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DIREITO PENAL II
8º Ponto
PUNIBILIDADE
1. Conceito:
Punibilidade é o direito de punir do Estado, isto é, é o direito estatal de aplicar a pena cominada no preceito secundário da norma penal incriminadora, contra quem praticou um fato típico antijurídico e culpável. 
A punibilidade não se confunde com o crime, representando a sua consequência jurídica.
2. Principal característica: relatividade:
O direito de punir do Estado é absoluto ou relativo?
O direito de punir do Estado encontra limites (é limitado) e, portanto não é absoluto, podendo, inclusive, ser extinto. 
Os limites são:
a) limite temporal: prescrição; o direito de punir, em regra, encontra limite no tempo;
b) limite espacial: princípio da territorialidade (artigo 5.º do CP). Em regra, só serão punidos fatos praticados no território nacional.
c) limite modal: limitação quanto ao modo de punir. O Estado não pode punir de qualquer modo. Lembrem-se, por exemplo, do princípio da humanidade, pelo qual são proibidas as penas cruéis ou degradantes.
3. Causas extintivas da punibilidade:
As hipóteses de extinção da punibilidade estão previstas no art. 107 do CP. O rol desse dispositivo é exemplificativo.
Diante disso, outras hipóteses podem ser encontradas, por exemplo, na parte especial do Código Penal: é o caso do art. 312, § 3º. Assim, no peculato culposo, a reparação do dano antes da sentença definitiva extingue a punibilidade.
Podem ser encontradas, também, na legislação especial: art. 76 da Lei 9.099/95 (transação penal cumprida) ou o art. 89 da Lei 9.099/95 (suspensão do processo cumprida), dentre outras.
3.1 Morte do Agente (art. 107, I, do CP):
A palavra agente abrange o indiciado, réu, recorrente ou recorrido e o reeducando. A morte extingue a punibilidade do agente a qualquer tempo. Por quê? Princípio da personalidade ou pessoalidade da pena (art. 5º, inciso XLV, da CF).
A morte do agente extingue a punibilidade, eliminando todos os efeitos penais de eventual condenação e, portanto, constitui óbice ao pedido de reabilitação. Os efeitos civis permanecem (a sentença continua servindo como título executivo judicial) e, em sendo assim, mesmo com a morte do agente é possível a revisão criminal.
A morte do agente é uma causa personalíssima, porque só extingue a punibilidade de quem morreu. Não se estende a partícipe ou coautores.
A morte do agente se prova apenas por meio da certidão de óbito. É uma exceção ao princípio da liberdade das provas. É um caso de prova tarifária – certa e determinada em lei (art. 62 do Código de Processo Penal - CPP).
No caso da morte presumida, a sentença que declarou a morte presumida, segundo a doutrina (Luiz Flavio Gomes - LFG), pode ser admitida como prova da morte no processo penal para fins de extinção da punibilidade do agente.
3.2. Anistia, Graça e Indulto (art. 107, II, do CP):
Anistia, graça e indulto são espécies do gênero renúncia Estatal ao direito de punir.
3.2.1. Anistia:
É espécie de renúncia Estatal ao direito de punir. 
Trata-se de ato legislativo federal, ou seja, lei penal (ou seja, não vale Decreto) devidamente discutida no Congresso Nacional e sancionada pelo Poder Executivo, por meio da qual o Estado, em razão de clemência, política, social etc. esquece um fato criminoso, apagando os seus efeitos penais.
Os efeitos civis de eventual condenação permanecem.
3.2.1.1 Classificação doutrinária de anistia:
Quanto ao momento:
a) própria: quando concedida antes da condenação;
b) imprópria: quando concedida após a condenação.
Quanto à pessoa do destinatário:
a) irrestrita: quando não exige condição pessoal do destinatário;
b) restrita: quando exige condição pessoal do destinatário como, por exemplo, ele tem que ser primário.
Quanto às condições impostas:
a) incondicionada: quando a lei não impõe condição para a sua concessão;
b) condicionada: quando a lei impõe condição para a sua concessão. Ex.: só fará jus à anistia quem reparar o dano.
Quanto à abrangência:
a) comum: quando incide sobre crime comum;
b) especial: quando se trata de crime político.
3.2.2.Graça e Indulto:
São benefícios que extinguem a punibilidade. Espécies de renúncia estatal ao direito de punir. São institutos extintivos da punibilidade concedidos ou delegados pelo Presidente da República, via decreto presidencial (art. 84, XII, da CF), permanecendo todos os efeitos secundários de eventual condenação (extinguem apenas os efeitos executórios penais), ou seja, só não cumpre a pena; a condenação gera reincidência e a sentença serve como título executivo no cível.
Pela letra da lei, a graça e o indulto pressupõem condenação definitiva. Mas, atualmente, de acordo com a doutrina e a jurisprudência, é possível sua aplicação a todos os condenados, ainda que provisórios (Súmula 716 do Supremo Tribunal Federal: o STF está admitindo execução provisória pro reo). Ex.: preso condenado provisoriamente tem direito à graça.
	GRAÇA
	INDULTO
	É um benefício individual;
	É um benefício coletivo;
	Depende de provocação do interessado;
	Independe de provocação;
	É chamada de indulto individual.
	Trata-se de indulto coletivo.
A graça e o indulto podem ser:
a) Plenos: quando extinguem totalmente a pena;
b) Parciais: apenas diminuem ou substituem a pena (é a chamada comutação).
c) Incondicionados: quando não impõem condições;
d) Condicionados: quando impõem condições. Ex.: reparação do dano; primariedade do agente etc.
3.2.2.1 Graça e Indulto e os Crimes Hediondos e a eles equiparados:
Art. 5.º, XLIII, da CF: a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos... .
Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos): são insuscetíveis de anistia, graça e indulto. Previu a proibição de indulto, que não foi prevista na CF. Trata-se de uma regra constitucional?
1ª corrente: é inconstitucional, pois a CF traz vedações máximas (taxativas), não poderia o legislador ordinário suplantá-las (LFG, ALBERTO SILVA FRANCO);
2ª corrente: é constitucional, trazendo a CF vedações mínimas (“a lei definirá”). Posicionamento do STF.
Lei 9.455/97 (Crime de Tortura): é insuscetível de anistia e graça. Não vedou o indulto (art. 1.º, §6º), como fez a Lei dos Crimes Hediondos:
1ª corrente: Se o indulto é permitido à tortura – que é equiparado a hediondo –, então foi revogada, tacitamente, a proibição da Lei 8.072/90, sob pena de violação ao princípio da isonomia;
2ª corrente: Não revogou, porque a lei de tortura é uma norma especial (princípio da especialidade). Esta é a posição do STF.
Lei 11.343/06 (tráfico de entorpecentes): são insuscetíveis de anistia, graça e indulto (art. 44). Foi fiel à lei dos crimes hediondos.
3.2.2.2 Graça e Indulto e as medidas de segurança:
É possível graça e indulto para medida de segurança?
Prevalece o entendimento de que a medida de segurança é orientada por perícia médica, não sendo da competência do Presidente da República extingui-la.
3.2.2.3 Quadro sinóptico:
3.3 Abolitio Criminis (art. 107, III, do CP)
É a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. Encontra previsão legal no art. 2.º, caput, do Código Penal, e tem natureza jurídica de causa de extinção de punibilidade.
Alcança a execução e os efeitos da sentença penal condenatória, não servindo como pressuposto da reincidência, nem configurando maus antecedentes. No entanto, permanecem os efeitos civis da eventual condenação, tais como a obrigação de reparar o dano causado pela infração penal.
Juízo competente para aplicar a abolitio criminis:
a) Em se tratando de inquérito policial ou de ação penal que se encontre em 1º grau de jurisdição, àquele juízo compete a aplicação da lei mais favorável. Ex.: crime praticado na comarca de São Paulo, com inquérito policial distribuído e ação penal ajuizada na 10 ª Vara Criminal. Ojuiz de Direito responsável por esta Vara deverá aplicar a lei mais favorável;
b) No caso de ação penal em grau de recurso, ou ainda na hipótese de crime de competência originária dos Tribunais (prefeitos, deputados, por exemplo), tal dever será reservado ao Tribunal respectivo;
c) Se a condenação já tiver sido alcançada pelo trânsito em julgado, a competência será do Juízo da Vara das Execuções Criminais. É o que se extrai do art. 66, I, da Lei de Execução Penal, e da Súmula 611 do STF (“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna”).
#Qual a diferença de anistia e abolitio criminis?
A anistia esquece um fato preservando o tipo penal; não se trata da supressão da figura criminosa; ela trabalha com casos concretos. A abolitio criminis é supressão do tipo penal; ela trabalha com casos em abstrato.
3.4 Prescrição, decadência e perempção (art. 107, IV, do CP)
3.4.1 Prescrição: é a perda do direito de punir pelo decurso do tempo;
3.4.2 Decadência: é a perda do direito de queixa ou representação em face da inércia de seu titular durante o prazo legalmente previsto.
E qual é o prazo? Está previsto no art. 103, do CP, que contempla 2 hipóteses:
a) Queixa-crime (ação penal privada) (ex. difamação, bigamia): 6 meses a contar do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor;
b) Ação penal privada subsidiária da pública: 6 meses a contar do dia em que se esgota o prazo para o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público.
O prazo decadencial é preclusivo e improrrogável, e não se submete, à incidência de quaisquer causas de interrupção e suspensão.
3.4.3 Perempção: é a perda do direito de ação, que acarreta a extinção da punibilidade, provocada pela inércia processual do querelante.
A perempção é aplicável às ações privadas (iniciadas mediante queixa-crime) e suas causas estão previstas no art. 60, do CPP:
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 (a preferência será do cônjuge, ascendente, descendente e irmão);
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais;
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.
3.5 Renúncia ao direito de queixa ou perdão aceito nos crimes de ação privada (art. 107, V, do CP):
3.5.1 Renúncia ao direito de queixa:
A renúncia é ato unilateral pelo qual se efetua a desistência do direito de ação privada pela vítima. 
3.5.1.1 Características do instituto:
Em regra só é cabível na Ação Penal Privada, contudo, excepcionalmente é cabível na Ação Penal Pública condicionada à representação do ofendido (ex. calúnia contra juiz), nos crimes de menor potencial ofensivo (art. 74, parágrafo único, da Lei 9.099/95);
É um instituto pré-processual (ocorre antes do oferecimento da denúncia ou queixa);
Obsta a formação do processo penal;
Renunciando, expressa ou tacitamente, o direito de queixa não pode ser exercido (art. 104 do CP);
A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal, ou procurador com poderes especiais (art. 50 do CPP);
A renúncia expressa do representante legal do menor, não privará este do direito de queixa quando completar 18 anos, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro (Súmula 594 do STF);
A renúncia tácita é a prática de ato incompatível com a vontade de exercer o direito de queixa (ex. nas infrações de menor potencial ofensivo, a composição civil gera a renúncia tácita, nos termos do art. 74, parágrafo único, da Lei 9.090/95);
Entretanto, nos crimes comuns, segundo o art. 104, parágrafo único, do CP, não implica renúncia tácita o fato de o ofendido receber indenização do dano causado pelo crime;
Em havendo pluralidade de agentes, a renúncia ao direito de queixa em relação a um dos autores do crime a todos se estenderá, importando renúncia tácita (Princípio da Indivisibilidade da Ação Penal Privada, art. 49 do CPP);
Havendo 2 vítimas, a renúncia de uma não prejudica o direito da outra, possuindo cada qual direitos autônomos;
No caso de morte da vítima, a renúncia ao direito de queixa por parte de um dos seus sucessores não impede a propositura da ação penal pelos demais, respeitado o prazo legal decadencial;
É ato unilateral, não depende da aceitação do “querelado” (=como é chamado o acusado na ação penal privada).
3.5.2 Perdão aceito:
3.5.2.1 Conceito de perdão:
Perdão é a desistência do querelante de prosseguir na ação penal privada que iniciou. (Celso Delmanto et al, Código Penal Comentado, p. 162). 
O perdão do ofendido não se confunde com o perdão judicial, caso em que o CP permite ao juiz deixar de aplicar a pena, tomando em consideração determinadas circunstâncias.
O perdão só é cabível na ação penal privada.
3.5.2.2 Oportunidade do perdão:
O perdão só pode ser concedido depois de iniciada a ação penal e, de acordo com art. 106, II, § 2.º, CP, seu oferecimento pode se dar o trânsito em julgado da sentença condenatória.
Antes do inicio da ação penal não poderá existir perdão, mas renúncia (CP, art. 104), porquanto o perdão pressupõe o oferecimento da queixa.
3.5.2.3 Formas do perdão:
De acordo com o art. 106, caput, e § 1.º, do CP, o perdão pode ser:
a) Processual: formalizado nos autos do processo;
b) Extraprocessual: formalizado fora dos autos do processo;
c) Expresso: concedido por meio de declaração ou termo assinado pelo ofendido, seu representante legal ou procurador especialmente habilitado (arts. 50 e 56, do CPP);
d)	Tácito: quando resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação (art. 106, II, 1.º, do CP).
Como regra, o perdão processual é sempre expresso (art. 58, parte inicial, do CPP). O perdão extraprocessual pode ser expresso ou tácito. 
3.5.2.4 Concessão do perdão:
Se o ofendido é menor de 18 anos de idade, a concessão do perdão cabe ao seu representante legal. Se o ofendido tiver entre 18 e 21 anos, o direito de perdão pode ser exercido por ele ou por seu representante (art. 52, do CPP). Caso haja pluralidade de ofendidos, o perdão concedido por um não prejudicar o direito do outro. (art. 106, II, do CP).
3.5.2.5 Aceitação do perdão:
Ao contrário da renúncia, o perdão é um ato bilateral, não produzindo efeito se o querelando não o aceita (arts. 107, inciso V, e 106, inciso III, do CP).
A exigência da aceitação do perdão se justifica porque o querelado pode ter o interesse de provar a sua inocência. Então, o perdão não basta ser concedido: é essencial que seja aceito.
O art. 58, caput, do CPP, estabelece que "concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de 3(três) dias, se o aceite, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importava aceitação". Esse dispositivo mostra que a aceitação pode ser expressa ou tácita.
Nestes termos, assim como ocorre com o oferecimento, podemos classificar a aceitação do perdão da seguinte forma:
a) Processual: quando realizada nos autos da ação penal;
b) Extraprocessual: feita fora dos autos da ação penal;
c) Expressa: quando o querelante, nos autos, declara aceitar o perdão. É constante de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais;
d) Tácita: quando consiste em ato praticado pelo querelado incompatível com a vontade de não aceitar o perdão e no caso em que o querelado silencia a respeitodo perdão oferecido pelo querelante, haja vista que, como decorre do art. 58, caput, do CPP, acima transcrito, o silêncio importa aceitação tácita nestes casos.
3.5.2.6 Efeitos do perdão aceito no concurso de agentes:
Nos termos do art. 51 do CPP e art. 106, incisos I e III, do CP, quando há dois ou mais querelados, o perdão concedido a um deles se estende a todos, sem que produza, entretanto, efeitos em relação ao que o recusa.
Ou seja, é extensível a todos os querelados o perdão concebido a um deles, pois o direito de queixa é indivisível, mas seus efeitos somente aproveitarão àqueles que aceitarem.
3.6 Retratação do Agente (art. 107, VI, do CP):
3.6.1 Conceito e características:
Retratar-se é o ato pelo qual o agente reconhece o erro que cometeu e o denuncia à autoridade, retirando o que anteriormente havia dito.
Não é uma causa extintiva da punibilidade geral, mas sim específica, porquanto só cabe nos casos expressamente previstos na lei. Não cabe analogia. São hipóteses taxativas.
O CP lista 4 hipóteses em que a retratação extingue a punibilidade:
a) calúnia (art. 143);
b) difamação (art. 143);
c) falso testemunho (art. 342, §2.º);
d) falsa perícia (art. 342, §2.º).
OBSERVAÇÃO: A Lei de Imprensa prevê a retratação na calúnia, na difamação e na injúria. No entanto, esta lei está suspensa pela ADPF nº 130.
É um ato unilateral e, portanto, não necessita da concordância da vítima.
Deve ser feita nos autos.
3.6.2. Momento:
Para que a retratação extinga a punibilidade, ela deverá ocorrer até a sentença de primeiro grau, ou, até a decisão do Tribunal do Júri. Em grau de recurso a retratação não extingue a punibilidade (cf. arts. 143 e 342, §2.º, do CP).
3.6.3 Efeitos do perdão aceito no concurso de agentes:
A retratação do agente causa a extinção da punibilidade dos outros agentes, ou seja, é causa subjetiva ou objetiva da punibilidade?
Na calúnia e difamação, a retratação é subjetiva (é incomunicável); somente o querelado fica isento de pena. No caso do art. 342, §2.º, do CP (falso testemunho ou falsa perícia) a retratação é objetiva (é comunicável); o fato deixa de ser punível; trata-se de uma circunstância objetiva.
3.7 Perdão Judicial (art. 107, IX, do CP):
3.7.1 Conceito e características:
Perdão judicial é um instituto pelo qual o juiz, não obstante a prática de um fato típico e ilícito, por um agente comprovadamente culpado, deixa de aplicar a pena em hipóteses taxativamente previstas em lei, levando em consideração determinadas circunstâncias que concorrem para o evento. É um ato de clemência do Estado.
O perdão judicial, diferentemente do perdão do ofendido, é ato unilateral, isto é, dispensa a concordância do perdoado.
Preenchidos os requisitos, o perdão judicial trata-se de verdadeiro direito subjetivo do réu e não faculdade do juiz.
Qual a natureza jurídica da sentença concessiva do perdão judicial?
1ª corrente: é condenatória. Interrompe a prescrição. Serve como título executivo. Deve aguardar o devido processo legal (CAPEZ).
2ª corrente: é declaratória de extinção da punibilidade. Não interrompe a prescrição. Não serve como título executivo. Súmula 18 do STJ (“A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório”). É o entendimento que prevalece.
3.7.2 Situações que ensejam o perdão judicial:
O perdão judicial, em regra, é aplicável aos crimes culposos. Mas também tem incidência a crimes dolosos, dependendo apenas da vontade do legislador. Vejamos alguns casos em que foi previsto:
a) art. 121, § 5.º, do CP: “na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária”;
b) art. 129, § 8.º, do CP: “aplica-se à lesão corporal culposa o disposto no art. 121, § 5.º”;
c) art. 140, § 1.º, do CP: no tocante ao crime de injúria, “o juiz	pode deixar de aplicar a pena: I – quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria”;
d) art.	180, § 5.º, do CP: relativamente à receptação culposa, “na hipótese do § 3.º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena”;
e) art. 8.º da Lei das Contravenções Penais: “no caso de ignorância ou errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada”;
f) art. 39, § 2.º, da Lei das Contravenções Penais: na conduta de participar de associações secretas, mas com fins lícitos, o juiz pode deixar de aplicar a pena;
g) art. 29, § 2.°, da Lei 9.605/98 - Lei dos Crimes Ambientais: “no caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena”;
h) art. 13 da Lei 9.807/99: “Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado: I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa; II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada; III - a recuperação total ou parcial do produto do crime”.
PRESCRIÇÃO:
1. Conceito:
É a perda, em face do decurso do tempo, do direito de o Estado punir ou executar a punição já imposta. É a perda da pretensão punitiva ou da pretensão executória em razão do decurso do tempo.
Casos de imprescritibilidade:
I – art. 5.º, XLII, CF (racismo);
II – art. 5.º, XLIV, CF (ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito).
2. Espécies:
1- prescrição da pretensão punitiva: ocorre antes do trânsito em julgado da condenação; extingue todos os efeitos de eventual condenação provisória. A prescrição da pretensão punitiva tem 4 subespécies:
a) prescrição da pretensão punitiva em abstrato (art. 109, do CP);
b) prescrição da pretensão punitiva superveniente (arts. 109 e 110, §1.º, do CP);
c) prescrição da pretensão punitiva retroativa (arts. 109 e 110, §2.º, do CP);
d) prescrição da pretensão punitiva em perspectiva, por prognose, antecipada, virtual.
2- prescrição da pretensão executória (art. 110, caput, do CP): ocorre depois do trânsito em julgado da condenação; subsistem todos os efeitos secundários da condenação; só impede o cumprimento/execução da pena, permanecendo os demais efeitos da condenação.
3. Fundamento da prescrição:
O fundamento básico da prescrição pode assim ser resumido: o tempo faz desaparecer o interesse social de punir.
4. Prescrição da Pretensão Punitiva:
4.1 Prescrição da Pretensão Punitiva em Abstrato:
Fundamento legal: art. 109, caput, do CP: pressupõe a ausência de qualquer condenação;
O interesse de punir do Estado varia de acordo com a pena máxima em abstrato prevista para o delito. Trabalha com pena máxima em abstrato, conforme exposto na seguinte tabela:
	Máximo da pena privativa de liberdade abstratamente cominada ao delito
	Prazo prescricional
	Inferior a 1 ano (inciso VI)
	3 anos
	Igual ou superior a 1 ano, até 2 anos (inciso V)
	4 anos
	Superior a 2 anos até 4 anos (inciso IV)
	8 anos
	Superior a 4 anos até 8 anos (inciso III)
	12 anos
	Superior a 8 anos até 12 anos (inciso II)
	16 anos
	Superior a 12 anos (inciso I)
	20 anos
Para chegar à pena máxima em abstrato consideram-se as causas de aumento e diminuição de pena? Sim. Se houver causa de aumento variável (um a dois terços, p. exemplo) tem-se que pegar a que mais aumenta. Se houver uma causa de diminuição variável, considera-se a que menos diminui. Aqui, trabalha-se com a pior das hipóteses;
OBSERVAÇÃO: Não se considera o aumento oriundo de concurso de crimes (art. 119 do CP). No caso de concurso de crimes,cada crime prescreve isoladamente, entendimento este que também se aplica à continuidade delitiva (Súmula 497, do STF: “Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação”).
Para encontrar a pena máxima em abstrato devem ser consideradas as agravantes e atenuantes de pena? Não, porque a quantidade de aumento fica a critério do juiz. ENTRETANTO, a atenuante da menoridade e da senilidade reduz o prazo prescricional pela metade (art. 115 do CP);
Reconhecida essa espécie de prescrição, quais as consequências? 
I – desaparece para o Estado o seu direito de punir, inviabilizando qualquer aná seu direito de punir, inviabilizando qualquer ano prazo prescricional ecutar puniçessupoe to de que a medida de segurança lise do mérito;
II - nos termos do art. 397, IV, do CPP, permite julgamento antecipado da lide (absolvição sumária);
III – o acusado não será responsabilizado pelas custas processuais;
IV – o acusado terá direito à restituição integral da fiança (se eventualmente houver pagado);
Quando inicia a prescrição da pretensão punitiva do Estado?
I- Termo inicial: regra, art. 111, caput, do CP: começa a ocorrer do dia que o crime se consumou. Como é prazo de direito material, computa-se o dia do início;
II- Regras especiais:
a) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa (o último ato executório);
b) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; no crime permanente, enquanto não cessar a permanência, a prescrição não corre. Assim, numa extorsão mediante sequestro, enquanto a vítima não for libertada a prescrição não corre, mesmo que o resgate já tenha sido pago;
c) nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil (exemplo: adoção à brasileira): da data em que o fato se tornou conhecido;
d) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos no CP ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal. Introduzida pela Lei 12.650, publicada em 18.05.2012. 
III- Crime habitual. Ex: Casa de prostituição; só se consuma com a reiteração de atos; a partir do segundo ato já se tem o crime; imagine que um bar, em que se pratique o comércio carnal, iniciou as suas atividades em dezembro de 2006 e fechou em dezembro de 2008. A prescrição começa a correr a partir do segundo ato ou de quando a casa de prostituição foi fechada? O STF (HC 87987-RS) equiparou esse fato ao crime permanente, isto é, enquanto não cessados os atos habituais, a prescrição não corre, mesmo entendimento do STJ (HC 105074). Guardem esta regra, para o STF e o STJ: crime habitual = crime permanente (para fins de prescrição);
Hipóteses de interrupção (art. 117, I a IV, do CP): em cada interrupção, é zerado o prazo prescricional, ou seja, começa a contar desde o início;
Concurso de agentes e concurso de crimes: regra especial: art. 117, §1.º, do CP: o juiz condena A, absolve B, a interrupção ocorre para todos os réus; da mesma forma, se o juiz condena por um crime e absolve pelos outros que são objetos de um mesmo processo, também ocorre interrupção da prescrição para os crimes absolvidos.
Acórdão: considera-se publicado na data da sessão do julgamento pelo colegiado e não quando é divulgado na imprensa oficial (STF, AP-ED 396, CÁRMEN LÚCIA);
Da aplicação do art. 111 combinado com (c.c.) o art. 117 do CP podemos visualizar os seguintes marcos interruptivos da prescrição:
I – procedimento diverso do júri:
Data do fato (art. 111) recebimento da denúncia (art. 117, I) publicação da sentença ou acórdão condenatório (art. 117, IV) 
II – procedimento do júri:
Data do fato (art. 111) recebimento da denúncia (art. 117, I) pronúncia (art. 117, II) confirmação da pronúncia (art. 117, III) publicação da sentença ou acórdão condenatório (art. 117, IV) 
OBSERVAÇÃO: Mesmo com a desclassificação pelos jurados, a pronúncia ou a confirmação da pronúncia continua interrompendo a prescrição, nos termos da Súmula 191, do STJ.
O juiz pode reconhecer a prescrição de ofício? Sim, nos termos do art. 61 do CPP. Não depende de provocação;
Ato infracional prescreve?
Ato infracional é um fato previsto como crime praticado por adolescente infrator, passível de medida socioeducativa.
1ª corrente: não havendo punição, mas sim pretensão de educação, não prescreve.
2ª corrente: com fundamento no princípio da isonomia, se crime prescreve, ato infracional também prescreve. Este é o entendimento da Súmula 338, do STJ.
4.2 Prescrição da Pretensão Punitiva Superveniente:
Fundamento legal: arts. 109 e 110, §1.º, do CP;
Antes da sentença recorrível, não se sabe qual a quantidade ou tipo da pena a ser fixada pelo juiz, razão pela qual o lapso prescricional regula-se pela pena máxima prevista em lei;
Contudo, fixada a pena, ainda que provisoriamente, transitando esta em julgado para a acusação, não mais existe razão para se levar em conta a pena máxima em abstrato, na medida em que a pena aplicada (provisória) passa a ser a pena máxima para o caso concreto, mesmo que haja recurso da defesa, porquanto é vedado a reformatio in pejus;
Características:
I – pressupõe sentença penal condenatória;
II – os prazos são os mesmos do art. 109 e incisos do CP.
III – conta-se a prescrição da publicação da sentença condenatória até a data do trânsito em julgado final (para ambas as partes);
IV – pressupõe o trânsito em julgado da condenação para a acusação ou o desprovimento (= rejeição) do seu recurso (sem esta característica, está-se diante da prescrição em abstrato);
V – tem as mesmas consequências da prescrição da pretensão punitiva em abstrato, porque são espécies do mesmo gênero;
VI – eventual sentença condenatória é rescindida, não produzindo qualquer efeito penal.
OBSERVAÇÃO: Importante parcela da doutrina e da jurisprudência entende que eventual recurso da acusação só suspende a prescrição superveniente se, buscando aumento da pena, for provido e a pena aumentada pelo tribunal.
4.3 Prescrição da Pretensão Punitiva Retroativa:
Prevista no artigo 110, §2º, do CP. O prazo prescricional conta-se da publicação da sentença ou do acórdão condenatório para trás.
Exemplo: Vejamos o caso de um furto simples, que tem pena de 1 a 4 anos:
O agente cometeu um furto na data de 11.05.2009;
A denúncia foi recebida em 11.02.2010;
Foi proferida sentença em 11.03.2012 que o absolveu; e
O Ministério Público recorreu e, em 11.04.2015, acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça condenou-o ao cumprimento da pena de 2 anos de reclusão, acórdão este que transitou em julgado para a Acusação e 11.06.2015.
Nesta hipótese, como houve trânsito em julgado para a Acusação, para fins de prescrição, leva-se em consideração a pena fixada pelo acórdão condenatório – 2 anos.
Nos termos do art. 109, V, do CP, o prazo prescricional é de 4 anos.
Assim, ocorre a prescrição da pretensão punitiva na modalidade retroativa, na medida em que entre o recebimento da denúncia (último marco interruptivo da prescrição) e o acórdão condenatório transcorreu prazo superior a 4 anos.
Veja-se, pois, que o prazo prescricional foi contado para trás, porque retroagiu do acórdão condenatório até o recebimento da denúncia.
4.3.1 Gráfico ilustrativo da prescrição retroativa no procedimento comum: 
4.3.2 Gráfico ilustrativo da prescrição retroativa no procedimento do Tribunal do Júri:
A prescrição da pretensão punitiva retroativa tem o mesmo fundamento, as mesmas características e idênticas consequências da prescrição superveniente, mas tem por termo inicial data anterior à sentença ou acórdão condenatório recorrível, ou seja, vai da sentença/acórdão condenatória recorrível para trás.
Para os fatos praticados após o advento da Lei 12.234/10, que entrou em vigor no dia 06.05.2010, a prescrição retroativa não pode ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.Ou seja, para crimes praticados a partir de 06.05.2010, a prescrição não pode retroagir para qualquer momento anterior ao recebimento da denúncia ou queixa.
O juiz de primeiro grau pode reconhecer a prescrição retroativa com base na pena concretamente aplicada na sentença se o Ministério Público não recorre?
1ª corrente: não, porque com a sentença ele esgota a sua jurisdição (CAPEZ);
2ª corrente: sendo matéria de ordem pública, o juiz pode reconhecer a prescrição a qualquer tempo (LFG e MAIORIA).
4.4 Prescrição da Pretensão Punitiva Antecipada/Virtual/Por Prognose/Em Perspectiva:
Não tem previsão legal. É de criação doutrinária e jurisprudencial.
Exemplo: Vejamos outro caso de furto simples, que tem pena de 1 a 4 anos:
O agente cometeu um furto na data de 11.05.2002 e
A denúncia foi oferecida em 11.02.2008;
Neste caso, como o agente é primário e possuidor de bons antecedentes e o Ministério Público não narrou nenhuma circunstância agravante ou causa de aumento de pena é certo que, se o juiz o condenar, vai ter que aplicar a pena mínima, qual seja, 1 ano de reclusão.
Nos termos do art. 109, VI, com a redação vigente na época dos fatos – em 2002, antes, portanto, da Lei 12.234/2010, que aumento o prazo prescricional nesta hipótese –, a pena de 1 ano de reclusão prescreve em 2 anos.
Assim, considerando a data dos fatos (11.05.2002) e a data em que a denúncia foi oferecida (11.02.2008), há doutrinadores que defendem que o juiz poderia deixar de receber a denúncia considerando que, virtualmente, o caso já estaria fulminado pela prescrição, na medida em que o agente, quando muito, receberia uma a pena mínima (1 ano de reclusão), a partir da qual o magistrado teria de reconhecer a prescrição retroativa, como demonstrado acima.
Para melhor entendermos a prescrição em perspectiva, considere o seguinte gráfico:
Ou seja, a prescrição da pretensão punitiva em perspectiva, de criação doutrinária, analisa as circunstâncias do fato bem como as condições pessoais do agente e antevê a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva retroativa, concluindo pela falta do interesse de agir.
Não é aceita pelo STF, nem STJ, que, a respeito, inclusive, editou a Súmula 
5. Prescrição da Pretensão Executória:
5.1 Características:
a) considera-se a pena em concreto;
b) pressupõe trânsito em julgado final da condenação para ambas as partes;
c) os prazos são do artigo 109 do CP, aumentados de 1/3 se o agente for reincidente.
5.2 Efeitos:
Reconhecida a prescrição da pretensão executória, extingue-se somente a pena aplicada, sem, contudo, rescindir a sentença condenatória (que produz efeitos penais e extrapenais). A sentença continua gerando reincidência, poderá ser executada como título executivo judicial etc.
5.3 Termo inicial:
Da data do fato até o recebimento da inicial fala-se em prescrição da pena em abstrato; 
Do recebimento da inicial até a publicação do acórdão ou sentença condenatória fala-se em prescrição da pretensão punitiva em abstrato; 
Transitada a condenação para a Acusação (não recorreu ou recurso desprovido) fala-se em prescrição da pretensão punitiva retroativa (da publicação da sentença/acórdão condenatório até o recebimento da inicial ou desta até a data do fato) ou superveniente (da publicação da condenação até o trânsito em julgado para ambas as partes); 
Transitada, em definitivo (= para ambas as partes) a condenação, aí sim é possível falar-se em prescrição da pretensão executória, a qual tem como termo inicial a data do trânsito em julgado para ambas as partes. Ou seja, se a Defesa e a Acusação recorreram e o trânsito em julgado para Acusação ocorreu em 11.11.2010 e para a Defesa em 11.11.2014, considera-se a última data, pois foi somente aí que ocorreu o trânsito em julgado para Acusação e a Defesa. Nesse sentido (negritei):
EMEN: PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ESTELIONATO QUALIFICADO. INÍCIO DE PRAZO PARA A CONTAGEM DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA. TRÂNSITO EM JULGADO PARA AMBAS AS PARTES. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A definitividade do decreto condenatório é condição para a execução da pena imposta, uma vez que não haveria como se falar em início do prazo prescricional a partir do trânsito em julgado apenas para a acusação em razão da impossibilidade do Estado dar início à execução da pena, já que ainda não haveria uma condenação definitiva, condicionada à resignação do acusado com a prestação jurisdicional. 2. Nesse aspecto, em observância ao princípio contido no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, faz-se uma adequação hermenêutica do disposto no artigo 112, inciso I, do Código Penal, cuja redação foi dada pela Lei n. 7.209/84, sendo, pois, anterior ao atual ordenamento constitucional, de forma a estabelecer como termo inicial do prazo prescricional da pretensão executória a data em que ocorre o trânsito em julgado para ambas as partes, porquanto somente neste momento é que surge o título penal passível de ser executado pelo Estado (Doutrina de Alberto Silva Franco e Rui Stoco in Código Penal e sua interpretação: doutrina e jurisprudência. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 577). 3. "Não há que se falar em prescrição da pretensão executória, se ainda não houve o trânsito em julgado para ambas as partes" (REsp nº 252.403/PR, Rel. Ministro GILSON DIPP, Quinta Turma, DJ 03/06/2002) 4. Agravo regimental não provido. ..EMEN:
(AGRESP 201200968083, JORGE MUSSI, STJ - QUINTA TURMA, DJE DATA: 06/11/2012 ..DTPB:.)
Exceções:
I – No caso de sursis da pena e do livramento condicional a prescrição da pretensão executória começa a correr a partir da data da revogação de tais benefícios e pelo tempo que resta da pena, no caso do livramento condicional (arts. 112, inciso I, e 113, ambos do CP);
II – No caso de fuga, a prescrição executória começa a correr a partir da evasão e pelo tempo que resta da pena (arts. 112, inciso II e 113, ambos do CP).
6. Redução dos prazos prescricionais:
Nos termos do art. 115, do CP, são reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 anos, ou, na data da sentença, maior de 70 anos
7. Causas impeditivas da prescrição:
O art. 116 do CP traz as causas suspensivas da prescrição; as causas de suspensão não zeram o prazo prescricional, mas se considera o tempo já transcorrido. Causa suspensiva e impeditiva são a mesma coisa.
O art. 116, incisos I e II, do CP trabalha com prescrição da pretensão punitiva. Já o parágrafo único do art. 116 trata da prescrição da pretensão executória.
O art. 116, inciso I, do CP cuida as questões prejudiciais referidas nos artigos 92 a 94 do CPP. Ex: Eu estou sendo processado por bigamia e comprovo que estou tentando anular o primeiro casamento no cível; o juiz penal tem de parar a ação penal e aguardar o encerramento da questão no cível, mas, em compensação, a prescrição fica suspensa.
As questões prejudiciais obrigatórias e facultativas são abrangidas pelo inciso I do artigo 116, desde que, na facultativa o juiz a acate, segundo a doutrina.
A hipótese do inciso II (“enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro”), é uma proteção à soberania brasileira.
As causas suspensivas mencionadas no art. 116, do CP, estão elencadas em rol taxativo ou exemplificativo?
Exemplificativo. Outras causas: art. 53, §5º, da CF; o art. 366 do CPP (o STF decidiu que esse prazo prescricional fica suspenso até o acusado ser localizado) e o art. 89, §6º, da Lei nº 9.099/95.
8. Prescrição da Multa (art. 114 do CP):
8.1 Prescrição da pretensão punitiva da multa:
a) se a multa for a única cominada (crime x, pena: multa) prescreve em 2 anos.
b) se a multa for cumulativamente cominada (crime x, pena: privativa de liberdade e multa) prescreve junto com a privativa de liberdade.
c) se a multa for alternativamente cominada (crime x, pena: privativa de liberdade ou multa) prescreve junto com a privativa de liberdade.
8.2 Prescrição da pretensãoexecutória da multa:
Com o advento da Lei 9.268/96, as causas suspensivas e interruptivas são aquelas previstas na lei de execução fiscal.
9. Quadros sinópticos:
9.1 Diferenças entre decadência e prescrição: 
9.2 Distinções entre o perdão judicial e o perdão do ofendido:
9.3 Comparativo entre a prescrição da pretensão punitiva e da pretensão da executória:
9.4 Diversas causas suspensivas e interruptivas da prescrição punitiva:
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