Buscar

QUEIXA CRIM PATRICIA

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP
 
 
 
 
 
 
 
 
PATRÍCIA GOULART DE BRAGANÇA E JUNQUEIRA, qualificação, blogueira e digital influencer, com endereço na ......, por seu advogado infra-assinado, procuração ad judicia com poderes especiais anexa (doc...), com escritório profissional (endereço) vem respeitosamente à honrosa presença de Vossa Excelência, propor 
QUEIXA CRIME
em face de KAMYLLA PROENÇA DE ALBUQUERQUE (qualificação, endereço), com fundamento no artigo 41 do Código de Processo Penal brasileiro e 24 a 62 e 100 a 106 do Código Penal Brasileiro, tendo a expor o quanto segue: 
 
I. DOS FATOS
A Querelante é filha de empresários bem sucedidos do ramo da construção civil e após se formar em Comunicação Social em uma faculdade particular de São Paulo/SP, optou por seguir a carreira de blogueira e digital influencer, demonstrando ser uma verdadeira formadora de opinião, através de seus perfis em redes sociais existentes na internet, que possuíam milhares de seguidores fiéis e assíduos.
Os itens por ela utilizados, bem como os locais por ela frequentados, passaram a ser tendências da moda, a partir do momento em que foram divulgados nas redes sociais.
No dia 19 de janeiro de 2017, em sua residência, localizada na cidade de São Paulo/SP, a Querelada entrou em uma de suas redes sociais, através de seu computador pessoal e acessou o perfil pessoal da Querelante para lhe ofender a honra. 
Consta da Notícia Crime que a Querelada KAMYLLA PROENÇA DE ALBUQUERQUE, ex-colega de faculdade da Querelante, com a única intenção de ofender a ex-colega, inventou um fato que jamais chegou a acontecer e publicou a seguinte mensagem:
 “URGENTE! Ontem à noite, ao solicitar uma selfie, sem qualquer motivo, de forma covarde fui agredida fisicamente com um tapa no rosto por Patrícia Goulart de Bragança e Junqueira, também conhecida como Patty, quando esta entrava na portaria do prédio em que mora. Me ajudem a divulgar. Tal fato não pode ficar impune”.
 
Tal postagem foi imediatamente disponibilizada a todos os milhares de seguidores da Querelante e viralizou. A publicação virou rapidamente notícia, tendo sido comentada, tanto nas redes sociais, quanto por grupos de aplicativos de mensagens em todo país.
 
II. DA CARACTERIZAÇÃO DA CALÚNIA
 
A Calúnia consiste em imputar falsamente à alguém a autoria de fato definido como crime e a pena prevista é de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa, conforme texto disposto no artigo 138 do Código Penal.
 
Cediço que a afirmação feita pela Querelada é falsa e caluniosa, vez que afirma que a Querelante praticou algo definido como crime. Deveras, pois o ato de agredir alguém configura lesão corporal à luz do artigo 129 do Código Penal brasileiro:
  Lesão corporal
  Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
 
Desta feita, diante das afirmações falsas feitas pela Querelada na rede social, importam no crime de Calúnia, previsto no artigo 138 do Código Penal brasileiro. Vejamos: 
“Art. 138: Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime. Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
 
 
A autoria e a materialidade delitiva são incontestáveis  pois se  trata de crime que deixa vestígios e os elementos saltam aos olhos através da página de internet. 
Também, será objeto de prova durante a instrução criminal.  
Destaque-se que a Querelada agiu de forma dolosa, pois tinha plena consciência de sua conduta e assim agiu de forma livre e consciente para denegrir a imagem da Querelante e ofendê-la imputando-lha a prática de um crime não verdadeiro.  
 
III. DA COMPETÊNCIA
No caso narrado a ação deve tramitar pela justiça comum vez que o crime possui causa especial de aumento de pena, prevista no artigo 141 inciso III do CP a saber:
   Disposições comuns
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.       (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
 
 
Inquestionável que o meio no qual se veiculou a ofensa é de grande expressão, assim a pena será aumentada de 1/3 (um terço). 
Logo, não é de competência dos Juizados Especiais Criminais.
 
 
IV. DOS PEDIDOS
 
 
Em razão dos fatos acima exposto, a Querelante requer a Vossa Excelência, digne-se, receber a presente Queixa Crime e:
 
1.                 Determinar a citação da Querelada para responder aos termos da presente Ação Penal Privada, como incursa no artigo 138  cc artigo 141 inciso III do Código Penal brasileiro; 
2.                 A intimação do Ilustre Representante do Ministério Público para se manifestar no feito, nos termos do artigo 45 do Código de Processo Penal;
3.                 A intimação e oitiva das testemunhas abaixo arroladas;
4.                 E, ao final da instrução processual, seja a Querelada condenada, julgando-se procedente os pedidos da presente Queixa-Crime, para que a Querelada seja condenada como incursa nos artigos 138 cc artigo 141 do Código Penal Brasileiro, bem como seja arbitrada indenização mínima para reparação dos danos experimentados pela Querelante.
5.                 Assim, requer por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a oitiva das testemunhas arroladas em anexo.
6.                 Junta na oportunidade os documentos anexos, procuração ad judicia com poderes especiais, boletim de ocorrência e provas documentais.
 
Rol de testemunhas
Testemunha, nome, qualificação, endereço....
 
Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo – SP, 18 de junho de 2.017.
Advogado/OAB

Continue navegando