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APOSTILA CULTURA RELIGIOSA

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DISCIPLINA: 
 
CULTURA RELIGIOSA 
 
 
 
PROFESSORES: 
 
ILSON MULLER 
RENATO HANNISCH 
 
 
 
 
2017/02 
 
 1 
 
 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
 Pró-Reitoria de Graduação 
 Direção Geral de Ensino 
 
 
CURSO: Todos (Disciplina Universal). ANO 2017 
SEMESTRE: 02 
DISCIPLINA/Módulo: CULTURA RELIGIOSA 
CÓDIGO: 990100 
PROFESSORES: Ilson Muller – Renato Hannisch 
CRÉDITOS: 04 
C/H TOTAL: 68h 
 
PLANO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
EMENTA 
 O fenômeno religioso e suas implicações na formação do ser humano, 
da cultura e da sociedade. As principais religiões universais. O 
Cristianismo. O cenário religioso brasileiro. Religião e 
interdisciplinaridade. Valores e direitos humanos, sociais, éticos e 
espirituais. Ética cristã. Visão cristã de ser humano e de mundo. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 MÓDULO 1: O FENÔMENO RELIGIOSO 
1.1 Religião e cultura: sociodiversidade, multiculturalismo, 
tolerância, direitos humanos e inclusão. 
 1.2 Religião e suas interfaces com as diferentes ciências. 
 1.3 Religião como experiência pessoal e universal: 
 espiritualidade e fé. 
 1.4 Conceitos, características, críticas e finalidades da 
 religião; Classificação das Religiões. 
 1.5 Religiões modernas (Teoria dos Astronautas Antigos; 
 Cientologia; Wicca). 
 
 MÓDULO 2: AS GRANDES RELIGIÕES NO MUNDO 
 2.1 A divisão das religiões: Hinduísmo, Judaísmo, 
 Islamismo, Xintoísmo, Budismo, Confucionismo, 
 Taoísmo, Espiritismo, Cultos Afro-Brasileiros e conceitos 
 religiosos indígenas. 
 2.2 Os temas principais nas religiões: Deus, Homem, 
 Transcendência, Sociedade e Mundo. 
 2.3 O fundamentalismo religioso: terrorismo, violência, 
 questões de gênero, exclusão e minorias. 
 2.4 As contribuições destas religiões para nossa cultura 
 brasileira, em especial as religiões afro-brasileiras; 
 
 MÓDULO 3: O CRISTIANISMO: ORIGEM E EXPANSÃO 
 3.1 A Bíblia. 
 3.2 Vida e obra de Jesus Cristo. 
 3.3 Principais ensinos/doutrinas do Cristianismo. 
 3.4 A difusão do Cristianismo: da Igreja Primitiva ao Cisma de 1054. 
 3.5 As Cruzadas. 
 2 
 
 MÓDULO 4: REFORMA PROTESTANTE 
 4.1 A Reforma de 1517: causas e consequências. 
 4.2 Igrejas reformadas e outras denominações. 
 4.3 Igreja Luterana e Educação (IELB e ULBRA). 
 4.4 A Contrarreforma Católica. 
 
 MÓDULO 5: O ESTUDO DA ÉTICA 
 5.1 Axiologia: o mundo dos valores. 
 5.2 Definição e caracterização da ética e da moral. 
 5.3 Ética filosófica, social, religiosa e profissional. 
 5.4 Ética cristã. 
 5.5 Temas em ética aplicada: ecologia, bioética, relações 
 familiares, sexualidade e política. 
 
4. METODOLOGIA (processos metodológicos utilizados) 
Metodologia de ensino da disciplina compreende aulas com 
problematização dos temas propostos, debates, visitas a instituições 
religiosas, participação no Seminário dos 500 anos da Reforma e 
trabalhos apresentados pelos alunos de escrita. Para viabilizar a 
metodologia, utilizam-se recursos audiovisuais de apoio (slides). As 
aulas transcorrem de maneira interativa com os alunos, onde professor 
e aluno são agentes ativos do processo ensino-aprendizagem. 
Faz parte da metodologia da disciplina o “Projeto Palco”, que é um 
projeto interdisciplinar, envolvendo as disciplinas de Comunicação e 
Expressão, Sociedade e Contemporaneidade e Cultura Religiosa. 
 
5. PROCESSOS AVALIATIVOS 
 A avaliação é compreendida como um processo onde o aluno é 
acompanhado ao longo do semestre letivo, com atividades que serão 
matematicamente valorizadas e incorporadas aos graus avaliativos 
propostos pela Universidade. Esse processo avaliativo tem uma função 
de diagnóstico, discente e docente, de como se procede, aula por aula, 
a interação e comunicação acadêmica, para, ao final, o instrumento de 
avaliação alcançar os objetivos inicialmente propostos. 
 
G1: Pesquisa sobre grandes religiões – Valor = 1,5 
 Entrevista com o representante de uma Denominação Cristã 
 que possui relação com o movimento da Reforma Protestante 
 Valor = 1,0 
 Trabalho sobre a relação do "Homem e o Sagrado" – Valor = 1,5 
 Prova escrita, sem consulta, com questões objetivas e subjetivas 
 Valor = 6,0. 
 Total da G1 = 10,0. Peso: 01 
 
 3 
G2: Relatório do Seminário dos 500 anos da Reforma – Valor = 1,5 
 Trabalho de pesquisa sobre um livro bíblico – Valor = 1,5 
 Trabalho sobre temas ético-religiosos: 1,0 
 Prova escrita, cumulativa, sem consulta, com questões objetivas 
 e subjetivas – Valor = 6,0 (18 de novembro, manhã/tarde, 
 miniauditório 543) 
 Total da G2 = 10,0. Peso: 02 
O grau final do semestre resulta da média ponderada entre os G1, com 
peso 01, e G2, com peso 02. 
Média mínima para aprovação: 6,0, com frequência mínima de 75% às 
aulas. 
Prova Substitutiva: Substituição de um dos Graus com seu peso 
correspondente. Continua a média mínima ponderada para aprovação: 
6,0. Esta avaliação engloba todo o conteúdo da disciplina e é composta 
de questões objetivas e subjetivas, tendo como valor máximo a nota 
10,0. (02 de dezembro, manhã) 
 
OBS. 1- Em todo processo avaliativo a expressão no Fórum e a escrita 
ortográfica correta serão consideradas como relevantes; 
OBS. 2- Qualquer trabalho escrito que apresente indícios de cópia 
direta, sem referencial bibliográfico, receberá a nota ZERO. 
 
 
6. BIBLIOGRAFIA BÁSICA 
 
 
FLOR, Douglas Moacir. Cultura Religiosa. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006. 164 p. 
KUCHENBECKER, Walter (org.) O Homem e o Sagrado. 8.ed. Canoas: Ed. da ULBRA, 2004. 
GAARDER, J. NOTAKER, H. HELLERN, V. O Livro das Religiões. São Paulo: Cia das Letras, 
2000. 
 
 
7. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
 
FORELL, George W. Fé ativa no amor. Porto Alegre: Concórdia Editora. Tradução de Geraldo 
Korndörfer, 1985. 
ALVES, Rubem. O que é Religião? São Paulo. Edições Loyola, 2000. 
WARTH, Martim Carlos. Fé Existencial num Mundo Secular. Canoas. Ed. ULBRA/Concórdia, 
2003. 
VÁRIOS AUTORES. A Bíblia na Linguagem de Hoje. São Paulo, SBB, 2009. 
WARTH, Martim Carlos. A ética de cada dia. Canoas: editora da ULBRA, 2002. 
 
 4 
Cultura Religiosa 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O ser humano tem necessidades físicas, emocionais, psicológicas e espirituais. Mesmo que muitas pessoas 
não o admitam, suprir as suas necessidades espirituais tem sido a busca do ser humano ao longo de sua existência. 
Santo Agostinho, há séculos, já escreveu “Tu nos criaste Senhor e o nosso coração somente descansa quando 
repousa em Ti”. Outro pensamento anônimo diz: “Todo o ser humano tem uma vazio dentro se si do tamanho de 
Deus.” 
 
 Diante disso, crescem os movimentos e as denominações religiosas. Notamos também o crescimento do assim 
conhecido “movimento esotérico”, que é um misto de religiosidade, crendices e superstições. No contexto latino-
americano é notável o crescimento e difusão das igrejas pentecostais e neopentecostais. A nova LDB (Lei de 
Diretrizes e Bases), institui que é dever do Estado oferecer o Ensino Religioso nas Escolas Públicas. 
 
 O Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), identificado com sua confessionalidade, 
oferece aulas de Ensino Religioso em todas as suas Escolas de Ensino Fundamental e Médio. Além disso, desde o 
início de sua atuação na Graduação, oferece aulas de Cultura Religiosaem todos os cursos de Ensino Superior, de 
modo que todo aluno egresso da ULBRA terá cursado a disciplina de Cultura Religiosa. 
 
 O presente material é resultado de pesquisas e debates nas aulas de Cultura Religiosa e quer constituir-se em 
mais um instrumento de apoio para professor e alunos. Por isso, de forma objetiva, apresenta o fenômeno religioso 
mundial, as grandes religiões do mundo, destacando o Cristianismo, e suas atuações na sociedade. Como tal, não 
poderia deixar de fazer uma reflexão sobre a ética, que, segundo concluímos, é a prática maior e mais coerente de 
qualquer prática religiosa, principalmente do Cristianismo. 
 
 Desejamos sucesso nesses meses em que a Cultura Religiosa será parte integrante de seus labores acadêmicos. 
Que o sopro do Espírito Santo possa levá-lo a um bom proveito! 
 
RELIGIÃO 
A) ETIMOLOGIA: 
 RE-LEGERE – Voltar de uma situação anterior – Lit. reler (Cícero, Senador Romano – 50 a.c.). 
 RE-LIGARE – Ligar novamente a criatura com o Criador (Lactâncio, Filósofo cristão – sec. III d.c.) 
 RE-ELIGERE – Necessidade do ser humano religar-se com o Divino, com o Eterno (Agostinho, teólogo e 
 bispo da igreja primitiva- sec. IV d.c.). 
 
B) DEFINIÇÕES: 
1 – A religião supõe o sentimento religioso, que podemos identificar, pela busca permanente do homem por algo 
mais. É religar o homem ao transcendente, ao divino, ao Ser Superior, a Deus. 
 
2 – Conjunto de crenças, leis e ritos que visam um poder que o homem, atualmente, considera supremo, do qual se 
julga dependente, com o qual pode entrar em relação pessoal e do qual pode obter favores. 
 
3 – É o reconhecimento pelo homem de sua dependência de um Ser Supremo pessoal, pela aceitação de várias 
crenças e a observância de várias leis, ritos atinentes a este Ser. 
 
RELIGIÃO E RELIGIOSIDADE 
RELIGIÃO – Supõe uma experiência do transcendental, a nível pessoal e a nível coletivo. 
Função – Preservar esta experiência, repassá-la a outros e vivenciá-la em comunidade. 
 
RELIGIOSIDADE: 
Sentimento religioso irrompe no consciente e extravasa na vida pessoal; 
Manifestações comunitárias de Fé; 
Tudo o que a pessoa faz como experiência com Deus; 
Estímulo, vivência, participação, valores e conduta objetiva. 
A religiosidade, por sua vez, pode ser: Subjetiva e Objetiva. 
 5 
 
1 – SUBJETIVA – Uma pessoa é mais religiosa que outra, isto é, sente e vive mais a sua dependência de Deus do 
que outra. 
 
2 – OBJETIVA – Quem quer viver determinada religião terá que participar necessariamente dos ritos de sua religião. 
 
 SEITAS RELIGIOSAS ≠ RELIGIÕES 
 
 Há uma discussão no mundo religioso do que diferenciaria uma religião de uma seita. Esta é uma 
questão que envolve juízos de valor, ou seja, muitas seitas não se reconhecem como tal, afirmando ser elas a 
única e verdadeira religião. Por outro lado, algumas das consideradas religiões poderiam ser enquadradas 
como seitas ou pelo menos trazer algumas características das mesmas. Alguns critérios que podem ser 
descritos para tentar caracterizar uma seita seguem abaixo. 
 
1. DEFINIÇÃO DE SEITA: Na sua origem a palavra SEITA vem do termo latino “secta” = seguidor. 
Entretanto, no uso que fazemos deste termo Seita é uma doutrina ou sistema que diverge da opinião geral e é 
seguido por alguns indivíduos. É uma comunidade fechada, de cunho radical. Pode ser definida como uma 
teoria de um mestre, seguida por novos convertidos. 
 
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DE UMA SEITA 
a) Isolacionismo = controle físico, intelectual, financeiro e emocional dos fiéis. 
b) Frequentemente apocalípticos = visão no futuro e promessa de salvação do apocalipse (resgate por uma 
nave, abdução, arrebatamento,...). Só os membros da seita serão salvos. 
c) Ideologia e ensinos peculiares (bastante estranhos) revelados pelo líder. 
d) Fazem doutrinação intensa (condicionamento e até “lavagem cerebral”). 
e) Usam a privação do sono e do alimento para a conversão. Realizam “testes” de fé. 
f) Tem rígido controle moral e de comportamento. 
g) Tem interpretação bíblica distorcida e descontextualizada. 
 
3. PERFIL DE UM LÍDER DE SEITA 
a) Recebeu revelação especial de Deus ou anjo ou extraterrestre. 
b) Reivindica ser a encarnação de uma deidade, anjo ou profeta. 
c) Diz ter recebido uma missão especial de Deus. 
d) Diz ter habilidades e dons especiais; geralmente é carismático. 
e) Está acima de qualquer repreensão e questionamento. 
f) Ocupa o lugar de Pai, mãe, pastor, professor, médico,... 
 
4. PERFIL DO POSSÍVEL MEMBRO DE UMA SEITA 
a) Desiludido com a religião tradicional e com a própria sociedade; 
b) Intelectualmente confuso; 
c) Emocionalmente carente; 
d) Em busca de metas ou sentido para a vida; 
e) Dificuldade financeira ou de saúde. 
 
5. ESTRATÉGIAS DAS SEITAS 
a) Bombardeio de afeto (palavras + ações); 
b) Contato físico frequente; 
c) Apoio emocional intenso; 
d) Ajuda material e financeira concreta; 
e) Elogios que tornam o indivíduo o centro das atenções; 
f) Contrato de reciprocidade (obrigação e dívida com o grupo); 
g) Culpa (sair é trair a Deus e ao grupo); 
h) Ameaça (sair da seita significa ser condenado por Deus). 
 
 6 
 
EXEMPLOS REAIS DE SEITAS RELIGIOSAS VIOLENTAS 
ANO DESCRIÇÃO 
1978 Jim Jones ordena o suicídio coletivo de 932 pessoas na Guiana 
1993 David Koresh, líder da seita “Ramo Davidiano”, morre junto com mais de 
80 pessoas num incêndio. Ninguém tentou fugir do fogo. 
1995 A seita japonesa “Ensinamento da verdade suprema”, do guru Shoko 
Asahara, faz um atentado com gás sarim no metrô de Tóquio. Dez mortos e 
cinco mil intoxicados. Tinham gás para bombardear toda Tóquio. 
1998 O pastor da seita “Igreja Pentecostal Unida do Brasil”, no Acre, mata seis 
pessoas a pauladas e as queima (3 crianças, com apoio dos pais). Queria 
matar 40 pessoas, libertando-as do diabo, sob ordem de deus. 
 
 
 
FENÔMENO RELIGIOSO 
UNIVERSAL: O homem é um ser religioso. Ou crê em Deus ou em ídolos, que faz para si. 
INDIVIDUAL: Ninguém crê pelo outro, a experiência é individual compartilhada em grupo, mas vivenciada 
individualmente. 
CULTURAL: “Não há povo tão bárbaro, tão primitivo, que não admita a existência de Deus ou um deus ou vários 
deuses, ainda que se engane sobre sua natureza.” (CÍCERO) 
SOCIAL: “O homem é um ser social” vive em comunidade e participa com outros, logo: a religião é o agente de 
transformação no mundo em que o ser humano vive. 
 
 
VISÃO DA RELIGIÃO 
 
A – ANTROPOLÓGICA. 
CRISTIANISMO: 
-Santo Agostinho – FÉ; -Tomas de Aquino - FÉ e RAZÃO; -Martinho Lutero - FÉ e ESCRITURA 
 
FILÓSOFOS: 
Humanismo - Corpo e Alma. O homem é o centro do universo. 
Kant – Homem material e homem espiritual; 
Darwin – homem biológico – evolucionista; 
Kierkegaard – homem existencial; 
Marx – homem econômico; 
Freud – homem instintivo; Modernismo – homem, o “ser supremo.” 
 
B – VISÃO CULTURAL 
O homem faz parte da história e busca a transcendência. A ação do homem em função daquilo que acredita: 
a. inquisições; b. xiitas; c. suicídios em massa 
 
C – VISÃO CIENTÍFICA 
 A ciência, os costumes e formas de agir do ser humano nas diferentes épocas e lugares. O estudo do fenômeno 
religioso como ciência e a busca cada vez maior do conhecimento do ser humano, seus anseios, desejos e experiências 
e a interpretação do mundo em que vive. 
 A religião é objeto de estudo das ciências humanas e sociais tais como: 
- Antropologia; - Filosofia; - Pedagogia; - Psicologia; - Sociologia; - Teologia. 
 
RELAÇÃO DO FENÔMENO RELIGIOSO COM OUTRAS CIÊNCIAS E CAMPOS DO CONHECIMENTO 
HUMANO 
 
O fenômeno religioso exerceue ainda exerce influência em muitas áreas do conhecimento humano. 
Independente desta influência ser positiva ou negativa, o fato é que a religião é objeto de estudo em muitas ciências. 
Vamos apontar para algumas das relações: 
 7 
 
Teologia Objeto central de estudo é Deus, dogmas, religião. 
Filosofia Já esteve ligada à Teologia. Estuda a transcendência do ser, a alma, vida 
após a morte, questões éticas e morais. 
Psicologia Freud, Jung, Vitor Frankel; Estudos que comprovam a influência da 
fé/religião na psique e comportamento humano; fé e saúde mental; 
Terapias alternativas (regressão). 
Sociologia Estuda a influência da religião nas relações sociais e como fator 
estruturante de muitas sociedades. 
Antropologia Estudo e análise de mitos, tabus, xamanismo,... 
História É feita também de fatos religiosos: Jesus, Buda, Maomé, Cruzadas, 
Inquisição, Reforma, Muro de Berlim,... 
Fenomenologia A religião como fenômeno objetivável, específico de ser estudado. 
Medicina Curas espirituais (concorrência ?); Hospitais da Idade Média; Poder da 
oração; Equipe multidisciplinar. 
Direito Direito canônico; Leis religioso-civis (mundo muçulmano); 
Astronomia Copérnico, Galileu, Big-Bang, ... 
Física Física Quântica, Stephen Howking,... 
Arqueologia Estudo de civilizações antigas; túmulos, tumbas, sítios religiosos,... 
Administração Empresas religiosas, marketing religioso,... 
Biologia Clonagem, Origem humana (Teoria da evolução); 
Geografia Países, cidades e regiões divididas pela religião. 
Informática Sites e provedores religiosos, questões éticas; 
 
A RELAÇÃO ENTRE FÉ E SAÚDE 
 Tese de psicólogo gaúcha, Luciana F. Marques, pela PUC – RS, comprova que a religiosidade e o bem-estar 
existencial são fatores importantes para os indivíduos terem uma melhor saúde física e mental. As pessoas que 
indicaram não ter religião, em geral, foram as que demonstraram menor bem-estar existencial. (Fonte: Zero Hora, 
Caderno Vida, 16/12/2000). 
 
 Espiritualidade tem a ver com disposição física e mental, segundo a Universidade do Texas. As pessoas que 
praticam uma religião apresentam melhores condições de saúde. Os maiores ganhos são de fundo psicológico, 
visto que os religiosos têm autoestima maior e um círculo de amizades com o qual têm afinidades, prevenindo 
doenças de fundo emocional. (Fonte: Revista Veja, 08/12/1999). 
 
Para maior reflexão sobre a relação entre fé e saúde, ler o extrato de artigo científico abaixo, encontrado na íntegra no site: 
http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial07.htm 
 
CRÍTICAS À RELIGIÃO 
MARX: “Invenção do poder econômico, dos fortes, para manter sob seu jugo os fracos.” 
NIETZSCHE: “Invenção dos fracos e oprimidos, para por um freio na potência dos fortes.” 
EPICURO: “Religião é uma fabula ilusória, nascida do medo da morte e da natureza.” 
COMTE: “A dimensão religiosa do ser humano representa a fase mais primitiva na área do conhecimento humano; é 
a expressão máxima da sua ignorância.” 
FREUD: “A religião provém de uma neurose universal de culpa; é a sublimação de seus instintos.” 
FEUERBACH: “O domínio dos criadores (deuses) sobre suas criaturas (homens) é a alienação. O homem não os 
reconhece no produto de sua criação.” 
 
QUEM É O HOMEM? (ANTROPOLOGIA) 
 
 “Antropologia” é o estudo do Homem. Procura responder perguntas como “Quem sou?”, “De 
onde venho?”, “Para que estou aqui?” e “Para onde vou?”. A resposta a essas perguntas 
influencia e de certo modo define as relações que o Homem estabelece com ele mesmo, com 
Deus, com seu semelhante e com a natureza. Pelos estudos vamos descobrir que as respostas a 
essas perguntas mudam de tempos em tempos e de acordo com a filosofia em vigor. Três são os 
grandes movimentos filosóficos que influenciam a antropologia, ou seja: 
 
 8 
 – Filosofia ou Antropologia Clássica – Visão Cosmocêntrica 
 O cosmos (Mundo, Universo, Natureza) é colocado como o centro de tudo. Por isso, ele tem 
a importância e o valor principal em tudo. O ser humano é definido como um mero ajuntamento 
de partículas que se dissipam com a morte e que está aqui à serviço da natureza. 
Consequentemente, o Homem é desconsiderado e desvalorizado. Essa filosofia, desenvolvida 
pelos antigos gregos pode ser observado hoje em alguns movimentos de preservação ambiental, 
que valorizam mais a natureza que o Homem. Existem, por exemplo, campanhas que objetivam 
a preservação de espécies em extinção, mas nenhuma que promova a valorização do ser 
humano. Não que com isso queremos dizer que tais campanhas estejam erradas. O problema se 
manifesta quando a natureza é mais valorizada que o próprio Homem. 
 Não sendo valorizado, as relações do Homem com ele mesmo, com Deus e com o 
seu próximo são desconsiderados e colocados em segundo plano. O importante é que a natureza 
seja respeitada, valorizada e endeusada, mesmo que isso signifique a diminuição do ser 
humano. Podemos observar isso abaixo: 
 DEUS 
 
 
 NATUREZA (centro) 
 
 
PRÓXIMO 
 
 
 
 
 
 
 
EU 
 
 
– Filosofia ou Antropologia Moderna – Visão Antropocêntrica 
 A antropologia moderna coloca o Homem numa posição como se ele fosse uma espécie de 
deus. O Homem passa a ser o centro de tudo, agindo como dono e senhor de tudo e sobre todos. 
Por isso, suas relações expressam seu modo de pensar, ou seja, 
 A – A relação com ele próprio é uma relação doentia e narcisista; 
 B – A relação com Deus é uma relação de rejeição (para que um Deus, se EU já sou 
um deus?); 
 C – A relação com o próximo é uma relação de exploração e opressão (ele está aí 
para servir aos meus propósitos egoístas); 
 D – A relação com a natureza será uma relação de destruição (afinal, como dono e 
senhor, posso usá-la a meu bel prazer). 
 
 As consequências desse modo de agir podem ser observados em todos os níveis à nossa 
volta. A título de ilustração, chamo atenção da relação do Homem com a natureza e suas 
consequências, apresentada na reportagem da Revista Veja de 18 de abril de 2001, sob o título 
“A vingança da natureza”. Nessa reportagem são analisados três grandes temas: 
 O efeito estufa já derrete as geleiras; 
 Um bilhão de habitantes da Terra não têm água potável e dois terços das florestas foram 
destruídos; 
 Os métodos artificiais de criação de vacas e ovelhas geraram monstros genéticos e a doença 
da vaca louca. 
 Enfim, sob o ponto de vista cristão, todo o problema pode ser resumido na palavra 
“desarmonia”. Enquanto houver „desarmonia‟ entre o Homem e Deus, haverá essa desarmonia 
SUBMISSÃO 
NÃO VALORIZADA 
 NÃO IMPORTA 
 9 
nas relações que o Homem estabelece com ele mesmo, com Deus, com o próximo e com a 
natureza. A desarmonia espiritual (homem com Deus) causa: 
- desarmonia existencial (homem com ele mesmo) 
- desarmonia social (homem com seu próximo) 
- desarmonia ecológica (homem com a natureza) 
 
 
 DEUS 
 
 
 
 NATUREZA 
 
 PRÓXIMOEU (centro) 
 
 
– Filosofia ou Antropologia Bíblica – Visão Teocêntrica 
As relações que a Bíblia propõe. 
 
 Na antropologia bíblica/cristã, Deus é colocado como o CENTRO de todas as coisas, como o 
criador e mantenedor do Homem e da Natureza. Pelo relato bíblico da criação, fica claro que 
Deus criou o Homem para ser o seu representante, parceiro, colaborador e administrador. O 
Homem foi criado para, como representante de Deus, cuidar, administrar e zelar pelo bem da 
obra de Deus. Isso podemos ver nas seguintes ordenações: 
- “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra”(Gn 1.28) 
- “Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus...”(Gn 1.28) 
- “... Deus plantou um jardim no Éden e pôs nele o Homem para o cultivar e guardar”(Gn 
2.15) 
- “Deus encarregou o Homem de dar nome aos animais”(Gn 2.19) 
 
 Já a relação do Homem com seu próximo, deveria ser uma relação de igualdade, de amizade 
e harmonia. Isso fica claro até na escolha da parte do corpo que Deus usou para formar a 
mulher, ou seja, uma costela. A costela fica ao lado do coração, e com isso Deus mostra que ela 
seria a “companheira idônea” (a altura de) que veio completar, somar e dignificar o homem. 
Portanto, a proposta de Deus desde o início é de que a relação com o próximo seja de dignidade, 
respeito e harmonia. Por isso, Jesus resume a segunda parte dos mandamentos na seguinte 
frase: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22.39). Além disso, deixa claro que é 
através do próximo que o Homem serve a Deus, pois diz “Em verdade vos afirmo que sempre que 
o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”(Mateus 25.40). O reformador 
Martinho Lutero afirma: “Na pessoa do próximo Deus anda pelo mundo”. 
 
Portanto, a relação do Homem com Deus, segundo a Bíblia, necessariamente passa pela 
sua relação com a natureza e com o próximo. A Bíblia ensina uma redenção do Homem por 
DESTRUIÇÃO 
REJEIÇÃO 
 EXPLORAÇÃO 
 10 
Deus através de Jesus Cristo para que este Homem redimido mantenha uma relação de 
harmonia, paz e responsabilidade com ele mesmo, com Deus, com o próximo e com a natureza. 
 
 
 
 
 
 DEUS (Centro) 
 
 
 
 
 NATUREZA 
 
 PRÓXIMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 EU 
 
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS RELIGIÕES 
 
As religiões podem ser classificadas de inúmeras formas. Segue uma classificação simplificada, 
sendo que uma religião pode conter elementos de várias classificações. Quanto ao seu conteúdo, as religiões 
podem ser assim classificadas: 
 
Religiões Primitivas: primeira forma de expressão religiosa. O culto aos deuses é realizado de uma maneira 
acrítica e pré-reflexiva. A forma de adoração é de alto teor mágico e mistério. Ex.: animismo, magismo, 
umbanda,... 
 
Religiões Sapienciais: fundamentam-se na sabedoria, na busca pelo conhecimento. Destacam-se pela meditação, 
pela busca da sabedoria, do sentido da vida e pela contemplação. Buscam um ideal ético e uma sabedoria prática 
para a vida. Ex.:Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Taoismo,... 
 
Religiões Proféticas e Reveladas: surgem a partir de uma profecia ou revelação. Partem do pressuposto de que o 
ser superior revela sua mensagem e si próprio ao povo, através de profetas e livros. Ex.: Cristianismo, Judaísmo e 
Islamismo. 
 
Religiões Espiritualistas: admitem a influência de inúmeras forças espirituais que agem tanto sobre as pessoas 
como também sobre a natureza. Ex.: Espiritismo, Umbanda,... 
 
Religiões Místicas ou Filosofias de Vida: afirmam não possuírem dogmas nem seguir rígida estrutura 
institucional. São filosofias de vida que enfatizam aspectos ético-morais e valorizam a fraternidade entre os 
homens. Não gostam de ser confundidos e nem classificados como religião. Ex.: Seicho-no-iê, Rosacruz, 
Maçonaria, Teosofia, Esoterismo,... 
O Homem é criado para 
ser colaborador, parceiro 
e representante de Deus. 
Gn 1.28/ 2.15,19 
 
 
ADMINISTRADOR 
Gn 1.28/ 2.15 
COMPANHEIRO 
Gn 2.18, 20,24 
SERVIÇO SERVIÇO 
Tudo o que fizestes 
a um destes 
pequeninos, a mim o 
fizestes ..(Mt 
25.40) 
Na pessoa do próximo 
Deus anda pelo mundo 
(Lutero) 
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FORMAS RELIGIOSAS A PARTIR DO CONCEITO DE DEUS 
 
Existem muitas formas religiosas que estão diluídas nas diversas religiões, isto é, há várias maneiras de 
crer na manifestação de Deus. Entenda-se que o conceito ou nome dado a deus é extremamente amplo e variável. 
Vai desde nomes conhecido como Jeová, Alá, Cristo, Buda, Brahma, Tupã, Rá, até formas mais neutras como Pai 
do céu, Guia, Espírito Luz, Força Superior, Energia Cósmica, Todo-poderoso, Criador, Força Inteligente... 
Entre as principais formas religiosas citamos: 
 
Teísmo (Téos = Deus): Deus é o único ser supremo, infinito, espiritual e pessoal. É criador, Deus revelado que 
age com e nas criaturas. É um Deus de personalidade própria e características pessoais bem definidas 
(Cristianismo, Islamismo e Judaísmo). 
 
Deísmo: crê num único ser supremo, espiritual, que criou o mundo com suas leis. Não intervém nas criaturas e 
nem se revela. Parte da ciência se diz deísta. 
 
Monoteísmo: crença num único Deus (Cristianismo/Islamismo/Judaísmo). 
 
Politeísmo: crença em vários deuses simultaneamente. Ex.:Grécia antiga, Roma antiga, Antigo Egito, Hinduísmo, 
Indígenas,... 
 
Henoteísmo: acredita e cultua um só deus, admitindo, porém, a existência de outros. Ex.: facções hinduístas, 
tribos americanas,... 
 
Panteísmo: tudo é Deus. Universo, natureza e deus são a mesma coisa. 
 
Dualismo: crê na coexistência de duas forças superiores antagônicas, uma do bem outra do mal. 
 
Ateísmo: acredita que não há ser superior. Deus não existe. 
 
Agnosticismo: professa ignorância a respeito de deus, sendo que a existência divina é um problema insolúvel. É 
o ceticismo religioso. Exige provas para crer. 
 
 
RELIGIÕES MODERNAS 
Teoria dos Astronautas Antigos 
A Teoria chamada de Antigos Astronautas ou Alienígenas do Passado consiste na preposição que seres extraterrestres 
visitaram a terra na antiguidade e fizeram contatos com humanos. Esta teoria foi popularizada por autores como Erich 
von Däniken (Eram os deuses astronautas?) e Zecharia Sitchin. Os proponentes sugerem que as divindades são seres 
extraterrestres, e sua tecnologia empregada em um passado remoto foi tomada como prova de sua condição divina. 
Alguns estudiosos acreditam que esse contato influenciou o desenvolvimento humano. Segundo eles, os seres 
humanos são descendentes de uma civilização avançada de seres extraterrestres que desembarcaram aqui na terra há 
milhares de anos, também acreditam que muitas das construções megalíticas antigas tiveram auxílio dos 
extraterrestres. Muitas das provas apresentadas pelos defensores desta teoria são artefatos arqueológicos interpretados 
de acordo com a mesma. A teoria é frequentemente embasada na falta de explicações definitivas pelos cientistas para 
certos artefatos antigos. Pode ser considerada uma variação da teoria do paleocontato, hipótese em que extraterrestres 
inteligentes visitaram a Terra. Carl Sagan, I. S. Shklovskii e Hermann Oberth foram alguns dos cientistasde renome 
que consideraram seriamente esta possibilidade. 
Cientologia 
A cientologia é um sistema de crenças (também designada seita), criado em 1955 pelo escrito de ficção cientifica L. 
Ron Hubbard. Atualmente ela reúne adeptos, muitos dos quais celebridades, principalmente nos Estados Unidos. A 
igreja da Cientologia mistura aspectos da psicoterapia com elementos religiosos do hinduísmo, budismo e 
cristianismo. A Cientologia prega que é possível despertar no homem uma consciência imortal e poderes 
semelhantes aos de deuses da mitologia grega. Os seguidores da cientologia acreditam na imortalidade, sendo que 
os seres humanos vão evoluindo até chegar ao estado de iluminação. Esta evolução não ocorre em apenas uma vida, 
mas sim em várias vidas através do processo de reencarnação. O ser espiritual, que é imortal, é chamado de “thetan”. 
Os adeptos desta igreja passam por um processo cientifico para atingir o autoconhecimento. Entrevistas, exames, e até 
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testes com detectores de mentira (polígrafo) são usados nesse processo. Os resultados deste processo são guardados 
para que os adeptos possam, futuramente, verificar o progresso obtido. Os livros que melhor definem a cientologia 
são: “Dianética: a moderna ciência da saúde mental”, “Dianética: A Evolução da Ciência” e “Ciência da 
sobrevivência”, escritos por L. Ron Hubbard. 
Práticas curiosas: - Não tomar analgésicos- eles podem inibir as habilidades do thetan; Não realizar o parto em 
hospitais e nem com gritos- o barulho pode traumatizar a criança; Nunca negar um pedido de doação financeira à 
instituição. 
Wicca 
Não se sabe a exata origem das Bruxas, constam relatos de diferentes autores de que elas existam desde os primórdios 
da humanidade. No entanto, de acordo com as lendas e alguns estudiosos, a Bruxaria nasceu há mais de 35 mil anos, 
quando a temperatura da Europa começou a cair e grandes massas de gelo lentamente avançaram rumo ao sul. Os 
povos isolados por este fato se uniram em vilas, onde sacerdotisas organizaram os primeiros covens (grupos de 13 
pessoas), profundamente sintonizados com a vida animal e vegetal. 
A iniciação da Wicca corresponde ao mesmo tempo ao sacerdócio. Ou seja, todo wiccano iniciado é considerado um 
sacerdote ou sacerdotisa, podendo assim realizar e dirigir rituais. Uma outra característica na Wicca é a celebração de 
festivais sazonais conhecidos como Sabbats, dos quais ocorrem, normalmente, oito vezes por ano e a celebração de 
festivais de mudança das luas cheias, que são conhecidos como Esbats. A Wicca é também uma religião tipicamente 
duoteísta, que tem como figuras centrais, uma Deusa e um Deus, que são vistos tradicionalmente como a Mãe tríplice 
e o Deus Cornífero. 
A Wicca tem a sua maior difusão nos países anglo-saxônicos, onde seus adeptos chamando a estes praticantes de Bruxos 
Solitários. E para além das práticas individuais, os wiccanos agrupam-se em pequenos núcleos, tradicionalmente de 13 
pessoas - ao qual chamamos de Coven. Cada Coven possui as suas regras e tradições; e ainda podem juntar-se em 
grandes encontros. Nestes encontros estendem-se ao campo religioso os princípios de liberdade de expressão e de 
associação já há muito aplicados em outros setores da sociedade. Ao contrário de outras religiões e de outras 
organizações, não existe aqui uma estrutura hierárquica nem uma autoridade central. As poucas regras existentes na 
Wicca têm um caráter essencialmente funcional e são vistas não como mandamentos de qualquer divindade ou profeta 
iluminado, mas como simples normas de relacionamento entre pessoas que partilham interesses comuns. São apenas 
alguns princípios genéricos ligados a valores ecológicos e individuais de largo consenso e à liberdade de expressão da 
religiosidade como é sentida e recriada por cada um. O seu espírito está bem patente na regra básica "Faz o que quiseres 
desde que não faças mal", a única regra que todos os membros da Wicca procuram seguir. 
 
GRANDES RELIGIÕES MUNDIAIS 
 
Hare Krishna
EUA - 1968
Seiche-no-iê
JAPÃO - 1930
BUDISMO
Nepal - VI séc. aC
Sidharta Gautama (Buda)
TAOÍSMO
China - 570 aC
Lao Tsé (filósofo)
CONFUCIONISMO
China - 551 aC
Confúcio (filósofo)
XINTOÍSMO
Japão - sem data
Sem Fundador
Umbanda
Brasil - 1908
Zélio F. de Moraes
Candomblé
Brasil - Sem Data
ESPIRITISMO
França - 1892 AD
Allan Kardec (codificador)
HINDUÍSMO
Índia - 1500 aC
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Contabilizar o número exato de religiões no mundo atual tornou-se tarefa impossível. Mais complexa 
ainda se torna esta contagem se quisermos contabilizar o número de seitas ou igrejas que nascem a cada dia. 
Segundo o jornal Folha de São Paulo (29 de janeiro de 2006, caderno C 1), somente na cidade de São 
Paulo abre-se uma nova igreja a cada dois dias. Certamente, muitas destas igrejas não sobrevivem por longo 
tempo, fechando logo a seguir. Porém, quando falamos em grandes religiões, não queremos nos referir a 
igrejas ou seitas, mas a grandes eixos religiosos que sobreviveram à história e dos quais se originaram (e 
ainda se originam) uma quantidade infindável de outras correntes religiosas. Vamos elencar aqui as 
chamadas grandes religiões: Hinduísmo, Budismo, Taoismo, Confucionismo, Xintoísmo, Judaísmo, 
Cristianismo e Islamismo. Algumas destas serão aqui descritas brevemente. O aprofundamento das religiões 
pode ser buscado nos livros indicados na bibliografia, enciclopédias e sites de busca na Internet. É provável 
que se encontre discrepâncias nos dados coletados em fontes diferentes. 
1. HINDUÍSMO: 
a) Origem, fundador: Povos arianos que invadiram o vale do rio Indo, por volta de 1500 a.C. (atual 
Índia): b) Região predominante e número aproximado de adeptos: Índia, Ceilão, Ilhas Fiji (e colônias 
de imigração indiana). Cerca de 850 milhões de adeptos. c) Fonte doutrinária ou livros sagrados: 
Vedas, Upanishades e outros; d) Principais crenças, doutrinas e dogmas: transmigração das almas 
(metempsicose – mais amplo que reencarnação); crença no Karma e no Nirvana; e) Principais ritos e 
costumes: banho no rio Ganges, cremação, vegetarianismo, sistema de castas, yoga,...; f) Ideia de Deus: 
visão pluralista que vai do panteísmo ao ateísmo, podendo passar pelo politeísmo, henoteísmo e pode 
chegar ao monoteísmo Brahmânico. Crença e adoração a inúmeras divindades (Brahma, Vishnu, Shiva, 
Kali, Durga, Ganesh,...) e animais sagrados: vaca, elefante, ratos, .. 
2. BUDISMO: 
a) Origem, fundador: Dissidência do Hinduísmo, fundada pelo Príncipe Sidharta Gautama no Nepal, no 
séc. VI a.C.; b) Região predominante e número aproximado de adeptos: Leste da Ásia (Indochina, 
China, Coréia, Japão, Birmânia,...; Cerca de 400 milhões (em franca expansão pelo mundo ocidental); c) 
Fonte doutrinária ou livros sagrados; Tripitaka (3 cestos sagrados): d) Principais crenças,doutrinas e 
dogmas: reencarnação, lei do karma e nirvana; 4 verdades nobres, 5 deveres morais; e) Principais ritos e 
costumes: meditação, vida contemplativa; preces, oferendas; f) Ideia de Deus: prega o ateísmo ou 
inexistência de um Deus pessoal. Observação: a grande diversidade de correntes budistas hoje dificulta 
sua descrição exata. 
3. TAOÍSMO: 
a) Origem, fundador: fundado por Lao-Tsé, no séc.VI a.C., na China; b) Região predominante e 
número aproximado de adeptos: China e Coréia; o número de adeptos está em torno de 56 milhões, 
podendo chegar a 180 milhões de taoistas “mistos”; c) Fonte doutrinária ou livros sagrados: livro Tao-
Teh-King ; d) Principais crenças,doutrinas e dogmas: O Tao é o caminho da virtude e felicidade; 
respeito e contemplação da natureza; crença no Yin e Yang; harmonia e equilíbrio com o universo ; e) 
Principais ritos e costumes: contemplação,alimentação integral, festa do Dragão, alquimia, ; f) Ideia de 
Deus: não há um deus pessoal, mas uma força cósmica suprema, presente em tudo e em todos. 
4. XINTOÍSMO: 
a) Origem, fundador: ancestrais primitivos do Japão, mitológica, sem datação histórica, porém muito 
antiga; b) Região predominante e número aproximado de adeptos: Arquipélago do Japão, com 
cerca de 80 milhões de adeptos; c) Fonte doutrinária ou livros sagrados: Kojiki e Nihonji; d) 
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Principais crenças,doutrinas e dogmas: crença e culto aos “kamis” (espírito dos antepassados); 
obediência ao Imperador, respeito à família e anciãos; e) Principais ritos e costumes: culto aos 
antepassados (kamis), veneração ao imperador, oferendas nos santuários; f) Ideia de Deus: Há uma 
deusa maior, “Amaterazu”, porém pode ser considerada uma religião panteísta (adoração ao monte 
Fuji, rios, árvores...). 
 
5. JUDAÍSMO: 
a) Origem, fundador: Abraão (pai do povo judeu) e Moisés (codificador e organizador da religião), na Palestina, 
cerca de 1800 a.C. ; b) Região predominante e número aproximado de adeptos: cerca de 18 milhões, 
especialmente radicados nos EUA e Israel; estão presentes nas colônias de imigração judaica em todo o mundo; c) 
Fonte doutrinária ou livros sagrados: Torah (Lei), escritos proféticos históricos e poéticos (Bíblia Hebraica = 
Antigo Testamento dos cristãos); Também o Talmude (comentários sobre a Torah) ; d) Principais 
crenças,doutrinas e dogmas: Criação-Revelação-Juízo; Céu e Inferno; crença em anjos, nos profetas e num futuro 
Messias; leis morais imutáveis; ressurreição; e) Principais ritos e costumes: guardar o sábado, alimentação kosher, 
circuncisão, obediência aos mandamentos, Páscoa, Dia do Perdão, muitas festas, Jerusalém como cidade sagrada, 
jejum,...; f) Ideia de Deus: Monoteísta: crença em Jeová (ou Javé). Observação: atualmente as diferentes correntes 
judaicas possuem crenças e costumes diferenciados. 
6. ISLAMISMO: 
a) Origem, fundador: Maomé (Mohamed), no ano de 622, em Meca, Arábia Saudita ; b) Região predominante e 
número aproximado de adeptos: Disseminado por todo o mundo, porém com concentração maior no Oriente 
Médio, Norte da África e Indonésia. Chega hoje próximo a 1,1 bilhão de adeptos; c) Fonte doutrinária ou livros 
sagrados: Alcorão, com 114 suras; d) Principais crenças, doutrinas e dogmas: Criação-Revelação-Juízo; 
predestinação; Céu e Inferno; crença em anjos; observância dos 5 pilares da fé; e) Principais ritos e costumes: 
jejum, rituais de purificação, orações diárias, alimentos proibidos, esmolas, cidades sagradas (Meca, Medina e 
Jerusalém)...; f) Ideia de Deus: Monoteísmo; crença em Alá. Observação: as duas grandes correntes islâmicas são 
divididas em xiitas (20%) e sunitas (80%). O terceiro e menor grupo são os sufis (místicos). 
 
7. CONFUCIONISMO: 
 
 Origem - Fundado na China pelo filósofo Confúcio (551 a.C.). Segundo o Almanaque Abril e o site 
Wikipédia tem aproximadamente 6.5 milhões de adeptos. Esse número é muito impreciso visto que em muitas 
pesquisas o Confucionismo não é considerado como religião e eles não tem um controle do número de adeptos. 
 Doutrinas - baseia os seus ensinamentos em “respeito e ordem”. A ênfase prática implícita nas ideias do 
Confucionismo esboça os contornos das diferenças entre esta religião e o Taoismo. As duas tendências aceitam o 
TAO como elemento básico. Enquanto os seguidores de Lao-Tsé enfatizaram um afastamento das coisas terrenas e 
materiais, os seguidores de Confúcio enfatizaram a necessidade de uma intensa participação no mundo como único 
modelo certo de existência. O Confucionismo também é visto por alguns estudiosos como um sistema ético. Alguns 
princípios por ele lançados: 
 
 Vencer a ignorância pela educação; a pobreza, ensinando ao povo ocupações e profissões úteis (“É 
preciso ensinar o pobre a pescar, e não dar-lhe o peixe” Provérbio Chinês) 
 1a regra para ser bom: “Não faças aos outros aquilo que não quererias que fizessem a ti” 
 As cinco virtudes: benevolência, retidão, decência, sabedoria, sinceridade. 
 Obediência - deve-se obedecer aos pais e ao estado. O maior dever do filho é a piedade filial: o jovem, de 
pele sensível, que dorme sem mosquiteiro, atrai sobre si todos os mosquitos da casa e assegura deste 
modo aos seus pais um sono tranquilo. 
 É preciso ganhar dinheiro para viver, e não viver para ganhar dinheiro. 
 
 
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8. ESPIRITISMO: 
 
 Movimento, que foi sistematizado pelo francês León Hippolyte Denizard Rivail, conhecido como 
Allan Kardec, no final do século passado. Tendo recebido uma forte influência dos ensinos de Charles Darwin, que 
em 1859 publicou Origem das Espécies, o espiritismo é um movimento que se define como ciência, filosofia e 
religião. Sua característica básica é de que, à exemplo dos estudos de Darwin, reduz a análise do ser humano às 
ciências naturais. Hoje conta com cerca de 15 milhões de adeptos no mundo. 
 Em sua sistematização, Allan Kardec, acrescenta os milenares conhecimentos evolucionistas da 
reencarnação, da doutrina do carma e da pluralidade dos mundos (a existência de vários planos habitados, já que a 
Terra não é o único mundo habitado, mas um planeta material e distante da perfeição). Essas ideias já eram 
encontradas no antigo hinduísmo. Esta é uma das principais razões que distancia o espiritismo do cristianismo. 
 
9. CULTOS AFRO-BRASILEIROS: 
 
 Desenvolveu-se no século XVI pelos escravos que, impedidos de cultuar as suas crenças, incorporaram 
misturas de práticas católicas e sua religião primitiva (de natureza indígena, nativa e com aspectos que hoje lembram 
o espiritismo). Deste sincretismo nasceram os cultos afro-brasileiros, com destaque ao Candomblé e à Umbanda. 
 
 9.1 - CANDOMBLÉ - OLORUM é a divindade suprema que, após criar o mundo, recolhe-se, deixando 
que este seja administrado pelos orixás. OXALÁ é o chefe dos orixás. Os orixás têm como função governar o mundo, 
intervir na vida dos homens e puni-los quando necessário. Cada pessoa possui o seu próprio orixá e assim, passa a 
vida tentando agradá-lo. O EXÚ é o intermediário entre os homens e os orixás. Para que este possa levar os pedidos 
aos orixás, os adeptos lhe oferecem várias coisas e alimentos que sejam de seu agrado. Trata-se dos despachos. O 
reino de Exú localiza-se nas ruas, encruzilhadas e demais lugares considerados perigosos. 
 O ritual do Candomblé é dirigido por um BABALORIXÁ (pai de santo) ou YALORIXÁ (mãe de santo). 
 
 9.2 - UMBANDA - Comportamento religioso próprio do Brasil. Nasceu por volta de 1908, no Rio de 
Janeiro, com Zélio Fernandinho de Moraes, um espírita que recebeu orientação mediúnica para criar a nova religião. 
A divindade maior é adorada sob vários nomes, especialmente ZAMBI. Logo em seguida vem o Orixá-maior 
chamado de Oxalá, identificado com Jesus Cristo e que está no comando dos orixás (semelhantes a anjos) e dos 
santos (espíritos evoluídos ou desencarnados). 
 O homem, segundo a Umbanda, possui um espírito que não morre e com possibilidade de infinito aperfeiçoamento. 
 Há, na Umbanda, espíritos de menor evolução, servindo como guias espirituais, uma espécie de mensageiros 
dos orixás e santos, que se manifestam como “caboclos” (espíritos de índios), pretos velhos (espíritos de escravos 
africanos) e crianças, a fim de trazer aos homens ainda encarnados as mensagens dos orixás. Exemplos: Orixalá, 
Ogum, Oxôsse, Xangô, Yorimá/Obaluayê (preto-velho), Yori / Ibeji (criança) e Yemanjá. 
 A função sacerdotal é conduzida por um pai de santo ou uma mãe de santo. Fazem parte de suas funções: 
incorporar o espírito protetor, identificar os espíritos que baixam, riscar o ponto, explicar a doutrina, dar os passes, 
curar as doenças e adivinhar pelos búzios. 
 
 
CRISTIANISMO 
ORIGEM:Judaísmo, com Jesus Cristo verdadeiro Homem e verdadeiro Deus. 
DATA DE ORIGEM: Com o nascimento de Jesus dividiu-se a humanidade em duas grandes eras: antes de Cristo e 
depois de Cristo. Ele se fez homem em nosso lugar para resgatar e salvar a humanidade. Mas o Cristianismo teve sua 
origem apenas no ano 33. 
LOCAL DE ORIGEM: Palestina (Jerusalém) 
ONDE HÁ PRATICA: Todos os continentes, concentração maior na Europa e América. 
NOME OU CONCEITO DE DEUS: Prática Monoteísta, Deus Triúno – Santíssima Trindade – Deus Trino. 
FONTE DOUTRINAL: Bíblia Sagrada 
LOCAL E TIPO DE MANIFESTAÇÃO RELIGIOSA: Igrejas, preces, orações, cantos, leituras bíblicas, 
mensagens e liturgias. 
CRENÇAS PRINCIPAIS: Criação, revelação, juízo, segunda vinda de Cristo, redenção de nosso pecado pelo 
sacrifício de Cristo, sacramentos. 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: Revelada – acreditamos que todo o conteúdo da Bíblia foi revelado por Deus; 
Profética – Cremos em duas principais profecias, nascimento de Cristo e segunda vinda; Redenção – aceitamos e 
cremos que somos redimidos de nossos pecados pelo sacrifício de Cristo na cruz. 
COSTUMES PRINCIPAIS: Ano eclesiástico, liturgias, padrinhos sinal da cruz, paramentos e cores Litúrgicas. 
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ANO ECLESIÁSTICO DA IGREJA 
ADVENTO: (Cor: Violeta): início do ano da igreja. Significa chegada, vinda. É o tempo de preparo para o Natal, 
para a chegada de Nosso Senhor Jesus Cristo. Compreende o período de 4 domingos antes do Natal. 
NATAL: (Cor: branca): A data foi fixada e passou a ser comemorada somente após o Concílio de Nicéia, no século 
IV. Já que não se sabe a data correta do nascimento de Jesus, os cristãos substituíram uma antiga festa pagã ao deus 
Sol Invicto pela festa do nascimento do Sol da Justiça - Cristo. Atualmente o Natal é considerado a festa máxima dos 
cristãos. O Natal é uma das festas mais bonitas cheia de cores, luz e símbolos. Mas é também tempo de questionar 
tudo o que está errado no mundo e que deveria ser diferente. 
USO DO PRESÉPIO: foi montado pela primeira vez por Francisco de Assis em 1223, com a intenção de mostrar e 
enfatizar a humildade e pobreza do nascimento de Jesus. 
EPIFANIA: (Cor: verde): Aparição ou Dia de Reis. Comemora a manifestação de Jesus aos magos que, guiados pela 
estrela, foram visitá-lo. A festa da Epifania, fixada em 6 de janeiro, também tem a ver com a chegada do Cristianismo 
aos palácios e a divulgação a pessoas em todos os lugares. 
QUARESMA / PAIXÃO: (Cor: violeta ou roxa): começa na Quarta-feira de Cinzas e compreendem os 40 dias 
anteriores à Páscoa. É o tempo de relembrarmos a obra e os sofrimentos de Jesus. Neste tempo temos muitas tradições 
que foram incorporadas a Quaresma, como por exemplo, o ato de não comer carne vermelha. 
DOMINGO DE RAMOS: lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, quando foi recebido com festa pela população, 
que espalhou ramos de palmeiras e até suas próprias roupas pelas ruas. 
SEMANA SANTA: Quinta-feira Santa lembramos o dia em que Jesus celebrou a Ceia com seus discípulos. Sexta-
feira Santa (Cor: preta) é o dia da morte de Jesus na cruz, pelos nossos pecados. 
PÁSCOA (Cor: branca): comemora a ressurreição de Cristo três dias após a crucificação. A ressurreição é o ponto de 
partida para entendermos o nascimento, atuação e morte de Jesus. A data coincide com a Páscoa judaica, marcada na 
primeira lua cheia da primavera (no hemisfério sul, primeira lua cheia do outono). 
ASCENSÃO: celebrada 40 dias após a Páscoa. É o dia de relembrarmos a subida de Jesus ao céu. 
PENTECOSTE: (Cor: vermelha): A festa de Pentecostes é muito antiga. É a segunda grande festa do ano judaico. 
Seu primeiro significado está ligado a terra. São sete semanas contadas do início da colheita da cevada até o início da 
colheita do trigo, ou seja, 50 dias após a Páscoa. O segundo significado está relacionado com a história de Israel, 
festejando o tempo de saída da libertação do Egito (Páscoa) até a entrega dos Mandamentos a Moisés no Monte Sinai. 
No novo testamento esta festa representa a vinda do Espírito Santo marco inicial da Igreja Cristã; por isso é também 
chamado de Aniversário da Igreja. 
TEMPO DA TRINDADE (Cor: verde): período de 22 a 26 domingos após Pentecoste. Também chamado de Tempo 
Comum. 
DOMINGO DA TRINDADE: Primeiro domingo após Pentecoste. Trindade significa três, e neste dia lembramos a 
obra de Deus Pai, de Jesus Cristo e do Espírito Santo sobre seus seguidores. 
DIA DA REFORMA: (Cor: vermelha): 31 de outubro de 1517 é o Dia em que Martinho Lutero fixou suas 95 teses, 
na porta do castelo dando início ao movimento protestante. 
FINADOS: Dia dois de novembro, esse dia é dedicado a lembrança de nossos entes queridos que já partiram deste 
mundo. Mostra-nos a esperança de que assim como Cristo vive, nós poderemos viver com ele na eternidade pela fé. 
 
 
 
INTRODUÇÃO À BÍBLIA 
 
JESUS CRISTO É O CENTRO, O CERNE, O CORAÇÃO DA BÍBLIA 
 
 AT NT 
 
 
 Gênesis 3.15 Gálatas 4.4 
 AT – Promessa do Mesias NT – A promessa se cumpre em Jesus de Nazaré 
 
Gn 3.15: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a 
cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar". 
Gl 4.4,5: "Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 
para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos". 
 
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BÍBLIA SAGRADA 
 A palavra BÍBLIA vem do Grego “BIBLOS” que significa Coleção de Livros ou Biblioteca. A Bíblia Sagrada 
Cristã contém duas grandes partes, o Antigo Testamento e o Novo Testamento. A Bíblia usada pelos Evangélicos 
contém 66 livros, já a Bíblia usada pelos Católicos contém 72 livros. Esses seis livros a mais são considerados 
Apócrifos pelos Evangélicos, estão inseridos no Antigo Testamento da Bíblia usada pelos Católicos. Apócrifos são 
livros que não se tem à comprovação da Inspiração Divina. 
 
 
A DIVISÃO DA BÍBLIA 
Antigo Testamento (AT) – 39 livros (escritos num período histórico de aproximadamente 1.400 anos, por vários 
autores diferentes). Esses livros podem ser assim divididos: 
17 Livros Historicos – De Gênesis a Ester (Elevação e queda da nação hebraica – dos quais os 5 primeiros formam o 
pentateuco, ou seja, os 5 livros da Lei) 
05 Livros Poéticos – Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares (Literatura da idade áurea da nação hebraica) 
17 Livros Proféticos – De Isaías a Malaquias (Literatura dos dias tenebrosos da nação hebraica) 
Língua original em que foi escrito o AT: HEBRAICO E ARAMAICO 
 
 
Novo Testamento (NT) – 27 livros (escritos em um período histórico de 100 anos) 
4 Evangelhos– Mateus, Marcos, Lucas e João (Relato da vida, ensino e obra de Jesus Cristo) 
Atos dos Apóstolos – Livro histórico, conta a expansão da Igreja Cristã no 1º século 
21 Epistolas – Cartas redigidas às igrejas (13 são de Paulo) 
Apocalipse de João – livro profético. Língua Original em que foi escrito o NT – Grego 
 
A INSPIRAÇÃO DIVINA DA BÍBLIA 
 Apesar de a Bíblia ter sido escrita por homens, cremos que ela é a Palavra de Deus. Isso porque, esses homens 
escreveram sob a orientação e inspiração do Espírito Santo, o qual não permitiu que erro algum fosse registrado na 
Bíblia. As passagens seguintes atestam isso: 
2º Timóteo 3.16 – "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, 
para a educação na justiça". 
2º Pedro 1.21 – "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana, entretanto homens (santos) 
falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo". 
João 10.35 – "A Escritura não pode falhar"OBJETIVO DA BÍBLIA 
 Muitas pessoas gostariam que a Bíblia revelasse e falasse mais sobre questões polêmicas como a origem do 
universo, dinossauros, dilúvio, idade da terra, etc. Mas, estes e outros temas polêmicos não são tratados porque o 
objetivo da Bíblia não é este e, sim, do Gênesis ao Apocalipse, fica claro que o objetivo é mostrar que Jesus Cristo é o 
único Salvador de todos os Homens. Podemos vê-lo nas seguintes passagens bíblicas: 
João 5.39 - “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de 
mim”. 
João 8.31,32 - “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a 
verdade e a verdade vos libertará” 
João 20.31,32 - “Na verdade fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. 
Estes foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais VIDA em seu 
nome.” 
2º Timóteo 3.15 - “Desde a infância sabes as sagradas letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em 
Jesus Cristo.” 
OBS: Este objetivo somente será alcançado quando a Bíblia for usada, anunciada e conhecida. Romanos 10.17: “A fé 
vem pela pregação e a pregação pela palavra de Cristo”. 
 
A PALAVRA DE DEUS É ETERNA 
 Apesar de todas as tentativas no passado e no presente de destruir, desmoralizar e desmerecer o conteúdo da 
mensagem bíblica, ela continua sendo o livro mais vendido do mundo. A Bíblia afirma: 
Mateus 24.35 - “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. 
1º Pedro 1. 24,25 - “Todos os seres humanos são como a erva do campo e a grandeza deles é como a flor da erva. A 
erva seca e as flores caem. MAS A PALAVRA DO SENHOR DURA PARA SEMPRE”. 
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FRASES NOTÁVEIS SOBRE A BÍBLIA 
Abraham Lincoln: “Creio que a Bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem”. 
George Washington: “É impossível governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia”. 
Napoleão: “A Bíblia não é um simples livro, senão uma criatura vivente, dotada de uma força que vence a quantos se 
lhe opõem”. 
Ferrar Fenton: “Nas Escrituras hebraico-cristãs temos a única chave que abre para o homem o Mistério do Universo 
e, para esse mesmo homem, o Mistério do seu próprio eu”. 
U.S. Grant: “A Bíblia é a âncora-mestra de nossas liberdades”. 
Robert E. Lee: “Em todas as minhas perplexidades e angústias a Bíblia nunca deixou de me fornecer luz e vigor”. 
Horace Greeley: “É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia. Os princípios Bíblicos são 
os fundamentos da liberdade humana”. 
Immanuel Kant: “A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a raça humana já 
experimentou. Todo esforço por depreciá-la é um crime contra a humanidade”. 
William Herschel: “Todas as descobertas humanas parecem ter sido feitas com o propósito único de confirmar cada 
vez mais fortemente as verdades contidas nas Sagradas Escrituras”. 
Goethe: “Continue avançando a cultura intelectual; progridam as ciências naturais sempre mais em extensão e 
profundidade; expanda-se o espírito humano tanto quanto queira; além da elevação e da cultura moral do cristianismo, 
como ele resplandece nos Evangelhos, é que não irão”. 
Isaac Newton: “Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana”. 
Coelho Neto: “Homem de fé, o livro de minha alma, aqui o tenho: é a Bíblia. Não o encontro na biblioteca, entre os 
de estudo, conservo-o sempre à minha cabeceira, à mão. É dele que tiro a água para a minha sede de verdade; é dele 
que tiro o bálsamo para as dores das minhas agonias”. 
D. Pedro II: “Eu amo a Bíblia, leio-a todos os dias e quanto mais a leio mais a amo. Há alguns que não gostam da 
Bíblia, eu não os entendo, não compreendo tais pessoas. Amo a sua simplicidade e suas repetições e reiterações da 
verdade”. (Obs: sua Bíblia encontra-se na Biblioteca Nacional do Rio, com as suas anotações.) 
 
 
 
VIDA E OBRA DE JESUS CRISTO 
 
- Período Intertestamentário: É o período entre os dois testamentos (AT e NT), que envolve praticamente 400 anos 
de história do povo judeu, dos quais a Bíblia nada fala a respeito da nação judaica. O último registro é feito no tempo 
de Neemias e Esdras, que lideraram o retorno do exílio da babilônia, a reconstrução de Jerusalém, do muro da cidade 
e do próprio templo. Mas, esses 400 anos de história são fundamentais para compreendermos o contexto social, 
político, cultural e religioso em que Jesus Cristo nasceu e viveu. A partir do estudo da história das grandes nações e 
impérios, descobrimos que nesses 400 anos, os judeus passaram por situações adversas e de grandes dificuldades. 
 
- Vida e Obra de Jesus: O anjo Gabriel visita Maria, uma jovem temente a Deus, que vivia na cidade de Nazaré e lhe 
anuncia de que ela seria a mãe do Salvador. Maria era noiva de José, com quem se casou após saber que seria a mãe 
do Salvador. No tempo marcado por Deus, João Batista nasceu. Como era o plano de Deus ele veio preparar o 
caminho para Jesus, pregando batismo (daí o “Batista”) de arrependimento para os pecadores. Dessa forma, veio 
preparar o povo para que recebessem o Salvador. Foi João quem batizou Jesus no rio Jordão. Ele foi decapitado por 
Herodes, à pedido de sua amante Herodias. 
 
- O nascimento de Jesus - Podemos destacar: O decreto do imperador César Augusto, obrigando um recenseamento 
de toda a população do Império Romano. Com o recenseamento deveria ser feito na cidade natal, José e Maria foram 
obrigados a fazer a viagem de Nazaré (Galileia) para Belém, na Judéia, porque eram da descendência de Davi, cuja 
cidade natal era Belém. Como a cidade de Belém recebeu muitos visitantes nesses dias, José e Maria não 
encontraram lugar em hospedarias, obrigando-se a passar a noite numa estrebaria; Assim, Jesus, o filho de Deus, 
nasce numa humilde estrebaria e é deitado numa manjedoura ou coxo onde comiam os animais. 
 Enquanto Jesus, o filho de Deus nascia em Belém, no anonimato, Jerusalém está na maior agitação. Para o 
nascimento não passar no total anonimato, Deus envia seus anjos aos pastores nas campinas de Belém que lhes trazem 
a mensagem “não tenham medo! Estou aqui para trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande 
alegria também para todo o povo! Hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês – o Messias, o Senhor” 
(Lucas 2.10,11). Depois de receberem essa notícia do anjo, os pastores vão até Belém, encontram a criança deitada na 
manjedoura, como lhes anunciara o anjo. Conforme Mateus 2.1-12, Deus colocou no céu o sinal de uma estrela 
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anunciando o nascimento de seu Filho aos magos do oriente, que deixando sua terra e seguindo a estrela, chegam até 
Belém, onde encontram o menino e lhe oferecem os seus presentes: ouro, incenso e mirra. 
 Antes de encontrar o menino Jesus em Belém, os magos do oriente, passaram em Jerusalém, onde consultaram 
o rei Herodes sobre o local do nascimento do menino. Quando soube do seu nascimento, Herodes pensou tratar-se de 
um concorrente e resolveu eliminar a criança. Pediu para que os magos retornassem a Jerusalém para informá-lo sobre 
o paradeiro do menino. Como os magos foram orientados por Deus a retornar a suas casas por outro caminho, 
Herodes sentiu-se traído e como represália mandou matar todas as crianças de três anos para baixo, em Belém e 
arredores. Avisados por um anjo, José, Maria e o menino Jesus fugiram para o Egito, onde ficaram até a morte de 
Herodes. 
 
- A infância de Jesus : Após a morte de Herodes, a família de Jesus volta para a cidade de Nazaré, na Galileia, onde 
José exerce a profissão de carpinteiro. Quando adulto, por isso, Jesus é muitas vezes chamado de “nazareno”. Depois 
do retorno a Nazaré, a única vez que a Bíbliafala de Jesus é quando ele tem a idade de 12 anos e acompanha seus pais 
ao templo, em Jerusalém para ali participarem da festa da Páscoa. Conforme Lucas 2.41-52, quando a festa terminou, 
sem que os pais o soubessem, Jesus ficou no templo discutindo com os doutores e professores da lei de igual para 
igual. Após quatro dias de procura, foi encontrado por José e Maria. Depois desse episódio no templo nenhum registro 
é feito na Bíblia a respeito de Jesus até o início do seu ministério. Por que não? – Porque o objetivo da Bíblia é nos 
mostrar que Jesus é o Salvador, que veio reconciliar os homens com Deus, através da sua morte e ressurreição. E essa 
fase de sua vida não faz nenhuma diferença ao plano de salvação de Deus. Por isso, não são feitos esses registros. A 
única coisa que se sabe dele nessa fase é o que diz Lucas: “O menino crescia em sabedoria, estatura e graça diante 
de Deus e diante dos homens” (Lucas 2.52) 
 
- O Ministério de Jesus: Quando Jesus alcançou a idade de 30 anos, e, com isso, segundo a tradição judaica a sua 
maior idade, iniciou oficialmente o seu ministério. O que marcou esse início foi o batismo no rio Jordão, feito por 
João Batista. Depois disso, segundo Mateus 4.1-11, Jesus passou 40 dias no deserto sendo tentado por Satanás. 
 Seu ministério durou três anos e meio. O principal foi o de preparar o grupo dos apóstolos para a sua missão de 
sair pelo mundo e divulgar o evangelho a toda a criatura. Depois que Jesus terminou sua missão de salvar os homens 
ou reconciliá-los com Deus através de sua morte e ressurreição, seria preciso que alguém saísse pelo mundo para 
contar tudo o que Ele realizou. Para tanto, preparou esse grupo de apóstolos, que lideraram mais tarde o trabalho de 
testemunho do evangelho de Jesus Cristo. 
 Em relação a sua obra podemos destacar: a realização de milagres - provando através deles que ele era 
verdadeiro Filho de Deus; o ensino através de parábolas – Parábolas são histórias ou comparações tiradas do dia a dia 
e que trazem lições simples e ao mesmo tempo profundas de ordem moral, ética e espiritual. Vale ressaltar que entre 
os judeus, o ensino no tempo de Jesus estava sob a responsabilidade dos escribas, cuja ênfase maior estava no decorar 
as leis e promessas do AT. Não havia muita reflexão e, consequentemente o povo não tinha muita autonomia. Fazia-se 
aquilo que os líderes ordenavam. 
 
- Mensagem: Jesus veio trazer uma proposta nova e revolucionária de ensino, cujo objetivo maior é levar à 
AUTONOMIA ESPIRITUAL. Essa proposta de Jesus é um ensino contextualizado, reflexivo, significativo, simples e 
profundo através de suas famosas parábolas. Os evangelhos registram mais de 50 parábolas. Podemos dizer que as 
parábolas são situações comuns do dia a dia, através das quais Jesus deixa lições de ordem espiritual. Jesus as contou 
para provocar reações nas pessoas e forçá-las a tomar decisões. “Que pensais vós?” A forma do argumento era mais 
ou menos nesta direção: “em virtude desta questão a respeito do reino, que atitude tomareis? Que fareis diante de tal 
situação? Como vão sair dessa? 
 
 Assim, as parábolas não eram simples histórias de entretenimento, mas comparações da vida real para suscitar 
ideias análogas (polêmicas) com relação ao reino de Deus. O propósito era levar as pessoas a pensar no reino, a 
raciocinar a respeito do mistério do reino e tomar uma decisão em face ao reino. Ela não traz lições explicitas e, por 
isso, exige que o auditório raciocine e se esforce para achar o sentido da parábola. Quem tem "preguiça mental" não 
percebe sua riqueza. 
 
- O desfecho da sua Obra: É preciso deixar claro que Jesus tinha consciência da sua missão: sua morte e ressurreição 
não foram um acidente, mas faziam parte do plano estabelecido pelo Pai para reconciliar os homens com Deus. E 
Jesus sabia disso desde o seu início. Por isso, várias vezes fala e prediz sua morte e ressurreição. 
 Na entrada triunfal em Jerusalém no Domingo de Ramos, Jesus é recebido e aclamado como um rei pelo povo, 
que estende ramos de árvores e roupas para Jesus passar (daí domingo de ramos). Mas o mesmo povo que o aclamou 
como rei, na sexta-feira santa gritava “crucifica-o, crucifica-o”. É a última e decisiva viagem de Jesus a Jerusalém, 
que comemorava a grande festa da Páscoa, quando a cidade chegava a receber 120 mil turistas. Durante o dia Jesus 
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ficava na cidade; à noite recolhia-se com seus discípulos em Betânia, provavelmente na casa dos irmãos Lázaro (a 
quem ressuscitara), Marta e Maria. 
 Os escribas e fariseus haviam transformado o pátio do templo num grande mercado público, onde se fazia o 
cambio do dinheiro que os turistas traziam e se vendiam os animais para o sacrifício no templo. Indignado com essa 
situação, Jesus derruba as mesas dos cambistas, solta os animais e diz “A casa de meu Pai será chamada casa de 
oração, mas vós a transformastes em covil de ladrões”. Esse gesto de Jesus despertou a ira dos líderes, que 
prejudicados em seus negócios e com inveja do sucesso de Jesus resolveram matá-lo. Só não o prenderam por medo 
do povo. 
 Na instituição da Santa Ceia na quinta-feira à noite, Jesus se reuniu com seus discípulos para comemorar com eles 
a festa da páscoa, instituída por ocasião do êxodo do Egito e comemorada todos os anos. Durante a ceia pascal, Jesus 
institui uma nova ceia: a santa ceia. Nela Jesus, após abençoar o pão e o vinho, diz: “Tomai e comei, isto é o meu 
corpo ... tomai e bebei, isto é o meu sangue”(Marcos 14.22-25). Durante esta ceia, Jesus também lavou os pés aos 
discípulos dizendo-lhes “Eu vos dei o exemplo para que vós façais o mesmo”. O traidor Judas foi identificado e se 
retirou para encontrar-se com os líderes do Sinédrio, combinando receber 30 moedas de prata (o preço de um escravo) 
para lhes entregar Jesus quando estivesse longe do povo.Judas sabia que Jesus estaria ali, porque todas as noites Ele ia 
até o Jardim para orar. Com um beijo ele identificou Jesus, que foi preso e levado para o julgamento. 
 O julgamento teve 4 instâncias: Sinédrio – tribunal político religioso dos judeus que julgou e condenou Jesus à 
morte por ter admitido ser Filho de Deus; Pilatos - governador romano da região da Judéia e que estava em 
Jerusalém por causa da festa. Convencido da inocência de Jesus, mas não querendo indispor-se com os líderes 
judaicos, quando soube que Jesus era da Galileia, enviou-o a Herodes, que também se encontrava na cidade; Herodes 
– governador romano da Galileia, responsável pela execução de João Batista, quis divertir-se com Jesus. Como este 
não lhe deu atenção, mandou-o de volta até Pilatos; Pilatos – Todas as evidências apontavam para a inocência de 
Jesus. Por isso, Pilatos fez várias tentativas de soltá-lo: mandou ridicularizá-lo colocando-lhe uma coroa de espinhos; 
mandou que fosse açoitado; colocou-o ao lado de um criminoso conhecido como Barrabás e mandou que o povo 
escolhesse um dos dois para ser solto. Mas, influenciado pelos líderes, o povo clamava pela condenação de Jesus. 
Pilatos, então lavou suas mãos, querendo inocentar-se da condenação a Jesus e o entregou para ser crucificado. 
 
- Morte e ressurreição: Como todos os condenados à morte por crucificação, Jesus foi obrigado a carregar sua cruz 
até o Gólgota ou Calvário, lugar em que foi crucificado. Essa aconteceu por volta das 9h da manhã e sua morte 
ocorreu por volta das 15h. Durante as 6h que permaneceu na cruz, Jesus pronunciou 7 palavras ou frases, que revelam 
o profundo amor dEle para com a humanidade: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lucas 23.34); Em 
verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no paraíso (Lucas 23.43); Mulher, eis aí o teu filho...eis aí a tua 
mãe (João 19.26,27); Deus meu, Deus meu, por que medesamparaste? (Mateus 27.45,46); Tenho sede (João 19.28); 
Está consumado (João 19.30); Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito (Lucas 23.46). 
 Jesus enfrentou o sofrimento físico, moral e espiritual, sendo escarnecido, zombado, humilhado, abandonado pelo 
próprio Pai. Com isso Ele cumpriu a lei de Deus e pagou a dívida que os homens tinham com Deus por causa dos seus 
pecados. Assim, o “está consumado”, é um grito de vitória que pode ser entendido como “está pago! Está concluído! 
A obra da salvação está concretizada!”. Isto podemos ver em passagens como estas: “Deus estava em Cristo 
reconciliando consigo o mundo...Aquele (Jesus) que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele 
fôssemos feitos justiça de Deus” (2º Co 5.19, 21) 
 Na páscoa, Jesus ressuscitou. Quando amigos e inimigos pensavam que tudo tinha terminado, eis que Deus 
reserva surpresas para a manhã de domingo. Segundo os evangelhos, algumas mulheres foram no domingo cedo 
prestar sua última homenagem ao corpo sem vida de Jesus. Chegando lá, no entanto, foram surpreendidas com a 
mensagem do anjo “não tenham medo! Sei que vocês estão procurando Jesus que foi crucificado, mas ele não está 
aqui; já ressuscitou, como tinha dito”. (Mateus 28.5,6). Essa mensagem muda tudo, pois a ressurreição prova que 
Jesus é, de fato, o filho de Deus e verdadeiras todas as suas promessas. 
 Durante 40 dias Jesus apareceu aos seus discípulos várias vezes (ver Mateus 28.16-20; Marcos 16.9-16; Lucas 
24.13-52; João 20.11 até 21.25 e 1º Coríntios 15.1-58), dando-lhes a certeza de sua ressurreição. Aliás, segundo o 
apóstolo Paulo, a ressurreição de Cristo é a mensagem principal da igreja e a base para a fé dos cristãos. Ele diz “Se 
Cristo não ressuscitou, não temos nada para anunciar e vocês não tem nada para crer”(1º Co 15.14). E diante disso 
conclui “Cristo ressuscitou, e isto é a garantia de que os mortos ressuscitarão” (1º Co 15.20). Portanto, a 
ressurreição de Jesus Cristo é a garantia de que Ele é o Salvador da humanidade e ao mesmo tempo a garantia de que 
os mortos também ressuscitarão. 
 
- Ascensão e ordem: Aconteceu 40 dias após a sua ressurreição, em Betânia, no Monte das Oliveiras, na presença de 
120 pessoas (Atos 1.15) que eram todos os seguidores de Jesus nesse momento. É preciso ressaltar que a ascensão de 
Jesus é uma espécie de “ato pedagógico”, que tem como objetivo mostrar aos discípulos de que a missão dEle na terra 
tinha terminada e de que a missão da igreja (seguidores de Jesus) deveria começar. 
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 A missão dos discípulos era de testemunhar, proclamar e anunciar ao mundo tudo o que Jesus realizou, ou seja, 
anunciar a sua obra ou pregar o evangelho. Por isso, antes de subir ao céu, Jesus ordenou aos seus seguidores (igreja): 
“Sereis as minhas testemunhas, começando em Jerusalém, na Judéia, na Samaria e até aos confins da terra” (Atos 
1.8); “Ide e pregai o evangelho a toda a criatura” (Marcos 16.16); “Ide e fazei discípulos de todas as nações, 
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho 
ordenado”(Mateus 28.19,20) . Jesus promete a sua igreja “Eis que estou convosco todos os dias até o fim do século” 
(Mateus 28.20). 
 
HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ 
 
- Igreja: Vem do termo grego ekllesia que significa “reunião ou assembleia”. Compreende-se igreja em dois sentidos: 
a) visível – refere a um determinado grupo religioso de cristãos crentes coexistindo com pessoas com interesses 
diversos; b) invisível – refere-se a todos os cristãos que tem um verdadeiro e sincero relacionamento com Deus 
independentemente de denominação religiosa da qual Jesus denomina como sendo os “ramos” e o apostolo Paulo 
como a comunhão dos santos, a noiva de Cristo, o edifício cujo fundamento é Cristo ou como o corpo de Cristo. 
 
- O início: De acordo com o livro de Atos dos Apóstolos, todo o desfecho da obra de Cristo, sua ascensão e o 
pentecostes (quando a igreja efetivamente iniciou seu testemunho da obra de Cristo), aconteceram em Jerusalém por 
volta do ano 33 a 34 AD (Anno Domine – Ano de Nosso Senhor). 
 O pentecostes aconteceu 10 dias após a ascensão de Jesus e 50 dias após a Páscoa. Marca e celebra a descida 
do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus (120 pessoas), dando-lhes poder e coragem para anunciar Jesus 
Cristo Salvador. Naquele dia, após o testemunho de Pedro, houve cerca de 3000 batismos em Jerusalém. Esse 
fato marca o início da atuação da Igreja Cristã e é considerado o aniversário da igreja cristã. A primeira 
Comunidade Cristã foi organizada em Jerusalém. Havia comunhão, amor ao próximo e, sobretudo, 
testemunho em palavras e exemplos, por parte de todos os que aderiam ao cristianismo. E cada dia aumenta o 
número de seguidores de Cristo. 
 O livro de Atos, especialmente o capitulo 2, relata os detalhes do início do trabalho da Igreja Cristã, como era sua 
vida, ou seja, de muita consagração e amor fraternal. Toda a vida dessa igreja pode ser resumida num versículo “E 
todos continuavam firmes no ensino dos apóstolos, viviam em amizade uns com os outros e se reuniam para as 
refeições e as orações”(At 2.42). A consequência dessa maneira de viver é “E cada dia o Senhor juntava àquele 
grupo as pessoas que iam sendo salvas” (At 2.47) 
 
- A vida e obra de Saulo/Paulo : um dos maiores missionários da igreja cristã de todos os tempos, de quem 
precisamos falar o seguinte:Teve a formação de fariseu aos pés do maior mestre da época, chamado Gamaliel, tornou-
se perseguidor dos cristãos e foi o responsável pelo martírio de Estevão (Atos 8.1), primeiro mártir cristão. Não 
satisfeito em perseguir os cristãos em Jerusalém e arredores, dirige-se até Damasco para ali prender mais cristãos. Só 
que é à caminho de Damasco que acontece a mudança de sua vida. Sua conversão aconteceu quando está à caminho 
de Damasco e tem um encontro com Cristo, que lhe pergunta “Saulo, Saulo, por que me persegues”? A partir desse 
encontro a vida de Paulo passa por uma profunda transformação. Ele fica anos estudando e revendo seus conceitos de 
rigoroso fariseu , para entender que Jesus Cristo é o Messias prometido por Deus no AT e esperado pelos judeus (ler 
Atos 9). 
 Depois desses 14 anos de retiro, é enviado pela Igreja de Antioquia, juntamente com Barnabé para sua 1ª Viagem 
Missionária. Assim, ele se torna o maior evangelista de todos os tempos: fez 3 viagens missionárias e escreveu 13 
cartas ou epístolas do Novo Testamento (Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, 
Colossensses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filemon). Foi em Roma, para onde 
foi levado como prisioneiro, que Paulo sofreu o martírio por volta de 67 d.C., sendo decapitado a mando do imperador 
Nero. 
 Além de Paulo, os demais apóstolos também saíram pelo mundo a anunciar Jesus Cristo. Cada cristão, começando 
por aqueles que foram batizados no dia de Pentecostes, testemunhava em palavras e exemplos o Evangelho. Isso fez 
com que em poucos anos o cristianismo fosse conhecido em todo o império e tivesse igrejas prósperas em quase todas 
as cidades do Império Romano. 
 
- Expansão: O surpreendente crescimento e propagação do cristianismo nas primeiras décadas, deve-se: 1) ao 
testemunho pessoal de cada cristão por palavras e exemplos de vida (coerência entre teoria e prática; discurso e 
ação); 2) O trabalho missionário de Paulo e dos demais apóstolos; 3) A Pax romana, isto é, o fato de todo o império 
estar em paz, sob o governo de um único imperador e não haver fronteiras, facilitou as viagens missionárias dos 
apóstolos e contribuiu decisivamente para a expansão do cristianismo. 
 
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- Oposição e perseguição: O Sinédrio (formado por 70 líderes) e que fora

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