Buscar

jlo governancia PRONTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E
COMUNICAÇÃO – ICSC
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
				GOVERNANÇA CORPORATIVA
Joyce de Araújo Lopes RA - C0144G-7 ORIENTADOR: Jonas Stipp de Andrade 
SANTOS - SP 2017
1
INTRODUÇÃO
A preocupação das organizações com a sustentabilidade e a responsabilidade social e a ocorrência de crises e escândalos corporativos internacionais trouxeram à tona a necessidade de implantação de uma gestão voltada para a transparência e para a sustentabilidade. Esta pesquisa tem a característica de ser qualitativa, exploratória e bibliográfica. Aborda as atuais conceituações sobre governança corporativa e a sustentabilidade nos negócios. Como resultado, propõe diretrizes para a governança e a sustentabilidade empresarial.
SUMARIO
Origem e Fundamentos...............................................................04 A Governança Corporativa no Mundo...................................................05
A Governança Corporativa no Brasil.......................................................06
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico –OCDE.....................................................................................................09
Lei Sarbanes-Oxley................................................................................13
Referencia Bibliografica.........................................................................19
 Origem e Fundamentos
Segundo Steinberg (2003), o termo “Governança Corporativa”, é uma imperfeita tradução do termo inglês Corporate Governance. A origem do termo governança origina- se do latim “gubernare”, que vem a ser “governar”, “dirigir”, “guiar”, enquanto corporativa vem de corporação. O significado da expressão visa conceituar como um sistema pelo qual os acionistas de uma empresa (“corporation”) “governam”, ou seja, tomam conta de sua empresa. Outra definição, de caráter normativo.
Governança Corporativa é o sistema que assegura aos sócios - proprietários o governo estratégico da empresa e a efetiva monitoração da diretoria executiva. A relação entre propriedade e gestão se dá através do conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal, instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A boa governança assegura aos sócios eqüidade, transparência, responsabilidade pelos resultados (accountabillity) e obediência às leis do país (compliance). No passado recente, nas empresas privadas e familiares, os acionistas eram gestores, confundindo em sua pessoa, propriedade e gestão. Com a profissionalização, a privatização, a globalização e o afastamento das famílias, a Governança Corporativa colocou o Conselho de Administração entre a Propriedade e a Gestão.
Para Andrade e Rossetti (2004), existem variados conceitos e expressões que são associadas aos princípios, modelos, práticas, mecanismos e propósitos da governança corporativa, citando entre os principais:
Conflito de agência (proprietários x gestores); 
Sistema de relações;
Sistema de valores; 
Sistema de governo;
Estrutura de poder; 
Estrutura de regulação;
Padrões de comportamento;
Direito dos acionistas (shareholders); 
Direito de outras partes interessadas (stakeholders).
Segundo Gonzales (apud Steinberg et al, 2003, p.62) os investidores querem saber como a empresa lida com todos os envolvidos direta e indiretamente com ela e os conceitos de responsabilidade social e governança corporativa se fundem, pois, ambos partem do princípio da transparência e do acesso à informação aos stakeholders.
 
 A Governança Corporativa no Mundo
O termo Governança Corporativa ou o movimento pela governança corporativa passa a despontar no cenário mundial a partir do início da década de 80 nos Estados Unidos, como consequência dos abusos de alguns dirigentes de empresas, despontando na época o caso Texaco, que provocou a reação de grandes acionistas institucionais, notadamente de fundos de pensão. Essas situações de conflitos no ambiente corporativo entre acionistas, administradores e demais partes interessadas nos negócios organizacionais, e consequentemente as assimetrias resultantes , fez com que eclodisse a parti da década de 80,uma intensificação de estudos e pesquisar tanto no âmbito acadêmico como no empresarial e governamental , que culminou em mudanças na legislação, criação de procedimentos e práticas de gestão e maior cobrança dos administradores na condução dos negócios das empresas.
Para Lethridge (1997, p.4) que diz serem “arranjos institucionais que regem as relações entre acionistas (ou outros grupos) e as administrações das empresas’’, ou, na definição da Comissão de Valores Mobiliários - CVM - que diz ser o conjunto de práticas que tem por finalidade otimizar o desempenho de uma companhia ao proteger todas as partes interessadas, tais como investidores, empregados e credores, facilitando o acesso ao capital ‟‟ (CVM, 2002). Desde então, variadas definições vêm sendo empregadas para conceituar Governança Corporativa, muitas com visão de foco mais econômico. Nesse sentido, pode-se destacar a definição dada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC
A Governança Corporativa no Brasil
A partir dos anos 90 que a expressão “governança corporativa” começou a ser utilizada no Brasil, sendo que, em 1995, foi fundada a organização pioneira no tema de governança, atualmente conhecida como IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), nome diferente do da sua fundação em 1995, denominada à época IBCA (Instituto Brasileiro de Conselheiros de Administração).
 O tema da governança corporativa no Brasil volta a ganhar força em 1998, ano em que ocorreram diversos conflitos de interesse entre os controladores e acionistas minoritários em decorrência de operações de alienação de bloco de controle e operações de fechamento de capital. Tais operações só trouxeram vantagens para os controladores, que agira em detrimento aos minoritários, que, por definição, não detêm o controle sobre a companhia, ficando à mercê da vontade dos controladores
No ano de 1999 o IBGC (Instituo Brasileiro de Governança Corporativa) publicou o primeiro Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, lastreando as discussões de governança corporativa em torno desta publicação. 
Segundo Silveira (2010) informa que No ano 2000, um estudo conduzido pelo Banco Mundial em parceria com a consultoria McKinsey ganhou ampla repercussão nos meios empresariais locais ao indicar que os investidores estariam dispostos a pagar um prêmio substancial por ações de empresas com maior transparência e prestação de contas.
Conforme Silveira (2010), Os segmentos, em ordem crescente de exigência em relação às práticas de governança, eram voluntários e visavam segmentar as empresas em função do nível de adesão às boas práticas.”
No âmbito do ano de 2001, foi introduzida uma mudança na Lei das Sociedades por Acoes (por força da Lei n. 10.303/2001), aumentando o rol de direitos aos acionistas minoritários, destacando o retorno parcial do direito de tag along para os minoritários ordinárias.
Em 2002, a CVM editou sua cartilha de “Recomendações da CVM sobre a Governança Corporativa”, com o objetivo de funcionar como uma orientação para as companhias, sem qualquer vínculo obrigatório (mesmo procedimento dos regulamentos de listagem da Bovespa, que não apresenta caráter obrigatório).Ainda em 2002, ingressaram no segmento Novo Mercado da Bovespa duas companhias: a CCR – Companhia de Concessão de Rodovias e a Sabesp. Ambas constaram sozinhas no Novo Mercado até o mês de maio de 2004, quando várias empresas realizaram seus IPOs no país com sua listagemno Novo Mercado.
 Foi neste contexto que foi solidificada no Brasil a primeira companhia de capital pulverizado, ou seja, sem um controle definido, em julho de 2005, é a Lojas Renner, “considerada a primeira Corporation brasileira”
Em 2006 ocorreu a primeira tentativa de uma aquisição hostil (hostile takeover) no Brasil “com a fracassada tentativa de aquisição da Perdigão pela Sadia em julho daquele ano”.
No ano de 2008 algumas companhias que fizeram seus IPOs apresentaram sérios problemas de governança corporativa, ao final deste ano, empresas como a Sadia e a Aracruz registraram sérias perdas com derivativos, em parte devido pela falta de governança. 
Para Silveira (2010) Novamente, grande parte desses problemas foi resultados das alterações na Lei das Sociedades por Ações em 1997, particularmente a retirada do direito de tag along. De certa forma, a alteração danosa na Lei promovida pelo governo visando maximizar seus ganhos nos processos de privatização acabou por fomentar o movimento em prol das melhores práticas de governança, um efeito colateral positivo
No Brasil, diferente dos outros países, a governança corporativa surgiu com o intuito de modernizar as empresas e as formas de administração das organizações para que possam ser inseridas no mercado mundial e torná-las mais atraente no cenário da globalização.
 
 
As Fases da Governança Corporativa no Brasil
Mesmo com todas as mudanças no mercado e com o passar do tempo, evolução e globalização, as empresas ainda estão em fase de transição, não é fácil mudar drasticamente a maneira de agir e trabalhar modificando a maneira de pensar dos gestores. As empresas brasileiras estão na fase de transição do tradicional pro moderno, para poderem melhor atender as expectativas dos seus acionistas e clientes. Em 2003, poucas organizações já poderiam ser definidas como praticantes da Governança no mercado. 
Segundo Villares apud Steinberg (2003) existem três estágios onde as empresas se encontram que serão mostrados a seguir.
 Modelo Atual :Onde a empresa não põe em prática exatamente a Governança Corporativa, ela ainda é gerenciada por poucos acionistas controladores e com práticas ainda muito informais de Governança.
 Modelo Emergente: Nesse estágio, a governança corporativa já é ao menos formal, mas a empresa ainda é liderada por poucos acionistas controladores. Esse modelo é mais avançado por ser formalizada a governança corporativa e ainda os acionistas controladores já têm o acesso ao capital para executarem suas estratégias.
Diz Silveira, (2010) que já havia um modelo emergente de governança no Brasil, que, na época, era praticado pelas mais de 40 empresas listadas nos níveis de governança da Bovespa e no Novo Mercado. Mesmo acreditando que prevalecesse no país a alta concentração da propriedade, ele acreditava que estava diminuindo a sobreposição propriedade-gestão. Já se observava clara tendência de se estabelecer com clareza os papéis diferentes que deviam ser exercidos pelos acionistas, pelo conselho de administração e pela direção executiva.
 Modelo de Mercado: Nesse estágio a empresa tem a governança formalizada e o controle completamente compartilhado de suas tomadas de decisões. Nesse estágio a empresa geralmente já possui aspirações e capacidade financeira para competir globalmente, já é uma empresa de grande porte.
No modelo de mercado já se consolidam as práticas de compartilhamento de controle, valores e ideais, assim como se tornam mais maduros o conceito e a prática da responsabilidade social.
 
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE 
Atua nos âmbitos internacional e intergovernamental e reúne os países mais industrializados do mundo e alguns países emergentes, como México, Chile, Coreia do Sul e Turquia. No âmbito da Organização, os representantes efetuam o intercâmbio de informações e alinham políticas, com o objetivo de potencializar seu crescimento econômico e colaborar com o desenvolvimento de todos os demais países membros.
A OCDE, com sede em Paris, França, é um organismo composto por 34 membros. A Organização foi fundada em 14 de dezembro de 1961, sucedendo a Organização para a Cooperação Econômica Europeia, criada em 16 de abril de 1948. Desde 1º de junho de 2006, seu Secretário-Geral é o mexicano José Ángel Gurría Treviño.
A estrutura da OCDE compreende o Secretariado Técnico, as Agências, os Centros de Pesquisa e cerca de 30 Comitês intergovernamentais especializados em temas variados de economia internacional e de políticas públicas, como comércio, investimentos, finanças, tributação, energia, siderurgia, serviços, economia do trabalho, política ambiental e outros, dentro de um universo de aproximadamente 270 órgãos.
O Centro de Desenvolvimento merece destaque no que concerne à autonomia na estrutura da OCDE e à atividade de pesquisa e de difusão dos temas ligados ao desenvolvimento econômico.
São membros da OCDE:
	País
	Ano de Entrada
	País
	Ano de Entrada
	Alemanha
	1961
	Irlanda
	1961
	Austrália
	1971
	Islândia
	1961
	Áustria
	1961
	Israel
	2010
	Bélgica
	1961
	Itália
	1962
	Canadá
	1961
	Japão
	1964
	Chile
	2010
	Luxemburgo
	1961
	Coreia do Sul
	1996
	México
	1994
	Dinamarca
	1961
	Noruega
	1961
	Eslováquia
	2000
	Nova Zelândia
	1973
	Eslovênia
	2010
	Países Baixos
	1961
	Espanha
	1961
	Polônia
	1996
	Estados Unidos
	1961
	Portugal
	1961
	Estônia
	2010
	Reino Unido
	1961
	Finlândia
	1969
	República Tcheca
	1995
	França
	1961
	Suécia
	1961
	Grécia
	1961
	Suíça
	1961
	Hungria
	1996
	Turquia
	1961
O relacionamento entre a entidade e o país aprofundou-se a partir de 1999, quando o Conselho da OCDE decidiu criar um programa direcionado ao Brasil.
Em maio de 2007, o Conselho Ministerial da OCDE decidiu “fortalecer a cooperação da OCDE com o Brasil, China, Índia, Indonésia e África do Sul” por meio do programa de enhanced engagement, tornando possível a adesão desses países à OCDE. Em 2012, esses cinco países passaram a ser considerados key partners (parceiros-chave) na Organização.
Embora não seja membro da OCDE, o Brasil, como key partner (parceiro-chave), pode participar de Comitês da Organização e de inúmeras áreas de trabalho. O país tem integrado as atividades patrocinadas pela Organização e por seus órgãos técnicos, sobretudo seminários e reuniões de grupos de trabalho, com a presença de peritos brasileiros de áreas especializadas. O Brasil pode atuar, de forma seletiva, nos Comitês que lhe são de interesse e que lhe servem como fonte de informações e de plataforma para a divulgação de posicionamentos. As discussões nos comitês e grupos de trabalho de que o Brasil participa têm revelado convergência de políticas em diversas áreas, desde combate à corrupção até padrões de conduta para empresas multinacionais, passando por políticas de concorrência e de fomento do investimento estrangeiro direto.
Assinatura do Acordo de Cooperação Brasil-OCDE
O Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Mauro Vieira, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o Secretário-Geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, assinaram hoje, 3 de junho, em Paris, à margem da Reunião do Conselho em Nível Ministerial da Organização (MCM 2015), o Acordo de Cooperação entre o Brasil e a OCDE. O Acordo permitirá aprofundar e sistematizar o relacionamento bilateral, colocando-o em bases mais sólidas.
A assinatura do Acordo de Cooperação constitui um novo patamar na relação do Brasil com a OCDE, que continuará a ser pautado pela seleção, com base no interesse mútuo, das áreas específicas de colaboração. Esse diálogo torna-se particularmente relevante no momento em que o Brasil reforça sua estratégia de desenvolvimento, com desdobramentos paralelos nos planos do crescimento econômico, da inclusão social e da proteção ambiental.
O Acordo, que será submetidoao Congresso Nacional, institucionaliza a participação brasileira em diversos foros da OCDE e estabelece os mecanismos para a definição de linhas de trabalho futuras. Ele reforçará também a coordenação da participação do Governo brasileiro na OCDE, realizada pelo Grupo de Trabalho Interministerial sobre a OCDE, coordenado pelo Ministério das Relações Exteriores.
A participação do Brasil na OCDE iniciou-se na década de 1990. Em 2007, o Brasil tornou-se, juntamente com a China, Índia, Indonésia e África do Sul, um dos cinco parceiros do “Engajamento Ampliado” com a OCDE, atualmente denominados “Parceiros-Chave”. Desde então, houve contínuo incremento nas relações, com a adesão do Brasil a diversas instâncias, bem como a participação em projetos e revisões por pares da Organização. O Brasil também desenvolve colaboração com a OCDE na condição de membro do G20.
																		
Lei Sarbanes-Oxley
Lei Sarbanes-Oxley, a SOx foi sancionada em 2002 pelo Congresso dos Estados Unidos para proteger investidores e demais stakeholders dos erros das escriturações contábeis e práticas fraudulentas. A lei surgiu como resposta a uma série de escândalos financeiros que atingiram empresas como Xerox, Enron, Tyco, WorldCom, etc.
A Lei Sarbanes-Oxley foi elaborada pelos congressistas Paul Sarbanes e Michel Oxley  e visa aprimorar a governança corporativa e a prestação de contas (informações sobre receitas, despesas, balanço patrimonial e total de ativos e passivos). Em sendo, assim, o objetivo da SOx é o de identificar, combater e prevenir fraudes que impactam no desempenho financeiro das organizações, garantindo o compliance.
Todas as empresas, sejam americanas ou não, com ações na SEC (Securities and Exchange Comission, o que equivale a nossa CVM) devem seguir as definições da SOx. Importante destacar que a Lei Sarbanes-Oxley não é um conjunto de práticas de negócios e não especifica como uma empresa deve armazenar registros. Em vez disso, define quais registros devem ser armazenados e por quanto tempo.
A SOx divide-se em onze capítulos com um total de 69 artigos. De um modo geral, define por lei diversas medidas de boas práticas de governança corporativa já consideradas em diversos países. Para isso, a Lei Sarbanes-Oxley obriga empresas a reestruturarem seus processos com os objetivos de aumentar controles, transparência e segurança na:
Condução dos negócios (aqui entram questões relacionadas ao compliance);
Administração financeira;
Escriturações contábeis e
Gestão e divulgação das informações.
As seções consideradas mais importantes da Lei Sarbanes-Oxley são os artigos 302, 401, 404, 409, 802 e 906. Veremos sobre cada um deles separadamente, mas antes, vamos lá: você já deve ter entendido que o intuito principal da SOx é o de garantir transparência na gestão empresarial e reduzir riscos.
Para isso, é necessário evitar fraudes e estabelecer mecanismos que identifiquem os casos em que elas ocorrerem. Pois bem, de acordo com a Lei SOx as empresas devem criar processos confiáveis de auditoria e segurança.
Para supervisionar o processo de auditoria nas empresas que se enquadram à SOx criou-se o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB, ou Conselho de Auditores de Companhias Abertas). A PCAOB tem como missão estabelecer controle de qualidade e normas de auditoria, bem como atuar com ética e independência em relação aos processos de inspeção e a emissão dos relatórios de auditoria. Nesse caso, os auditores devem ser registrados na PCAOB.
Os Diretores, especialmente os Financeiros (nossos CFOs), ganham um papel ainda mais importante perante a SOx. Isso porque a Lei Sarbanes-Oxley os torna totalmente responsáveis por realizar o monitoramento dos controles internos no que diz respeito à divulgação de informações dos relatórios financeiros. O Artigo 906, por exemplo, aumenta a responsabilidade da diretoria sobre as demonstrações financeiras, bem como define as penalidades para as infrações.
A SOx também faz referência sobre os Generally Accepted Accounting Principles, ou GAAP. Conforme a Lei, a versão US GAAP é utilizada para definir as práticas e normas contábeis a serem aplicadas.
Principais seções SOx
São elas:
Seção 302: exige que a alta administração, geralmente CEO e CFO, certifique e aprove a exatidão das demonstrações financeiras e a eficácia dos controles e procedimentos de divulgação internos.
Seção 401: as demonstrações financeiras são publicadas pelos emissores e devem ser precisas e apresentadas de forma que não contenham declarações incorretas. As demonstrações contábeis devem incluir todos os passivos, obrigações ou transações.
Seção 404: os emissores são obrigados a publicar informações em seus relatórios anuais sobre o escopo e a adequação da estrutura de controle interno e os procedimentos para relatórios financeiros. Esta declaração deve também avaliar a eficácia de tais controles e procedimentos internos. A empresa de contabilidade registrada deve, no mesmo relatório, atestar e informar sobre a avaliação da eficácia da estrutura de controle interno e dos procedimentos de apresentação de relatórios financeiros. Em outras palavras, a Lei Sarbanes-Oxley incentivou as empresas a tornar seus relatórios financeiros mais eficientes, centralizados e automatizados (e aqui entra a necessidade de uso de um software).
Seção 409: os emissores são obrigados a divulgar ao público, com urgência, informações sobre mudanças significativas na condição financeira ou nas operações da organização. Essas divulgações devem ser apresentadas em termos que sejam fáceis de entender (o controller desempenha um papel importante na tradução dessas informações), apoiados por tendências e informações qualitativas de apresentações gráficas, conforme apropriado.
Seção 802: impõe multas e/ou até 20 anos de prisão nos casos de alteração, destruição, ocultação e/ou falsificação de registros, documentos ou objetos tangíveis com a intenção de obstruir, impedir ou influenciar uma investigação legal. Esta seção também impõe penalidades de multas e/ou prisão de até 10 anos em qualquer contador que conscientemente e intencionalmente viola os requisitos de manutenção de todos os documentos de auditoria ou revisão por um período de 5 anos.
Seção 906: aborda penalidades criminais para a certificação de um relatório financeiro enganoso ou fraudulento. As penalidades podem ser mais de US$ 5 milhões em multas e 20 anos de prisão.
Principais vantagens da SOx:
Empresas passaram a ser responsáveis por suas ações. Antes da Lei SOx, as empresas não eram obrigadas a ser muito transparentes. Até mesmo os acionistas tinham dificuldade em obter informações sobre investimentos. Ao exigir práticas contábeis claras e definir transações éticas, a SOx passou a obrigar as empresas a seguirem certos procedimentos a fim de fornecerem serviços transparentes.
Executivos passaram a ser responsáveis por suas ações. Antes da lei aprovada em 2002, os executivos muitas vezes não eram responsabilizados pessoalmente ou criminalmente por fraudes em informações financeiras. Com a SOx, CFOs assumem total responsabilidade.
Confiança restaurada. Como qualquer potencial impacto negativo teve que ser avaliado e publicado pelas empresas, os investidores passaram a ter restaurada parte da confiança que haviam perdido. Acionistas e o público em geral também são assegurados da veracidade dos dados financeiros, incluindo planilhas de balanço.
Melhoria nos controles internos. Melhores controles internos levam a informações mais precisas. Com informações precisas, um melhor planejamento e investimento pode acontecer em curto e longo prazo.
Acionistas protegidos. Acionistas passaram a ter informações precisas sobre as finanças das empresas que pretendem investir, como ativos, dívidas, perfil de risco, bem como transações. Isso protege os interesses dos potenciais investidores.
Principais desvantagens da SOx:
Sabe a história de “No pain, no gain” (sem dores não há ganhos)? Isso aplica-se à Lei SOx também.Assim, dentre suas principais desvantagens, citamos:
Custos elevados de controle interno. Para os oponentes da Lei Sarbanes-Oxley o cumprimento, a elaboração de relatórios e a auditoria implicam despesas. Por isso, a empresa precisará fazer alguns ajustes no seu orçamento empresarial, evitando assim repassar esse custo aos consumidores finais.
Falta de diretrizes. Mesmo que a SOx tenha regras muito rígidas, não existem diretrizes sobre como implementar o sistema que impõe. Como tal, cada empresa precisa apresentar sua própria maneira de fazer as coisas, o que significa que se fizeram errado terão que enfrentar as consequências.
Aumento de funcionários. Para minimizar os riscos de fraude no decorrer da auditoria contábil é necessário que haja mais de um funcionário controlando a auditoria. Isso porque com apenas uma pessoa há um risco maior de fraudes.
A Lei SOx e a Governança Corporativa
Os métodos da Governança Corporativa tornaram-se essenciais para avaliar riscos e o retorno de um investimento.
Os quatro princípios da Governança Corporativa são:
Transparência;
Equidade;
Prestação de contas e
Responsabilidade corporativa.
Aplicando os princípios da Governança Corporativa, a Lei Sarbanes-Oxley tranquiliza investidores com implementação de mudanças, aumento da transparência de informações financeiras e exige responsabilidade dos executivos sobre quaisquer atividades duvidosas.
Com a Lei SOx surgiu um novo cenário para a Governança Corporativa, com alguns elementos que ganharam força:
Diretorias: a Lei Sarbanes-Oxley muda significativamente a responsabilidade da alta administração (especialmente CEO e CFO) pelo relatório financeiro. Conforme vimos, a lei exige que os altos executivos certifiquem pessoalmente a exatidão dos relatórios. Para você entender melhor, se um gerente superior conscientemente fizer uma certificação falsa, poderá enfrentar de 10 a 20 anos na prisão. Se a empresa for forçada a fazer uma correção contábil devido à má conduta da administração, os altos executivos podem ser forçados a desistir de seus bônus ou lucros obtidos com a venda de ações da empresa.
Conselhos administrativo: com a SOx os conselhos de administração assumem o controle e passam a ter mais poder nas homologações das estratégias de negócios.
Tomadas de decisão: como você sabe, nenhuma empresa pode tomar boas decisões se suas informações financeiras não passam de especulações. A SOx ajuda nesse sentido, pois obriga CEOs, CFOs e outros diretores a melhor controlarem seus relatórios financeiros.
Melhoria nos controles: com a SOx, empresas devem ser capazes de rastrear suas comunicações para conseguir encontrar fraudes ou desvios de conduta. Trocando em miúdos, com mais controles as organizações ficam ainda mais aptas a identificarem riscos que possam interferir em sua reputação ou caixa.
Ágio de governança: investidores passaram a estar dispostos a atribuir e a pagar um valor mais alto pelas ações das companhias que possuem um sistema de governança corporativa.
 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
STEINBERG, Herbert et al; A Dimensão Humana da Governança Corporativa: São Paulo: Gente,2003.
LETHBRIDGE,Eric;	Governançacorporativa.Disponívelem: www.bndespar.com.br/conhecimento/revista/rev809.pdf. Acessado em: 7 jul. 2006.
ANDRADE, A. ROSSET, J.P. Governança Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas, 2004.
IBGC - INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA; Códigos das
Melhores Práticas de Governança Corporativa, 2004: IBGC, 2004.
 Silveira, Alexandre Di Miceli da, Governança corporativa no Brasil e no mundo: teoria e prática. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2010, página 179)
WEB SITE
http://www.sain.fazenda.gov.br/assuntos/politicas-institucionais-economico-financeiras-e-cooperacao-internacional/ocde
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/component/tags/tag/ocde-organizacao-para-a-cooperacao-e-o-desenvolvimento-economico
http://www.oecd.org/brazil/
2

Outros materiais