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Caso 1 O documento Atenção Humanizada ao Abortamento deve ser seguido por todas as unidades de saúde e diz que "o não cumprimento da norma pode ensejar procedimento criminal, civil e ético-profissional contra quem revelou a informação, respondendo por todos os danos causados à mulher". Infração. O Código de Ética do Profissional da Enfermagem também recomenda o sigilo ético-profissional, exceto quando há autorização por escrito. Assim, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) informou, por meio da assessoria de imprensa, que a profissional pode ter cometido infração ética. A assessoria informou que o enfermeiro está obrigado a seguir ordenamentos e protocolos, como o do Ministério da Saúde. Agora, caberá ao conselho regional da categoria fazer uma fiscalização e abrir uma sindicância para confirmar se houve ou não uma infração ética. No caso em questão, a enfermeira M.J.D, do Hospital de Base de São José do Rio Preto foi quem comunicou à polícia que Keila Rodrigues provocou um autoaborto. Como consequência, Keila foi processada e será julgada por um júri popular. Com base nos fatos comentem e Responda o solicitado: 1 – Comente a ocorrência. Se a enfermeira não tivesse comunicado a policia ela não estaria infringindo o Art. 9º Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer outro ato que infrinja postulados éticos e legais e o Art. 28º Provocar aborto ou cooperar em prática destinada a interromper a gestação Parágrafo único Nos casos previstos em lei, o profissional deverá decidir, de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo. ? 2 – Quanto à conduta da profissional denunciada, há indícios de infração a algum artigo do CEPE? Sim. 3 – Em caso afirmativo, quais os artigos do CEPE foram violados na ocorrência? Art. 12º Assegurar à pessoa, à família e à coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperí- cia, negligência ou imprudência. Art. 82º Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal. 4 – Aponte o princípio da bioética que foi violado nesta ocorrência, pelo profissional? Autonomia e justiça 5 – A conduta da profissional pode ser enquadra em qual desídia? - Negligência - Imperícia - Imprudência – A enfermeira em questão agiu de forma precipitada, ao contar a policia sobre o aborto sem medir as consequências a ela própria de acordo com código de ética e à paciente. Caso 2 O Conselho Regional de Enfermagem (Coren-DF) ouviu o depoimento do enfermeiro que aplicou a superdose de adrenalina na menina Rafaela, de 1 ano e 7 meses, que morreu na quarta-feira (23), no Hospital Regional de Santa Maria. Foi ele quem injetou a substância na paciente, cumprindo determinação da médica que prescreveu a medicação. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que a médica responsável pela prescrição apresentou novo atestado médico, desta vez de 30 dias, nesta terça-feira (29). A profissional estava afastada desde a última semana, quando a menina morreu. O Coren-DF tem até julho para entregar o relatório final sobre a investigação. Se a apuração apontar responsabilidade do enfermeiro, pode ser aberto um processo de cassação do registro profissional dele no Conselho Federal de Enfermagem. “Ele se apresentou por livre e espontânea vontade e informou que questionou a médica duas vezes sobre a quantidade de adrenalina. Como a aplicação foi intramuscular, que tem absorção mais lenta, e não intravenosa, como é de costume, ele aplicou a medicação. Se fosse aplicada de forma intravenosa, ele não faria”, afirmou o presidente do Coren-DF, Wellington Antônio da Silva. De acordo com o código de ética de enfermagem, o profissional poderia ter se negado a aplicar a substância. No depoimento, o profissional afirmou que temeu que algo pudesse acontecer com a menina, caso não aplicasse a adrenalina. Para o presidente do Coren-DF, o momento é importante para se debater o papel dos profissionais que compõem as equipes que prestam atendimento nas unidades de saúde. “Enquanto alguns médicos não enxergarem a equipe multidisciplinar como importante para cuidar e tratar dos pacientes, casos como esse vão continuar a acontecer” afirma. O caso Rafaela foi levada ao Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) na tarde de domingo (20) com uma alergia. A médica que fez o atendimento prescreveu 3,5 miligramas de adrenalina. Segundo a mãe da criança, Jane Formiga, um enfermeiro estranhou a dosagem e a avisou. A mãe também relatou que a médica foi questionada, mas confirmou a aplicação. A menina começou a passar mal poucos minutos após a aplicação de adrenalina. Ela foi entubada ainda no HMIB e foi transferida na madrugada de segunda-feira (21) para o Hospital de Santa Maria. Na tarde da quarta-feira, a menina teve cinco paradas cardíacas e morreu. De acordo com o secretário de Saúde do DF, Rafael Barbosa, a secretaria abriu sindicância para investigar o caso e encaminhou ao Conselho Regional de Medicina documentos para que a conduta da profissional responsável pela prescrição do medicamento também seja avaliada pelo órgão. “Houve uma prescrição, uma dose acima do preconizado, que provavelmente levou ao óbito dessa criança”, disse o secretário. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Alergia, Sérgio Camões, bebês de 1 ano e 7 meses não devem receber mais do que algumas gotas do medicamento. E elas servem apenas para amenizar os sintomas de uma urticária. Segundo ele, cada ampola da medicação tem um mililitro, o que já é muito até para um adulto de 80 quilos. “Um mililitro é muito forte para uma criança, não se dá nem mesmo para um adulto. Antes de dar a medicação, o histórico da criança tem que ser investigado. O alergista é uma espécie de investigador. Não se pode dar um medicamento assim”, disse Camões. Com base nos fatos comentem e Responda o solicitado: 1 – Comente a ocorrência. 2 – Quanto à conduta da profissional denunciada, há indícios de infração a algum artigo do CEPE? Sim. 3 – Em caso afirmativo, quais os artigos do CEPE foram violados na ocorrência? Art. 10º Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, à família e à coletividade Art. 12º Assegurar à pessoa, à família e à coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 30º Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar- se da possibilidade de riscos. Art. 32º Executar prescrições de qualquer natureza que comprometam a segurança da pessoa. Art. 37º Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica onde não conste a assinatura e o número de registro do profissional, exceto em situações de urgência e emergência. Parágrafo único O profissional de enfermagem poderá recusar- se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou ilegibilidade. Art. 40º Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja por imperícia, imprudência ou negligência. Art. 48º Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão. Art. 121º As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas segundo a natureza do ato e a circunstância de cada caso. § 3º São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte, deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou, ainda, dano moralirremediá- vel em qualquer pessoa. Art. 122º São consideradas circunstâncias atenuantes: I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato; II - Ter bons antecedentes profissionais; III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação; V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração. Art. 123º São consideradas circunstâncias agravantes: II - Causar danos irreparáveis; 4 – Aponte o princípio da bioética que foi violado nesta ocorrência, pelo profissional? Beneficência e Não maleficência 5 – A conduta da profissional pode ser enquadra em qual desídia? - Negligência – uma vez que sabia que dosagem do medicamento era errada e se omitiu - Imperícia – não saber que a dosagem aplicada poderia trazer a morte do paciente. - Imprudência Caso 3 O drama vivido pelas famílias do menino Alan Breno, de 2 anos, que ingeriu ácido em vez de sedativo, há 10 dias, e do bebê Davi Emanuel de Souza Lopes, de 4 meses, que recebeu alimentação à base de leite na veia, no domingo, é reflexo da insegurança cada dia maior nos hospitais e outras instituições de saúde em Minas. Dados do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren/MG) mostram que as denúncias de má conduta de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem estão aumentando, o que indica que os dois casos não são fatos isolados. Em 2010, foram 127 denúncias, enquanto no ano passado esse número aumentou 20,4%, passando para 153. Os problemas vão desde a falta de ética de profissionais, passando pelo desrespeito aos pacientes e falta de atenção até a troca de medicamentos, entre outros. Só neste ano, foram 43 denúncias (até a última sexta-feira), o que representa aproximadamente uma a cada dois dias. Autoridades reguladoras e especialistas apontam um problema amplo de falta de segurança nos hospitais, mas levantam fatores pontuais que prejudicam o serviço dos trabalhadores da enfermagem. Outro problema é a precariedade dos cursos profissionalizantes, que inclusive levou o Ministério da Educação a fechar vagas. O presidente do Coren, Rubens Schroder Sobrinho, acredita que os erros podem ser evitados por profissionais atentos e preocupados com a segurança dos pacientes, mas a sobrecarga de trabalho, a má remuneração e a falta de educação permanente em algumas instituições contribuem para a desatenção de quem trabalha numa enfermaria. “Por conta dos salários ruins, muitos precisam de trabalhar em dois empregos, o que corresponde a uma jornada de até 24 horas seguidas. Se você pensar que 95% desses profissionais em Minas são mulheres, que ainda têm jornada doméstica em casa, fica complicado trabalhar. Uma alternativa para melhorar é a promoção de uma educação permanente na instituição em que o profissional trabalha. Não parar de aprender é uma forma de ter mais responsabilidade e atenção para lidar com pacientes”, afirma o presidente da entidade que fiscaliza a atuação de enfermeiros, técnicos e auxiliares. A situação preocupante levou o Coren a criar um núcleo de capacitação para tentar diminuir os erros. Ainda não tem prazo para funcionar, mas deve ministrar cursos e palestras que melhorem o trabalho dos profissionais. “O conselho não é responsável por formar as pessoas, mas estamos tentando buscar saídas para minimizar esse quadro. As categorias trabalham muitas vezes bem perto da morte, o que significa que um erro pode ser fatal”, acrescenta o presidente. Segundo ele, o conselho está apurando os últimos três casos de maior repercussão, quando duas crianças receberam leite na veia e outra ingeriu ácido em vez de sedativo. As punições vão de advertência verbal à cassação do direito de exercer a profissão. Em 2010 e 2011, 108 trabalhadores foram indiciados a cumprir uma dessas penas, o que mostra que os erros estão aumentando. Apesar de o problema normalmente estourar na mão de quem tem o contato direto com os pacientes, caso dos profissionais da enfermagem, especialistas acreditam que a responsabilização de funcionários específicos é um erro, pois o problema é muito mais amplo e diz respeito a todo um processo que passa por outros responsáveis. Para o presidente da Sociedade Mineira de Clínica Médica, Breno Gomes, a saúde ainda está engatinhando quando o assunto é segurança do paciente. “O que vemos acontecer hoje é a falta de preocupação com erros que ocorrem durante o percurso, problemas que não recebem a atenção necessária para identificação e correção. Em um avião, por exemplo, qualquer falha é registrada e estudada, para que as soluções sejam encontradas. Precisamos mudar nossa cultura de que o erro é culpa de uma pessoa. Uma medida importante é criar comissões de segurança em cada instituição”, alerta o médico. 1 – Comente a ocorrência. 2 – Quanto à conduta da profissional denunciada, há indícios de infração a algum artigo do CEPE? Sim. 3 – Em caso afirmativo, quais os artigos do CEPE foram violados na ocorrência? Art. 12º Assegurar à pessoa, à família e à coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência. Art. 30º Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem certificar- se da possibilidade de riscos. 4 – Aponte o princípio da bioética que foi violado nesta ocorrência, pelo profissional? Beneficência e Não maleficência 5 – A conduta da profissional pode ser enquadra em qual desídia? - Negligência – Os profissionais em questão não tiveram atenção aos cuidados prestados. - Imperícia - Imprudência Princípios da bioética Os princípios da bioética norteiam as práticas, decisões, procedimentos e dis- cussões relacionadas aos cuidados em saúde. São eles: Autonomia: refere-se ao direito que o indivíduo assistido tem sobre si, a sua liberdade de escolha e poder de decisão. Para que os profissionais de saúde exerçam esse principio é necessário respeitar o indivíduo, sua cultura, ideias e crenças. Nós da enfermagem, temos o dever de sermos educadores. A proximidade que temos com o paciente propicia a criação de elo e confiança, o que nos ajuda nesse processo. Como educadores, cabe a nós a responsabilidade de fornecer informações cla- ras e consistentes para auxiliar na tomada de decisão. Estamos diretamente envolvidos no processo de empoderamento dos pacientes para que os mesmos possam exercer cada vez mais sua autonomia. Beneficência: este princípio impõe ao profissional da área da saúde o dever de promover o bem ao paciente por meio do desempenho de suas funções. Pautado nesse princípio o profissional deve promover atitudes, práticas e procedimentos em benefícios do outro. Justiça: este conceito fundamenta-se na premissa de que as pessoas tem direito a terem suas necessidades de saúde atendidas livres de pre- conceitos ou segregações sociais. O princípio da justiça fortalece- se na lei 8080 que dispõe: “a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover condições indispensáveis ao seu pleno exercí- cio”. Não maleficência: esse princípio determina a obrigação de não infligir dano intencionalmente. Ou seja, o desempenho das atribuições dos pro- fissionais de saúde não devem ocasionar nenhum dano ao paciente as- sistido. Ao profissional de enfermagem cabe prestar assistência individualizada e holís- tica, respeitando as peculiaridades de cada ser. Nas ações em saúde, respei- tar ao outro, significa colocar em prática os princípios da bioética. Negligência, imprudência e imperícia Enquanto negligência é o ato de se omitir, de agir de forma desleixada, desatenciosa, im- prudênciaé o ato de agir de forma precipitada, de não ser comedido nem ser moderado. A imperícia é a falta de habilidade para praticar determinados atos que exigem certo co- nhecimento na área, por exemplo, dirigir sem ter tirado a carteira de habilitação é praticar uma imperícia.
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