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IV 403 Zoologia Aplicada 
TRCA 1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE VETERINÁRIA 
DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA ANIMAL 
IV- 403 ZOOLOGIA APLICADA 
Ordem Siphonaptera: as pulgas 
Os sifonápteros, conhecidos vulgarmente como pulgas, são insetos que pertencem a 
Ordem Siphonaptera (Siphon=sifão, a=ausência, pteros=asas). São holometábolos, 
ectoparasitos de carnívoros, roedores, marsupiais, aves, quirópteros e do homem. No Brasil, já 
foram descritas cerca de 60 espécies, estas incluídas em oito diferentes famílias. Têm 
importância como agentes infestantes, vetores de patógenos ou hospedeiros intermediários de 
endoparasitos. 
1. Morfologia geral 
Apresentam coloração castanha; medem aproximadamente 2,5 a 3,0 mm, sendo que as 
fêmeas são maiores que os machos. São insetos ápteros, com o corpo achatado lateralmente e 
peças bucais do tipo picador-sugador. O corpo, coberto de cerdas voltadas para trás, e dividido 
em cabeça, tórax (pronoto, mesonoto e metanoto) e abdome (tergitos e esternitos). 
Cabeça: Fronte
 
ou clípeo (parte anterior da cabeça); esta pode estar pela sutura antenal 
do occiput ou occipício (parte posterior da cabeça); Falx
 
(vestígio da sutura antenal presente em 
várias espécies); O aparelho bucal é constituído por um par de
 
palpos labiais
 
(2 a 17 artículos), 
um par de palpos maxilares
 
(4 artículos), um par de lacínias
 
(simples ou serrilhadas), um par de
 
maxilas
 
e o labro-epifarnige. Gena (parte inferior da cabeça) pode ou não estar provida de 
ctenídeos. Possuem um par de antenas; a antena é composta por três segmentos: 1º segmento, 
2º segmento e clava. Olhos presentes ou ausentes (às vezes mancha ocular). 
Tórax: Por serem achatadas lateralmente apresentam as pleuras bem desenvolvidas. 
Proesterno. Mesoesterno. Metaesterno. Ctenídeos presentes ou ausentes no pronoto. 
Mesopleura
 
simples ou dividida (sutura mesopleural) em mesepisterno
 
e mesepímero. 
IV 403 Zoologia Aplicada 
TRCA 2 
Metapleura
 
dividida em metepisterno e metepímero. Possuem um par de patas especializado 
para o salto (proteína resilina). 
Abdome: 10 segmentos abdominais; esternito
 
I e tergito
 
I cobertos pelo metepímero; 
último segmento abdominal modificado. Os machos possuem uma estrutura denominada 
aedeagus, que corresponde ao pênis, e as fêmeas possuem a espermateca. 
 
Figura 1. Morfologia geral das pulgas. 
2. Biologia 
Seu ciclo de vida leva de 25 a 30 dias, passando pelas fases de ovo, 3 ínstares larvares 
(2 ínstares larvares para Tunga, cujo ciclo leva de 17 a 25 dias), pupa e adultos. As fases de 
ovo, larva e pupa ocorrem no ambiente (fase não parasitária), e os adultos sobre o hospedeiro 
(fase parasitária). Os ovos são esbranquiçados, ovóides ou elipsoidais, medindo em média 500 
µm. As larvas são eucéfalas, esbranquiçadas e ápodas; possuem aparelho bucal do tipo 
mastigador, têm geotropismo positivo e fototropismo negativo. Os adultos são hematófagos 
obrigatórios e as larvas são mastigadoras; estas se alimentam de fezes de pulgas adultas e 
resíduos de matéria orgânica. Iniciado o hematofagismo, em 48 horas, as fêmeas aumentam 
140% e os machos 19%. A cópula é realizada com a fêmea cavalgando o macho; esta é 
direcionada pelo sensilium. O acasalamento pode durar de oito a 32 horas. 
Em relação a proporção macho e fêmea, há uma variação entre as espécies. Para a 
pulga do gato, Ctenocephalides felis, a proporção é de um macho para quatro fêmeas (1:4), para 
Xenopsylla e Pulex é de uma macho para uma fêmea (1:1). 
Em laboratório, o ciclo de Ctenocephalides felis felis (ovo a adulto) leva em torno de 15 
dias, com temperatura e umidade relativa controladas. 
A longevidade é variável por espécies e condições climáticas. 
IV 403 Zoologia Aplicada 
TRCA 3 
Figura 2. Ciclo de Ctenocephalides sp. 
3. Famílias 
No Brasil, já foram assinaladas espécies de oito famílias diferentes: Pulicidae, 
Leptopsyllidae, Ceratophyllidae, Ischnopsyllidae, Stephanocircidae, Ctenophtalmidae, Tungidae 
e Rhopalopsyllidae. 
3.1. Pulicidae 
Características: Presença de cerdas espiniformes, sensilium com 14 tricobótrias de 
cada lado, cerda antepigidial (ou ante-sensiliais) e fêmeas com estilete anal. 
Inclui quatro subfamílias: Pulicinae, Xenopsyllinae, Archaeopsyllinae e Spylopsyllinae. 
Pulicinae: ctenídeos ausentes e sem sutura mesopleural 
Pulex irritans- parasito de roedores, cães e do homem 
Xenopsyllinae: ctenídeos ausentes e com sutura mesopleural 
Xenopsylla brasiliensis – parasito de roedores e do homem 
IV 403 Zoologia Aplicada 
TRCA 4 
X. cheopis– parasito de roedores e do homem 
Archaeopsyllinae: ctenídeos genal e pronotal presentes 
Ctenocephalides felis – parasito de cães e gatos, podendo parasitar também 
roedores, marsupiais, veados, ouriços, eqüídeos, ruminantes, entre outros. 
C.canis – parasito de cães 
3.2. Tungidae 
Características: Ausência de ctenídeos, olho reduzido ou ausente, peças bucais 
desenvolvidas, tórax comprimido (fusionado), coxa posterior sem cerdas espiniformes, fratura da 
mexocoxa completa, sensilium com 8 tricobótrias de cada lado, cerdas ante-sensiliais ausentes e 
fêmeas sem estilete anal. 
Inclui duas subfamílias: Tunginae e Hectopsyllinae. 
Hectopsyllinae: as fêmeas são semi-penetrantes; os espiráculos dos segmentos 
abdominais II-VII são do mesmo tamanho 
Hectopsylla psittaci 
Tunginae: as fêmeas são penetrantes; os espiraculos abdominais II-IV são diminutos ou 
rudimentares e do V-VIII são bem desenvolvidos. 
Tunga penetrans – olho pigmentado, tórax comprimido; vulgarmente conhecida 
como bicho-de-pé. Parasito de cães, suínos e do homem, também já foi descrito parasitando 
cavalos na Região do Pantanal; situam-se nos pés, mãos e cotovelos no homem, e nos animais 
as patas principalmente. 
3.3. Rhopalopsyllidae 
Características: Possuem 2 fileiras de cerdas no tórax e no abdome, e 3 fileiras de 
cerdas na região posterior da cabeça (occiput); tarsos trapezoidais e cilíndricos; presença de 
furca metesternal; mancha escamiforme; tíbia com 6, 7 ou mais entalhes 
Inclui duas subfamílias: Parapsyllinae (ainda não existem relatos no Brasil) e 
Rhopalopsyllinae. 
Rhopalopsyllinae: clava da antena assimétrica, ausência de cerdas espiniformes na face 
interna da coxa posterior, genitália dos machos característica 
Polygenis – parasito de roedores, marsupiais e edentatos. 
IV 403 Zoologia Aplicada 
TRCA 5 
Rhopalopsyllus – parasito de roedores, felídeos silvestres, edentatos. 
4. Importância 
As pulgas como agentes infestantes tem ação irritativa, devido ao prurido provocado, 
tem ação espoliadora devido ao hematofagismo, e ação inflamatória, relacionada à tungíase. 
Com relação à tungíase, somente a fêmea de Tunga é penetrante; após penetrar à 
medida que se alimenta, o volume do seu corpo aumenta, gerando uma estrutura 
morfologicamente hipertrofiada ao redor do seu corpo, denominada neosoma. Pode provocar 
dificuldades de locomoção e postura dos hospedeiros, necrose óssea e tendinosa, e até perda 
dos dedos do pé, seguida ou não por infecções bacterianas por Clostridium tetani (tétano), C. 
perfringens (gangrena gasosa) e Paracoccodioses brasiliensis (blastomicose). 
Do ponto de vista epidemiológico, o gênero Xenopsylla é o mais importante por ser 
vetora do bacilo da peste Yersinia pestis. Hoje, devido ao crescimento das áreas urbanas em 
direção a área de mata, deve-se dar atenção aos ropalopsilíneos, parasitos de roedores e 
mantenedores da peste silvestre. A pulga Xenopsylla também está relacionada com a 
transmissão do tifo murino (Rickettsia typhi). 
A pulga do gato, Ctenocephalides felis, é hospedeiro intermediário do cestóide parasito 
de cães e gatosDipylidium caninum, do filarídeo parasito de cães Dipetalonema reconditum, 
vetora da rickettsiose felina (Rickettsia felis) e da doença da arranhadura do gato (Bartonella 
henseale); mais recentemente foi descrito seu envolvimento na transmissão do vírus da leucemia 
felina. Também está relacionada a dermatite alérgica a picada de pulga (DAPP) em cães e 
gatos, provocada pela ação da saliva, que contém substâncias alergênicas. 
A pulga P. irritans é hospedeira intermediária dos cestóides Hymenolepis diminuta e H. 
nana. 
5. Bibliografia consultada 
CARRERA, M. Insetos de interesse médico e veterinário. Editora UFPR/ CNPq, Curitiba, 228 p., 1991. 
COSTA LIMA, A. Capítulo XXV - Suctoria, p. 17-71. In: Insetos do Brasil – 4º tomo. Escola Nacional de Agronomia, 
série didática nº 5, 141 p., 1943. 
GUIMARÃES, J. H.; TUCCI, E.C., BARROS, D.M. Ectoparasitos de importância veterinária, Editora 
Plêidade/Fapesp218 p., 2001. 
LINARDI, P. M.; GUIMARÃES, L.R. Sifonápteros do Brasil. Editora MZUSP/FAPESP, São Paulo, 291 p., 2000. 
MARCONDES , C. B. Entomologia médica e veterinária. Editora Atheneu, São Paulo, 432 p., 2001. 
SERRA-FREIRE, N. M.; MELLO, R. P. Entomologia e Acarologia na Medicina Veterinária. Editora L.F. Livros de 
Veterinária, Rio de Janeiro, 199 p., 2006. 
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