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O Papel das Agências Reguladoras na Efetividade dos
Direitos Sociais Prestacionais: Um Estudo a Partir
da Agência Nacional De Saúde
Suplementar no Brasil.
RESUMO – No Brasil a saúde pública é direito de todos e dever do Estado consagrado na Constituição de 1988, a primeira após o fim do período da ditadura militar. A mesma.Constituição, no entanto, prevê a possibilidade de saúde ser prestada por serviços privados em caráter complementar. A regulação do setor privado de saúde no Brasil é realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, criada em 2000, com a função de zelar pelo interesse público no funcionamento desse setor econômico.
O Brasil de 2017 ousa repensar os arranjos políticos construídos a partir de 1985 e de 1988 e, questionar se eles são exatamente os mais adequados para o momento atual. E tudo isso em meio a uma profunda crise econômica, ética e moral que deixa sequelas que por muito tempo ainda estarão presentes no pensamento e na prática política brasileira. Em 05 de outubro de 1988 foi construída em meio a forte tensão entre a esquerda e a direita. As medidas aprovadas
pelo intenso trabalho dos deputados federais de esquerda está o direito a saúde integral e de acesso universal, independente da contribuição pecuniária (artigo 196 da CF). E entre estava o direito de a iniciativa privada atuar na área da saúde (artigo 199 da CF).
Não era consenso, no entanto, entre os estudiosos da área de saúde pública
que essa solução fosse a melhor para a população brasileira. Saúde prestada pelo setor privado com direito à obtenção de lucro. Ao contrário, houve oposição de muitos setores historicamente construídos na saúde pública e no denominado movimento sanitarista. Mas a pressão dos setores econômicos que já praticavam a saúde privada viabilizou a aprovação do texto do artigo199 da Constituição Federal.Nesse quadro, restava ao Estado encontrar mecanismo de regulação da atividade de saúde privada para garantir os direitos dos contratantes em um espaço de geração de lucros empresariais. Para isso foi criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, em 2000, com objetivo de regular a atividade de saúde suplementar prevista na lei constitucional e também na lei específica, a 9.656,aprovada em 1998, que supostamente regula a atividade de saúde suplementar no Brasil. A atuação da ANS é possível constatar a efetividade da regulação e da atuação em muitos aspectos, é possível detectar que a agência e suas decisões têm sido causa de judicialização das relações, em evidente descompasso com o equilíbrio que caberia a ela garantir. Mas a realidade é que a agência estatal criada para harmonizar o setor privado de saúde e suas relações com usuários, tem sua atuação critica da e questionada pelos operadores empresariais do setor, pelos próprios usuários e pelo Poder Judiciário que nem sempre reconhece na agência um agente eficiente para regulação do setor.
De todos os papéis que as agências reguladoras poderiam ocupar no cenário brasileiro o único que não pode ser aceito é o de agente incentivador de conflitos judiciais. Refletir sobre a maneira que esse fenômeno ocorre e que consequências ele acarreta.

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