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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DA CIÊNCIA POLÍTICA Professora: Lidiane Na base do pensamento liberal, encontram- se as reflexões e proposições desenvolvidas pelos filósofos ingleses e franceses dos séculos XVII e XVIII, que se opunham ao poder absoluto exercido pelas monarquias hereditárias da Europa, propondo bases alternativas ao direito divino para legitimar o exercício do poder político. O marxismo, por sua vez, estruturou-se como crítica é alternativa à sociedade burguesa e à ordem liberal vigentes no século XIX, tendo por base o pensamento dos filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels. O PENSAMENTO LIBERAL O pensamento liberal funda-se em uma corrente filosófica que foi predominante na Europa durante os séculos XVII e XVIII: o jusnaturalismo. Contrariamente a toda tradição filosófica, anterior e posterior, o jusnaturalismo busca no indivíduo – e não no grupo – a origem do Direito e da ordem política legítima. LIBERALISMO A igualdade e liberdade são os valores centrais e fundamentais do liberalismo. A vida em sociedade não é o ambiente natural do homem, mas um artifício fundado em um contrato; Antes de viver em sociedade, o homem vivia em meio ao estado de natureza; No estado de natureza, as relações humanas eram regidas pelo Direito Natural; A razão é o único meio de se conhecer os direitos naturais; e O Direito Natural constitui a única base legítima do Direito Civil. ESTADO DE NATUREZA No estado de natureza, isto é, naquele estágio em que a humanidade ainda não vivia organizada em sociedade, e muito menos submetida ao poder do Estado, os indivíduos gozariam da mais plena liberdade e usufruiriam de tudo aquilo que pudessem possuir. ESTADO DE NATUREZA No estado de natureza, todos os indivíduos são naturalmente iguais e igualmente portadores de determinados direitos naturais aos quais não podem, em hipótese alguma, renunciar. Entre esses direitos naturais encontram-se: o direito a liberdade; e o direto a propriedade. Se a condição humana no estado de natureza era a de plena liberdade e independência, por que, então, a humanidade resolveu, em um determinado momento do seu percurso, viver em sociedade e sob o domínio do Estado? Por segurança e para proteção dos bens e vida de cada um. CONTRATUALISTAS Terias imaginárias Contratualistas: Hobbes Locke Rousseau O liberalismo caracteriza-se por um radical humanismo ao contestar o princípio do fundamento divino da lei e do poder dos governantes, também vigentes até o século XVIII. A ideia de que a união política surge de um pacto de submissão, por meio do qual cada indivíduo abre mão do uso legítimo da sua força física, transferindo-o ao Estado, repousa sobre a noção, até então desconhecida, de representação popular como fundamento do exercício do poder político. O liberalismo funda-se no jusnaturalismo, que tem o indivíduo por ponto de partida. Todos os indivíduos são iguais e dotados de direitos universais e irrevogáveis.. Todos os indivíduos têm direito à liberdade e à propriedade. Todo o poder legítimo, independente da sua forma, tem de respeitar o direito à liberdade e à propriedade. A função do Estado é a de garantir a segurança, a liberdade e a propriedade dos indivíduos. O poder do Estado funda-se em uma relação de representação entre governantes e governados. O PENSAMENTO MARXISTA O marxismo toma por ponto de partida o grupo social, retomando uma longa tradição filosófica posta de lado durante os duzentos anos de domínio do jusnaturalismo no pensamento europeu. A dinâmica das sociedades humanas volta a ser compreendida e analisada a partir das relações estabelecidas entre os seus grupos sociais – no caso do marxismo, as classes sociais – e não mais entre indivíduos abstratos e atemporais A história – que foi colocada em um plano secundário pelos jusnaturalistas –, volta a ser o objeto central da reflexão dos filósofos e economistas alemães do século XIX, entre os quais se encontrava Marx. A história possui um motor – que é a luta de classes – que a conduz a certo fim e que independe da consciência dos homens. As classes sociais são um conceito- chave do pensamento marxista e seriam identificadas e definidas por sua inserção no processo produtivo, resultante da divisão social trabalho. KARL MARX Segundo Marx, antes do surgimento das primeiras civilizações, o modo de produção vigente era o do “comunismo primitivo”. Nesse, a humanidade vivia organizada em tribos, não havia Estado, nem divisão social do trabalho; não havia classes sociais, nem tampouco propriedade. A produção e o consumo eram coletivos. Tudo o que os homens produziam era imediatamente consumido, não havendo, assim, excedente de riqueza a ser acumulado. A produção de um excedente econômico só se tornou possível com a invenção da agricultura e da divisão social do trabalho, que trouxe consigo a divisão do grupo social em diferentes classes, as quais se apropriaram de forma desigual da riqueza produzida. Assim, segundo Marx, surgiram nas sociedades civilizadas uma classe dominante e uma, ou mais de uma, classe(s) dominada(s). Para assegurar a dominação de uma classe sobre outra, surgiu, então, o Estado Nas sociedades organizadas sob esse modo de produção, as classes sociais fundamentais eram: a dos senhores e proprietários dos meios de produção (os patrícios, na Roma republicana e imperial), e a dos escravos. Antes da sociedade industrial, os indivíduos das classes exploradas encontravam-se espalhados pelo território sem contato uns com os outros, o que não favorecia o desenvolvimento de uma consciência comum (de classe) que lhes permitisse formular um projeto alternativo de organização da sociedade. Segundo Marx, as condições para que o proletariado industrial desenvolvesse a sua consciência de classe já existia no século XIX, pois o desenvolvimento da grande indústria os havia concentrado num mesmo local, sob condições idênticas de vida e de trabalho. O papel do partido comunista seria, então, o de organizar politicamente a classe operária, desenvolvendo a sua consciência de classe e conduzindo-a na tomada do poder. Para Marx, a construção do socialismo rumo ao comunismo passaria por algumas etapas necessárias. Ao tomar o poder do Estado, o proletariado deveria: acabar com a propriedade privada dos meios de produção, que é a base material, isto é, a infraestrutura sobre a qual a burguesia exerce o seu poder sobre o proletariado; e instituir a ditadura do proletariado, pondo fim ao ordenamento político então vigente, ou seja, à ordem liberal, isto é, à superestrutura da sociedade burguesa. O Socialismo, no entanto, seria apenas uma fase transitória do capitalismo ao comunismo, durante a qual o proletariado utilizaria toda a força do Estado para acabar com a sociedade de classes.
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