com raízes culturais muitas vezes diferentes, aqueles que dirão o que pode ou não ser transmitido através de programa ou programação de rádio e televisão.
• A Constituição de 1988 estabelece, portanto, o controle social dos meios de comunicação. Acontece que a Constituição detalhou a forma de propriedade destes mecanismos e detalhou, ainda, o que, no princípio, já estava óbvio, não estabelecendo o essencial: uma estrutura pública que permita este controle de forma democrática.
• Em uma leitura um pouco mais crítica do que prega a Constituição sobre a “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo”, vemos que a realidade, portanto, a prática não acontece conforme a teoria.
• Como veremos nas aulas a seguir, as possibilidades, as habilidades, o acesso, e desta forma, o conhecimento do que acontece no mundo, do que é notícia, não seguem à risca o que é pregado na Lei. Muito do que é produzido e apropriado como informação jornalística, é feito baseado em pressupostos do mercado de comunicação e não dos interesses públicos e sociais.
• Segundo a jornalista Elaine Barros, no artigo “Liberdade de expressão ou de empresa?” (Revista Caros Amigos, Especial Mídia, Ano XV, No. 52, Abril 2011, p.25), passados 23 anos da Constituição de 1988, ainda alguns poucos conglomerados dominam os meios de comunicação no Brasil, “enquanto boa parte da população não tem acesso às ferramentas que fariam valer seus direitos”. E completa, citando o jornalista e Doutor em História Social pela USP, Gilberto Maringoni: o que importa não é somente o direito a se falar o que quer, mas de ter audiência. Sem os meios de comunicação realmente democráticos, apenas algumas opiniões se fazem ouvir, ler ou ver, o que não deixa de minimizar o direito à liberdade de expressão expresso nos artigos 220 e 224 da Constituição.
AGENCIA REGULADORA NO BRASIL
Segunda agência reguladora a ser criada no país, a Agência Nacional de Telecomunicações –ANATEL foi a primeira a ser instalada, em 5 de novembro de 1997. Concebida para viabilizar o atual modelo das telecomunicações brasileiras e para exercer as atribuições de outorgar, de regulamentar e de fiscalizar esse importante setor de infraestrutura, a Anatel foi dotada de inovadora personalidade institucional.
Conforme a Lei Geral de Telecomunicações (LGT) - a Lei nº 9.472/1997 - a Anatel é uma autarquia administrativamente independente, financeiramente autônoma, vinculada ao Ministério das Comunicações, e não se subordina hierarquicamente a nenhum órgão do governo ou aos poderes políticos. Seu processo decisório caracteriza-se coma última instância administrativa e suas decisões só podem ser contestadas judicialmente. A composição colegiada da direção superior da instituição favorece a transparência, a tomada de decisões por seus membros e evita personalismos.
Essas características institucionais conferiram à Anatel condições de liberdade, de agilidade, de autonomia e de dinamismo no cumprimento de suas atribuições, ao mesmo tempo em que lhe permitiram dar respostas rápidas a questões operacionais, estruturais e administrativas.
Coube à Anatel preparar todos os regulamentos que balizaram a privatização das empresas estatais do Sistema Telebrás, ocorrida em julho de 1998, e desenvolver o esforço de regulação que preparou nosso país para receber os investimentos e a tecnologia que elevaram as telecomunicações brasileiras, nos anos recentes, a patamares comparáveis aos experimentados por países mais desenvolvidos.
Essas características institucionais conferiram à Anatel condições de liberdade, de agilidade, de autonomia e de dinamismo no cumprimento de suas atribuições, ao mesmo tempo em que lhe permitiram dar respostas rápidas a questões operacionais, estruturais e administrativas.
Coube à Anatel preparar todos os regulamentos que balizaram a privatização das empresas estatais do Sistema Telebrás, ocorrida em julho de 1998, e desenvolver o esforço de regulação que preparou nosso país para receber os investimentos e a tecnologia que elevaram as telecomunicações brasileiras, nos anos recentes, a patamares comparáveis aos experimentados por países mais desenvolvidos.
CONSELHO DE COMUNICAÇAO SOCIAL
Conselhos de Comunicação Social são organismos instituídos legalmente com a finalidade de proporcionar à sociedade a participação democrática em debates relacionados ao setor. 
São instrumentos que contribuem para o controle público sobre a área. Em âmbito nacional, o órgão é previsto pela Constituição Federal de 1988 - regulamentado pela Lei 8.389, de 30 de dezembro de 1991 - e tem como atribuiçãorealizar pareceres, recomendações e outras solicitações encaminhadas pelo Congresso Nacional.
O CCS pode opinar, por exemplo, sobre a outorga e renovação de concessão de serviços de radiodifusão e sua respectiva programação.
A Constituição de 1988 menciona os Conselhos de Comunicação Social. Por se tratar de tema que afeta questões de valores culturais regionais e locais, específicos e variáveis de região para região, de cidade para cidade, este Conselho não pode ter apenas um caráter nacional ou mesmo regional. Entendemos que os Conselhos de Comunicação Social, devem ter caráter nacional e municipal.
Na linha de vários outros trabalhos que defendem a valorização dos Municípios, que deverão também ser criados Conselhos de Comunicação Social Municipais, que adequarão estes princípios à realidade Municipal, com competência obviamente na esfera municipal e com composição não partidária, seguindo o espírito técnico do seu similar federal, com representantes da comunidade não técnicos, podendo ser destituído qualquer dos seus membros, tanto no caso do Conselho Nacional como o Municipal, por dois terços do Legislativo Municipal e três quintos do Legislativo Federal.
Uma nova Constituição democrática – onde o processo democrático, nela assegurado, permita que os cidadãos, dentro dos princípios universais de direitos humanos, façam as transformações que desejarem na ordem econômica, social e política – deve prever formas de democratização efetiva e controle social da informação, garantindo a liberdade de expressão e de criação.
(FONTE: ROBERT, Cinthia; MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Meios de Comunicação Social e Democracia. A Crise da Democracia e a Falsa Democracia Direta Plebiscitária via Mídia in Teoria do Estado Democracia e Poder Local. 2. ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2002.)
ATIVIDADE PROPOSTA
Leia com atenção a afirmação a seguir e comente sobre a importância da regulação do campo das telecomunicações para a prática democrática das ações comunicativas. 
“A constituição brasileira estabelece que ‘os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio’, mas este e os demais artigos que tratam da comunicação social não foram regulamentados e, na prática, não é isso que ocorre. 
A concentração dos meios de comunicação segue sendo como um dos pontos mais frágeis da democracia brasileira”.
Não se esqueça de levar em consideração na resposta os conceitos de comunicação comunitária, cidadania, democracia e liberdade de expressão garantida pela constituição, entre outros relevantes para a disciplina, que foram apresentados e discutidos nas nossas aulas.
AULA 7 A TEORIA DO AGENDAMENTO E AS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEADADE CIVIL
A TEORIA DO AGENDAMENTO
O processo de produção da notícia é extremamente complexo e envolve, desde a elaboração/captação/redação/edição/veiculação, uma audiência interativa. Envolve momentos de contextualização e descontextualização dos fatos. É resultado da cultura profissional, da organização do trabalho, dos processos produtivos, dos códigos particulares (as regras de redação), da língua e das regras do campo das linguagens, da enunciação jornalística e das práticas jornalísticas.
A imagem que a mídia constrói da realidade é resultado de uma atividade profissional de mediação vinculada a uma organização que se dedica basicamente a interpretar a realidade social e mediar os que fazem parte do espaço público. O jornalismo não só transmite, mas prepara e apresenta uma realidade dentro das normas e das regras do campo jornalístico.]
O conceito de agendamento apareceu pela primeira vez em um estudo de   McCombs e Shaw, EUA (1972) a partir de uma análise dos efeitos da mídia no eleitorado durante campanhas políticas americanas da época.
Agendamento: valorização de determinadas temáticas e uso de estratégias comunicativas.
Segundo Lippmann, os meios de comunicação de massa são o principal elo entre os acontecimentos no mundo e as imagens desses acontecimentos que guardamos em nossas mentes.
“Como afirma Cohen, se é certo que a imprensa pode, na maior parte das vezes, não conseguir dizer às pessoas como pensar, tem, no entanto, uma capacidade espantosa de dizer aos seus próprios leitores sobre que temas eles devem pensar”.
A AGENDA DA MÍDIA E A AGENDA PÚBLICA
O processo de agendamento pode ser descrito como um processo interativo. A influência da agenda pública sobre a agenda da mídia é um processo gradual através do qual, a longo prazo, se criam critérios de noticiabilidade, enquanto a influência da agenda da mídia sobre a agenda pública é direta e imediata, principalmente quando envolve questões que o público não tem uma experiência direta.  
Desta maneira, propõe-se que a problemática do efeito do agendamento seja diferente de acordo com a natureza da questão:
A partir da tematização proposta pelos meios de comunicação massiva, conhecida como ordem do dia, que será a gama de assuntos propostos pela mídia e se tornará objeto das conversas das pessoas, da agenda pública;
COMPETÊNCIA DO TJUE
TRIBUNAL GERAL
Este Tribunal que foi reconfigurado grandemente pelo Tratado de Nice tendo, ali, adquirido grande autonomia, tem por base dois principais objetivos: 
a)Aumentar a proteção jurisdicional aos cidadãos europeus, através da introdução do segundo grau de jurisdição;
b)Bem como o de liberar o TJUE para se dedicar este a sua principal função, ou seja, a de interpretar o direito comunitário, de maneira a uniformizá-lo, conforme vimos acima. 
O processo de nomeação e renovação deste Tribunal é idêntico ao utilizado pelo TJUE, sendo que muitas de suas regras de organização muito se assemelham às do citado Tribunal de Justiça.
TRIBUNAIS ESPECIALIZADOS
Como já foi dito, são organismos encarregados de conhecer, em primeiro grau, algumas das categorias de recursos propostos em matérias específicas determinadas pelo Estatuto. Na prática vêm cumprir o papel de verdadeiros órgãos jurisdicionais que, no processo de construção de uma verdadeira estrutura judiciária na UE, evitarão, no futuro, o excesso de carga para o TJUE. 
Uma clara confirmação da autonomia e especialização desses órgãos deriva do fato de que a decisão destas câmaras possa ser objeto de impugnação e encaminhada ao Tribunal Geral, somente por motivos de direito. Aliás, não há previsão de que da decisão do Tribunal Geral possa haver recurso para o TJUE. Pode-se pensar na mesma, em via de excepcionalidade, tão somente se a decisão coloque em risco a unidade e coerência do direito comunitário.
SOCIEDADE CIVILX AGENDA DE MÍDIA DE MASSA
O campo jornalístico constitui um alvo prioritário da ação estratégica dos diversos agentes sociais, em particular, dos profissionais do campo político.”
O campo jornalístico constitui um alvo prioritário da ação estratégica dos diversos agentes sociais, em particular, dos profissionais do campo político.”
A importância das ações da sociedade civil e dos movimentos sociais reivindicatórios serem divulgados na mídia é a visibilidade que a ação ganha a partir do momento que foi “ao ar”. 
Visibilidade é fundamental para a mobilização e para que o assunto, seja qual for, entre para agenda pública e, como consequência, para a agenda da mídia ou mesmo, ao contrário, em um círculo virtuoso de noticiabilidade.
A grande dificuldade, como vimos, é vencer as barreiras dos interesses da grande mídia – financeiros, editoriais, políticos, entre outros – e ultrapassar as pautas comandadas pela teoria do agendamento.
ATIVIDADE PROPOSTA
No dia 1º de maio de 2011, um domingo, o mundo inteiro ficou sabendo da morte do terrorista Osama Bin Laden que foi abatido pelo exército americano em sua casa e esconderijo no Paquistão. A sociedade americana comemorou a morte do terrorista como “uma final de copa do mundo” indo às ruas com a bandeira nacional na mão. Mas jornais e cidadãos do mundo inteiro se perguntavam da veracidade dos fatos e exigiramdo governo americano a divulgação das imagens do terrorista morto. O Presidente Barack Obama proibiu a veiculação das imagens na mídia americana e consequentemente, na mídia global, e foi à TV justificar sua decisão.
Considerando as técnicas da teoria do agendamento apresentadas na aula, assista aos vídeos propostos e comente sobre os interesses do governo americano em controlar a difusão das imagens de Osama morto, na mídia global.
AULA 8 COMUNICÇÃO OPINIÃO PÚBLICA E DEMOCRACIA
DEFINIÇÃO DE OPINIÃO PÚBLICA
Segundo Figueiredo e Cervellini (“Contribuições para o conceito de opinião pública”, 1995), opinião Pública pode ser definida como “todo fenômeno que, tendo origem em um processo de discussão coletiva e que se refira a um tema de relevância pública (ainda que não diga respeito a toda sociedade), esteja sendo expresso publicamente, seja por sujeitos individuais em situações diversas, seja em manifestações coletivas” (1995, p.116 apud NOVELLI, Ana Maria Romero. Comunicação e opinião pública. 2002, p.73).
Segundo Figueiredo e Cervellini (“Contribuições para o conceito de opinião pública”, 1995), opinião Pública pode ser definida como “todo fenômeno que, tendo origem em um processo de discussão coletiva e que se refira a um tema de relevância pública (ainda que não diga respeito a toda sociedade), esteja sendo expresso publicamente, seja por sujeitos individuais em situações diversas, seja em manifestações coletivas” (1995, p.116 apud NOVELLI, Ana Maria Romero. Comunicação e opinião pública. 2002, p.73).
OPINIÃO PÚBLICA E DEMOCRACIA
Opinião pública e movimentos sociais precedem lado a lado e se condicionam reciprocamente. Sem opinião pública, a esfera da sociedade civil está destinada a perder a própria função e, finalmente, desaparecer. 
Mas a partir da definição de opinião pública, podemos observar, a seguir, quatro aspectos relevantes à discussão:
Em 1º lugar, que a opinião pública deve ser originária do debate público ou de um processo democrático de discussão coletiva. 
Em 2º lugar, que para a opinião pública se constituir há a necessidade de uma expressão púbica da opinião como pré-requisito para o debate.
Em 3º lugar, que o tema de discussão deve ter relevância pública e social.
Em 4º lugar, a opinião pública deve corresponder à opinião de um grupo de pessoas que tenha característica em comum.
FATORES QUE DIFICULATM ACONCEITUAÇÃO
Figueiredo e Cervellini afirmam que a dificuldade na conceituação e no entendimento dos vários aspectos da opinião pública advém de quatro fatores:
• O fato de que fenômenos da opinião pública podem pertencer a diversos campos do conhecimento, como Sociologia, Ciência Política, Comunicação, Economia e Psicologia que inversamente a outros conhecimentos, alcançou um alto grau de especialização antes de passar por um processo gradual de desenvolvimento conceitual;
OPINIÃO FORMADA ATRAVES DA INFORMAÇÃO
“Os cidadãos formam opinião através da informação, destacando-se a que é propiciada pelos meios de massa. A mídia cumpre, em tese, uma função fundamental para a democracia, por produzir e difundir a informação e ser agente fundamental de formação da opinião pública, da participação ou da apatia política. A qualidade da democracia depende, entre outros fatores, da qualidade da informação e das características da estrutura de comunicação social.”
AULA 9 AS RADIOS E AS TVS COMUNITÁRIAS
	CARACTERISTICAS GERAIS DAS RADIOS COMUNITÁRIAS
As rádios comunitárias têm objetivos, funções e características que as diferenciam das rádios comerciais porque são prioritariamente desenvolvidas para agir localmente no interior dos limites da própria comunidade. Rádios comunitárias, em geral:
Têm caráter público, no sentido de pertencer a uma comunidade geograficamente definida.
•São democráticas, por trabalhar com sistemas de gestão compartilhada entre os membros da comunidade.
•Possuem controle social, por ser fiscalizadas pelo conselho formado por entidades da comunidade.
•Têm caráter plural por expressar todos os segmentos da comunidade em igualdade de condições.
Não possuem fins lucrativos.
•São focadas na comunidade, portanto seus conteúdos têm como objetivo o desenvolvimento local.
•São laicas, isto é, não fazem proselitismo de nenhuma religião. 
•É educativa, no sentido de sua programação ser pensada com objetivo de educação para o exercício da cidadania.
•Possui programação musical de qualidade.
•Só faz publicidade ética de produtos e serviços os quais interessem à comunidade.
•É um instrumento de ouvidoria e funciona como canal de prestação de contas.
RÁDIOS COMUNITÁRIAS => LEGISLAÇÃO
O órgão regulador do setor de telecomunicações, a ANATEL, é a agência nacional que regula o setor de radiodifusão. No caso das rádios comunitárias, a Lei no. 9.612/98 é a lei que regula sua implantação e escopo de ação. 
Na matéria “Quem tem medo das rádios comunitárias?” da Revista Caros Amigos. Especial Mídia (Ano XV. Número 52. Abril, 2011. p.16/17, o jornalista Dioclécio Luz comenta sobre as restrições impostas por essa Lei e pelas Resoluções e Portaria da ANATEL que praticamente inviabilizam a implantação de uma rádio comunitária.
SEGUNDO A LEI
• Determina potência máxima de 25 watts e alcance de 1 km;
• Usa de dispositivos criados pela ditadura para a repressão das rádios ilegais;
• Designa um só canal de frequência para as rádios comunitárias de todo o país;
• Determina que as rádios comunitárias trabalhem na frequência de 87,5 a 88,1, sendo que a faixa de FM no dial vai de 88 a 108 MHz. Isto é, não há como sintonizar uma rádio comunitária se ela está fora do dial;
• Exige que os dirigentes das rádios comunitárias residam dentro de um círculo determinado pelo raio de alcance de 1 km;
• Veda a formação de redes;
• Veda a publicidade, permitindo apenas “apoio cultural”;
• Não protege a emissora da interferência de outros serviços de radiodifusão, mas pune caso a rádio comunitária interfira em outras transmissões;
• Criou um complexo sistema burocrático que leva em média oito anos para liberar a implantação da rádio.
AINDA SEGUNDO LUZ
“O cenário futuro para as rádios comunitárias é totalmente sombrio quando se sabe que elas têm o Governo, as grandes redes de comunicação e várias igrejas, como inimigas. Mas há outro cenário, este iluminado, quando se percebe que o povo, ao descobrir o rádio, está se organizando e colocando no ar emissoras comunitárias; aprendendo, muitas vezes por conta própria, a importância do veículo que têm nas mãos. Apesar desses inimigos poderosos, as rádios fazem jornalismo, e reinventam o jornalismo; recriam a noção de cidadania; fazem a comunicação ser mais humana; promovem a reflexão de todos aqueles temas tabus antes censurados pelos poderosos; opinam, falam, manifestam-se.”
OPINIÃO FORMADA ATRAVÉS DA INFORMAÇÃO
A televisão a Cabo é um dos sistemas de transmissão das chamadas TV por Assinatura, ou TVs Pagas. A Lei 8.977 de 6 de janeiro de 1995, regulamentada pelo Decreto-Lei 2.206 de 14 de abril de 1997, estabelece a obrigatoriedade das operadoras de TV a Cabo disponibilizar seis canais de utilização gratuita, no sentido dos canais de acesso público. 
Pelo Artigo 23 são três canais legislativos (destinados ao Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas/Câmaras de Vereadores de cada município); um canal universitário (para uso partilhado das universidades sediadas na área de prestação do serviço), um educativo-cultural (reservado para uso dos órgãos que tratam de educação e cultura do governo federal, governos estaduais e municipais) e um comunitário (aberto para utilização livre por entidades não governamentais e sem-fins lucrativos).
Siga as TV Senado (twitter.com/tvsenado) e a TV Câmara (twitter.com/tvcamara) no twitter.
AULA 10 JORNALISMO COMUNITÁRIO
SOBRE O JORNALISMO COMUNITÁRIO
O Jornal Comunitário, que existe em função de uma comunidade, geralmente sem fins lucrativos, arrecadando apenas os recursos necessáriosa cobrir os custos, é destinado a lutar em favor da comunidade. 
Quando feito com seriedade, esse jornal não tem dono – se assim se pode dizer. A pauta nasce de reuniões com os moradores e os problemas são resolvidos pelo Conselho da Comunidade.
Não se pode aceitar verbas de um político ou de um candidato que depois venha a usar a comunidade em benefício próprio. Quem manda na linha editorial é o povo. 
O jornal comunitário tanto pode circular no bairro, como na fábrica, na escola etc.
O jornal comunitário possui conteúdo variado, que procura não apenas refletir as questões locais, mas que também busca traduzir para a comunidade os fatos do país e do mundo.
É um jornalismo que fala diretamente ao coração das pessoas, sempre com palavras simples, capaz de jamais se enganar sobre os nomes das pessoas do local, por exemplo.  
É uma linguagem preferencialmente coloquial, quase intimista, bem diferente do formalismo próprio da imprensa hegemônica. Todos devem ser ouvidos com respeito, carinho, atenção, mesmo quando não saibam se expressar direito.
O verdadeiro jornalismo comunitário – seja no impresso, seja nas Rádios Comunitárias (ver aula 9) – faz diariamente uma troca de idéias com as pessoas. Assim, a comunidade vai crescendo em organização, em consciência política, na compreensão da realidade, valorizando-se como cidadãs e aprendendo a olhar o mundo com outros olhos, com um olhar crítico e participativo, não com um olhar cabisbaixo e alienado. Assim se constrói um país soberano e livre.
ENGAJAMENTO SOCIAL E POLÍTICO DO JORNALISMO COMUNITÁRIO, EM CONTARPONTO AO PRATICADO NOS VEICULOS DE COMUNICAÇÃO EM MASSA
Marcondes Filho (2002): “O jornalismo que no século XIX, apresentava como características as discussões políticas, a linguagem literária e o engajamento dos jornalistas, sofreu mudanças com o novo modo de produção industrial. O conteúdo foi esvaziado e grande parte do jornalismo se tornou superficial e sem aprofundamento”.
Cláudio Abramo (2002): “Na atual conjuntura, o profissional que trabalha com jornalismo se vê diante de um mercado de trabalho acirrado e competitivo. A profissão não é mais algo romântico como em décadas passadas, hoje o jornalista precisa seguir as regras do jogo e trabalhar conforme a posição da empresa, ele não tem mais o direito de ter suas ideologias, mas deve seguir a ideologia dos patrões”.
Para Umberto Eco (1984) quem controla os meios de comunicação controla o país, portanto, é nítido que o jornalismo não pertence aos jornalistas, mas sim aos patrões, que são os donos dos jornais, e que acabam na maioria das vezes por dar a palavra final ao defenderem a elite e não o povo. 
Portanto, torna-se difícil o engajamento político contrário dos interesses dos grandes veículos de comunicação levando jornalistas com posições ideológicas a buscarem esses veículos alternativos para ter o direito a opinião.
Segundo Viviane Belizario de Freitas (2006), “o jornalismo comunitário apresenta-se na atualidade como um caminho para profissionais trabalharem mais livremente, não sendo obrigados a seguir a linha ideológica da empresa jornalística. Essa forma de jornalismo dá ao profissional a liberdade perdida com a industrialização da notícia. O jornalismo comunitário apresenta-se como um espaço para o debate de questões de interesses diferentes dos grandes veículos de comunicação e o profissional quando atua nessa área acaba por ter a oportunidade de debater assuntos de interesse da comunidade, mas que não teriam espaço na grande imprensa, sendo assim, ele pode discutir e aprofundar o fato”.
Para Maria da Glória Gohn (2004), “o jornalismo comunitário divide uma linha tênue entre o jornalista e o militante de uma causa, portanto, grande parte dos profissionais envolvidos com esses veículos de comunicação também atua na luta por uma causa.”
O JORNALISMO COMUNITÁRIO E A ENFASE NOS PROBLEMAS LOCAIS
Conforme Maria Cicília Peruzzo (1998), “As pautas do jornalismo comunitário diferem-se das pautas dos grandes veículos de comunicação, pois no jornalismo comunitário as questões são discutidas no micro e não no macro. Temas que muitas vezes só interessam àquela comunidade e não teriam espaço em outros tipos de veículos de comunicação que tenham por princípio a comunidade. Isso se deve ao fato que o jornalismo comunitário geralmente está ligado a uma zona geográfica delimitada e, na maioria dos casos, não é muito grande, portanto, a cobertura dos fatos gera em cima de acontecimentos da região e faz com que a população se veja refletida nos acontecimentos locais”.
Para Regina Festa (1991), “No jornalismo comunitário o mais importante é a contextualização do fato, ou seja, ele não traz só a notícia, mas diz o porquê e como isso aconteceu. Além disso, o enfoque não busca mostrar as coisas ruins do lugar, mas sim valorizar a cultura local”.
Gislene Rosa Silva (2003) afirma que, “Nos veículos de comunicação comunitária as populações carentes não são mostradas como criminosos e bandidos, como acontece muitas vezes na grande mídia. Portanto, com o olhar da imprensa comunitária, as pessoas são vistas com olhos diferentes da visão da grande imprensa. Mudando o fato delas se verem da forma divulgada pelos grandes veículos de comunicação, faz com que elas não mais aceitem essa condição e enxergar a diferença de onde elas moram e de como isso é demonstrado na grande imprensa.

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