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Helmintos – parte 1 Parasitologia Humana – Faculdade Alvorada. Prof. Thaís Minuzzi HELMINTOLOGIA Quais os grupos de helmintos ? Platelmintos Trematódeos Cestódeos Nematelmintos Quais os grupos de helmintos ? Quais os grupos de helmintos ? Quais os grupos de helmintos ? Quais os grupos de helmintos ? Quais os grupos de helmintos ? Filo Classe Família Gênero Espécie Doença transmitida Platyhelminthes Schistosomatidae Schistosoma S. mansoni Esquistossomose Trematoda Paragonimidae Paragonimus P. peruvianus Paragonimíase Fasciolidae Fasciola F. hepatica Fasciolíase Taeniidae Taenia T. solium Teníase e Cisticercose T. saginata Teníase e Cisticercose Cestoda Echinococcus E. granulosus Equinococose e Hidatidose Hymenolepididae Hymenolepis H. nana Himenolepíase Diphyllobothridae Dyphyllobothrium D. latum Difilobotríase Dilepididae Dipylidium D. caninum Dilepididíase Nematoda Ascaridiidae Ascaris A. lumbricoides Ascaridíase Toxocara T. canis Toxocaríase Oxyuridae Enterobius E. vermicularis Enterobíase Strongyloididae Strongyloides S. stercoralis Strongiloidíase Trichuridae Trichuris T. trichirura Tricuríase Ancylostomidae Ancylostoma A. duodenale Ancilostomose A. caninum Larva Migrans Cutânea A. braziliensis Larva Migrans Cutânea Necator N. americanus Ancilostomose Onchocercidae Wuchereria W. bancrofti Filariose Linfática Onchocerca O. volvulus Oncocercose Platyhelminthes:Classe Trematoda A. Ventosa ventral B. Esôfago muscular C. Intestino D. Cecos intestinais E. Ventosa ventral (acetábulo) F. Ovário G. Órgão copulador feminino H. Receptáculo seminal I. Oótipo e glândulas. J. Tubo uterino L. Canal vitelino M. Testículo N. Canal eferente O. Canal deferente P. Bolsa do cirro Q. “próstata” R. Cirro S. Átrio genital comum T. Solenócitos U. Ductos excretores V. Vesícula excretora X. Poro excretor Morfologia dos Trematódeos Ciclo Biológico dos Trematódeos Ciclo biológico complexo com várias fases de desenvolvimento ovo miracidio esporocistos cercária metacercária adultos Têm dimorfismo sexual Macho (1cm): Canal ginecóforo, tubérculos Fêmea (1,2 – 1,6cm): Corpo mais longo e fino Características comuns: 2 ventosas (trematódeos): oral e ventral Hematófagos Schistosoma spp 5 espécies responsáveis pelas Esquistossomoses, infectando cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. S. mansoni ocorre no Brasil (origem africana) Xistose, barriga d’água, mal do caramujo Família Schistosomatidae Características distintivas do parasita: Fases de desenvolvimento de S. mansoni Ovo (a) Casca dupla, espinho lateral, embrião incompleto (300 ovos/dia) A embriogênese completa-se durante trajeto até as fezes Hipotonicidade do meio/ruptura do ovo, luz, temperatura, oxigenação (a) (b) Miracídeo (b) Papila apical: ventosa + terminações de glândulas que facilitam adesão e penetração no caramujo Envolvidos por cél. epiteliais ciliadas Fazem fototropismo Quimiotaxia aos moluscos Os esporocistos (I, II, III, IV, etc) Estrutura sacular alongada, perdem tecidos especializados Células germinativas ---- esporocistos ou cercárias Fases de desenvolvimento de S. mansoni As cercárias Pouco maior que 0,5 mm Corpo cercariano: órgãos de fixação com glândulas de penetração Cauda muscular bifurcada com movimento Ritmo circadiano Os esquistossômulos Forma transportada pela circulação Durante o acasalamento a fêmea fica inserida no macho através do canal ginecóforo. Schistosoma mansoni F M Fígado Baço Veia porta Vasos mesentéricos Reto Habitam os vasos do sistema porta hepático, após o acasalamento migram para os vasos mesentéricos. Vivem em média 5 anos Esporocisto em caramujos (sucessivas gerações) As cercárias são liberadas pelo caramujo , para a água, após 30d e nadam livremente Estágio Infectante Estágio Diagnóstico As cercárias perdem a cauda durante a penetração e transformam-se em esquistossômulos Circulação Migração para o sangue portal do fígado e amadurecimento para a forma adulta após 28d Pares de vermes adultos migram para: vênulas mesentéricas do intestino/ reto (depositam ovos que migram para a mucosa intestinal e caem nas fezes – 5 dias) Penetram na pele Na urinaNas fezes Os ovos eclodem e liberam miracídios Os miracídios penetram nos tecidos do caramujo (Biomphalaria) Fonte: DPDx/CDC/Atlanta/USA Ciclo biológico Conseqüências do parasitismo por S. mansoni Cercárias penetrando pela pele: inflamação cutânea e coçeira A intensidade depende de quais fatores? Dermatite cercariana nas pernas e costas Ovo na luz com muco inflamatório Sangue sob a mucosa intestinal Ovos em migração pela mucosa intestinal Ovos de S. mansoni migrando pelo intestino Conseqüências do parasitismo por S. mansoni Quais são os sintomas da forma intestinal? Ovos são os principais responsáveis pelas manifestações da Esquistossomose ! Conseqüências do parasitismo por S. mansoni Formação de granulomas hepáticos. Quais são os outros órgãos afetados na Esquistossomose? Migração dos ovos através dos capilares sanguíneos Ascite e varizes Qual a seqüência de eventos patogênicos que levam a esse quadro? Por que as varizes se formam? Manifestações Patológicas da Esquistossomose Diagnóstico - Exame de fezes: pesquisa do parasito em fezes por métodos de sedimentação, centrifugação, kato-katz. -Outros métodos: ELISA, PCR. - Qual seria o melhor método custo-benefício? Tratamento - Eficiente, fácil administração, baixa toxicidade. - Drogas: Oxamniquine e Praziquantel. - Qual delas tem sido usada no Brasil? - Há perspectiva de vacina? Diagnóstico e Tratamento da Esquistossomose Mapa de Distribuição da Esquistossomose no Mundo Ela está distribuída, principalmente, na África, América Latina, Oriente Médio, Ásia e Caribe Distribuição da Esquistossomose no Brasil 6 milhões no Brasil, prevalência NE (ao longo do rio São Francisco). Quais fatores explicam esta distribuição? Cestoda Classe Cestoda Quais são as adaptações dos helmintos parasitas dessa classe ? Grupo mais especializado dos platelmintos com as seguintes adaptações: - Corpo achatado e segmentado (facilita a difusão de alimento e gases) - Tegumento com microvilosidades (eficiência na absorção) - Ventosas e ganchos (fixação no hospedeiro) - Hipertrofia de órgãos reprodutores (eficiência reprodutiva) - Degenerações: não apresentam boca nem intestino Classe Cestoda: Estrutura corporal Estróbilo (conjunto de proglotes): reprodução e alimentação Escólex (cabeça): fixação no hospedeiro Colo (pescoço): origem das proglotes, região de crescimento Jovens Madura s Grávidas Escólex quadrangular com 4 ventosas e ausência de ganchos Proglotes (dicotômico) grávidas grandes com poro genital proeminente e grande número de ramificações uterinas (160 mil ovos/proglote) Estróbilo com 1000 a 2000 proglotes podendo alcançar 12 metros Bovinos (HI) Homem (HD) Taenia saginata: características diagnósticas Taenia solium: características diagnósticas Escólex com 4 ventosas e rostelo com fileiras de ganchos Proglotes (dentrítico) grávidas menores sem poro genital proeminente menor número de ramificações uterinas (80 mil ovos/proglote) Estróbilo menor (700 a 900 proglotes) dificilmente passando de 4 metros Suínos (HI) Homem (HD) Ciclo Biológico de Taenia solium e Taeniasaginata Quais informações epidemiológicas o ciclo fornece? HI HD Manifestações clínicas da Teníase causada por Taenia solium ou Taenia saginata Sintomas Frequência (%) Dor abdominal Náusea Perda de peso Fraqueza Apetite aumentado 36 34 24 24 21 Quais seriam as consequências do parasitismo por solitárias adultas no intestino? Em qual das espécies de solitária esses sintomas são mais aparentes? 80 milhões de pessoas parasitadas, a maioria por T. saginata porém o maior número de óbitos é devido à cisticercose, causada por T. solium Outras manifestações: alterações de motricidade e da secreção digestiva (redução em 70%), bulemia ou anorexia (sensação de plenitude intestinal), dor epigástrica de fome, prurido anal e apendicite (proglote no apêndice). Tratamento depende muito da espécie de Taenia diagnosticada! - Para T. saginata: Prazinquantel ou Niclosamida ou Mebendazol associados a purgativos ou tratamentos alternativos usando extratos de sementes frescas de abóbora (200mg x 2/dia por 4 dias/criança) com até 85% de cura. - Para T. solium: ambiente hospitalar devido ao risco de cisticercose. Diagnóstico e Tratamento da Teníase Exame de fezes: ovos não diagnosticam espécie de Taenia, mas sim as proglotes. Como é feito o tratamento? T. saginata Taenia solium e Cisticercose humana Cisticercose X Teníase Heteroinfecção: alimentos, mãos sujas Autoinfecção: externa (falta de higiene) e interna (vômitos) Olhos e anexos 46% Sistema nervoso 41% Pele e tecido subcutâneo 6,3% Músculos 3,5% Outros órgãos 3,2% Parasitismo por larvas de Taenia (cisticercos) presentes nos tecidos após a ingestão dos ovos: T. solium: porcos e humanos T. saginata: bovinos Quais os órgãos mais afetados? Manifestações patológicas da Neurocisticercose Sintomas Frequência (%) Crises Epilépticas Cefaléia Alterações Visuais Confusão Mental Hidrocefalia Ataxia Quadros Psicóticos 79 41 27 25 17 10 9 Quadro polimorfo complica o diagnóstico clínico: apenas 5% das epilepsias são devido à Neurocisticercose. O desenvolvimento do cisticerco leva ao aparecimento de reações inflamatórias no cérebro. Na fase inicial, é possível ver os escóleces invaginados. Quais seriam os sintomas da Neurocisticercose? Freqüência e impacto do complexo Teníase/Cisticercose • Maior freqüência em população de baixa renda • Brasil (1%), México (7%). Qual seria a freqüência na Índia e em Israel? • Mais de 20% dos pacientes com Neurocisticercose têm histórico de Teníase na família • Qual o impacto sócio-econômico dessas doenças? - 50 mil óbitos anuais (OMS) - 75% dos pacientes não são capazes de trabalhar - Alto custo do tratamento e internações - 1 tinha suspeita clínica - 2 tinham familiares com suspeita clínica - 3 tinham epilepsia - 4 tinham cefaléia - 5 eram pacientes do ambulatório - 5 % (geral) e 20% (suspeitos) Estudo epidemiológico no HUB: 1122 pessoas examinadas Casos + Como controlar o complexo Teníase/Cisticercose? 1) Inspeção da carne: 1.1Fiscalização do governo: procedência, condições sanitárias. 1.2Fiscalização do consumidor 2)Saneamento básico (completo) 3)Evitar uso inadequado das fezes como fertilizantes ou adubo. 4)Modernizar o método de criação de bovinos e suínos. 5)Vigilância epidemiológica (exames, questionários, diagnóstico e tratamento). 6)Educação sanitária envolvendo manipuladores de alimentos. 7)Programa educativo com os criadores rurais 8) No caso da cisticercose a higiene pessoal e dos alimentos é fator fundamental. Família Taeniidae: Echinococcus granulosus Zoonose: - ovinos (hosp. intermediário) - cães (hosp. definitivo) - homem = hospedeiro acidental Adultos de E. granulosus Equinococose x Hidatidose Parasitismo dos adultos no intestino de cães Parasitismo das larvas (hidátides) nos tecidos dos h. intermediário s Hidátide localizada no cérebro humano Larvas (hidátides) com crescimento contínuo (1cm/ano) podendo alcançar mais de 10 cm e estrutura complexa, com várias membranas e vesículas com dezenas de escóleces Ovos semelhantes aos de Taenia spp Adultos pequenos (5 mm) geralmente com três proglotes (jovem, madura e grávida) e rostelo com fileiras de acúleos Morfologia de Echinococcus granulosus Alto investimento em proteção! Ciclo Biológico de Echinococcus granulosus -Ação mecânica e dolorosa pressionando os órgãos (hipertensão portal, paralisia cerebral, problemas respiratórios e cardíacos) - Ruptura da hidátide (1cm3=40.000 protoescóleces), disseminação e ação inflamatória (choque anafilático). Manifestações patológicas de Echinococcus granulosus Hidatidose cardíaca (rara) Manifestações patológicas, diagnóstico e tratamento de Echinococcus granulosus Hidátides Hidatidose disseminada em preá Diagnóstico: exames de imagem (radiologia, tomografia) podem sugerir; expulsão de fragmentos do helminto na expectoração; testes imunológicos (ELISA, RIFI) Como pode ser feito o diagnóstico? E o tratamento? Tratamento: Albendazol (3-6 meses); PAIR (punção do líquido hiddático) e cirurgias para extração das hidátides. -Sistema de criação de ovelhas com pastoreio. -Trânsito de animais pela fronteira. -Cães de abatedouros, açougues. -Intimidade do homem com seu cão. -Ciclo silvestre: canídeos x roedores Epidemiologia de Echinococcus granulosus Quais fatores influenciam a distribuição do parasita? Quais medidas de controle podem ser apontadas? Distribuição: tem ocorrido no Chile, Uruguai, Argentina e Rio grande do Sul (infecção em ovelhas: 41%; infecção em cães: 38%, 2001). Controle da infecção por Echinococcus granulosus Controle da infecção canina: -Esclarecimento para abatedouros e criadores -Abate clandestino e controle sanitário (cães e vísceras de carneiro) -Vigilância e tratamento em massa de cães -Técnicas de pecuária modernas sem pastoreio de cães. Controle da infecção humana: -Esclarecer modo de transmissão e riscos da doença. -Evitar intimidade com cães (crianças) e higiene pessoal. Ciclos heteroxênicos com a transmissão através de insetos (ingestão de pulgas ou besouros) Família Hymenolepididae: Hymenolepis nana (Tênia anã) Família Hymenolepididae: Hymenolepis nana (Tênia anã) Adultos de 3 a 5 cm com 100 a 200 proglotes estreitas e poro genital lateral Ovos com espaço claro evidente ao redor da oncosfera com 6 ganchos Proglotes com 3 testículos paralelos Ciclo Biológico de Hymenolepis nana (Tênia anã) Parasita versátil: dois ciclos biológicos: com e sem hospedeiro intermediário Ingestão de inseto infectado com larva cisticercóide Ingestão do ovo pela larva de um inseto Ingestão do ovo em alimentos ou por mãos contaminadas O ovo ingerido se desenvolve na mucosa intestinal em larva e depois em adultos, que são encontrados no intestino Qual dos ciclos é mais freqüente? Qual deles leva a infecções severas? Fezes com ovos contaminam o ambiente Hiperinfecção nos ciclos heteroxênicos Epidemiologia de Hymenolepis nana (Tênia anã) -Ambientes fechados com alta densidade populacional. - Falta de higiene pessoal, doença de “mãos sujas” - Falta de higiene ambiental: ratos e pulgas. - A maioria dos cestóides são heteroxenos com exceção da H. nana. - H. nana é mais comum em ambientes urbanos que rurais Talvez isso explique porque é um dos cestóides parasitas que mais prevalece no homem (em creches a freqüência pode chegar a 40%). Por que então esse parasita não é tão importante quanto Taenia spp? Por que H. nana é umcestóide tão peculiar? Apesar dos parasitados apresentarem irritabilidade, insônia e diarréia, os sintomas são mais amenos (maioria assintomáticos) do que a infecção intestinal por outros cestóides. Quais são os indicadores de risco da himenolepíase? ???????
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