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1 Urgências e Emergências – Aula I Apresentação • Urgências e Emergências são temas bastante discutidos entre as equipes de enfermagem, e talvez, um dos assuntos de maior interesse dos profissionais iniciantes de enfermagem e dos estudantes dos cursos profissionalizantes da área. • Esta disciplina é destinada a todos os profissionais de enfermagem – auxiliares técnicos e enfermeiros – que têm interesse pelo tema, assim como aos estudantes do curso profissionalizante da área de enfermagem. • Além de abordar as urgências e emergências como um todo, comenta sobre os materiais e equipamentos que devem ser utilizados, facilitando assim o trabalho de toda a equipe. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Conceitos básicos • Para entender o assunto dos demais tópicos, é preciso aprender alguns conceitos e diferenciá-los para que o aprendizado torne-se mais fácil: • Urgência: ocorrência imprevista de danos à saúde em que não ocorre o risco de vida, ou seja, o indivíduo necessita de atendimento médico mediato. Consideramos prioridade moderada de atendimento. Exemplo: • Dor torácica sem complicações respiratórias; • Alguns tipos de queimaduras; • Fraturas sem sinais de choques ou outras lesões mais sérias; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Conceitos básicos • Vômito e diarreia, acompanhados ou não por estado febril abaixo de 39°C; • Sangramentos e ferimentos leves e moderados. • Emergência: constatação médica de condições de danos à saúde, que implicam em risco de vida, exigindo tratamento médico imediato. Consideramos alta prioridade de atendimento. Exemplo: • Parada cardiorrespiratória (PCR); • Dor torácica acompanhada de desconforto respiratório; • Politraumatismos em geral; • Hemorragias de alta intensidade; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 2 Conceitos básicos • Queimaduras extensas; • Perda do nível de consciência; • Intoxicações em geral; • Ferimento por arma de fogo (FAF); • Ferimentos por arma branca (FAB); • Estados de choque de qualquer causa; • Estado febril acima de 40°C; • Gestações em curso com complicações. • Pronto-Socorro: local destinado ao atendimento das urgências e emergências constatadas. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Conceitos básicos • Sala de Emergência: local destinado e equipado dentro do Pronto-Socorro para atendimento de Urgências e Emergências, independente de sua procedência; • Recursos: • Humanos: são as equipes de enfermagem e médica que atuam durante as urgências e emergências; • Materiais: equipamentos e materiais que as salas de emergências devem ter, necessários para estabilizar o quadro clínico do paciente; • Serviços: todo o pessoal de apoio como laboratórios, bancos de sangue e centros de diagnósticos por imagem. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Conceitos básicos • Existe outro tipo de atendimento, com grau de prioridade mínimo, ou seja, sem risco nenhum de vida ao paciente, que é encaminhado aos locais de atendimento de Urgência e Emergência, ou seja, nos Prontos-Socorros, mas não se classificam por atendimento como tais: • Estado de dor crônico; • Cefaleias e enxaquecas; • Distensões e luxações; • Fraturas de pequeno porte; • Queimaduras de 1° grau • Infecções em geral. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Conceitos básicos • É de extrema importância que o pessoal que trabalha em atendimento de Urgência e Emergência esteja bem treinado e saiba priorizar o estado do paciente. • Além dos profissionais bem preparados, é importante que o Pronto-Socorro esteja localizado em uma estrutura hospitalar, o que facilita a resolução do quadro do paciente. Essa conceituação destaca a necessidade de um atendimento imediato, de acordo com a intensidade. Trata-se então do elo entre o hospital e a comunidade, devendo portanto, estar situado ao nível da rua, permitindo sem menor dificuldade de tráfego, a entrada e saída dos veículos que transportam os pacientes. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 3 Conceitos básicos • A área de Urgência e Emergência compreende até o atendimento pré-hospitalar (APH), cujo atendimento é prestado nos locais onde a vítima se encontra e, hospitalar, realizado nos prontos-socorros. Esse tipo de atendimento exige profissionais de saúde qualificados que possam oferecer cuidados imediatos e seguros aos pacientes em estado grave e que apresentam risco de morte. • O APH tem interfaces múltiplas, pois se relaciona com o paciente, seus familiares, com outras instituições da saúde, com instituições fora da saúde, em especial vinculadas à segurança pública e controle de trânsito, e por decorrência, com a sociedade como um todo. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Buscando sempre o acolhimento com classificação de risco e resolutividade, a organização da Rede de Urgência e Emergência (RUE) tem a finalidade de articular e integrar todos os equipamentos de saúde com o objetivo de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna. • Dentro da atual Política Nacional de Atenção às Urgências temos: Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Componente pré – hospitalar; • UBS (ESF) e outros: acolhimento, capacitação, estruturação física e grade de referência; • UPA: estrutura intermediária; • Móvel: SAMU 192; • Regulação médica; • Atendimento Pré-Hospitalar; • Transporte e transferência de pacientes graves; • Componente hospitalar constituído das portas de entradas hospitalares definidos no regulamento técnico; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Componente Pós-Hospitalar; • Modalidades de Atenção Domiciliar; • Hospitais-Dia; • Projetos de reabilitação integral com componente de reabilitação de base comunitária. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 4 Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • São algumas Portarias que regulam a Rede de Urgência e Emergência: • Portaria N° 2.048, de 05 de novembro de 2002 – Aprova o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. • Portaria Nº 1.600, de 07 de julho de 2011 - Reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atenção às Urgências no SUS. • Portaria Nº 2.029, de 24 de agosto de 2011 - Institui a atenção domiciliar no âmbito do SUS. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Portaria Nº 1.601, de 7 de julho de 2011 - Estabelece diretrizes para a implantação do componente Unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas da Rede de Atenção às Urgências, em conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências; • Portaria Nº 2.026, de 24 de agosto de 2011 - Aprova as diretrizes para a implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e sua Central de Regulação Médica das Urgências, componente da Rede de Atenção às Urgências; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Atualmente e, de acordo com a Portaria N° 354, de 10 de março de 2014, publica a proposta de projeto de resolução “Boas Práticas para Organização e Funcionamento de Serviços de Urgência e Emergência”, ainda dispõe sobre alguns requisitos: • Possuir estrutura organizacional documentada;• Preservar a identidade e a privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade; • Promover um ambiente acolhedor; • Oferecer orientação ao paciente e aos familiares em linguagem clara, sobre o estado de saúde e a assistência a ser prestada, desde a admissão até a alta. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Recursos Humanos: todo Serviço de Urgência e Emergência deve dispor dos seguintes profissionais de saúde: • Um Responsável Técnico com formação médica, legalmente habilitado; • O médico responsável técnico pode assumir a responsabilidade por 1 (um) Serviço de Urgência e Emergência; • No caso de ausência do responsável técnico, o serviço deve contar com um profissional legalmente habilitado para substituí-lo; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 5 Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Todo Serviço de Urgência e Emergência deve dispor de equipe médica em quantidade suficiente para o atendimento durante 24 horas; • O Serviço de Urgência e Emergência de maior complexidade deve contar com profissionais especializados de acordo com o perfil de atenção, capacitados para atendimento das urgências e emergências; • Um enfermeiro exclusivo da unidade, responsável pela coordenação da assistência de enfermagem; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Equipe de enfermagem em quantidade suficiente para o atendimento durante 24 horas em todas as atividades correspondentes; • Todos os profissionais dos Serviços de Urgência e Emergência devem ser vacinados de acordo com a normativa nacional vigente; • O Serviço de Urgência e Emergência deve promover treinamento e educação permanente em conformidade com as atividades desenvolvidas, a todos os profissionais envolvidos na atenção aos pacientes, mantendo disponíveis os registros de sua realização e da participação destes profissionais. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Infraestrutura física: o Serviço de Urgência e Emergência deve dispor de infraestrutura física dimensionada de acordo a demanda, complexidade e perfil assistencial da unidade, garantindo a segurança e a continuidade da assistência ao paciente. • O Serviço de Urgência e Emergência deve garantir, conforme o perfil assistencial, o acesso independente para pediatria. • O Serviço de Urgência e Emergência deve possuir de acordo com o perfil de atenção, os seguintes ambientes: Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Área externa coberta para entrada de ambulâncias; Sala de recepção e espera, com banheiros para usuários; Sala para arquivo de Prontuários ou Fichas de Atendimento do Paciente; Sala de classificação de risco; Área para higienização; Consultórios; Sala para assistente social; Sala de procedimentos com área para sutura, recuperação, hidratação, e administração de medicamentos; Área para nebulização; Sala para reanimação e estabilização; Salas para observação e isolamento; Posto de enfermagem; Banheiro completo; Depósito para resíduos sólidos; Depósito para material de limpeza; Vestiários e banheiros para profissionais; Farmácia; Almoxarifado. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 6 Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Os Serviços de Urgência e Emergência que prestam atendimento cirúrgico devem contar em sua área física ou no estabelecimento onde estiver inserido, com: • Centro Cirúrgico; Áreas de apoio técnico e logístico. • O Serviço de Urgência e Emergência que presta atendimento traumatológico e ortopédico deve contar em sua área física ou no estabelecimento onde está inserido, com sala para redução de fraturas e colocação de gesso. • O Serviço de Urgência e Emergência deve possuir em suas instalações: Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Sistema de energia elétrica de emergência para os equipamentos de suporte à vida e para os circuitos de iluminação de urgência; Circuitos de iluminação distintos, de forma a evitar interferências eletromagnéticas nos equipamentos e nas instalações; Sistema de abastecimento de gás medicinal, com ponto de oxigênio, e ar medicinal nas salas de nebulização, sala de observação e sala de reanimação e estabilização. • O Serviço de Urgência e Emergência deve possuir áreas de circulação e portas dimensionadas para o acesso de macas e cadeiras de rodas. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Materiais e equipamentos: o Serviço de Urgência e Emergência deve manter disponível na unidade: • Estetoscópio adulto e infantil; Esfigmomanômetro adulto e infantil; Otoscópio adulto e infantil; Oftalmoscópio; Espelho laríngeo; Ventilador manual e reservatório adulto e infantil; Desfibrilador; Marca-passo externo; Monitor cardíaco; Oxímetro de pulso; Eletrocardiógrafo; Equipamentos para aferição de glicemia capilar; Aspiradores; Bombas de infusão com bateria e equipo universal; Cilindro de oxigênio portátil e rede canalizada de gases, definido de acordo com o porte da unidade; Cama hospitalar com rodas e grades laterais; Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • Máscara para ventilador adulto e infantil; Ventilador mecânico adulto e infantil; Foco cirúrgico portátil; Foco cirúrgico com bateria; Negatoscópio; Máscaras, sondas, drenos, cânulas, pinças e cateteres para diferentes usos; Laringoscópio adulto e infantil; Material para traqueostomia; Equipos de macro e microgotas; Material para pequena cirurgia; Colares de imobilização cervical tamanhos P, M y G; Prancha longa para imobilização do paciente em caso de trauma; Prancha curta para massagem cardíaca; Equipamentos necessários para reanimação cardiorrespiratória; Medicamentos para assistência em urgências e emergências; Poltrona removível destinada ao acompanhante. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira 7 Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • O Serviço de Urgência e Emergência deve: • Manter instruções escritas, de uso e manutenção, referentes a equipamentos ou instrumentos, as quais podem ser substituídas ou complementadas pelos manuais do fabricante; Assegurar o estado de integridade do equipamento; Registrar a realização das manutenções preventivas e corretivas. • Os medicamentos, materiais, equipamentos e instrumentos utilizados, nacionais e importados, regularizados de acordo com a normativa nacional vigente. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • O Serviço de Urgência e Emergência deve ter disponível, para o transporte de pacientes, materiais e medicamentos de acordo com as necessidades de atendimento. • Todo paciente grave deve ser transportado com acompanhamento contínuo de um médico e de um profissional de enfermagem, com habilidade comprovada para atendimento de urgência e emergência, inclusive cardiorrespiratória. • O transporte do paciente deve ser realizado de acordo com o manual de normas, rotinas e procedimentos estabelecidos pela equipe do serviço de forma de garantir a continuidade da assistência. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira Política Nacional de Atenção as Urgências e Emergências • O Serviço de Urgência e Emergência deve manter atualizadas e disponíveis,para todos os profissionais de saúde, instruções escritas de biossegurança. Prof. Dr. Douglas David de Oliveira
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