Buscar

ARTIGO bariátrica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Acadêmicas do Curso de Psicologia da Faculdade Estácio de Macapá. Emails.: anaxame@gmail.com; 
luana.psi_@outlook.com. 
2
Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Portugal. 
Especialista em Psicologia da Saúde: Desenvolvimento e Hospitalização pela UFRN. Especialista em Psicologia 
Cognitivo Comportamental pela FIP (PB). Email: mgtmartins@gmail.com. 
PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA: UMA VISÃO 
COGNITIVO COMPORTAMENTAL 
 
Ana Dos Santos
1 
Luana Tolosa Dos Santos
1
 
Maria Das Graças Teles
 
Martins
2 
 
RESUMO 
Introdução: A obesidade é fator de risco para inúmeras doenças e discussões para prevenção 
e tratamento pela respectiva temática devem ser constantes. A cirurgia bariátrica apresenta-se 
como última opção pela avaliação da equipe médica. O paciente que opta por este 
procedimento deve passar por uma avaliação e acompanhamento clínico, nutricional e, 
especialmente, psicológico. Tendo em vista que através desta é possível identificar, no 
repertório emocional do paciente, os aspectos comportamentais atuais e os exigidos para o 
enfrentamento do processo pós-cirúrgico. Neste sentido, a terapia cognitivo comportamental 
pode auxiliar em um tratamento mais humanizado, estimulando a autoconfiança do paciente. 
Objetivo: Analisar os aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais de pacientes 
submetidos à cirurgia bariátrica. Metodologia: Estudo quati-qualitativo e exploratório, no 
qual foram aplicados a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) e um questionário 
semiestruturado à 30 mulheres, da cidade de Macapá/AP. Resultados: A amostra caracteriza-
se por ter idade média de 34,67 anos; 63,3% fizeram a cirurgia entre 1 e 3 anos; 86,7% não se 
arrependem de ter feito o procedimento; 96,7% não segue atualmente as recomendações do 
psicólogo; 66,7% está satisfeito com o peso conquistado; 63,3% passou a realizar atividades 
físicas depois da intervenção cirúrgica; 53,3% segue atualmente as recomendações 
nutricionais; e, 73,3% apresentam autoestima média. Considerações finais: Foi possível 
ressaltar a importância do acompanhamento psicológico para a preparação e aceitação do 
paciente às mudanças comportamentais após o procedimento cirúrgico e mostrar que 
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica apresentam diferenças nos aspectos afetivos, 
cognitivos e comportamentais após o procedimento cirúrgico. 
 
DESCRITORES: Pacientes. Cirurgia bariátrica. Terapia cognitivo comportamental. 
 
ABSTRACT 
 Introduction: Obesity is a risk factor for numerous diseases and discussions for prevention 
and treatment should be constant. Bariatric surgery is the last option for the evaluation of the 
medical team. The patient who opts for this procedure must undergo a clinical, nutritional 
and, especially, psychological evaluation and follow-up. Considering that through this it is 
possible to identify, in the emotional repertoire of the patient, the current behavioral aspects 
and those required for the confrontation of the post-surgical process. In this sense, cognitive 
behavioral therapy can aid in a more humanized treatment, stimulating the self-confidence of 
the patient. Objective: To analyze the affective, cognitive and behavioral aspects of patients 
undergoing bariatric surgery. Methodology: A quati-qualitative and exploratory study, in 
which the Rosenberg Self-esteem Scale (EAR) and a semi-structured questionnaire were 
applied to 30 women, from the city of Macapá / AP. Results: The sample is characterized by 
2 
 
 
having a mean age of 34.67 years; 63.3% underwent surgery between 1 and 3 years; 86.7% do 
not regret having done the procedure; 96.7% do not currently follow the psychologist's 
recommendations; 66.7% are satisfied with the weight gained; 63.3% started to perform 
physical activities after the surgical intervention; 53.3% currently follow nutritional 
recommendations; And 73.3% had average self-esteem. Final considerations: It was possible 
to emphasize the importance of psychological counseling for the preparation and acceptance 
of the patient to the behavioral changes after the surgical procedure and to show that patients 
submitted to bariatric surgery present differences in the affective, cognitive and behavioral 
aspects after the surgical procedure. 
 
DESCRIPTORS: Patients. Bariatric surgery. Cognitive behavioral therapy. 
 
INTRODUÇÃO 
 
A obesidade é uma condição clínica crônica, de etiologia multifatorial, cujo tratamento 
envolve várias abordagens, tais como nutricional, medicamentosa e prática de exercícios 
físicos. Nota-se que, o número de pessoas obesas no Brasil e no mundo cresceu 
significativamente. Em 2014, 52,5% dos brasileiros estava acima do peso, sendo que em 2006 
o índice era de 43%; e, 17,9% da população estava obesa (BRASIL, 2015). 
À esse respeito, numa sociedade cada dia mais exigente esteticamente, o fator 
psicológico acaba sendo fortemente influenciado negativamente. Geralmente, indivíduos 
obesos passam a ter menor autoestima e, consequentemente, sentimentos de tristeza e 
fracasso. 
De acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome 
Metabólica (ABESO), as cirurgias bariátricas (CB), independentemente da técnica a ser 
utilizada, são indicadas para pessoas com índice de massa corporal (IMC) superior ou igual a 
40 kg/m
2
, independentemente da presença de comorbidades e IMC superior ou igual a 35 
kg/m
2
 na presença de uma ou mais comorbidades associadas (ABESO, 2009). 
A CB consiste em um termo que engloba todos os tipos de procedimentos cirúrgicos 
que visam à indução de redução de massa corpórea em pacientes obesos. Tal procedimento 
vem recebendo destaque principalmente pelo aumento exponencial dos casos de obesidade e 
por oferecer resultados satisfatórios aos pacientes (ZEVE; NOVAIS; OLIVEIRA JR, 2012; 
HINTZE et al, 2011). 
A CB promove perdas de peso significativas e auxilia no tratamento das morbidades 
associadas ao excesso de peso, como diabetes, hipertensão, dores articulares, apneia durante o 
sono, refluxo gastroesofágico, entre outras. Nota-se a importância da CB na atualidade, por 
ser a obesidade uma comorbidade associada a vários fatores de risco de doenças, além de 
3 
 
 
problemas psicológicos apontados pelos pacientes, tais como ansiedade e depressão. Santos et 
al (2010) e Strain et al (2009) concordam quanto aos benefícios que o procedimento cirúrgico 
pode trazer ao paciente, como o restabelecimento da autoestima, qualidade de vida e, 
consequentemente, da saúde do indivíduo. 
Para que o paciente seja candidato à cirurgia bariátrica deve atender a determinados 
pré-requisitos, que compreendem acompanhamento médico e pré-cirúrgico. Neste sentido, é 
necessário que o paciente passe por avaliação psicológica, nutricional e com outros 
especialistas, a exemplo endocrinologista, pneumologista e anestesista. 
A partir da avaliação psicológica e do acompanhamento multiprofissional, é possível 
investigar o comportamento alimentar do paciente, avaliar sintomas e níveis de ansiedade, 
depressão e compulsão alimentar que podem interferir na etiologia e na manutenção da 
obesidade, bem como a compreensão e as expectativas sobre o procedimento cirúrgico. A 
avaliação psicológica visa compreender como foram as tentativas anteriores de perda de peso, 
a postura da família, por que o paciente quer emagrecer, como a obesidade interfere em sua 
vida e a o que o paciente atribui a causa de sua obesidade (AKAMINEAE; ILIASB, 2013). 
Reconhecer o acompanhamento profissional do psicólogo é essencial como importante 
papel no tratamento da obesidade, em especial, quando o paciente é submetido a esta 
intervenção cirúrgica.É salutar destacar que, as terapias cognitivo-comportamentais (TCC) 
deram início às reflexões sobre a importância das interpretações e significados atribuídos às 
situações sobre o comportamento, sendo, desde então, refinada com experimentos empíricos. 
Derivada da revolução cognitiva, a ênfase na influência do pensamento e da avaliação 
cognitiva dos eventos sobre as emoções e o comportamento tornou-se o cerne do modelo 
cognitivo formulado por Aaron Beck, aplicado na psicologia através da terapia cognitiva 
(BECK; KNAPP, 2008). 
Segundo Souza e Cândido (2010), a TCC denomina-se assim por constituir uma 
integração de conceitos e técnicas cognitivas e comportamentais, que se diferenciam umas das 
outras de acordo com o enfoque predominante, cognitivo ou comportamental. Pesquisas na 
área da TCC vêm mostrando que, apesar das diferenças entre as abordagens, sua integração 
vem apresentando resultados satisfatórios e demonstrando sua viabilidade. 
Diante do exposto, questiona-se: Quais os aspectos afetivos, cognitivos e 
comportamentais de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica? Qual a importância do 
acompanhamento psicológico para a preparação e aceitação do paciente às mudanças 
comportamentais após o procedimento cirúrgico? 
4 
 
 
Portanto, este estudo tem o objetivo de analisar os aspectos afetivos, cognitivos e 
comportamentais de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica sob a perspectiva da terapia 
cognitivo comportamental. Logo, a relevância social, científica e acadêmica do tema, haja 
vista a crescente adesão por este tipo de tratamento, visto que ainda é um tema pouco 
explorado e a obesidade caracteriza-se por ser um problema de saúde pública na atualidade. 
 
METODOLOGIA 
 
Utilizou-se estudo de campo, quanti-qualitativo exploratório. Segundo Gil (2010), os 
estudos de campo aprofundam mais as questões propostas, estudando um único grupo ou 
comunidade, e seu planejamento apresenta maior flexibilidade. As pesquisas exploratórias, 
por sua vez, procuram o desenvolvimento, esclarecimento e modificação de conceitos e 
ideias, buscando realização quando o tema escolhido é pouco explorado. 
A amostra do estudo compreende 30 mulheres submetidas à cirurgia bariátrica que 
frequentam um grupo de apoio e orientação de exercícios físicos em uma academia da cidade 
de Macapá/AP. Foram aplicados a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) e um 
questionário semiestruturado. Gil (2010) define o questionário como uma técnica de 
investigação que traduz os objetivos da pesquisa em questões específicas. Esta técnica pode 
atingir um grande número de pessoas, proporciona menos gastos com pessoal e garante o 
anonimato das respostas. O questionário é semiestruturado com questões fechadas, contendo 
dados sócio demográficos e perguntas investigativas voltadas aos aspectos afetivos, 
cognitivos e comportamentais de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. 
A pesquisa obedeceu às seguintes etapas: revisão bibliográfica dos temas da Cirurgia 
bariátrica e a Terapia cognitivo comportamental; submissão do projeto à Plataforma Brasil; 
contato com a instituição onde ocorreram os encontros para o esclarecimento dos objetivos do 
trabalho e obtenção das autorizações institucionais necessárias para aplicação da pesquisa; 
encontro com os participantes da pesquisa, onde foram apresentados o tema e os objetivos do 
estudo, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e esclarecimento das dúvidas 
que surgiram; aplicação do questionário semiestruturado e da Escala de Autoestima de 
Rosenberg (EAR); análise das escalas por meio do pacote estatístico software SPSS 
(Statistical Package for the Social Sciences) 22.0 para obter os resultados dos dados colhidos 
e a compilação do questionário, ainda nesta etapa, foram construídas as discussões, 
conclusões e considerações finais sobre o estudo; por fim, a construção do artigo científico e a 
sua submissão para publicação em revista científica. 
5 
 
 
 Como critérios de inclusão foi estabelecido: indivíduos do sexo feminino; com faixa 
etária entre 18 e 40 anos; ter se submetido à cirurgia bariátrica; aceitar a participação 
assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; e, ser residente de Macapá. 
Enquanto critério de exclusão, a população que não contempla os critérios anteriormente 
citados. 
 Para a análise dos dados, utilizou-se o pacote estatístico software SPSS (Statistical 
Package for the Social Sciences), versão: 22.0, no qual foi possível avaliar a frequência das 
variáveis. Este programa é apropriado para a elaboração de análises estatísticas de matrizes de 
dados, permitindo a construção de relatórios tabulados, gráficos e dispersões de distribuições 
utilizados na realização de análises descritivas de correlação entre variáveis. 
Segundo o que versa a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), todas 
as pesquisas realizadas com seres humanos envolvem riscos. Portanto, foi utilizado o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para que os participantes manifestassem a sua 
anuência à participação na pesquisa, assim como a submissão à Plataforma Brasil, que 
representa o sistema oficial de lançamento de pesquisas para análise e monitoramento do 
sistema CEP/CONEP, autorizado conforme o parecer nº 2.078.861. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 A idade média das participantes da pesquisa é de 34,67 anos, com intervalo 
interquartil de 25 a 40 anos. A maioria (56,7%) é casada, tem renda média de 3,93 salários 
mínimos mensais, podendo variar de um a dez salários mínimos. 
 
Tabela 01 – Características sociodemográficas e clínicas da amostra. 
 Média 
Desvio 
padrão 
Mínimo Máximo 
Idade 34,67 5,49 25 40 
Renda (salários mínimos)* 3,93 2,25 1 10 
IMC (antes da cirurgia) 43,50 5,55 34,92 60,76 
IMC (depois da cirurgia) 28,47 4,74 19,84 44,17 
 *Válido 15 
 
A obesidade pode atingir mulheres de todas as classes sociais, não sendo esta uma 
variável dependente para a patologia. De acordo com Souza (2014), a obesidade apresenta-se 
mais prevalente para este gênero e em idade adulta, o que justifica a maior procura por 
cuidados de saúde e, consequentemente, pelo tratamento cirúrgico. 
6 
 
 
No que se refere à renda familiar mensal, Rodrigues e Silveira (2015) afirmam existir 
uma importante correlação com o consumo de alimentos saudáveis, tais como vegetais 
folhosos, em que indivíduos de menor renda possuem menor probabilidade de consumir esses 
alimentos, considerando que são importantes para uma dieta de redução calórica. 
O Índice de Massa Corporal (IMC) médio da amostra antes da cirurgia era de 43,50 
kg/m
2
, com intervalo mínimo de 34,92 kg/m
2
 e máximo de 60,76 kg/m
2
, sendo mais 
prevalente a obesidade III (80%). Após a cirurgia, o IMC médio da amostra é de 28,47 kg/m
2
, 
com intervalo mínimo de 19,84 kg/m
2
 e máximo de 44,17 kg/m
2
, sendo mais prevalente o 
Sobrepeso (46,7%), conforme o Gráfico 01. 
 
 
Gráfico 01 – Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) da amostra. 
 
A Organização Mundial da Saúde (1995) define a Obesidade I para adultos com IMC 
maior ou igual a 30 Kg/m
2
 e menor que 35 Kg/m
2
; a Obesidade II, com IMC maior ou igual a 
35 Kg/m
2
 e menor que 40 Kg/m
2
; e, a Obesidade III com IMC maior que 45 Kg/m
2
. Nota-se 
que, após o procedimento cirúrgico, os índices de obesidade avaliados a partir do IMC foram 
reduzidos de maneira significativa. 
De acordo com Oliveira et al (2009), o IMC determina se uma pessoa está acima do 
peso, sendo a indicação cirúrgica baseada em uma análise ampla dos múltiplos aspectos 
clínicos do paciente reforçados por fatores como: presença de morbidade que resulta, da0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
IMC pré-cirúrgico IMC pós-cirúrgico
Obesidade III
Obesidade II
Obesidade I
Sobrepeso
Peso normal
7 
 
 
obesidade ou é por ela agravada; persistência de vários anos de excesso de peso com IMC 
acima de 40 Kg/m
2
; fracasso de métodos conservadores de emagrecimento bem conduzidos; 
ausências de causas endócrinas e avaliação favorável das possibilidades psíquicas de o 
paciente suportar as transformações radicais de comportamento impostas pela cirurgia. 
No Gráfico 02, dentre as ocupações profissionais das mesmas, nota-se um número 
significativo de professoras (33,3%), seguido por administradora (23,3%) e empresária 
(6,7%). Observa-se a presença da obesidade independente da área de conhecimento e das 
atividades profissionais, além de que apesar dos prejuízos físicos e psicossociais que esta 
patologia pode ocasionar, as mulheres entrevistadas mostram-se ativas em termos de 
funcionamento ocupacional. 
 
 
Gráfico 02 – Ocupação profissional da amostra. 
 
Na Tabela 02, é possível observar que, 63,3% das mulheres submeteram-se a cirurgia 
há um período de 1 a 3 anos; 86,7% não se arrepende, em nenhum momento, da realização da 
cirurgia; 86,7% afirma não sofrer preconceito por ter feito o procedimento; 96,7% não sente 
vergonha e, 90% faria o procedimento novamente. 
 
 
 
0
5
10
15
20
25
30
35
Ocupação profissional
Professora
Administradora
Empresária
Estudante
Fisioterapeuta
Enfermeira
Publicitária
Psicóloga
Farmacêutica
Advogada
Do lar
Esteticista
Agente de polícia
Nutricionista
8 
 
 
Tabela 02 – Concepções acerca da cirurgia. 
 Frequência Porcentagem 
Há quanto tempo fez a cirurgia 
Entre 1 e 3 anos 19 63,3 
Entre 3 e 5 anos 5 16,7 
Mais de 5 anos 4 13,3 
Menos de 1 ano 2 6,7 
Arrependeu-se da cirurgia em algum momento 
Não 26 86,7 
Sim 4 13,3 
Sofre preconceito por ter feito a cirurgia 
Não 26 86,7 
Sim 4 13,3 
Sente vergonha por ter feito a cirurgia 
Não 29 96,7 
Sim 1 3,3 
Faria a cirurgia novamente 
Sim 27 90,0 
Não 3 10,0 
 
Para Souza, Marinheiro e Fontoura (2013) o arrependimento quanto à decisão pelo 
procedimento cirúrgico pode ocorrer, principalmente, quando há falta de informação sobre as 
etapas do tratamento médico e as mudanças no corpo durante e após a perda de peso maciça, 
que impactam negativamente na autoestima dos pacientes. No entanto, esta perspectiva se 
opõe aos dados expressos neste estudo. 
Quanto ao acompanhamento psicológico, observa-se na Tabela 03 que, 73,3% sentia-
se preparada para a cirurgia; 60% seguiu todas as etapas do acompanhamento com o 
especialista; apesar de 73,3% ter seguido todas as recomendações do psicólogo antes da 
cirurgia, 96,7% não segue atualmente tais orientações; e, a maioria (66,7%) está satisfeita com 
o peso alcançado. 
 
Tabela 03 – Acompanhamento psicológico no período pré e pós cirúrgico. 
 Frequência Porcentagem 
Se estava preparado psicologicamente para a cirurgia 
Sim 22 73,3 
Não 8 26,7 
O acompanhamento psicológico 
Seguiu todas as etapas 18 60,0 
Receber laudo 12 40,0 
Seguiu recomendações do(a) psicólogo(a) antes da cirurgia 
Sim 22 73,3 
Não 8 26,7 
Segue atualmente recomendações do(a) psicólogo(a) 
Não 29 96,7 
Sim 1 3,3 
9 
 
 
Satisfeito com o peso conquistado 
Sim 20 66,7 
Não 10 33,3 
 
Observa-se um número significativo (40%) de mulheres que buscaram o atendimento 
psicológico apenas para receber o laudo e, consequentemente, a liberação para o 
procedimento cirúrgico. Para Akamineae e Iliasb (2013) as intervenções psicológicas 
propõem estratégias assertivas de controle e mudança; favorecem informações sobre a doença 
e o tratamento cirúrgico; propiciam espaço para expressão de sentimentos, dúvidas e medos; 
oferecerem apoio psicoterapêutico e psicossocial; promovem adesão ao tratamento; estimulam 
a reflexão sobre como o paciente se adaptará ao novo estilo de vida; e, verificam o apoio 
familiar. 
De acordo com Pereira e Rangé (2011), o tratamento psicoterápico irá envolver 
basicamente a reestruturação cognitiva; a avaliação, identificação de problemas; delimitação 
de um foco; conceitualização cognitiva elaborada de forma colaborativa com o paciente; 
intervenções para diminuir a frequência e a intensidade de pensamentos automáticos 
negativos e ruminações; identificação e questionamento de regras e suposições, visando 
buscar e testar alternativas para reduzir a vulnerabilidade do indivíduo como forma de 
prevenir que o sujeito vivencie o problema novamente. 
Segundo Melo e seus colaboradores (2014), a modificação dos pensamentos 
acompanha a modificação corporal e, consequentemente, a construção de um sistema de 
crenças e comportamentos adequados para que o paciente tenha uma significativa melhora em 
sua qualidade de vida. Neste sentido, a TCC auxilia uma mudança comportamental pela 
modificação dos pensamentos ao impor mudanças significativas no seu estilo de vida. 
Esta é uma prática que demanda tempo, onde a avaliação e o acompanhamento do 
profissional não podem limitar-se a poucas consultas ou, até mesmo, a uma. Segundo Flores 
(2014), não há clareza quanto à duração da avaliação psicológica, o que gera incerteza em 
relação ao número de sessões destinado a tal finalidade. Muitas vezes, a avaliação psicológica 
vem sendo realizada em apenas uma sessão, ou conforme o “bom senso” de cada profissional. 
O procedimento cirúrgico é um tratamento eficiente, mas não deve ser visto pelos 
pacientes como a solução, tendo em vista que se as causas para a obesidade não forem 
tratadas corretamente, o problema pode migrar para outras escolhas. Neste sentido, Melca e 
Fortes (2014) ressaltam que a obesidade vem sendo associada a transtornos mentais, como 
depressão e ansiedade. Logo, a necessidade de um acompanhamento minucioso. 
10 
 
 
Ao serem indagadas quanto às orientações dos profissionais serem atualmente 
seguidas pelas mesmas, nota-se que a mudança comportamental apresentada por quase todas 
as entrevistadas é no mínimo preocupante. De acordo com Oliveira e colaboradores (2012), 
20% dos pacientes falham no tratamento e recuperam o peso, preferencialmente, nos 
primeiros dois anos de pós-operatórios em decorrência a pouca aderência às dietas pós-
operatórias e/ou ás alterações psicológicas pré-operatórias. Para Motta e seus colaboradores 
(2011), a cirurgia bariátrica impõe mudanças significativas no estilo de vida do paciente, e 
é de suma importância que ele esteja comprometido com tais mudanças para que o tratamento 
seja eficiente. Através da TCC o paciente é auxiliado na construção de rotinas, pensamentos, 
crenças, bem como a reorganizá-las conforme sua nova perspectiva de vida. 
Este fato pode corroborar para que um número significativo de mulheres (10%) não 
esteja satisfeita com o peso conquistado. Almeida e seus colaboradores (2011) afirmam que, a 
insatisfação com o corpo é comum entre as pessoas, mas quando as pessoas têm personalidade 
mais estruturada e bons recursos de funcionamento mental, podem experimentar melhor 
compreensão sobre a sua atratividade física. A percepção da imagem corporal pode estar além 
das características físicas, mas também na organização interna do indivíduo. Logo, a forma 
como o indivíduo se compreende pode ser refletida e orientada durante as terapias com o 
profissional. 
As entrevistadas apontaram como sendo os principais prejuízos causados pela 
obesidade antes da cirurgia: a dificuldade em comprar roupas (40%); problemas de saúde 
(33,3%); preconceito (13,3%); dificuldade em estabelecer relações interpessoais (6,7%);baixa 
autoestima (3,3%); e, manter relações sexuais (3,3%). Entretanto, 80% da amostra não se 
sente prejudicada por estes fatores. 
Segundo Castro (2009), o preconceito e a discriminação são considerados um dos 
maiores problemas sociais encontrados em obesos. Á esse respeito, Silva e Lange (2010) 
afirmam que, o olhar de desaprovação ou distanciamento do outro interferem diretamente para 
a insatisfação da própria imagem. Contudo, esta realidade não foi encontrada neste estudo. 
Segundo Barros et al (2015), a CB melhora a qualidade de vida e a percepção sobre o 
estado de saúde, sendo essas mudanças observadas no primeiro ano de pós-operatório, 
podendo durar até 10 anos. Está associada com redução da depressão e agressividade, melhora 
do autoconceito, da autoestima, dos sentimentos, da satisfação e da capacidade de realizar 
atividades. Promove melhoras também no conforto, mobilidade, envolvimento social, 
funcionamento sexual e na produtividade. 
11 
 
 
Diante do exposto, no que se refere ao acompanhamento psicológico, supõe-se que, a 
satisfação com o peso conquistado por elas e, consequentemente, a melhor percepção de sua 
imagem corporal e autoestima influenciam na tomada de decisão das mesmas. Pois, na 
maioria das vezes, as pessoas buscam auxílio profissional apenas quando se sentem 
prejudicadas ou insatisfeitas, o que parece não ocorrer no momento. 
Na Tabela 04 são apresentados os dados referentes a pratica de atividades físicas antes 
e após o procedimento cirúrgico. Antes da cirurgia, 66,7% das mulheres não realizavam 
exercícios físicos. Dentre os principais motivos estão a dor (20%), o não gostar (16,7%), 
sentir vergonha por não estar no “padrão” estabelecido pela sociedade (10%), não ter tempo 
(6,7%), sentir preguiça (6,7%) e não obter resultados positivos (3,3%). Em contrapartida, após 
a cirurgia, 63,3% passou a realizar os exercícios, sendo que os principais motivos apontados 
por quem manteve-se sedentário foram a indisponibilidade de horários para a prática (16,7%), 
o não gostar (13,3%) e a preguiça (6,7%). 
 
Tabela 04 – A prática de Atividade física no período pré e pós cirúrgico. 
 Frequência Porcentagem 
Realizava exercícios físicos antes da cirurgia 
Não 20 66,7 
Sim 10 33,3 
Realiza exercícios físicos após a cirurgia 
Sim 19 63,3 
Não 11 36,7 
 
A mudança de comportamento no que se refere à prática de atividades físicas 
apresenta-se positiva entre as entrevistadas. De acordo com Barros et al (2015), a prática de 
atividade física é, muitas vezes, difícil para os pacientes com obesidade devido à presença de 
comorbidades, tais como osteoartrite, fato este que corrobora com este estudo. 
Para Vincent et al (2012), as rápidas mudanças físicas após a cirurgia tendem a 
motivar o indivíduo a se comprometer com o seu novo estilo de vida a fim de manter o 
sucesso do tratamento cirúrgico a longo prazo. Logo nos três primeiros meses após a cirurgia, 
observa-se melhorias na marcha, na velocidade das caminhadas, no condicionamento físico e 
nas dores nas articulações e na região lombar, o que contribui para uma melhor auto 
percepção. Essas mudanças facilitam a participação em atividades físicas regulares, 
possibilitando uma maior perda de peso. 
12 
 
 
 Com relação à Tabela 05, 73,3% das mulheres seguiram todas as etapas do 
acompanhamento nutricional, 80% afirma ter seguido as recomendações da especialista antes 
da cirurgia, no entanto, 53,3% não segue atualmente as orientações. 
 
Tabela 05 – Acompanhamento nutricional no período pré e pós cirúrgico. 
 Frequência Porcentagem 
O acompanhamento com nutricionista 
Seguiu todas as etapas 22 73,3 
Receber laudo 8 26,7 
Seguiu recomendações nutricionais antes da cirurgia 
Sim 24 80,0 
Não 6 20,0 
Atualmente segue as recomendações 
nutricionais 
 
Não 16 53,3 
Sim 14 46,7 
 
Para prevenir as carências nutricionais decorrentes do procedimento cirúrgico, tais 
como a desnutrição proteica, as deficiências de ferro, zinco e de vitaminas, o 
acompanhamento pós-cirúrgico é necessário. Pois, conforme destaca Costa (2013), assim é 
possível investigar os sinais e sintomas relacionados com a técnica cirúrgica adotada e da 
conduta nutricional adequada. Diante desta perspectiva, o acompanhamento nutricional pós-
cirúrgico é importante para auxiliar não apenas na condição clínica do paciente, mas também 
na manutenção do peso corporal, tendo em vista as orientações dietéticas do profissional. 
De acordo com a Tabela 06, o apoio familiar esteve presente para 83,3% das mulheres, 
assim como o apoio de seus respectivos parceiros com a prevalência de 76,7%. Nota-se que, 
para 73,3% das mulheres houve melhora no relacionamento amoroso. 
 
Tabela 06 – Apoio familiar. 
 Frequência Porcentagem 
Teve apoio familiar para a cirurgia 
Sim 25 83,3 
Não 5 16,7 
Teve apoio do(a) parceiro(a) para a cirurgia 
Sim 23 76,7 
Não 4 13,3 
Relacionamento com parceiro (a) teve melhora* 
Sim 22 73,3 
Não 6 20,0 
 *Válido 28 
 
13 
 
 
 O apoio familiar tem importante relação para a tomada de decisão, recuperação e 
tratamento do paciente. Segundo Braga e Lopes (2009), os familiares exercem sobre os 
pacientes diferentes funções e reações, podendo colaborar ou dificultar o processo. 
Levando em consideração que, após a cirurgia a paciente passa a ter melhor qualidade 
de vida, consequentemente, sua autoconfiança e autoestima passam a facilitar suas relações 
interpessoais. Para Marchesini (2010), a sexualidade recebe pontuação positiva na maioria das 
investigações após o procedimento, pois há consenso quanto a maior facilidade para execução 
do ato sexual e maior capacidade de fornecer e receber prazer, fato este que colabora para as 
relações amorosas das pacientes submetidas à CB. 
Apesar de a maioria realizar acompanhamento médico após a cirurgia, um número 
ainda significativo de 30% não realiza tais cuidados, podendo estar mais vulnerável a algum 
tipo de complicação e/ou doença. Além do acompanhamento psicológico e nutricional após o 
procedimento cirúrgico, é necessário também que o paciente faça regularmente o 
acompanhamento com o médico cirurgião e/ou com outros especialistas, para que assim, 
mantenha os cuidados sobre sua saúde. 
Observa-se, ainda que, após o procedimento, a maioria passou a ter hábitos fora do 
que consideravam comum antes da cirurgia, como: mudanças alimentares (20%), que incluem 
tanto a compulsão alimentar como a obsessão por alimentos saudáveis; a ingestão de bebida 
alcóolica (16,7%); compulsão por compras (10%); a prática de exercício físico intenso (10%); 
uso de drogas (3,3%); distorção de imagem (3,3%); tensão frequente (3,3%); e, maior 
dedicação aos filhos (3,3%). 
Nota-se que, os hábitos adquiridos após a cirurgia são de diferentes características e 
exigem atenção. De acordo com Nunes (2013) e Rezende (2011), ainda neste período, a 
determinação e a construção eficiente das novas crenças do paciente são importantes. Quando 
a perda de peso começa a se estabilizar, o indivíduo deixa de receber elogios, devendo ser 
motivado a continuar perdendo peso, podendo ocorrer novo ganho de peso. Logo, os autores 
enfatizam que o paciente deve manter uma orientação profissional como forma de auxiliá-lo a 
não transferir sua compulsão alimentar para outra área, tais como ingestão de bebida alcóolica 
e drogas, compulsão por compras, sexo, atividade física e outros, bem como não desenvolver 
outro transtorno alimentar pelo receio de engordar, como anorexia nervosa ou bulimia 
nervosa. Tais complicações podem ser observadas nos relatos das entrevistadas. 
 Há ainda que se refletir sobre casos de distorção de imagem, onde pacientesmesmo 
após terem conquistado o peso desejado, continuam enxergando-se obesas e permanecem 
“engessadas” num complexo quase sem fim. Á esse respeito França et al (2012) esclarece 
14 
 
 
que, durante o processo para a realização da cirurgia bariátrica, bem como em seu decorrer e 
no pós-operatório, o paciente é confrontado com suas crenças para a aceitação de sua nova 
compleição física e pela reconstrução de sua memória. Seu objetivo é que a imagem resultante 
da cirurgia não cause mais sentimentos e pensamentos negativos. 
No que diz respeito a autoestima, foi aplicada a Escala de Roserberg (EAR) que 
apresentou dados expressos na Tabela 07. A maioria (73,3%) da amostra apresenta autoestima 
média, seguido por 23,3% com autoestima baixa e apenas 3,3% com autoestima elevada e 
recomendada. A autoestima é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de 
uma autopercepção corporal positiva, e quando elevada desempenha um papel protetor contra 
as distorções da percepção da imagem corporal (O’DEA, 2012). 
 
Tabela 07 – Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR). 
 Frequência Porcentagem 
Correção da escala 
De menos de 25 pontos (Autoestima baixa) 7 23,3 
De 26 a 29 (Autoestima média) 22 73,3 
De 30 a 40 pontos (Autoestima elevada) 1 3,3 
 
Destaca-se que, ainda não se estabeleceu uma especialidade dentro da Psicologia 
direcionada à Cirurgia Bariátrica, ou seja, uma formação em Psicologia Bariátrica. Logo, não 
há teóricos exclusivos ou um método de avaliação universal para avaliar o candidato a este 
procedimento. Diferentes abordagens teóricas têm integrado os serviços de cirurgias e 
adaptado seus modelos à proposta bariátrica (MARCHESINI, 2012). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A partir dos resultados apresentados foi possível analisar sobre os aspectos afetivos, 
cognitivos e comportamentais, de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, que: no aspecto 
afetivo, nota-se uma mudança na percepção da autoimagem das mulheres entrevistadas, haja 
vista que, antes do procedimento cirúrgico, comprar roupas e o preconceito eram dificuldades 
apresentadas pelas mesmas e, após a cirurgia, não foram variáveis observadas influenciando 
para a melhoria da sua autoestima; no aspecto cognitivo, nota-se que há uma consciência das 
mesmas acerca da importância da mudança de hábitos comportamentais, assim como a 
aderência às recomendações psicológicas e nutricionais, no entanto, o momento em que elas 
ainda estão vivenciando faz com que deixem se seguir todos esses passos do tratamento; e, no 
15 
 
 
aspecto comportamental destacou-se a maior aderência à prática de atividade física, 
otimizando sua saúde e qualidade de vida. 
Ressaltou-se ainda a importância do acompanhamento psicológico para a preparação e 
aceitação do paciente às mudanças comportamentais após o procedimento cirúrgico, tendo em 
vista que, pacientes sem o acompanhamento psicológico adequado possuem maior 
probabilidade de manter padrões de comportamento opostos às orientações médicas. Pois, o 
estudo mostrou que a maioria não realizou o acompanhamento adequado no período pré-
cirúrgico; não segue as recomendações após o procedimento; e, um número significativo 
passou a ter hábitos fora do que era comum após a cirurgia, tais como ingestão de bebida 
alcóolica, uso de drogas, compulsão por compras e distorção de imagem. Tais hábitos 
necessitam de atenção tendo em vista as consequências desastrosas que podem ocasionar. 
Tendo em vista que, os aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais estão 
entrelaçados na perspectiva da terapia cognitivo-comportamental, são necessários estudos 
que, através deste recurso terapêutico, compreendam as variáveis que possam influenciar para 
pensamentos disfuncionais nos pacientes, assim como para seus sentimentos e, 
consequentemente, aos comportamentos apresentados. 
Portanto, este estudo tem relevância social, científica e acadêmica, tendo em vista a 
crescente adesão a este tipo de tratamento e a falta de evidências voltadas a populações da 
região norte, especialmente, do estado do Amapá. São necessários estudos posteriores, 
preferencialmente, longitudinais como forma de corrigir as limitações referidas neste 
trabalho, bem como investigar novas variáveis que possam ter um papel preponderante na 
perda de peso, influenciando assim no sucesso destas intervenções. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. 
Diretrizes brasileiras de obesidade 2009/2010. 3.ed. - Itapevi, SP: AC Farmacêutica, 2009. 
 
AKAMINEAE, A. M. B. C.; ILIASB, E. J. Por que avaliação e preparo psicológicos são 
necessários para o paciente candidato à cirurgia bariátrica? Revista da Associação Médica 
Brasileira. v. 59, n. 4, p. 316–317, 2013. 
 
ALMEIDA, G. A. N.; GIAMPIETRO; H.B.; BELARMINO, L. B.; MORETTI, L. A.; 
MARCHINI, J. S.; CENEVIVA, R. Aspectos psicossociais em cirurgia bariátrica: a 
Associação entre variáveis emocionais, trabalho, Relacionamentos e peso corporal. ABCD 
Arq. Bras. Cir. Dig., v.24, n.3, p.226-231, 2011. 
 
16 
 
 
BARROS, L. M.; MOREIRA, R. A. N. M.; FROTA, N. M.; ARAÚJO, T. M.; CAETANO, J. 
A. Qualidade de vida entre obesos mórbidos e pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Rev. 
Eletr. Enf., abr./jun., v.17, n.2, p.312-21, 2015. 
 
BECK, A. T.; KNAPP, P. Fundamentos, modelos conceituais, aplicações e pesquisa da 
terapia cognitiva. Revista Brasileira de Psiquiatria, 2008. 
 
BRAGA, L. R.; LOPES, F. A influência que a relação familiar pode exercer no paciente 
pós cirurgia bariátrica. Centro Universitário Jorge Amado, 2009. 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Vigitel Brasil 2014. Saúde Suplementar: vigilância de 
fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da 
Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. 
 
CASTRO, M. R. Imagem corporal de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica. 
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2009. 
 
COSTA, D. Eficiência do acompanhamento nutricional no pré e pós-operatório da cirurgia 
bariátrica. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.7, 
n.39, p.57-68, Maio/Jun. 2013. 
 
FLORES, C. A. Avaliação psicológica para cirurgia bariátrica: práticas atuais. ABCD Arq. 
Bras. Cir. Dig., v.27, p.59-62, 2014. 
 
FRANÇA, C. L.; BIAGGINI, M.; MUDESTO, A. P. L.; ALVES, E. D. Contribuições da 
psicologia e da nutrição para a mudança do comportamento alimentar. Estudos de Psicologia, 
v.17, n.2, p.337-345, 2012. 
 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
 
HINTZE, L. J. et al. Cirurgia bariátrica no Brasil. Rev. Ciênc. Méd., Campinas, v. 20, n. 
3-4, p. 87-98, maio/ago., 2011. 
 
MARCHESINI, S. D. A Psicologia no tratamento cirúrgico da obesidade, 2012. 
 
____. Acompanhamento psicológico tardio em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. 
ABCD Arq. Bras. Cir. Dig., v.23, n.2, p.108-113, 2010. 
 
MELO, W. V.; BERGMANN, C.; NEUFELD, C. B.; MACHADO, P. P. P.; CONCEIÇÃO, 
E. A terapia cognitivo-comportamental e a cirurgia bariátrica como tratamentos para a 
obesidade. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v.10, n.2, p.84-92, 2014. 
 
MOTTA, A. K. F.; GOMES, K. K. A.; MACEDO, M. G. D.; NEGREIROS, L. N. Programa 
de cirurgia bariátrica: Grupo terapêutico pós--cirúrgico como instrumento da intervenção 
interdisciplinar. Revista do Hospital Universitário Getúlio Vargas, v. 10, n.2, p.31-34, 
2011. 
 
NUNES, R. M. (2013). Transtorno da compulsão alimentar periódica (TCAP) e a 
abordagem da terapia cognitiva comportamental (TCC). Juiz de Fora: UniversidadeFederal de Juiz de Fora - Instituto de Ciências Biológicas. 
17 
 
 
O’DEA, JA. Body Image and Self-Esteem. In: Encyclopedia of Body Image and Human 
Appearance. Edited Thomas F. Cash. V.1 (A-F), 2012. 
 
OLIVEIRA, A. P. F.; MALHEIROS, C. A.; SANTOS, A. S.; JESUS, S. J.; MANUEL, J. 
Perfil de pacientes submetidos à cirurgia bariátrica atendidos em um hospital universitário do 
município de São Paulo. Saúde Coletiva, vol. 6, núm. 35, 2009, pp. 275-279. 
 
OLIVEIRA, M. P.; SIQUEIRA, E. J.; ALVAREZ, G. S.; LAITANO, F. F.; PIRES, F. K. S.; 
MARTINS, P. D. E. Aspectos Psicológicos do Paciente Pós-Bariátrico Arquivos Catarinenses 
de Medicina, v.41, s.01, 2012. 
 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Physical status: the use and interpretation of 
anthropometry. Geneva, 1995. 
 
PEREIRA, M; RANGÉ, B. Terapia Cognitiva. In: RANGÉ, B. et al. Psicoterapias cognitivo-
comportamentais: um diálogo com a psiquiatria. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
 
REZENDE, F. R. Percepção da imagem corporal, resiliência e estratégias de coping em 
pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Dissertação de Mestrado. Faculdade de 
Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (SP), 2011. 
 
RODRIGUES, A. P. S.; SILVEIRA, E. A. Correlação e associação de renda e escolaridade com 
condições de saúde e nutrição em obesos graves. Ciência & Saúde Coletiva, v.20, n.1, 
p.165-174, 2015. 
 
SANTOS, L. M. P. et al. Trends in morbid obesity and in bariatric surgeries covered by the 
Brazilian public health system. Obes Surg., v. 20, n. 7, p. 943-8, 2010. 
 
SILVA, G. A.; LANGE, E. S. N. Imagem corporal: a percepção do conceito em indivíduos 
obesos do sexo feminino. Psicologia Argumento, v.28, n.60, p.43-54, 2010. 
 
SOUZA, J. D. Avaliação de sucesso terapêutico após cirurgia bariátrica em mulheres 
atendidas no hospital universitário de Brasília. Universidade de Brasília, 2014. 
 
SOUZA, I. C. W.; CÂNDIDO, C. F. G. Diagnóstico psicológico e terapia cognitiva: 
considerações atuais. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v.5, n.2, 2010. 
 
SOUZA, A. M. F.; MARINHEIRO, L. P. F.; FONTOURA, H. A. Informação em saúde: um 
direito. Importância da informação para a obesa mórbida na compreensão e gestão dos 
processos cirúrgicos de mudança corporal. Fundação Oswaldo Cruz, 2013. 
 
STRAIN, G. W. et al. Comparison of weight loss and body composition changes with four 
surgical procedures. Surg. Obes. Relat. Dis., v. 5, n. 5, p. 582-7, 2009. 
 
VINCENT, H. K.; BEN-DAVID, K.; CONRAD, B. P.; LAMB, K. M.; SEAY, A. N.; 
VINCENT, K. R. Rapid changes in gait, musculoskeletal pain, and quality of life after 
bariatric surgery. Surg. Obes. Relat. Dis., v.8, n.3, p.346-54, 2012. 
 
18 
 
 
ZEVE, J. N. M.; NOVAIS, P. O.; OLIVEIRA JR, N. Técnicas em cirurgia bariátrica: uma 
revisão da literatura. Revista Ciência & Saúde, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 132-140, jul./dez. 
2012.

Outros materiais