Buscar

ZOO 4-Babesia_2010_NOVO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

MLAR2010
*
Babesia
MLAR2010
MLAR2010
MLAR2010
*
Filo Apicomplexa 
 
Classe Aconoidasida    
	Ordem Haemosporida (haemosporidias)    
		Gênero Haemoproteus    
	Gênero  Hepatocystis
	Gênero Leucocytozoon    
	Gênero Plasmodium 
    
	Ordem Piroplasmida (Piroplasmidas)    
		 Família Babesiidae    
		 Família Theileriidae    
Classe Coccidia    
	Ordem Agamococcidiorida    
Ordem Eucoccidiorida    
		
Filo Apicomplexa
MLAR2010
Ordem Piroplasmida
Protozoários que não tem flagelos, cílios ou formam pseudópodes. 
Locomoção por flexão ou deslizamento. 
Reprodução assexuada ocorre por fissão binária ou esquizogonia em eritrócitos ou outras células sanguíneas de mamíferos. 
Apresentam complexo apical (menos desenvolvido). 
Duas famílias: Babesiidae e Theileriidae 
Introdução
MLAR2010
MLAR2010
Gênero Babesia – descoberto por Victor Babès, patologista romeno em 1888
São piriformes (piroplasma), redondos ou ovais.
Parasitam eritrócitos, linfócitos, histiócitos, eritroblastos ou outras células sanguíneas dos mamíferos. 
Parasitam vários tecidos dos carrapatos, onde ocorre a esquizogonia. 
Complexo apical: anel polar, róptrias, micronema e microtúbulos subpeliculares. 
Introdução
MLAR2010
Introdução
 
EUA 1890 – toda a região sudeste acometida por uma doença bovina
Febre do gado do Texas, água vermelha, hemoglobinúria
Destruição maciça de hemácias
Morte dentro de algumas semanas
Introdução de gado do sudeste em áreas ao norte levava a um rápido acometimento do gado dessas regiões
Smith & Kilbourne – identificação do papel do carrapato Boophilus annulatus como vetor
MLAR2010
Introdução
 
Várias espécies do gênero Babesia acometem animais domésticos - cão, eqüinos, suínos, ruminantes 
Parasitam os eritrócitos dos vertebrados e são transmitidos por várias espécies de carrapatos. 
Babesiose  principais sintomas: febre, anemia e hemoglobinúria.
Após resolução do quadro clínico  animais podem ficar cronicamente infectados. 
Babesiose  relativamente grave para animais introduzidos em áreas endêmicas e que não tiveram exposição anterior. 
MLAR2010
Introdução
MLAR2010
Localização do parasita 
Periférica (alta parasitemia) 
Viscerotrópica - podem causar doença sem alta parasitemia, os animais podem sofrer infecções letais com formação de trombo cerebral sem apresentar anemia. 
Homem  Babesia microti e B. divergens 
Babesia microti 
MLAR2010
Etiologia
* Trofozoítos 2,5 mm a 5,0 mm, mais sensíveis aos quimioterápicos
** Trofozoítos 1,0 mm a 2,5 mm 
MLAR2010
Hospedeiros 
 
Ciclo biológico heteroxeno
Acomete hospedeiros vertebrados e invertebrados. Podem variar de acordo com a espécie de Babesia 
Hospedeiro invertebrado - geralmente são carrapatos ixodídeos. Carrapatos podem albergar mais de uma espécie de Babesia. Há reprodução assexuada e sexuada. 
Hospedeiro vertebrado - bovinos, equinos, cães, homem. Reprodução assexuada nos eritrócitos. 
MLAR2010
MLAR2010
Hospedeiros 
MLAR2010
Rhipicephalus (Boophilus)
microplus
Carrapato do boi
Rhipicephalus sanguineus
Carrapato vermelho do cão
Macho
Fêmea
Macho
Hospedeiros invertebrados
MLAR2010
Dermacentor nitens
Carrapato da orelha do equino
Hospedeiros invertebrados
MLAR2010
Carrapato de único hospedeiro
Rhipicephalus (Boophilus) microplus
Hospedeiros 
MLAR2010
Fonte: www.cnpgc.embrap.br
MLAR2010
	Rhipicephalus sanguineus  três hospedeiros. 
Hospedeiros 
MLAR2010
MLAR2010
Ciclo biológico 
Fonte: Mehlhorn et al., 2008
Ciclo Biológico
MLAR2010
MLAR2010
Esporozoítos na saliva de carrapatos (1) são injetados durante o repasto. 
Esporozoítos penetram as hemácias e se diferenciam em trofozoítas em forma de anel ou amebóide (não mostrado na figura anterior)
Reprodução assexuada intra-eritrocítica no hospedeiro vertebrado por fissão binária, formando merozoítos (2-5). Merozoítos podem invadir novas células
Merozoítos ingeridos pelo carrapato (5.1) são digeridos no trato intestinal do vetor (5.2)
Alguns merozoítos se diferenciam em gamontes ovóides (6)
Após ingestão pelo vetor (7), os gamontes formam protrusões (corpos raiados) (8)
Fusão de dois gametas mononucleados (9) leva à formação de um zigoto (10)
Formação de um cineto no interior de um vacúolo (11-14)
Cineto deixa o trato intestinal e penetra vários tecidos do vetor incluindo os ovos (transmissão transovariana)
Formação de vários cinetos (esporocinetos) (15-18). O processo pode se repetir
Alguns cinetos penetram as células das glândulas salivares (19-21) e formam um grande esporonte multinucleado (YS, ES)
Formam-se milhares de esporozoítos (SP) que são liberados na saliva
Ciclo Biológico
MLAR2010
MLAR2010
Ciclo Biológico
Em hospedeiros vertebrados imuno-resistentes a fase de multiplicação pode ser reduzida ou ausente. Alguns trofozoítos não se multiplicam, aumentam de tamanho  gametócitos. 
A Babesia é patogênica para o carrapato  diretamente relacionada ao grau de parasitemia no hospedeiro e susceptibilidade do vetor  leve depressão na produção de ovos até morte da fêmea ingurgitada. 
MLAR2010
MLAR2010
Ciclo Biológico
 
Há 3 tipos de reprodução: 
Merogonia: reprodução assexuada nas hemácias do hospedeiro vertebrado  merozoítos
Gamogonia: terminação da formação e fusão dos gametas  tubo digestivo dos carrapatos
Esporogonia: reprodução assexuada nas glândulas salivares dos carrapatos  esporozoítos
MLAR2010
MLAR2010
Invasão de todos os tecidos do carrapato 

ovário do Hosp. Invertebrado 
 
 
transmissão transovariana - pode persistir por várias gerações

		 		 ovos
 larvas  ninfas  adultos (transmissão transestadial)
 esporozoítos (infectantes) repasto sanguíneo novo H. vertebrado
 nas glândulas salivares
Ciclo Biológico
MLAR2010
MLAR2010
Transmissão transovariana (vertical)
Importante para carrapatos de um único hospedeiro: Boophilus microplus
Hospedeiros invertebrados
MLAR2010
MLAR2010
Transmissão transovariana e transestadial 
Ciclo Biológico
MLAR2010
L – larva
N – ninfa
A - adulto
MLAR2010
Patogenia 
Forma periférica - alta parasitemia, anemia hemolítica. 
Forma viscerotrópica - eritrócitos infectados também podem ficar seqüestrados no endotélio capilar ou pós-capilar
Babesia induz a formação de protusões na membrana do eritrócito responsáveis pela adesão
Esta forma é freqüentemente associada à forma cerebral da babesiose
Animal pode apresentar hipotensão, alteração da coagulação e há formação de trombos. 
MLAR2010
MLAR2010
Variação antigênica do parasita
Adesão celular e seqüestro (evita que eritrócitos infectados sejam destruídos no baço) – babesiose viscerotrópica
Ligação de proteínas do hospedeiro aos eritrócitos infectados - eritrócitos infectados tornam-se “invisíveis” para o sistema imunológico
Imunossupressão transiente - ainda não é totalmente conhecida
Mecanismos de escape do sistema imune 
MLAR2010
MLAR2010
Patogenia 
MLAR2010
MLAR2010
Patogenia 
Pode variar de acordo com: 
 Idade do hospedeiro - animais mais velhos são mais susceptíveis
Animais jovens  resistência natural  quadro de menor intensidade (anemia e duração da parasitemia)  anticorpos no colostro, persistência do timo, hemoglobina fetal (mais resistente à infecção por Babesia). 
 Estado nutricional 
 Estado imunológico 
Imunodeprimidos  mais susceptíveis 
Após a primo-infecção  recidivas: estabelecimento gradual de imunidade
Sem reinfecção por ~ 8 meses: menor resposta imunológica. 
 Virulência do agente 
 Grau de infestação (carrapatos)
 Associação com outros patógenos, hemoparasitas 
MLAR2010
MLAR2010
Aspectos epidemiológicos
Possibilidades de ocorrência de surto 
No Sul do País os carrapatos não transmitem Babesia o ano todo. Variação na população de carrapatos em função do clima.
população de carrapato  possibilidade surto.
Propriedades com controle de carrapatos - animais não tem exposição prévia – quando expostos podem apresentar surtos
Bezerros criados confinados (animais sem exposição prévia) quando transferidos para o pasto após queda da imunidade passiva pelo colostro – maior possibilidade surto. 
A exposição é importante para manter a resposta imune - se for muito intensa pode causar doença clínica. 
MLAR2010
MLAR2010
Imunidade humoral e celular 
Imunidade não é duradoura
É necessário o contato com o agente
Animal imune sem contato com Babesia por mais de 8 meses torna-se susceptível. 
Não há imunidade cruzada entre as espécies de Babesia 
Resposta imunológica 
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em equinos 
 
Também denominada de piroplasmose equina ou nutaliose
A doença é o principal impedimento para o trânsito internacional de cavalos. Países que possuem uma indústria equina importante estão livres da doença (Japão, Canadá, Estados Unidos e Austrália). Cavalos positivos para Babesia estão impedidos de entrar nestes Países, quer seja para competição ou exportação. 
Brasil  Problemas na exportação de equinos.
Babesia caballi  parasitemias baixas < 1%, portadores por 1 a 3 anos, tende a ser menos patogênica: sintomas clínicos menos severos. Período de incubação entre 10-30 dias. 
Babesia equi  Theileria equi  Infecções persistentes por toda a vida: o animal perpetua o agente, divisão em 4 merozoitos (cruz de malta), desenvolvimento primário em linfócitos, período de incubação entre 12-19 dias. 
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em equinos
 Sintomas 
Agudos - febre, inapetência, dispnéia, edema, icterícia, prostração (raro em áreas endêmicas).
Sub-agudos - mesmos sinais com manifestação menos intensa e intermitente.
Crônicos - mais comuns, sintomas inespecíficos.
Portador assintomático - pode reverter para quadros agudos ou sub-agudos em situações de estresse ou doenças intercorrentes.
Quadros sub-clínicos - diminuição da performance em animais de competição, pode comprometer o potencial atlético do animal.
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em bovinos 
 
Doença conhecida com os seguintes nomes: 
Tristeza parasitária bovina (Brasil)
Febre do Texas (EUA)
Febre esplênica
Malária bovina
Água vermelha
Pode estar associada com rickettsias - Anaplasma marginale, A. centrale 
Período de incubação: 8 a 12 dias
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em bovinos 
B. bigemina
Induz anemia severa. 
Há alta parasitemia, intensa lise de hemácias na corrente sanguínea  anemia que pode ser severa, icterícia, hemoglobinúria, acidose metabólica. 
Acomete uma grande variedade de ruminantes: cervídeos, búfalos , além dos bovinos. 
Mortalidade em animais não tratados  50 a 90%. 
MLAR2010
Babesia bigemina 
MLAR2010
Babesiose em bovinos 
B. bovis – viscerotrópica – leva à formação de trombos
Visceral, com tropismo pelo cérebro baço e fígado: parasitemia baixa (não detectável), formação de trombos nas vísceras.
Também apresentam anemia, hemoglobinúria, febre, icterícia 
Pode ocorrer diarréia, abortamentos, sintomas neurológicos (parasita nos capilares cerebrais), agressividade ou apatia extrema, paresia (interrupção dos movimentos) e convulsões. 
Antígenos na membrana do eritrócito  favorece adesão destas células aos receptores das células endoteliais. 
Infecção aguda: aumento da atividade de agentes vasoativos - calicreína, bradicinina, histaminas  estase sangüínea  favorece adesão entre eritrócitos e destes ao endotélio vascular  trombos. 
Distúrbios de coagulação (metabolismo do fibrinogênio): hipercoagulabilidade
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em cães 
Conhecida como babesiose canina, piroplasmose dos cães e “nambiuvu”
Importante no Brasil - descrita no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Paraná
Freqüente em cães jovens e com mais de 2 anos de idade
Características
Manifestações clínicas relacionadas com a intensidade da parasitemia
Doença hemolítica, anemia progressiva, pode ocorrer choque endotóxico e alterações da coagulação
Sintomas – anemia, febre, anorexia, desidratação, perda de peso, dor abdominal e sensibilidade renal à palpação
Babesiose cerebral pode ser observada
MLAR2010
MLAR2010
Babesiose em cães 
 
Cepas de B. canis apresentam variabilidade genética, de virulência e de especificidade de hospedeiro invertebrado.
B.canis canis: Dermacentor reticulatus
B. canis rossi: Haemophysalis leachi
B. canis vogeli: Rhipicephalus sanguineus
Brasil  ocorrência de cepas de B. canis ainda não está bem caracterizada.
MLAR2010
Babesia canis
MLAR2010
Métodos diretos
Esfregaço sanguíneo (fase aguda)
PCR 
Necrópsia  lesões e histopatológico
Métodos indiretos 
Testes sorológicos (úteis para animais na fase crônica ou assintomáticos  baixa parasitemia): ELISA, imunofluorescência indireta. 
Babesia bigemina 
Diagnóstico
MLAR2010
MLAR2010
AG-CB-USP
Formas intra-eritrocíticas de Babesia spp.
Sangue periférico de suíno
Formas intra-eritrocíticas de Babesia canis
Sangue periférico de cão
Fonte: Gardiner et al., 1998
Infecção por Babesia spp. 
MLAR2010
MLAR2010
Formas intra-eritrocíticas de Babesia caballi
Sangue periférico de equino
Fonte: Gardiner et al., 1998
Infecção por Babesia spp. 
MLAR2010
MLAR2010
Formas intra-eritrocíticas de Erlichia canis
Sangue periférico de cão
Fonte: Gardiner et al., 1998
Formas intra-eritrocíticas de Anaplasma marginale
Sangue periférico de equino
Infecção por Babesia spp. 
MLAR2010
MLAR2010
Suporte, transfusão sanguínea (casos graves) 
Imidocarb, Diaminazene (cuidado com superdosagem e há efeitos colaterais) 
Tratamento é eficiente, são babesicidas. 
Tratamento 
MLAR2010
MLAR2010
Imunidade não é duradoura  tentativas de promover exposição controlada ao agente. Interessante não eliminar todos os parasitas 
Quimioprofilaxia: tratamento com doses sub-terapêuticas - doença em níveis subclínicos, para o desenvolvimento do estado de portador.
Controle de vetores (carrapatos): manter desafio o ano todo, não erradicar o carrapato. 
Vacinas: vacinas vivas, inativadas, DNA recombinante (clonagem de genes que expressem proteínas imunogênicas, experimental).
Controle
MLAR2010
MLAR2010
Premunição: 
Conceito: provocar deliberadamente a infecção com baixo número de parasitas para gerar uma resposta imune primária
Clássica: inoculação de sangue de animal contaminado  monitorar a infecção. Desvantagens: inóculo desconhecido (quantidade, virulência), pode transmitir outras doenças (ex. rickettsias) 
Moderna: utilização de inóculos padronizados
Controle
MLAR2010
MLAR2010
Regiões endêmicas 
Manutenção do estímulo à resposta imune através da exposição continuada ao parasita – sem controle
Áreas de instabilidade enzoótica
Áreas que sofrem súbitos aumentos da quantidade de carrapatos e portanto, da carga parasitária
Controle estratégico - uso de carrapaticidas, rotação de pastagens, seleção de animais resistentes, premunição
Controle
MLAR2010
MLAR2010
 Gardiner, C.H.; Fayer, R. & Dubey, J.P. (1998). An Atlas of Protozoan Parasites in Animal Tissues. 2nd Edition. Armed Forces Institute of Pathology, Washington DC, USA.
 Levine, N.D. (1985). Veterinary Protozoology. Iowa State University Press, Ames, USA.
 Mehlhorn, H. (2008). Encyclopedia of Parasitology. Springer-Verlag, Berlin, Germany. 
 Soulsby, E.J.L. (1982). Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated Animals. 7th Edition. Lea & Febiger, Philadelphia, USA.
Bibliografia
MLAR2010
MLAR2010
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais