Buscar

As legislações da área da surdez

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Edison Trombeta de Oliveira,
Soellyn Bataliotti e Lais Benedetto
Libras
03
Sumário
CAPÍTULO 4 – As Legislações da Área da Surdez: Direitos e Conquistas da 
 Comunidade Surda ...................................................................................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Leis de acessibilidade para os surdos ..........................................................................05
4.1.1 A partir da Constituição ...................................................................................05
4.1.2 A Lei nº 8.160/1991 e a sinalização de acessibilidade para pessoas surdas ..........07
4.1.3 O Decreto Federal nº 3.298/1999 e a acessibilidade .........................................07
4.1.4 O Decreto nº 3.956/2001 e a Convenção Interamericana para a Eliminação de 
 Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência .....10
4.1.5 A Libras como forma de comunicação institucionalizada na Lei nº 10.436/2002 ....10
4.1.6 A acessibilidade no Decreto Federal nº 5.296/2004 ...........................................11
4.2 Leis sobre a educação de surdos ................................................................................14
4.2.1 A educação do surdo entre a Constituição e o Decreto nº 5.626/2005 .................14
4.2.2 A educação dos surdos a partir do Decreto nº 5.626/2005 .................................15
Síntese ..........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas ................................................................................................19
05
Capítulo 4 
05
Introdução
Neste capítulo, você conhecerá as legislações dedicadas à surdez e/ou à deficiência auditiva. 
Você conhece essas leis? Sabe como se prevê a acessibilidade das pessoas surdas? Compreende 
como deve ser a educação dos surdos? Estes são os pontos principais que você estudará a partir 
deste momento.
Para facilitar o seu entendimento, este material está dividido em duas partes essenciais. Na 
primeira, você saberá quais são as leis que tratam da acessibilidade de forma geral e, para as 
pessoas surdas, de maneira específica, entre as quais, a Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 
2000 (BRASIL, 2000), e o Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004). 
Em seguida, saberá mais a respeito das leis sobre educação dos surdos, como o Decreto Federal 
nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005).
Além disso, evidentemente, conhecerá as leis de abrangência geral que deveriam garantir, mes-
mo que indiretamente, também o direito aos surdos, como a Constituição Federal de 1988 (BRA-
SIL, 1988) e a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, mais conhecida como Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996).
Bom estudo!
4.1 Leis de acessibilidade para os surdos
Veja bem: o documento mais importante do Brasil, a Constituição Federal de 1988, possui as ga-
rantias que seriam necessárias para que todos vivam com igualdade. É dela que derivam as leis, 
os decretos e os demais documentos. Mas você conhece os documentos que vêm da Carta Mag-
na e servem para promover a acessibilidade da pessoa surda? Já parou para pensar como isso 
influencia a sua vida? E sabe de que maneira aplicá-los, na prática, ao seu dia a dia escolar?
Pois o objetivo deste estudo é discutir essas questões para que você desenvolva seus conhecimen-
tos e os utilize em prol dos direitos dos surdos na sociedade.
4.1.1 A partir da Constituição
Pare e pense: quantas vezes você já ouviu a frase “a educação é direito de todos e dever do Es-
tado e da família” (BRASIL, 1988)? Contou? Essa frase é retirada do artigo 205 da Constituição 
Federal de 1988. O mesmo princípio se aplica à saúde, artigo 196 do mesmo documento, e a 
diversas outras áreas da vida social brasileira.
As Legislações da Área 
da Surdez: Direitos e Conquistas 
da Comunidade Surda
06 Laureate- International Universities
Libras
Qual é a importância da Constituição? A Constituição da República Federativa do Bra-
sil de 1988, também chamada de Constituição Federal, Constituição de 1988, Carta 
Magna ou Lei Maior, é a lei fundamental do nosso país, que serve de baliza para todos 
os demais documentos normativos e legais. Abarca, entre outros temas basilares, os 
princípios, os direitos e as garantias fundamentais da organização do Estado, da orga-
nização dos poderes, etc.
NÓS QUEREMOS SABER!
Todos esses direitos citados advêm, antes, de dois artigos da mesma Constituição Federal. O 3º, 
por meio do seu inciso IV, que prega ser um objetivo fundamental do Brasil “promover o bem 
de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis-
criminação” (BRASIL, 1988). Em complementação, o artigo 5º prega que “todos são iguais pe-
rante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade [...]” (BRASIL, 1988).
Figura 1 – Imagem ilustrativa da publicação da Constituição Federal Brasileira.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Pelos trechos já destacados aqui, você pode perceber pontos essenciais para todo e qualquer 
cidadão brasileiro: todos, frente ao Estado, são iguais, possuem os mesmos direitos e os mesmos 
deveres, inclusive em relação à educação e à saúde. Só por essa constatação, você já poderia 
perceber que o Estado tem a obrigação de garantir aos surdos o direito à vida, à educação e à 
saúde, favorecendo a acessibilidade dessas pessoas da mesma forma que os demais cidadãos 
conseguem acessar.
Para garantir esses direitos, então, outros atos normativos foram publicados, como leis e decre-
tos, que você estudará a seguir. Alguns desses direitos, relativos à acessibilidade como um todo, 
são: a Lei Federal nº 8.160, de 8 de janeiro de 1991; o Decreto Federal nº 3.298, de 20 de 
dezembro de 1999, que regulamenta a Lei nº 7.853/89; o Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 
07
2001; a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002; e as Leis Federais nº 10.048, de 8 de novembro 
de 2000, e nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, regulamentadas pelo Decreto nº 5.296, de 
2 de dezembro de 2004.
Vale ressaltar, de início, que, após a edição das leis, em geral, elas precisam ser regulamentadas 
via decreto. 
A seguir, você conhecerá esses documentos.
4.1.2 A Lei nº 8.160/1991 e a sinalização de acessibilidade para pessoas 
surdas
Esta lei, publicada em 8 de janeiro de 1991, tem como principal destaque a caracterização de 
símbolo para identificação de pessoas deficientes auditivas, o Símbolo Internacional de Surdez 
(BRASIL, 1991). A intenção é identificar publicamente os locais que possibilitem acesso, circula-
ção e utilização de surdos, bem como os serviços postos à disposição ou cujo uso seja possível 
para as pessoas surdas. 
Figura 2 – Símbolo Internacional da Surdez, cujo uso foi estabelecido pela Lei nº 8.160/1991.
Fonte: Shutterstock, 2015.
4.1.3 O Decreto Federal nº 3.298/1999 e a acessibilidade
Este item tratará inicialmente do Decreto Federal nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que re-
gulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. O intuito dessa lei é dispor “sobre o apoio 
às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional 
para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde)” e instituir “a tutela jurisdicional de 
interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define 
crimes” (BRASIL, 1989).
A lei, inicialmente, estabeleceu normas gerais para o “pleno exercício dos direitos individuaise 
sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social” (BRASIL, 1989). É 
importante você saber que, atualmente, o termo “portador” de deficiência não é mais utilizado, 
tendo em vista que quem “porta” algo pode deixar de portar quando quiser. Quem é deficiente 
o é enquanto sua característica singular, é uma particularidade que faz parte da pessoa com 
deficiência de forma orgânica. Segundo Sassaki (2005), é uma questão de empoderamento da 
pessoa com deficiência e também de responsabilidade que se assume ao contribuir com seus 
talentos para mudar a sociedade rumo à inclusão de todas as pessoas, com ou sem deficiência.
08 Laureate- International Universities
Libras
Voltando ao documento, ele se referencia com certa frequência à Constituição, a nossa Lei 
Maior, como já dito. Um exemplo é o parágrafo 1º do artigo inicial, que apregoa: “na aplicação 
e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade de tratamento e 
oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e ou-
tros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito” (BRASIL, 1989, 
grifo do autor).
Outra citação da Carta Magna está no artigo 2º:
Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno 
exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao 
lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes 
da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico (BRASIL, 
1989, grifo do autor).
Entre os temas voltados à pessoa com deficiência delimitados na lei, estão a educação, a saúde, 
a formação profissional e do trabalho, os recursos humanos e as edificações. Não há nenhuma 
citação específica em relação aos surdos, mas há que se ressaltar que esta é a base do aparato 
legal de acessibilidade contemporâneo.
Por exemplo: sempre que você vê, hoje em dia, grandes empresas com vagas abertas exclusiva-
mente ou preferencialmente para pessoas com deficiência, ou mesmo vagas reservadas a essas 
pessoas em concursos públicos, a base dessa garantia vem da lei que estamos estudando, a nº 
7.853/89.
Entretanto, como já citado, uma lei geralmente precisa de um decreto para sua regulamentação. 
Nesse caso, é o Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que “regulamenta a Lei nº 7.853, 
de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Porta-
dora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências” (BRASIL, 1999).
Observe que, mesmo sendo publicado 10 anos depois da lei, esse documento, mais especifica-
mente, tem por objetivo assegurar às pessoas com deficiência o pleno exercício dos direitos indi-
viduais e sociais, por meio de uma política nacional. Para isso, primeiro, são classificadas as de-
ficiências. No caso da surdez, quando da redação inicial do decreto, a definição era a seguinte:
[...] deficiência auditiva – perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras, variando 
de graus e níveis na forma seguinte:
a) de 25 a 40 decibéis (db) – surdez leve;
b) de 41 a 55 db – surdez moderada;
c) de 56 a 70 db – surdez acentuada;
d) de 71 a 90 db – surdez severa;
e) acima de 91 db – surdez profunda; e
f) anacusia (BRASIL, 1999).
O que é anacusia? Segundo o dicionário Michaelis Online, é sinônimo de surdez. Pode 
ser bilateral, quando atinge os dois ouvidos; ou unilateral, quando ataca apenas um 
dos ouvidos. Para fins legais, a partir da publicação do Decreto Federal nº 5.296, de 
2 de dezembro de 2004, que será estudado mais adiante, o termo deixou de constar 
na legislação para dar lugar mais claramente ao termo surdez, ou surdez total (ANA-
CUSIA, 2015).
NÓS QUEREMOS SABER!
09
Entretanto, o Decreto Federal nº 5.296/2004 alterou a redação deste e de alguns outros pontos. 
Assim, a definição válida é: “deficiência auditiva – perda bilateral, parcial ou total, de quaren-
ta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 
2.000Hz e 3.000Hz” (BRASIL, 1999). Para algumas das intensidades de deficiência auditiva, é 
possível utilizar aparelhos que suprem, ao menos, parte dessa deficiência.
Figura 3 – Aparelhos auditivos podem suprir parte da surdez.
Fonte: Shutterstock, 2015.
O decreto define princípios e diretrizes básicos da política nacional para a pessoa com deficiên-
cia no que se refere à saúde, ao acesso à educação, à habilitação e à reabilitação profissional, 
ao acesso ao trabalho, à cultura, ao desporto, ao turismo e ao lazer. Alguns pontos importantes 
para a acessibilidade de uma forma geral dizem respeito à definição de “ajudas técnicas”, que 
são “os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, senso-
riais ou mentais da pessoa portadora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as 
barreiras da comunicação e da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social” (BRASIL, 
1999). Algumas dessas ajudas são: próteses auditivas, elementos para facilitar a comunicação, 
a informação e a sinalização para pessoas com deficiência, equipamentos e materiais pedagó-
gicos próprios para educação da pessoa com deficiência e adaptações ambientais e outras que 
garantam o acesso e a autonomia dessas pessoas. 
Esses documentos também tratam da vida do surdo no que tange aos aspectos educacionais. 
Nesse sentido, destaca-se a definição de educação especial como uma modalidade escolar que 
permeia, de forma transversal, todos os níveis e as modalidades pedagógicos. “Entende-se por 
educação especial, para os efeitos deste Decreto, a modalidade de educação escolar oferecida 
preferencialmente na rede regular de ensino para educando com necessidades educacionais 
especiais [...]” (BRASIL, 1999). Outras características são: flexibilidade, dinamicidade, individua-
lização, oferta nos níveis obrigatórios, início na educação infantil e apoio de equipe multiprofis-
sional com formação adequada para orientação pedagógica individualizada. 
É sempre importante ter acesso aos documentos na íntegra. Não se pode esquecer que 
esse debate que temos aqui é apenas de uma parte da legislação, a que importa para 
os nossos estudos. Então, indicamos a leitura da Lei nº 7.853/1989 e do Decreto nº 
3.298/1999, disponíveis, respectivamente, nos links: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/LEIS/L7853.htm> e <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>.
NÃO DEIXE DE LER...
10 Laureate- International Universities
Libras
Evidentemente, há muitas outras contribuições desses documentos para a acessibilidade e a edu-
cação dos surdos. Ainda vamos debater um pouco mais sobre elas nas próximas páginas, mas 
vale a indicação de que você os leia na íntegra com bastante atenção. 
4.1.4 O Decreto nº 3.956/2001 e a Convenção Interamericana para 
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas 
Portadoras de Deficiência
A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência, popularmente chama de Convenção de Guatemala, foi um 
evento da área ocorrido em 1999 na capital guatemalteca, Cidade da Guatemala, que, demons-
trando a preocupação de seus participantes em relação à discriminação das pessoas com defi-
ciência, externou alguns pontos importantes. O intuito foi reforçar que aqueles com deficiência 
devem ter direitos e liberdades fundamentais iguais a todos os demais cidadãos.
O Brasil, enquanto nação que faz parte do acordo, publicou, em 8 de outubro de 2001, o 
Decreto nº 3.956, que “promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as 
Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência” (BRASIL, 2001). Há que se 
ressaltar, entretanto, que convenção teriaentrado em vigor no Brasil em 14 de setembro daquele 
ano, ou seja, cerca de um mês antes da promulgação oficial.
Tal qual a própria convenção, o decreto brasileiro tem como objetivo ações afirmativas em rela-
ção às pessoas com deficiência, no sentido de que elas tenham os mesmos direitos e as mesmas 
liberdades fundamentais que todos os demais seres humanos. Definiu como “discriminação com 
base na deficiência” toda e qualquer restrição, rejeição, exclusão ou diferenciação executada 
com o efeito ou com o propósito de impedir ou anular qualquer direito humano ou liberdade 
fundamental da pessoa com deficiência. “Este Decreto tem importante repercussão na educação, 
exigindo uma reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferencia-
ção, adotado para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização” 
(BRASIL, 2008).
Assim, pode-se perceber que o decreto, ao colocar em prática no Brasil os ditos da Convenção 
de Guatemala, dá um passo importante na política de inclusão nacional. Isso fica especialmente 
claro porque a principal intenção, como o próprio nome do documento informa, é combater a 
discriminação em relação às pessoas com deficiência. Esse “combate” deve-se dar, especialmen-
te, por meio de medidas nos níveis legislativo, social, educacional e trabalhista para inclusão das 
pessoas com deficiência. Além disso, é necessário trabalhar a prevenção das deficiências que 
podem ser evitadas, a detecção e a intervenção precoces para a independência e a melhoria da 
qualidade de vida da pessoa com deficiência, e a sensibilização da população.
Esses pontos principais, firmados na convenção e no decreto, vêm para fortalecer as regula-
mentações brasileiras anteriores, como o Decreto Federal nº 3.298. Da mesma forma, esses 
documentos constituem parte das políticas iniciais e que estão em validade até os dias de hoje 
em relação às pessoas com deficiência, incluídas aí as com surdez.
4.1.5 A Libras como forma de comunicação institucionalizada na Lei nº 
10.436/2002
Esta Lei, a nº 10.436, de 24 de abril de 2002, é fundamental no entendimento dos direitos da 
pessoa surda. Embora seja bem curtinha, com apenas cinco parágrafos, é a que reconhece a lín-
gua brasileira de sinais, a Libras, como meio legal de comunicação e expressão no país (BRASIL, 
2002). Posteriormente, essa lei foi regulamentada por meio do Decreto nº 5.626, de 2005, que 
será abordado mais à frente por possuir muitas informações para o entendimento da educação 
dos surdos.
11
Como sempre indicamos, a leitura do documento na íntegra é bastante válida. Como é 
uma lei curta, você pode acessá-la e lê-la com cuidado, mesmo dispondo de pouco tem-
po. Acesse-a pelo link: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm>.
NÃO DEIXE DE LER...
Outros pontos interessantes da lei referem-se à definição da Libras como um sistema “de nature-
za visual-motora, com estrutura gramatical própria” para “transmissão de ideias e fatos, oriundo 
de comunidades de pessoas surdas do Brasil” (BRASIL, 2002). O documento também dá indícios 
da institucionalização do apoio ao uso e à difusão da Libras, bem como da garantia de ade-
quados atendimento e tratamento da pessoa surda. Também indica a motivação de você estar 
estudando, neste momento, uma disciplina a respeito da Libras e, por fim, indica que esta não 
deve substituir a Língua Portuguesa escrita.
É a partir daqui que a disciplina de Libras começa a tomar corpo nas graduações pelo Brasil, 
como obrigatória para os cursos de formação de professores, fonoaudiologia e educação es-
pecial. Como veremos, ela também se tornará optativa nas demais formações de nível superior.
4.1.6 A acessibilidade no Decreto Federal nº 5.296/2004
A última legislação que você conhecerá a respeito da acessibilidade das pessoas com deficiência, 
em especial dos surdos, é o Decreto Federal nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. O documento 
regulamentou as leis nº 10.048, de 8 de novembro de 2000, e nº 10.098, de 19 de dezembro 
do mesmo ano, que, em geral, tratam de normas e critérios básicos para a acessibilidade das 
pessoas com deficiência. É esse documento, já citado anteriormente, que redefine a deficiência 
auditiva como “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida 
por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz” (BRASIL, 2004).
Especificamente sobre a surdez, o artigo 6º defende que deve haver tratamento diferenciado para 
as pessoas surdas nos órgãos públicos (administração direta e indireta, além das fundações), nas 
empresas prestadoras de serviços públicos e nas instituições financeiras. Esse tratamento dife-
renciado deve-se dar com o auxílio de intérpretes ou pessoas capacitadas em Libras, bem como 
para surdos que não se comuniquem por meio dessa língua e para pessoas surdocegas, como a 
famosa Helen Keller, a primeira pessoa nessa condição a conseguir um diploma de bacharelado.
Helen Keller (1880-1968) foi uma escritora, conferencista e ativista social surdocega 
dos Estados Unidos. A primeira pessoa nessa condição a terminar um bacharelado, 
ficou cega e surda aos 19 meses de idade e, desde então, começou a desenvolver uma 
linguagem de sinais com a família, que posteriormente foi aperfeiçoada com a ajuda 
de profissionais. Em 1902, publicou a autobiografia A história de minha vida. Lançado 
no Brasil em 2008, pela José Olympio Editora, o livro teve a primeira edição esgotada 
e, atualmente, só se encontra nas bibliotecas e nos sebos. Pela sua importância nessa 
área, Helen Keller dá nome a diversas unidades escolares pelo país. Leia mais sobre 
a biografia de Helen Keller no link, que disponibiliza o download gratuito do livro: 
<http://www.orelhadelivro.com.br/livros/535781/a-historia-da-minha-vida/>.
VOCÊ A CONHECE?
12 Laureate- International Universities
Libras
Figura 4 – Selo espanhol com a imagem de Helen Keller, primeira surdocega a conquistar um bacharelado.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Como se comunicam as pessoas surdocegas? Veja bem: os surdos não ouvem, mas 
enxergam e, por isso, se comunicam pela língua de sinais; os cegos não enxergam, mas 
ouvem, por isso se comunicam pelo oralismo. O que eles têm em comum é o tato. En-
tão, pessoas surdocegas costumam comunicar-se pela língua de sinais “lida” por meio 
do tato: o “emissor” da mensagem, quem fala na conversa, utiliza as mãos para trans-
mitir a mensagem, enquanto que o “receptor”, aquele que “ouve” na conversa, coloca 
suas mãos sobre as mãos do falante, para sentir os sinais que estão sendo feitos.
NÓS QUEREMOS SABER!
Ainda no que se refere ao tratamento diferenciado às pessoas surdas, as instituições já citadas 
também precisam ter, pelo menos, um telefone de atendimento que seja adaptado para comu-
nicação com surdos e outras pessoas com demais deficiências auditivas (BRASIL, 2004). Você já 
deve ter visto por aí telefones com um teclado, como o de computador, embutido (Figura 5). Eles 
servem para a comunicação com pessoas surdas.
13
Figura 5 – Telefone adaptados para surdos, com teclado para escrita.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Esse tipo de telefone ainda é citado no artigo 16, ao se discorrer a respeito das características 
do desenho e da instalação do mobiliário urbano, que devem garantir o uso pelas pessoas com 
deficiência, incluída aí a auditiva. Entre essas iniciativas, estão as adaptações para utilização dos 
telefones públicos e dos terminais de autoatendimento de produtos e serviços. Deverá ser garan-
tida a acessibilidade para surdos em pelo menos 2% do total de telefones públicos sem cabine, 
tanto para chamadas locais quanto de longa distância nacional, bem como outros 2% para a 
realização de chamadas de longa distância, nacional e internacional. A regra é a mesma para 
deficientes físicos que necessitem utilizar cadeira de rodas (BRASIL, 2004).
Outra citaçãoreferente às pessoas com surdez estabelece que apenas poderão ter financiamento 
público as salas de espetáculo devidamente sinalizadas com o Símbolo Internacional da Surdez, 
com:
[...] sistema de sonorização assistida para pessoas portadoras de deficiência auditiva, de meios 
eletrônicos que permitam o acompanhamento por meio de legendas em tempo real ou de 
disposições especiais para a presença física de intérprete de LIBRAS e de guias-intérpretes, com 
a projeção em tela da imagem do intérprete de LIBRAS sempre que a distância não permitir sua 
visualização direta (BRASIL, 2004).
Sinalização visual e tátil para pessoas cegas e/ou surdas em prédios públicos ou de uso coletivo, 
seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também está definida 
na legislação. E o último ponto que levantaremos aqui nesta parte do capítulo trata-se da acessi-
bilidade em relação à televisão: cita-se a subtitulação ou legendagem e a janela para intérprete 
de Libras.
14 Laureate- International Universities
Libras
4.2 Leis sobre a educação de surdos
Você conhece as leis que garantem a educação dos surdos? E sabe como essas leis preveem a 
educação dessas pessoas? Essas questões, ou seja, as leis que garantem a educação para as 
pessoas surdas, serão discutidas neste tópico. Boa parte delas já foi citada aqui, mas como há 
alguns artigos que tratam da educação dos surdos, além da acessibilidade de forma geral, serão 
retomadas agora sob novo olhar.
4.2.1 A educação do surdo entre a Constituição e o Decreto nº 5.626/2005
A intenção, neste trecho, é discutir os avanços da educação da pessoa surda a partir da pu-
blicação da Constituição e até antes da promulgação do Decreto Federal nº 5.626, de 22 de 
dezembro de 2005. Isso porque esse documento será alvo das nossas problematizações na parte 
seguinte.
Iniciando pela Constituição, reiteremos o que já foi trazido aqui: a educação é um direito de to-
dos os brasileiros e um dever do Estado e da família, segundo o artigo 205 (BRASIL, 1988). Além 
disso, não podemos esquecer que, no ensino, deve ser garantida a igualdade de condições tanto 
para o acesso quanto para a permanência na escola. O artigo 208, por sua vez, prevê também 
que o Estado deve efetivar a educação, entre outros pontos, por meio do atendimento educa-
cional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
Em um primeiro olhar, as consequências disso para a educação dos surdos é óbvia: todos devem 
ter direito à educação escolar, ofertada pelo Estado, e todos também precisam ter condições 
para ingressar e continuar os seus estudos. Além disso, é obrigação do Estado ofertar atendi-
mento educacional especializado.
Evidentemente, enquanto ditos da Constituição, devem ser alvo de outras normatizações para o 
devido esclarecimento e regulamentação. Um desses documentos específicos é a Lei nº 9.394, 
de 20 de dezembro de 1994, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, a 
popular LDB (BRASIL, 1994). Embora não haja nenhuma citação formal à pessoa surda, há um 
capítulo totalmente dedicado à educação especial. Nele, fica claro que os sistemas de ensino, 
incluídos os públicos, devem promover currículo, métodos, recursos e organização didática de 
forma particular a fim de atender às necessidades dos alunos com deficiência, bem como uma 
terminalidade própria para os que, por causa de sua deficiência, não puderem atingir o nível de 
conclusão do ensino fundamental. 
É bem provável que já tenha lido a LDB. Mas que tal ler novamente, agora com os olhos 
voltados para a inclusão? Acesse-a pelo link a seguir e atente-se aos pontos que você 
está estudando: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>.
NÃO DEIXE DE LER...
Posteriormente, o Decreto Federal nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, trouxe mais indícios 
em relação à educação do surdo. A intenção do documento é regulamentar a Lei nº 7.853, de 
24 de outubro de 1989, a respeito da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência.
Nessas normatizações, delimitou-se que o poder público deve assegurar à pessoa com defici-
ência o pleno exercício dos seus direitos básicos, incluída aí a educação, sempre com o devido 
respeito às peculiaridades de cada indivíduo (BRASIL, 1999). Na seção dedicada ao acesso à 
15
educação, ficou definido que os órgãos públicos federais da área da educação viabilizarão a 
matrícula compulsória das pessoas com deficiência, a inserção das instituições especializadas no 
sistema de ensino e a inclusão da educação especial no sistema educacional como algo transver-
sal pelos níveis e pelas modalidades de ensino, bem como seu oferecimento de forma obrigatória 
e gratuita. Além disso, delimitou-se, que “educação especial” é uma modalidade de educação 
escolar flexível, dinâmica e individualizada, para os níveis de ensino obrigatórios, que deve ter 
início o quanto antes, por meio de uma equipe multiprofissional.
Outro ponto que todos devem ter percebido é a garantia de particularidades em provas para 
ingresso em instituições de ensino superior e de concurso público. As instituições promotoras de-
vem garantir adaptações das provas, bem como os apoios necessários e previamente solicitados 
pelo candidato/estudante com deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, 
de acordo com as características da deficiência. Procure e veja qualquer edital de concurso 
público, ou manual do candidato para vestibular, e você verá essas peculiaridades que visam a 
garantir acessibilidade e condições isonômicas para as pessoas com deficiência.
Por fim, o decreto ainda planta a semente do ensino de Libras nos cursos de formação de profes-
sores: “o Ministério da Educação, no âmbito da sua competência, expedirá instruções para que 
os programas de educação superior incluam nos seus currículos conteúdos, itens ou disciplinas 
relacionados à pessoa portadora de deficiência” (BRASIL, 1999).
4.2.2 A educação dos surdos a partir do Decreto nº 5.626/2005
O marco na educação das pessoas surdas é o Decreto Federal nº 5.626, de 22 de dezembro 
de 2005. O documento parte da Lei nº 10.436/2002, que dispõe sobre a Libras, e do artigo 18 
da Lei nº 10.098/2000, para tratar especificamente da educação do surdo. Em linhas gerais, 
que detalharemos a seguir, o documento aborda o acesso à escola por parte dos alunos surdos, 
a inclusão da Libras como uma disciplina curricular, bem como a formação e a certificação do 
professor dessa disciplina e do tradutor intérprete dessa língua, o ensino da Língua Portuguesa 
aos surdos como sua segunda língua e a organização e oferta da educação bilíngue no ensino 
comum (BRASIL, 2005).
Figura 6 – Tradutor intérprete, cuja formação para atuação na escola é delimitada pelo Decreto nº 5.626/2005.
Fonte: Shutterstock, 2015.
16 Laureate- International Universities
Libras
A respeito do acesso do surdo à escola, o decreto estabelece que as instituições de ensino do 
âmbito federal, em todos os níveis, devem garantir aos surdos o acesso à comunicação, à infor-
mação e à educação, tanto nas seleções para ingresso quanto nas atividades e no currículo. Para 
tanto, deve-se promover a formação de professores no ensino e no uso da Libras, na tradução e 
na interpretação e no ensino de Língua Portuguesa como segunda língua. Além disso, deve ofe-
recer, desde a educação infantil, o ensino adequado (Libras como primeira língua e Língua Por-
tuguesa como segunda), por meio de profissionais devidamente formados. Por fim, entre outros 
pontos importantes, delimita que é necessário utilizar mecanismos coerentes para a avaliação da 
aprendizagem da segunda língua, bem como para a aprendizagem da Libras.
Essa diferenciação é essencial, porque não se pode avaliar a escrita em Língua Portuguesa de 
um aluno surdo da mesma forma que se avalia a de um aluno ouvinte. Enão se pode dizer que 
a escrita do surdo está errada: devem-se respeitar suas particularidades linguísticas na escrita, e 
saber avaliá-lo a partir daí.
Há um caso concreto que queremos mostrar para você. No seu computador, abra seu buscador 
de preferência (como o Google) e digite, no campo da pesquisa, o termo “Instituto Nacional de 
Educação dos Surdos – Ines”. Você verá que vai aparecer uma tela parecida com esta, na qual 
você pode observar o campo de comentários, conforme também indicado na imagem:
Figura 7 – Print Screen da busca pelo termo “Instituto Nacional de Educa-
ção dos Surdos – Ines”, com destaque para o campo de comentários.
Fonte: Google, 2015.
Observe que, nesse caso, há três comentários, sendo que, para os ouvintes, apenas o último pa-
recerá “bem escrito”. Isso porque os dois primeiros foram realizados por pessoas surdas. Nesse 
contexto, não se pode considerar que a escrita está errada, porque devemos, segundo o decreto 
que estamos comentando, valorizar o aspecto semântico dessa escrita e reconhecer a singulari-
dade linguística do surdo que possui a Língua Portuguesa como segunda língua.
Já sobre a inclusão da Libras como uma disciplina curricular, o documento estabelece que isso 
deve ser uma ação obrigatória nos cursos de formação de professores (incluídas aí as licencia-
turas, a pedagogia e a educação especial, por exemplo) e de fonoaudiologia, em todas as ins-
17
tituições de ensino. Além disso, a Libras deve ser uma disciplina optativa para os demais cursos 
superiores e de educação profissional. Esse é um reflexo da demanda que existe nos dias de hoje, 
e você, que está aqui estudando agora, o faz não apenas para atender a um critério legal: você 
o faz porque tem, ou está desenvolvendo, a consciência de que a inclusão é essencial na escola, 
e você faz parte disso.
No que tange à formação dos profissionais que fazem parte dessa inclusão do surdo na escola, 
como o professor da disciplina de Libras e do intérprete, o decreto estabelece diferentes tipos, 
para cada nível de ensino. Um detalhe constante – e que faz todo o sentido – é que as pessoas 
surdas devem ter prioridade nesses cursos de formação. Além disso, o decreto ainda estabelece 
prazos para o fomento dessas formações que serão citadas.
Para o ensino de Libras nos anos finais do ensino fundamental, no médio e no superior, o profis-
sional deve ser formado por meio de curso da Licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/
Língua Portuguesa como segunda língua.
Já para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, a formação tem que 
ser realizada em curso de pedagogia ou curso normal superior, em que Libras e Língua Portugue-
sa escrita tenham sido línguas de instrução, de forma a colocar em prática a formação bilíngue.
Ainda nesse quesito, para a função de instrutor de Libras em nível médio, a formação deve dar-se 
em cursos de educação profissional ou cursos de instrução continuada realizados por institui-
ções de ensino superior ou instituições credenciadas pelas secretarias de educação. Há também 
a possibilidade de que essa formação seja feita por meio de organizações representativas da 
comunidade surda, mas, nesse caso, o certificado precisa de convalidação de alguma das insti-
tuições citadas.
Não entraremos, aqui, no mérito da educação bilíngue, tendo em vista que esse tema já foi dis-
cutido anteriormente.
NÃO DEIXE DE VER...
Complemente e relembre alguns pontos sobre a educação bilíngue por meio deste 
vídeo, produzido no Estado do Paraná, pela TV Paulo Freire. É a terceira parte de um 
episódio do programa Nós da Educação. Disponível no link: <http://www.gestaoesco-
lar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=12739>.
Saindo das discussões do Decreto nº 5.626/2005, ainda houve, posteriormente, a promulgação 
do Decreto Federal nº 6.094, de 24 de abril de 2007, para falar sobre a implementação do 
Plano de Metas do “Compromisso Todos pela Educação”. No entanto, não há nada específico 
para pessoas com deficiência, muito menos para os surdos. Apenas cita-se que a União poderá 
apoiar e incentivar ações que garantam o acesso e a permanência nas salas comuns de pessoas 
com necessidades educacionais especiais, com o intuito de fortalecer a inclusão educacional.
Entretanto, você precisa observar que as políticas da área da educação mudam com certa fre-
quência. Por isso, é essencial que você fique atento e veja também as legislações particulares do 
seu Estado. O mínimo que se pode dispor é a normatização federal. Os estados podem legislar, 
dentro de suas competências, para avançar nesses debates, sempre em consonância com a 
Constituição e com as leis federais.
18 Laureate- International Universities
Síntese
Você concluiu os estudos desta disciplina, em que:
•	 estudou a acessibilidade da pessoa com deficiência, a partir dos preceitos de 
universalização previstos na Constituição Federal. Nesse documento, também já foram 
colocadas as primeiras sementes do ensino das pessoas com necessidades educacionais 
especializadas, como os surdos, conforme seria regulamentado nas legislações seguintes;
•	 entendeu que a Lei nº 8.160, de 1991, foi importante por trazer à tona a caracterização 
do símbolo que deveria ser utilizado para identificação dos locais que possibilitam acesso, 
circulação e utilização por parte dos surdos, bem como os serviços postos à disposição ou 
cujo uso seja possível para as pessoas surdas; 
•	 aprendeu que o Decreto nº 3.298, de 1999, regulamentou temas como o apoio e a 
integração social das pessoas com deficiência, além de debater alguns temas jurídicos 
relativos às pessoas com deficiência;
•	 soube que o Decreto nº 3.956, promulgado em 2001, foi a assinatura do Brasil na 
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
as Pessoas Portadoras de Deficiência. O principal mote do documento foi demonstrar a 
preocupação em relação à discriminação dessas pessoas, com o intuito de reforçar que 
elas precisam ter garantidos os mesmos direitos e as mesmas liberdades fundamentais das 
demais pessoas;
•	 identificou, como marco fundamental na acessibilidade dos surdos, a publicação da Lei 
nº 10.436, de 2002, que reconheceu a Libras como forma legal de comunicação e 
expressão no país;
•	 soube também que o Decreto Federal nº 5.296, de 2004, tratou de normas gerais e 
critérios básicos a fim de se promover a acessibilidade das pessoas com deficiência. 
Especificamente sobre os surdos, esse documento foi o responsável por redefinir sua 
definição legal;
•	 entendeu a importância, para a educação dos surdos, das contribuições da Constituição 
Federal de 1988; da Lei nº 9.394/1996 (a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
– LDB) e do Decreto Federal nº 3.298/1999, todos embriões da atual legislação da área;
•	 por fim, conheceu o Decreto Federal nº 5.626/2005, que tratou diretamente da educação 
do surdo e abordou temas essenciais, como o acesso à escolarização, a inclusão da 
disciplina Libras, a formação e a certificação dos profissionais envolvidos na escola 
bilíngue, bem como a oferta dessa forma de ensino.
E é com essas informações que esperamos que você, daqui para frente, possa ser um elo fun-
damental no processo de inclusão da pessoa surda no processo de ensino-aprendizagem. Você 
precisa ter essa consciência para desempenhar bem o seu papel frente a essas pessoas, assim 
como para também poder aprender com elas. 
Síntese
19
Referências
ANACUSIA. In: DICIONÁRIO de Português Online Michaelis. Disponível em: <http://michaelis.
uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=anacusia>. 
Acesso em: 22 jun. 2015.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/>. 
Acesso em: 22 jun. 2015.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição	 da	 República	 Federativa	 doBrasil	 de	 1988. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.
htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.
______. Ministério da Educação. Política	Nacional	de	Educação	Especial	na	Perspectiva	
da	Educação	Inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria 
Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro 
de 2007. Brasília: MEC/SEESP, 2008. Disponível em: <http://peei.mec.gov.br/arquivos/politi-
ca_nacional_educacao_especial.pdf >. Acesso em: 23 jun. 2015.
______. Presidência da República. Decreto	nº	3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamen-
ta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração 
da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 21 jun. 
2015.
______. Presidência da República. Decreto	nº	3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulga a 
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as 
Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-
to/2001/d3956.htm>. Acesso em: 21 jun. 2015.
______. Presidência da República. Decreto	nº	5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta 
as Leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas 
que especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e crité-
rios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com 
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5296.htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.
______. Presidência da República. Decreto	nº	5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regula-
menta a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais 
– Libras, e o art. 18 da Lei nº 10.098, de 23 de dezembro de 2005. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 20 jun. 
2015.
______. Presidência da República. Decreto	nº	6.094, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a 
implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, pela União Federal, em 
regime de colaboração com Municípios, Distrito Federal e Estados, e a participação das famílias 
e da comunidade, mediante programas e ações de assistência técnica e financeira, visando a 
mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/d6094.htm>. Acesso em: 24 jun. 
2015.
Bibliográficas
20 Laureate- International Universities
Libras
______. Presidência da República. Lei	nº	7.853, de 24 de outubro de 1989. Dispõe sobre o 
apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Na-
cional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – Corde, institui a tutela jurisdicional 
de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, 
define crimes, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/L7853.htm>. Acesso em: 21 jun. 2015.
______. Presidência da República. Lei	 nº	 8.160, de 8 de janeiro de 1991. Dispõe sobre a 
caracterização de símbolo que permita a identificação de pessoas portadoras de deficiência 
auditiva. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8160.htm>. Acesso em: 
24 jun. 2015.
______. Presidência da República. Lei	nº	9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as 
diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9394.htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.
______. Presidência da República. Lei	nº	10.048, de 8 de novembro de 2000. Dá prioridade de 
atendimento às pessoas que especifica, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/CCIVIL_03/Leis/L10048.htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.
______. Presidência da República. Lei	 nº	 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece 
normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de 
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L10098.htm>. Acesso em: 20 jun. 2015.
______. Presidência da República. Lei	nº	10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Lín-
gua Brasileira de Sinais e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em: 18 jun. 2015.
______, H. A	história	de	minha	vida. 1. ed. São Paulo: José Olympio, 2008. 455 p. Dispo-
nível em: <http://www.orelhadelivro.com.br/livros/535781/a-historia-da-minha-vida/>. Acesso 
em: 8 jun. 2015.
PARANÁ. Governo do Estado. Secretaria da Educação. Surdez: Parte 3. Produção: TV Paulo Frei-
re. Programa Nós da Educação. Curitiba: 2007. Vídeo, 16min57s. Disponível em: <http://www.
gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=12739>. Acesso em: 8 
jul. 2015.
SASSAKI, R. K. Vida	independente: história, movimento, liderança, conceito, filosofia e funda-
mentos. São Paulo: RNR, 2005.

Outros materiais