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1 DA AÇÃO PENAL CONCEITO: “Direito de ação é o direito de pedir (ou exigir) a tutela jurisdicional com base em um fato concreto. (...) sempre que haja qualquer conflito, inclusive penal, deve-se postular sua solução perante o órgão jurisdicional competente” (LUIZ FLÁVIO GOMES) “É o direito do Estado-acusação ou do ofendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto” (NUCCI). AÇÃO - ESTADO CONSEGUE REALIZAR A SUA PRETENSÃO DE PUNIR O INFRATOR. DIREITO DE AÇÃO PREEXISTE À PRÁTICA DA INFRAÇÃO PENAL FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL: CF/88, 5°, XXXV (ver CP, 100). XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; (NENHUMA LESÃO SERÁ EXCLUÍDA DA APRECIAÇÃO DO MAGISTRADO). CP, 100. 2 Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. CARACTERÍSTICAS: Ø DIREITO PÚBLICO - DIREITO PROCESSUAL (DIREITO PÚBLICO) QUE SERVE PARA FAZER ATUAR O DIREITO PENAL (DIREITO PÚBLICO); Ø DIREITO SUBJETIVO - TITULAR (MP ou VÍTIMA); Ø DIREITO ABSTRATO - INDEPENDE DO DIREITO MATERIAL INVOCADO; Ø DIREITO AUTÔNOMO - INDEPENDE DA PROCEDÊNCIA OU IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO; Ø DIREITO ESPECÍFICO OU DETERMINADO - ATRELADO A UM CASO CONCRETO; · NATUREZA JURÍDICA – instituto de direito processual. ANTES DE ANALISAR O MÉRITO DA CAUSA, É PRECISO QUE A AÇÃO PENAL REÚNA ALGUMAS CONDIÇÕES: · CONDIÇÕES GERAIS (GENÉRICAS) DA AÇÃO: Ø POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o fato narrado na denúncia ou queixa seja um fato típico (conduta definida em lei como sendo um ilícito penal) – amparo no ordenamento jurídico; V. CPP, 395, II 3 Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). V. CPP, 397, III Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). IV - extinta a punibilidade do agente. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Ø LEGITIMIDADE “AD CAUSAM”: a) ATIVA: MP (AÇÃO PÚBLICA) ou à VÍTIMA (AÇÃO PRIVADA); b) PASSIVA: PESSOA HUMANA – provável autor da infração penal (≥ 18 ANOS – AGENTE IMPUTÁVEL) (OBS: A pena não pode ir além da pessoa do autor da infração penal – PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA). PARTES LEGÍTIMAS: POSSUEM INTERESSES NO CONFLITO (DIREITO DE PUNIR X DIREITO À LIBERDADE); V. CPP, 395, II (retro). Ø INTERESSE DE AGIR: NECESSIDADE, ADEQUAÇÃO e UTILIDADE (N.A.U.) do provimento jurisdicional. 4 OBS: LUIZ FLÁVIO GOMES: 4ª CONDIÇÃO: JUSTA CAUSA – fumus boni iuris (provas que dêem plausibilidade ao pedido): mínimo de prova razoável para sustentar o pedido (v. CPP, 395, III (retro)). Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). (omissis) III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). · CONDIÇÕES ESPECÍFICAS (ou DE PROCEDIBILIDADE): ausentes impedem o exercício da ação penal. Exigidas em algumas ações penais (Ex: representação da vítima, requisição do Ministro da Justiça, etc). · CARÊNCIA DA AÇÃO: falta de uma das condições anteriormente mencionadas. PROCESSO, PROCEDIMENTO E PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS PROCESSO: INSTRUMENTO DE REALIZAÇÃO DO DIREITO DE PEDIR AO PODER JUDICIÁRIO A APLICAÇÃO DO DIREITO MATERIAL AO CASO CONCRETO, FORMATANDO-SE PELOS ASPECTOS EXTERNO E INTERNO. ASPECTO EXTERNO: O PROCESSO É UMA SUCESSÃO ORDENADA DE ATOS DIRIGIDA À SENTENÇA; 5 ASPECTO INTERNO: RELAÇÃO ESTABELECIDA ENTRE AS PARTES CONTRAPOSTAS (ACUSAÇÃO E RÉU) E O ESTADO-JUIZ. PROCEDIMENTO: FORMA E O RITMO DADO À SUCESSÃO DOS ATOS QUE BUSCAM A SENTENÇA (COMUM OU ESPECIAL - MANEIRA PELA QUAL SE DARÁ O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO). PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS: REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A EXISTÊNCIA E A VALIDADE DA RELAÇÃO PROCESSUAL CONSTATAÇÃO DA JURISDIÇÃO; INEXISTÊNCIA DE SUSPEIÇÃO DO MAGISTRADO; COMPETÊNCIA DO MAGISTRADO PARA DECIDIR A CAUSA; AUSÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA E COISA JULGADA. · CLASSIFICAÇÃO DA AÇÃO PENAL: CLASSIFICAÇÃO: TITULARIDADE DO SEU EXERCÍCIO. Ø PÚBLICA – (promovida pelo MP): a) INCONDICIONADA - sem necessidade de requisição do Ministro da Justiça ou representação do ofendido 6 TITULAR: MP (CPP, 24; CP, 100; CF/88, 129, I); CPP, 24 Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. CP, 100 Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. CF/88, 129, I Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; PRINCÍPIOS: 1. OFICIALIDADE; 2. OBRIGATORIEDADE OU LEGALIDADE PROCESSUAL; 7 3. INDISPONIBILIDADE; 4. INTRASCENDÊNCIA - A AÇÃO PENAL NÃO PODE PASSAR DA PESSOA DO DELINQUENTE (NINGUÉM PODE SER PROCESSADO POR FATO ALHEIO); 5. INDIVISIBILIDADE (OBS: STF – não vigora na ação penal pública) OPINIO DELICTI: CONVENCIMENTO DO PROMOTOR DE QUE EXISTE JUSTA CAUSA PARA A AÇÃO PENAL. INÍCIO DA AÇÃO PENAL PÚBLICA: OFERECIMENTO DA DENÚNCIA (PETIÇÃO INICIAL), INDEPENDENTEMENTE DO RECEBIMENTO FEITO PELO JUIZ. NOTA: OFERECIDA A DENÚNCIA, JÁ NÃO CABE RETRATAÇÃO DA VÍTIMA. REQUISITOS DA DENÚNCIA (CPP, 41): Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 1. EXPOSIÇÃO DO FATO CRIMINOSO - A DENÚNCIA GENÉRICA (EVASIVA, VAGA), QUE NÃO NARRA COM CLAREZA O FATO, QUE FAZ MERA REFERÊNCIA AO IP, É INEPTA. (FATO NARRADO DEVE SER TÍPICO - JURIDICAMENTE POSSÍVEL). 8 2. IDENTIFICAÇÃO DO ACUSADO (E INDIVIDUALIZAÇÃO DOS FATOS EM CASO DE AUTORIA COLETIVA) - SOB PENA DE INÉPCIA FORMAL. NOTA: PESSOA INCERTA PODE SER DENUNCIADA (PESSOA FISICAMENTE CERTA, MAS SOBRE A QUAL NÃO EXISTEM DADOS QUALIFICATIVOS OU INDIVIDUALIZADORES). DENÚNCIA GENÉRICA: NÃO INDIVIDUALIZA OS FATOS; OU NÃO INDIVIDUALIZA OS FATOS EM RELAÇÃO A CADA UM DOS AUTORES DO CRIME. 3. CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DO FATO PUNÍVEL: MP É OBRIGADO A CLASSIFICAR O FATO PUNÍVEL OBJETO DA DENÚNCIA. A CLASSIFICAÇÃO DO MP NÃO VINCULA AO JUIZ (JUIZ PODE DESCLASSIFICAR O FATO NA SENTEÇA). 4. ROL DE TESTEMUNHAS: SOB PENA DE PRECLUSÃO, O ROL DE TESTEMUNHAS É APRESENTADO NO MOMENTO DA DENÚNCIA. NÚMERO DE TESTEMUNHAS: A) RECLUSÃO: 8 (OITO); B) DETENÇÃO: 5 (CINCO); C) CONTRAVENÇÃO: 3 (TRÊS). 5. DENÚNCIA ESCRITA EM VERNÁCULO- IDIOMA OFICIAL (PORTUGUÊS) 6. DENÚNCIA DEVE SER SUBSCRITA PELO PROMOTOR 9 INÉPCIA DA DENÚNCIA 1. INÉPCIA FORMAL: OCORRE QUANDO A DENÚNCIA NÃO CONTÉM OS REQUISITOS ESSENCIAIS DO CPP, 41; 2. INÉPCIA MATERIAL: OCORRE QUANDO NÃO HÁ JUSTA CAUSA (PROVAS MÍNIMAS PARA INICIAR A AÇÃO PENAL). PRAZO PARA DENUNCIAR (PRAZO PROCESSUAL) Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 1. RÉU PRESO - 5 (CINCO) DIAS (CPP, 46) (CONTADOS DA DATA EM QUE O MP RECEBER O IP); 2. RÉU SOLTO OU AFIANÇADO - 15 (QUINZE) DIAS (CPP, 46) OBS: DENÚNCIA RECEBIDA FORA DO PRAZO: SERÁ RECEBIDA NORMALMENTE (MERA IRREGULARIDADE). 10 CONSEQUENCIAS DA INÉRCIA DO MP 1. SE O ACUSADO ESTIVER PRESO, A PRISÃO PODE SER RELAXADA, QUANDO SE CONSTATAR ABUSO OU MÁ-FÉ; CF/88, 5º, LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 2. CABE AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA (CPP, 29); Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 3. PERDA DE VENCIMENTOS DO PROMOTOR (CPP, 801 - INÉRCIA NÃO FUNDAMENTADA); Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias excedidos. 4. PODE O REPRESENTANTE DO MP COMETER CRIME DE PREVARICAÇÃO - SATISFAZER INTERESSE OU SENTIMENTO PESSOAL (CP, 319); 11 Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 5. A DOUTRINA MODERNA DEFENDE AINDA A POSSIBILIDADE DE QUE O PROMOTOR TENHA RESPONSABILIDADE CIVIL. ADITAMENTO DA DENÚNCIA 1. PARA SUPRIR OMISSÕES FORMAIS (CPP, 569); Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final. 2. PARA AGREGAR FATO NOVO; 3. PARA INCLUIR NOVO ACUSADO, ETC. NOTA: É POSSÍVEL ATÉ AS ALEGAÇÕES FINAIS. b) CONDICIONADA TITULAR: MP (manifestação do ofendido (REPRESENTAÇÃO) ou do Ministro da Justiça (REQUISIÇÃO)) (CPP, 24; CP, 100); 12 CPP, 24 Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. CP, 100 Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 1. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA (ver CPP, 39): condição específica de procedibilidade. PRAZO: 06 MESES (da data em que o ofendido vier a saber quem é o autor do crime) – PRAZO DECADENCIAL. Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. OBS: A representação só é irretratável depois de oferecida a denúncia (CPP, 25; CP, 102). 13 Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. 2. REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA (permitir a ação penal): a) PONTO DE VISTA PROCESSUAL: condição específica de procedibilidade; b) PONTO DE VISTA ADMINISTRATIVO: ato político. OBS: A requisição só é irretratável depois de oferecida a denúncia (ANALOGIA!). EX: CP, 145, § ÚNICO, 1ªPARTE CAPÍTULO V DOS CRIMES CONTRA A HONRA Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único - Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do n.º I do art. 141, e mediante representação do ofendido, no caso do n.º II do mesmo artigo. Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; II - contra funcionário público, em razão de suas funções; Ø PRIVADA TITULARIDADE: ofendido ou seu representante legal (CPP, 30). 14 Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. HÁ SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL NESSE CASO: OFENDIDO FALA EM NOME PRÓPRIO, MAS DEFENDE INTERESSE ALHEIO. 03 ESPÉCIES (EXCLUSIVAMENTE PRIVADA; PERSONALÍSSIMA; PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA): a) EXCLUSIVAMENTE PRIVADA: queixa ou queixa-crime – peça acusatória que inicia a ação privada. QUERELANTE: QUEM PROPÕE; QUERELADO: CONTRA QUEM A QUEIXA É PROPOSTA. REQUISITOS DA QUEIXA (CPP, 41): mesmos da denúncia (OBS: NÃO APRESENTA TODOS OS REQUISITOS – inepta!). PRINCÍPIOS DA AÇÃO PENAL PRIVADA: 1. OPORTUNIDADE ou da CONVENIÊNCIA - A VÍTIMA INGRESSA COM A QUEIXA SE QUISER; 2. DISPONIBILIDADE - A VÍTIMA PODE DISPOR; 3. INDIVISIBILIDADE - A VÍTIMA NÃO PODE ESCOLHER O RÉU; 15 4. INTRANSCÊNDENCIA - A AÇÃO NÃO PODE PASSAR DA PESSOA DO DELINQUENTE; Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. IDÉIA QUE NORTEIA O CPP, 31: 1. SE O OFENDIDO NÃO SABIA QUEM O DIFAMOU, POR EXEMPLO, FALECENDO NESSA SITUAÇÃO DE IGNORÂNCIA, É JUSTO QUE, DESCOBERTA A AUTORIA APÓS A MORTE, SEUS FAMILIARES POSSAM INGRESSAR COMA A AÇÃO PENAL; 2. SE O PRAZO NASCEU E SE ENCERROU PARA A VÍTIMA, EM VIDA, NADA RESTA AOS SUCESSORES; 3. SE DURANTE O DECURSO DA DECADÊNCIA MORRE O OFENDIDO, O PRAZO DE SEIS MESES ESTÁ ÍNTEGRO PARA CADA UM DOS SUCESSORES, CONFORME SAIBAM DA AUTORIA DA INFRAÇÃO PENAL. (NOTA: SE TODOS JÁ TINHAM CONHECIMENTO DA AUTORIA, ESSE PRAZO TEVE INÍCIO NA ÉPOCA EM QUE O OFENDIDO ESTAVA VIVO, APROVEITANDO-SE, ENTÃO, A PARTE FINAL). 16 OBS: DESINTERESANDO-SE O CÔNJUGE (OU COMPAHEIRO(A)), PASSA-SE O DIREITO AO ASCENDENTE E ASSIM SUCESSIVAMENTE. ASPECTOS FORMAIS DA QUEIXA: 1. PODE SER OFERECIDA PESSOALMENTE OU POR MEIO DE PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS (CPP, 44); Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 2. A QUEIXA PODE SER OFERECIDA PESSOALMENTE SE A VÍTIMA CONTAR COM HABILITAÇÃO TÉCNICA (ADVOGADO). NOTA: A QUEIXA EXIGE CAPACIDADE POSTULATÓRIA! 3. NOMEAR PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS: CONSTAR NO INSTRUMENTO DO MANDATO O NOME DO QUERELANTE E MENÇÃO DO FATO CRIMINOSO. 4. EVENTUAIS DEFEITOS (FORMAIS) DA PROCURAÇÃO PODEM SER SUPRIDOS ATÉ O MOMENTO DA SENTENÇA (POSIÇÃODO STF). 17 5. VÍTIMA POBRE: JUIZ NOMEARÁ ADVOGADO PARA PROMOVER A AÇÃO PENAL. (CF/88, 5º, LXXIV) “O ESTADO PRESTARÁ ASSISTÊNCIA JURÍDICA INTEGRAL E GRATUITA AOS QUE COMPROVEM INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS”. (CPP, 32); Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal. NOTA1: CONCEITO DE POBREZA: CPP, 32, §1º. § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. NOTA2: PROVA SUFICIENTE DA POBREZA: CPP, 32, §2º. § 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido. NOTA: HÁ MUITO JÁ NÃO SE EXIGE O ATESTADO DE POBREZA EMITIDO POR DELEGADOS DE POLÍCIA, BASTANDO UMA SIMPLES DECLARAÇÃO, DE PRÓPRIO PUNHO DO INTERESSADO, AFIRMANDO SUA CONDIÇÃO DE POBREZA. 18 PRAZO: 06 MESES (PRAZO DECADENCIAL - NÃO SE PRORROGA, NÃO SE INTERROMPE E NÃO SE SUSPENDE; PRAZO PENAL). CUSTAS PROCESSUAIS: o CPP as prevê (CPP, 806). Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas. MP: custos legis. ADITAMENTO DA QUEIXA PELO MP: possível em relação a aspectos formais. b) PERSONALÍSSIMA: direito personalíssimo e intransmissível. UM CASO: CRIME DE INDUZIMENTO A ERRO ESSENCIAL OU OCULTAÇÃO DE IMPEDIMENTO (CP, 236, § único). Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. OBS: OFENDIDO INCAPAZ – aguardar a cessação da sua incapacidade (decadência não corre contra ele!) 19 AÇÃO EXCLUSIVAMENTE PRIVADA AÇÃO PRIVADA PERSONALÍSSIMA MORRENDO A VÍTIMA: direito de queixa passa ao cônjuge, companheiro(a), ascendente, descendente ou irmão. MORRENDO A VÍTIMA: direito de queixa não passa para ninguém. c) PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA (CPP, 29): “...ação penal proposta pelo ofendido por meio de queixa nos crimes de ação pública, quando esta não for intentada no prazo legal. Leia-se: quando houver inércia do Ministério Público” (LUIZ FLÁVIO GOMES). AUTORIZAÇÃO CONSTITUCIONAL PREVISTA NA CF/88, 5º, LIX, POSSIBILITANDO QUE A VÍTIMA OU SEU REPRESENTANTE LEGAL INGRESSE, DIRETAMENTE, COM AÇÃO PENAL, ATRAVÉS DO OFERECIMENTO DE QUEIXA, QUANDO O MINISTÉRIO PÚBLICO, NOS CASOS DE AÇÕES PÚBLICAS, DEIXE DE FAZÊ-LO NO PRAZO LEGAL (CPP, 46). LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à 20 autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. PRAZO: 06 MESES (DECADENCIAL) (OBS: PRAZO IMPRÓPRIO – MP pode denunciar a qualquer momento (antes de transcorrer o prazo prescricional!)). INSTRUMENTO ÚTIL À DISPOSIÇÃO DO OFENDIDO, PARA CONTROLAR ABUSOS DO ESTADO-ACUSAÇÃO, QUANDO HOUVER DEMORA EXCESSIVA PARA DAR INÍCIO À AÇÃO PENAL (HIPÓTESE RARA). NOTA: INACEITÁVEL QUE O OFENDIDO, PORQUE O INQUÉRITO FOI ARQUIVADO A REQUERIMENTO DO MP, INGRESSE COM AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA. NOTA: HIPÓTESE VIÁVEL É O OFERECIMENTO DE QUEIXA-CRIME APÓS O PEDIDO DE NOVAS DILIGÊNCIAS FEITO PELO MP, QUANDO EXISTEM PROVAS SUFICIENTES PARA DAR INÍCIO À AÇÃO PENAL E DETECTANDO-SE CONTEÚDO NITIDAMENTE PROTELATÓRIO NO PLEITO FORMULADO. OFERECIDA A QUEIXA PELO OFENDIDO, AS ATRIBUIÇÕES DO MP PASSAM A SER: 21 A) ADITAR A INICIAL PARA INCLUIR CIRCUNSTÂNCIA CONSTANTE DAS PROVAS DO INQUÉRITO, COMPONENTE DA FIGURA TÍPICA, MAS NÃO DESCRITA NA PEÇA INAUGURAL PRIVADA, BEM COMO PARA INCLUIR ALGUM INDICIADO OLVIDADO; B) REPUDIAR A QUEIXA, OFERECENDO DENÚNCIA SUBSTITUTIVA, QUANDO VERIFICAR QUE A PEÇA OFERTADA PELA VÍTIMA É INÉPTA E NÃO PREENCHE OS REQUISITOS LEGAIS; C) INTERVIR EM TODOS OS TERMOS DO PROCESSO; D) FORNECER ELEMENTOS DE PROVA; E) INTERPOR RECURSO; F) RETOMAR A AÇÃO PRINCIPAL SE HOUVER NEGLIGÊNCIA DO PARTICULAR.
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