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Aula 03 Caso concreto O Dr. Carlos Henrique é Médico e reside com sua mulher Jurema e seus dois filhos, Ricardo e Rodrigo de 8 e17 anos respectivamente, na Tijuca – Município do Rio de Janeiro – RJ, às quarta e quinta-feiras, das 8h às 16h leciona na Universidade Rural no Município de Seropédica- RJ, às segunda e quartafeiras, atende, como médico plantonista num Hospital Privado em Piraí – RJ, Na sexta- feira à tarde e aos sábados pela manhã atende em um consultório de sua propriedade localizado em Simão Pereira – MG, cidade mineira localizada a duas hora de distância do Rio de Janeiro onde há muitos anos mantém seu consultório e passa seus fins de semana com a família em sua belíssima casa de campo. Diante do exposto responda: A) Pode-se afirmar que o Dr. Carlos Henrique tem como único domicílio a cidade do Rio de Janeiro onde reside com sua família com ânimo definitivo? Justifique sua resposta indicando os dispositivos legais pertinentes. R: Não, no caso em tela, evidencia-se o Domicílio plúrimo previsto nos artigos 71 e 72. Serão considerados domicílios todos eles cada um para as relações que lhe corresponderem. B) No caso em tela há hipótese(s) de domicílio necessário? Fundamente e Justifique sua resposta conceituando este tipo de domicílio. R: O médico trabalha na Universidade Rural (pública); os filhos do médico, por serem incapazes também têm domicílio necessário, que é aquele descrito por lei, na forma do artigo 76 caput (tem domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso) e parágrafo único (O domicílio do incapaz é o de seu representante ou assistente, o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções). Aula 07 Caso concreto Os irmãos José e Pedro receberam por doação de seus pais um terreno loteado com área de 210 m2. Pretendendo cada qual construir uma residência no terreno, firmaram escritura pública de divisão, em que ficou localizada a parte de cada um, com 105m2, sendo levada ao Serviço de Registro de Imóveis. Ocorre que, pelo art. 4°, II, da Lei 6.766/79, a área mínima exigida é de 125 m2. Com base na disciplina jurídica dos bens, responda JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE: A) Levando em consideração a classificação dos bens considerados em si mesmos, classifique o bem em questão. R: Trata-se de bem imóvel e indivisível. A indivisibilidade do terreno decorre de imposição legal. B) Você, na qualidade de funcionário do Serviço de Registro de Imóveis, faria o registro? Justifique a sua resposta com base no princípio da autonomia privada e na disciplina dos bens considerados em si mesmos. R: Não. Há lei impondo área mínima para loteamento, de maneira que se o bem for fracionado, ficará com área inferior à permitida na lei. Dessa maneira, correta a atitude do Cartório em negar o registro de divisão. Aula 08 Caso concreto Otavio e Thalita emprestaram de Pedro um imóvel para fins residenciais por três anos. Durante o tempo que passaram no apartamento, Otavio e Thalita consertaram algumas infiltrações, colocaram um forno a lenha daqueles inamovíveis, e aplicaram papel de parede em todos os quartos. Findo o prazo do contrato, Otavio e Thalita foram notificados para deixar o bem. Nesse caso, e conforme a disciplina jurídica dos bens no Código Civil, responda: A) Classifique cada espécie de bem acessório que aparece no comando da questão. Justifique a sua resposta. R: Os bens acessórios que aparecem na situação em comento são: Conserto das infiltrações: benfeitorias necessárias, pois destina -se à conservação do bem. Forno a lenha: benfeitora útil, pois trará maior facilidade para utilização do bem. Papel de parede: benfeitoria voluptuária, pois serve para deixar os quartos mais belos. B) O que Otávio e Thalita podem fazer com os bens acessórios identificados no item anterior? Cabe direito de retenção? Justifique a sua resposta. R: O casal pode exigir que as benfeitorias necessárias e úteis sejam indenizadas e que possa ser levantada a benfeitoria voluptuária, desde que isso não implique destruição da coisa principal. Cabe, sim, direito de retenção, mas apenas com relação às infiltrações e ao forno a lenha. As benfeitorias voluptuárias não estão sujeitas nem à retenção, nem à indenização, podendo, no máximo, Otávio e Thalita levantarem o papel de parede, desde que disso não resulte prejuízo a Pedro. Aula 10 Caso concreto Em 1993, o jogador de futebol Oswaldo Giroldo Junior, conhecido por Juninho, foi cedido, por contrato, pelo Ituano Futebol Clube ao São Paulo Futebol Clube por $350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil dólares) com a seguinte condição: pela cláusula quinta do referido contrato, o Ituano Futebol Clube teria uma participação de 50% (cinquenta por cento) no lucro que fosse auferido com a venda do passe do jogador a outro clube, caso esta fosse efetuada até o dia 31.12.1994, e 25% (vinte e cinco por cento), caso a venda fosse efetuada entre 01.01.1995 e 31.08.1995. Depois desse período, todo o lucro percebido com a venda do passe do jogador seria do São Paulo Futebol Clube. Durante a vigência do contrato, o São Paulo Futebol Clube recusou algumas propostas de compra do passe de Juninho, vindo a vendê-lo no dia 10.10.1995 por $7.500.000,00 (sete milhões e quinhentos mil dólares) ao Middlesbourg, time da Inglaterra, sem pagar qualquer percentual ao Ituano Futebol Clube. Ressalte- se que durante a vigência do contrato, o mesmo Middlesbourg havia oferecido quantia pouco inferior ao valor posteriormente ajustado, mas tal oferta foi recusada pelo São Paulo Futebol Clube. Sentindo-se lesado, o Ituano Futebol Clube ajuizou ação pleiteando o pagamento do percentual acertado no contrato, alegando que o São Paulo Futebol Clube, por estar em uma situação privilegiada, vendeu o jogador depois para afastar a repartição dos lucros. Com base na no Código Civil, principalmente no que tange a teoria dos negócios jurídicos, analisando os planos da validade e da eficácia da referida cláusula quinta do negócio celebrado entre o Ituano Futebol Clube e o São Paulo Futebol Clube, responda se há fundamento jurídico para a irresignação do Ituano Futebol Clube. R: Ao analisar os planos do Negócio Jurídico, é possível notar não haver qualquer irregularidade no plano da validade, porém ao analisarmos o plano da eficácia do negócio jurídico citado, é possível perceber que a cláusula quinta apresenta uma condição suspensiva, pois submete a produção dos efeitos a um evento futuro e incerto, o que é uma condição puramente potestativa, já que a venda depende exclusivamente da vontade do São Paulo, e estas condições são consideradas ilícitas no direito civil brasileiro, o que invalida o negócio jurídico, portanto existe fundamento jurídico para a irresignação do Ituano Futebol Clube. Aula 11 Caso concreto Maria Sofia Silva, analfabeta, recebeu, pelo IDHAB, um imóvel situado na quadra 46, conjunto I, lote 24, do Novo Assentamento, Brazilândia, Distrito Federal. Ainda sem planos para o imóvel, Maria Sofia aceitou proposta de Cecílio Monteiro, que trabalha com corretagem de imóveis e pretendia alugar dela um cômodo que se localizava na parte posterior do lote, à frente do cômodo onde morava Maria Sofia, com o objetivo de transferir para aquele cômodo, um bar que tinha nas proximidades. Cecílio, então, providenciou os documentos e entregou o contrato já redigidoa Maria Sofia, que, por não saber ler, apenas assinou o seu nome. Poucos meses depois, uma terceira pessoa, Celita Ribeiro foi até o lote de Maria Sofia a fim de comprá-lo, pois havia recebido proposta de Cecílio. Maria Sofia afirmou, com espanto, que o imóvel era seu e que não estava à venda, e que, além do mais, estava alugado para Cecílio. Celita, advogada, conversou novamente com Cecílio e pediu para ver o título de propriedade do imóvel, ocasião em que descobriu que, na realidade, Maria Sofia havia assinado um contrato de cessão de direitos e uma procuração, transferindo para Cecílio todos os direitos sobre o referido imóvel. Diante desta situação e, com base no Código Civil, analise JUSTIFICADA E FUNDAMENTADAMENTE a possibilidade de anulação do negócio celebrado entre Maria Sofia e Cecílio. R: Embora o analfabetismo de Maria por si só não leve a anulação, pois não gera incapacidade, o negócio pode ser anulado, pois Cecílio agiu com dolo induzindo Maria ao erro, logo maria não manifestou sua vontade livre o que é necessário para que o negócio seja valido. Aula 12 Caso concreto José Roberto sofreu grave acidente de carro e foi imediatamente levado a hospital. Chegando ao hospital, a família de José Roberto foi informada que a cirurgia apenas seria realizada se fosse prestada caução no valor de R$ 50.000,00. Neste caso: a) É válida a exigência de caução? R: Não, pois a cobrança de caução se caracteriza como estado de perigo, tendo todos os requisito necessários para a sua configuração (onerosidade excessiva, situação de perigo e dolo de aproveitamento). b) O defeito do negócio e sua potencial anulabilidade confere a José Roberto o direito a não pagar as despesas hospitalares? R: Não. Apenas a exigência de caução é inválida, mas as despesas referentes aos serviços efetivamente prestados pelo hospital devem ser pagas por José Roberto.
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