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Apostila - Direito Ambiental

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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Sandra de Mello Carneiro Miranda1
Prezado(a) aluno(a),
A disciplina “Direito Ambiental” inaugura a parte especial de nossa 
especialização em “Gestão Ambiental: Educação, Direito e Análise Ambiental”. A 
partir de agora, aprofundaremos os principais instrumentos e institutos do Direito 
Ambiental Brasileiro, descrevendo-os, dentro do possível, de forma crítica e 
contextualizada com sua realidade prática. Com essa disciplina temos o intuito de 
orientar a atuação profissional tanto dos operadores do direito, quanto dos gestores 
ambientais interessados em aprofundar seus conhecimentos na temática jurídico-
ambiental.
Antes de pormenorizar os temas que a disciplina abrangerá, é válido 
relembrar alguns conceitos básicos ensinados na disciplina “Fundamentos de Direito 
Ambiental”, que são indispensáveis para que possamos dar continuidade ao nosso 
aprendizado sem maiores dificuldades.
Inicialmente, devemos ter em mente que a concepção de meio ambiente 
para o direito não se restringe ao ambiente natural (sistemas vivos, elementos 
químicos e fenômenos físicos), mas envolve o meio ambiente cultural (como os 
sítios arqueológicos, as paisagens, as obras de valor artístico, turístico e 
arquitetônico) e o meio ambiente artificial (equipamentos urbanos p. ex.). 
O Direito Ambiental se apresenta como o conjunto de normas e princípios 
que disciplinam e regulamentam toda conduta e atividade humana que altera ou 
pode alterar as condições de salubridade do meio. Trata-se de uma ciência jurídica 
que estabelece estreito diálogo com outras áreas do saber na busca de conformar a 
ação humana com um ideal de preservação que assegure um ambiente 
suficientemente saudável para o desenvolvimento da vida como um todo, incluindo 
também as futuras gerações. Nesse sentido, o que o Direito Ambiental objetiva 
1 Graduada em Direito pela UFJF, especialista em Direito Constitucional pela UNISUL, mestranda em 
Direito e Sociologia pela UFF.
proteger não é o meio ambiente em si, mas o meio ambiente com qualidade, 
saudável, essencial à sadia qualidade de vida. 
Por ser concebido como indispensável para o desenvolvimento humano e 
social, dentro de uma realidade de risco planetário, o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado é elevado ao posto de direito fundamental, adquirindo o status de um 
direito que não prescreve e que não se pode dispor ou alienar. Um direito que deve 
ser assegurado independente do comportamento de seus titulares, pois, muitas 
vezes, esses abdicam do direito em nome de benefícios pessoais. O Direito ao 
ambiente saudável assenta-se no topo do ordenamento jurídico brasileiro uma vez 
assegurado pela Constituição Federal. 
Outro ponto importante de ser lembrado é a compreensão do direito sobre os 
bens ambientais – os elementos naturais, os bens de valor histórico-cultural, os 
ciclos ecológicos, os seres vivos etc. Em sintonia com uma visão holística e 
integrativa, essa compreensão se dá como bens de “uso comum” ou de interesse 
coletivo, distinguindo-se das categorias de bens privados e públicos tradicionais. 
Estamos falando de direitos difusos, ou interesses difusos, direitos de toda 
coletividade. Mesmo sabendo que uma ação poluidora pode deixar vítimas 
perfeitamente identificáveis (sujeitos específicos – individuais homogêneos), a 
mesma poluição pode afetar indiretamente a coletividade, espraiando o rol de 
sujeitos por toda ela, confirmando o seu caráter difuso. Calcado em uma concepção 
coletivista e solidarista, o direito ao ambiente saudável figura como um direito-dever, 
incumbindo uma parcela da responsabilidade da preservação à própria coletividade 
e não apenas ao Estado.
Devemos recordar ainda que vige no Direito Ambiental Brasileiro uma tríplice 
responsabilização pelo dano ambiental: de caráter preventivo, punitivo e 
corretivo/reparador. Ou seja, o agente que comete um dano ambiental, seja ele 
pessoa física ou jurídica, pública ou privada, pode ser responsabilizado penalmente 
e/ou administrativamente, se agiu com dolo ou culpa para a ocorrência do ilícito. 
Mas, independente do dolo ou da culpa, é imposta ao agente degradador a 
obrigação de reparar o dano e indenizar as vítimas desse dano, de acordo com a 
responsabilidade civil objetiva. Mesmo assim, devemos considerar o velho ditado 
popular que diz ser “melhor prevenir do que remediar” como algo de grande valor 
para o Direito Ambiental, visto que a reparação de um dano ambiental, quando 
possível, é muito complexa, onerosa e pouco eficiente.
O ponto de partida da disciplina “Direito ambiental” será a Política Nacional 
do Meio Ambiente, implementada pela Lei Federal 6.938 de 1981 e pelas 
legislações posteriores que a modificaram. Recordando, a Política Nacional do Meio 
Ambiente, além de ser o principal marco para o Direito Ambiental Brasileiro, 
implementa no nosso país um modelo de gestão ambiental transversal (que 
perpassa os diversos setores sociais e os diversos campos do saber), 
descentralizado (que não está submetido a um poder concentrado) e compartilhado 
(que é aberto à participação da sociedade nos processos decisórios). Cria um 
Sistema Nacional de Meio Ambiente, o SISNAMA, que tem como finalidade 
estabelecer um conjunto articulado de órgãos, entidades, regras e práticas 
responsáveis pela proteção e pela melhoria da qualidade ambiental. Todos os 
órgãos e entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, e dos municípios, 
bem como as fundações e autarquias instituídas pelo Poder Público, responsáveis 
pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituem o SISNAMA.
A Política Nacional de Meio Ambiente traça diretrizes que permitem 
compatibilizar as necessidades sociais de produção e desenvolvimento com a 
necessidade de preservação dos recursos naturais para as presentes e futuras 
gerações. A Lei 6.938/81 estabelece conceituações substancialmente importantes 
como as de meio ambiente natural, poluição, poluidor, degradação ambiental e 
recursos ambientais. Na presente disciplina, serão analisados alguns instrumentos 
criados no artigo 9º da Lei 6.938/81, quais sejam, o estabelecimento de padrões de 
qualidade ambiental, o zoneamento ambiental, a criação de espaços territoriais 
especialmente protegidos pelo Poder Público e as penalidades disciplinares ou 
compensatórias não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção da degradação ambiental.
Além desses instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente serão estudadas a 
Política Nacional dos Recursos Hídricos, a Política Nacional de Resíduos Sólidos e a 
Mineração.
Bom curso!
1. PADRÕES DE QUALIDADE
 E ZONEAMENTO AMBIENTAL
1.1 Padrões de Qualidade Ambiental
A busca da “compatibilidade” entre o desenvolvimento econômico e social 
com a necessidade da preservação ambiental requer estimular ou restringir certos 
procedimentos e práticas sociais, i.e., nortear condutas para atingir o que se 
preconiza como “ideal” de conservação ambiental ou mesmo para não ultrapassar o 
que se estipula como “tolerável” de poluição/degradação ambiental. Isso de maneira 
a não inviabilizar a possibilidade de desenvolvimento, mas ao mesmo tempo 
mantendo um nível “ótimo” de preservação. Para tanto há a necessidade de se criar 
parâmetros/medidas que vinculem as práticas e condutas dos atores sociais. 
Esses parâmetros vão conjugar as concepções de um meioambiente 
saudável, com qualidade, de acordo com o conhecimento técnico científico e com os 
valores e necessidades sociais, tornando-os obrigatórios de serem observados. 
Nesse sentido os padrões de qualidade estabelecidos deverão ser seguidos e 
respeitados, fixando um nível tolerável de poluição/degradação que quando 
transgredidos terão configurado o dano ambiental e a possibilidade de o 
transgressor incorrer na tríplice esfera de responsabilização do Direito Ambiental. 
Sabemos que as atividades humanas dificilmente atingem um nível zero de 
degradação/poluição, mas existe aquela poluição/degradação que é vista como 
tolerável, que não agride de forma significativa o meio ambiente e que não 
impossibilita sua auto-recuperarão. Por outro lado, o que temos assistido 
reiteradamente, são atividades cuja poluição/degradação causa profundos males ao 
meio ambiente e à saúde, atividades que deixam conseqüências, muitas vezes, 
irreversíveis. Esse grau de poluição/degradação não pode mais ser tolerado nos 
dias atuais, uma vez que já temos consciência de que os benefícios gerados por 
essas práticas são muito menores do que os malefícios, assim como são 
desigualmente distribuídos. Os padrões de qualidade visam estabelecer um 
controle obrigatório (tem força de lei) dos variados tipos de poluição, mas sem 
inviabilizar as atividades necessárias ao desenvolvimento e compatíveis com os 
anseios sociais de qualidade, com o conhecimento científico atual e com o mínimo 
de riscos para a saúde e para o ambiente.
Quando falamos em qualidade ambiental nos atentamos tanto para um estado 
“objetivo” do meio ambiente, que busca estabelecer aspectos quantitativos, 
medíveis, como, por exemplo, quanto de uma determinada substância X uma 
empresa poderá lançar no corpo d’água Y; e um estado “subjetivo” do meio 
ambiente, que avalia aspectos qualitativos, como valor simbólico, paisagens, 
beleza cênica etc.
Os padrões de qualidade se desenvolveram, de uma forma geral, através de 
níveis ou graus de qualidade, geralmente formulados numericamente, visando 
atender certos objetivos. Vamos imaginar um exemplo: suponhamos que se 
pretende estabelecer um padrão de qualidade para o ar cujo objetivo é permitir a 
proliferação de liquens nos centros urbanos. Sabemos que os liquens são 
extremamente sensíveis à poluição atmosférica, logo o padrão estabelecido seria 
extremamente rígido, impossibilitando ou limitando muito a circulação de automóveis 
movidos a combustíveis fósseis. No nosso exemplo, apesar de ideal, pois o ar seria 
extremamente puro e de altíssima qualidade, estaríamos completamente fora da 
realidade e dificilmente atingiríamos êxito, pelo menos em centros urbanos. 
Mas se pretendêssemos estabelecer um padrão de qualidade do ar cujo 
objetivo fosse proteger a “saúde humana”, logo buscaríamos dentro do 
conhecimento atual quais gases que lançados na atmosfera causam danos à saúde, 
de que forma e em quais quantidades. Uma vez conhecidos quais gases e quais os 
efeitos dos mesmos para a saúde, buscaríamos controlá-los, ou seja, 
estabeleceríamos quanto dos mesmos poderia ser lançado na atmosfera dentro de 
um nível mínimo ideal ou de um máximo tolerável. De maneira geral, assim 
funcionam os padrões de qualidade e essa mesma lógica pode se aplicar para a 
qualidade da água, do solo etc. 
Os padrões de qualidade são vinculados a determinado estágio do 
conhecimento técnico e científico e a fatores sociais, econômicos, políticos e 
culturais. Nesse sentido, duas características se sobressaem: 
I. Enfoque específico do padrão de qualidade (vinculado a propósitos como, 
por exemplo, a saúde pública); 
II. Aceitação social dos níveis e padrões fixados. A aceitabilidade social dos 
padrões e sua legitimidade democrática se dão pela forma de sua criação. Via 
de regra, são criados nos conselhos de meio ambiente que comportam 
múltiplos interesses. Possuem segmentos representativos que vão desde 
ONG’s ambientalistas até representantes de grandes empresários, além de 
cientistas, técnicos etc. Em nível federal os padrões de qualidade são 
estabelecidos pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA, mas 
também são passíveis de formulação regional, lembrando que não poderão 
ser mais permissíveis que os padrões fixados em nível federal.
Os padrões de qualidade sofrem constantes reavaliações e readaptações 
de seus valores, seja para acompanhar o avanço do conhecimento, seja para 
atender aos anseios de uma sociedade cada vez mais consciente de seus direitos e 
cada vez mais exigente em sua qualidade de vida. A principal conseqüência de se 
modificar um padrão de qualidade é a necessidade de todos aqueles que estão a ele 
submetidos serem obrigados a se readaptar ao novo padrão. Não há que se falar em 
direito adquirido e nem em ato jurídico perfeito diante de uma readaptação do 
padrão de qualidade. Os padrões de qualidade possuem efeito retroativo e não estar 
de acordo com eles significa estar poluindo, e conseqüentemente, cometendo um 
crime previsto na Lei 9.605/98. 
1.1.1 Padrões de Qualidade do Ar
A preocupação com a poluição atmosférica ganhou visibilidade no Estado 
brasileiro durante a década de 1970 sobretudo por ter sido um período de 
descontrolado crescimento industrial, que gerou graves problemas de poluição do 
ar nas áreas de Cubatão, Contagem, São Paulo, Porto Alegre, etc. A relevância 
desses problemas despontou em incipientes políticas públicas de controle da 
poluição atmosférica como a Portaria do Ministério do Interior de nº 231/76 (que 
visava estabelecer padrões nacionais de qualidade do ar para material particulado, 
dióxido de enxofre, monóxido de carbono e oxidantes fotoquímicos) e um primeiro 
programa de controle de poluição veicular com a Resolução CONAMA nº 18/86. 
Entretanto, o primeiro programa nacional que contemplou fontes fixas de 
poluição atmosférica foi o Programa Nacional de Controle de Qualidade do Ar — 
PRONAR, que tinha como objetivo orientar e controlar a poluição atmosférica no 
país através da fixação de dispositivos de caráter normativo e do estabelecimento de 
ações de monitoramento atmosférico. A Resolução CONAMA 05/89 que criou o 
PRONAR teve como estratégia principal estabelecer limites nacionais para as 
emissões, por tipologia de fontes e poluentes prioritários, reservando o uso dos 
padrões de qualidade do ar como ação complementar de controle. Posteriormente a 
Resolução CONAMA 03/1990 ampliou o número de elementos regulamentados 
pelos parâmetros de qualidade.
Podemos dizer que o PRONAR objetiva: a) a melhoria da qualidade do ar, b) 
o atendimento aos padrões definidos, e c) o não comprometimento de áreas não 
degradadas (as áreas que não estão poluídas devem permanecer sem poluição). As 
emissões são limitadas por tipologia de fontes e poluentes prioritários, fixando 
padrões de qualidade e estabelecendo limites máximos e necessidade de avaliação 
permanente das ações de controle e dos padrões estabelecidos. Como já foi dito, as 
avaliações permanentes nos padrões de qualidade são importantes já que o 
conhecimento avança de forma dinâmica e o que se concebe como inofensivo hoje, 
pode ser descoberto como prejudicial amanhã. 
O art. 2º da Resolução CONAMA 03/1990 dá destaque para dois padrões de 
qualidade do ar: Primários: que são os níveis de poluição que podem afetar a 
saúde da população quando ultrapassados (níveis máximostolerados – concebidos 
como metas de curto e médio prazo para serem alcançadas nos centros mais 
poluídos). Secundários: são níveis abaixo do mínimo efeito adverso previsto para a 
qualidade ambiental (níveis desejados – metas de longo prazo). 
Com a Resolução CONAMA 03/1990 são estabelecidos os limites legais da 
presença de poluentes atmosféricos durante determinado tempo em determinada 
área (metodologia de avaliação). A elaboração dos parâmetros tem como base 
estudos toxicológicos e epidemiológicos, sendo definidas as concentrações de 
poluentes atmosféricos que ultrapassados afetam a saúde e a qualidade ambiental. 
A resolução traz também a definição de poluente atmosférico: 
Art. 1º São padrões de qualidade do ar as concentrações de 
poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a 
saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como 
ocasionar danos à fl ora e à fauna, aos materiais e ao meio 
ambiente em geral.
Parágrafo único. Entende-se como poluente atmosférico 
qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em 
quantidade, concentração, tempo ou características em 
desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou 
possam tornar o ar:
I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde;
II - inconveniente ao bem-estar público;
III - danoso aos materiais, à fauna e fl ora.
IV - prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às 
atividades normais da comunidade.
No art 6º a Resolução estabelece os Níveis de Qualidade do Ar para 
elaboração do Plano de Emergência para Episódios Críticos de Poluição do Ar, 
visando providências dos governos de estado e dos municípios, assim como de 
entidades privadas e comunidade geral, com o objetivo de prevenir grave e iminente 
risco à saúde da população.
A Resolução considera Episódio Crítico de Poluição do Ar a presença de 
altas concentrações de poluentes na atmosfera em curto período de tempo, 
resultante da ocorrência de condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos 
mesmos. Estabelece os Níveis de Atenção, Alerta e Emergência, para a execução 
do Plano.
Na definição de qualquer desses níveis são consideradas concentrações dos 
seguintes poluentes: dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, produto 
entre partículas totais em suspensão e dióxido de enxofre, monóxido de carbono, 
ozônio, partículas inaláveis, fumaça, dióxido de nitrogênio, bem como a previsão 
meteorológica e os fatos e fatores intervenientes previstos e esperados.
As providências a serem tomadas a partir da ocorrência dos Níveis de 
Atenção e de Alerta têm por objetivo evitar o atingimento do Nível de Emergência.
Abaixo quadro que esclarece quando devem ser declarado os níveis de 
atenção, alerta e emergência considerando a concentração de poluente, a média de 
horas e a quantidade de microgramas por metro cúbico.
Parâmetros Atenção Alerta Emergência
partículas totais em suspensão
(µg/m3) - 24h
375 625 875
partículas inaláveis
(µg/m3) - 24h
250 420 500
fumaça
(µg/m3) - 24h
250 420 500
dióxido de enxofre
(µg/m3) - 24h
800 1.600 2.100
SO2 X PTS
(µg/m3)(µg/m3) - 24h
65.000 261.000 393.000
dióxido de nitrogênio
(µg/m3) - 1h
1.130 2.260 3.000
monóxido de carbono
(ppm) - 8h
15 30 40
ozônio
(µg/m3) – 1h
400* 800 1.000
1.1.2 Padrões de qualidade da água 
As Resoluções CONAMA 357/2005 e 274/2000 fixam os padrões de 
qualidade de água, dispondo a primeira sobre enquadramento, condições e padrões 
de lançamento de efluentes e a segunda dispõe sobre balneabilidade.
A Resolução 357/2005 traz as definições de águas doces (água com 
salinidade ≤ 0,5‰), águas salobras (água com salinidade > 0,5‰ e < 30‰) e águas 
salinas (água com salinidade ≥ 30‰).
As águas doces, salobras e salinas são classificadas em classes segundo a 
qualidade requerida para os seus usos preponderantes, veja:
Art. 4º As águas doces são classificadas em:
I - classe especial: águas destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção;
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades 
aquáticas; e,
c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de 
conservação de proteção integral.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
simplificado;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui 
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, 
de 2000;
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de 
frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam 
ingeridas cruas sem remoção de película; e
e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras 
Indígenas.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
convencional;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui 
aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, 
de 2000;
d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, 
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público 
possa vir a ter contato direto; e
e) à aqüicultura e à atividade de pesca.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento 
convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
V - classe 4: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Art. 5º As águas salinas são assim classificadas:
I - classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de 
conservação de proteção integral; e
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades 
aquáticas.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) à recreação de contato primário, conforme Resolução 
CONAMA no 274, de 2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas; e
c) à aqüicultura e à atividade de pesca.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
Art. 6º As águas salobras são assim classificadas:
I - classe especial: águas destinadas:
a) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de 
conservação de proteção integral; e,
b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades 
aquáticas.
II - classe 1: águas que podem ser destinadas:
a) à recreação de contato primário, conforme Resolução 
CONAMA no 274, de 2000;
b) à proteção das comunidades aquáticas;
c) à aqüicultura e à atividade de pesca;
d) ao abastecimento para consumo humano após tratamento 
convencional ou avançado; e
e) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de 
frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam 
ingeridas cruas sem remoção de película, e à irrigação de 
parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o 
público possa vir a ter contato direto.
III - classe 2: águas que podem ser destinadas:
a) à pesca amadora; e
b) à recreação de contato secundário.
IV - classe 3: águas que podem ser destinadas:
a) à navegação; e
b) à harmonia paisagística.
No seu art. 24 a Resolução 357/2005 determina que os efluentes de 
qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados, direta ou indiretamente, nos 
corpos de água, após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, 
padrões e exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis. 
Acrescenta que o órgãoambiental competente poderá, a qualquer momento, 
acrescentar outras condições e padrões, ou torná-los mais restritivos, tendo em vista 
as condições locais, mediante fundamentação técnica; e exigir a melhor tecnologia 
disponível para o tratamento dos efluentes, compatível com as condições do 
respectivo curso de água superficial, mediante fundamentação técnica.
Excepcionalmente, o órgão ambiental competente poderá autorizar o 
lançamento de efluente acima das condições e padrões estabelecidos na 
Resolução, desde que observados os seguintes requisitos:
- comprovação de relevante interesse público, devidamente motivado;
- atendimento ao enquadramento e às metas intermediárias e finais, progressivas
e obrigatórias;
- realização de Estudo de Impacto Ambiental-EIA, às expensas do empreendedor 
responsável pelo lançamento;
 - estabelecimento de tratamento e exigências para este lançamento; e
- fixação de prazo máximo para o lançamento excepcional.
A Resolução 357/2005 estabelece também que a disposição de efluentes no 
solo, mesmo tratados, não poderá causar poluição ou contaminação das águas.
Com relação aos critérios de qualidade da água para balneabilidade, 
previstos na Resolução CONAMA 274/2000 são estabelecidas as categorias: 
excelente, muito boa, satisfatória (própria) e imprópria. Os parâmetros básicos de 
avaliação são o número de coliformes fecais (Escherichia coli e Enterococos) e 
também incidência de enfermidades, presença de resíduos, PH, floração de algas 
etc. Os órgãos ambientais são responsáveis pela informação ao público sobre as 
condições de balneabilidade de áreas de lazer como praias, por exemplo.
1.1.3 Proteção da Qualidade do Solo
Existem diversas formas de deterioração do solo como poluição, degradação 
química, erosão, esgotamento etc. Apesar de ser, dentre os recursos ambientais, o 
mais utilizado pelo homem e, provavelmente, o que sofre diretamente mais 
agressões, não existe em âmbito nacional uma regulamentação de padrões de 
qualidade para os solos. Isso torna significativamente mais complexa uma ação 
eficaz de combate à poluição pelos órgãos ambientais. Não obstante, há por parte 
da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, uma classificação para os 
resíduos sólidos: 
ABNT 1:63-02-001: 
Resíduos Classe I – Perigosos
Resíduos Classe II – Não-inertes
Resíduos Classe III – Inertes
Existem algumas regulamentações correlacionadas que merecem ser 
mencionadas:
• Óleo lubrificante – Resolução CONAMA 362/05, Portaria ANP 127/99 e 
128/99;
• Pilhas e baterias – Resolução CONAMA 257/99;
• Pneus – Resolução CONAMA 258/99;
• Embalagem de agrotóxico – Lei 7.802/89, Decreto 4.074/02 e Resolução 
CONAMA 334/03;
• Serviços de Saúde – Resolução ANVISA 306/04;
• Construção Civil – Resolução CONAMA 307 (amianto).
1.2 ZONEAMENTO AMBIENTAL
O zoneamento ambiental é um importante instrumento da Política Nacional do 
Meio Ambiente (art. 9º, II, Lei 6.938/81), ainda pouco utilizado, que visa subsidiar os 
processos de planejamento de uso e ocupação do território e da utilização dos 
recursos ambientais. Trata-se de um processo de conhecimento do meio ambiente 
em função do seu ordenamento sendo apresentado pela cartografia de áreas com 
características homogêneas.
1.2.1 Principais Elementos (zoneamentos ambientais em geral):
• Definição de objetivos e da região de estudo;
• Definição de prazos e recursos que serão utilizados no estudo;
• Identificação dos aspectos ambientais de interesse;
• Identificação das metodologias de diagnóstico, interpretação e 
representação dos dados;
• Processamento e interpretação das informações;
• Representação cartográfica;
• Interação dos dados.
1.3 ZONEAMENTO ECOLÓGICO 
ECONÔMICO – ZEE
O ZEE é regulamentado, em nível federal, pelo Dec. 4.297/2002. Sua 
definição pode ser extraída do art. 2º do referido decreto como sendo: “instrumento 
de organização do território a ser obrigatoriamente seguido na implantação de 
planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece padrões e medidas de 
proteção ambiental (…) garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das 
condições de vida da população”. 
O ZEE é um documento técnico legal que abrange aspectos políticos, 
econômicos, culturais e ecológicos, espacialmente delimitados. Observa tanto a 
pressupostos técnicos, quanto institucionais. 
A competência para a elaboração do ZEE é da União (prioritariamente), dos 
Estados (em escalas regionais e locais, mediante celebração de documento 
apropriado - convênio) e do município (não é mencionado pelo decreto, mas pode 
utilizar-se do plano diretor).
1.3.1 Diretrizes
Com o ZEE busca-se:
• Sustentabilidade ecológica: na distribuição espacial das atividades 
econômicas devem ser consideradas a importância ecológica, as 
limitações e a fragilidades dos ecossistemas (decorre em vedações, 
restrições, alternativas de exploração ou até relocalização de atividades);
• Ampla participação democrática;
• Valorização do conhecimento multidisciplinar.
1.3.2 Conteúdo
• Diagnóstico dos recursos naturais, da socioeconomia e do marco jurídico-
institucional; 
• Informações constantes do Sistema de Informações Geográficas;
• Cenários tendenciais e alternativos; 
• Diretrizes gerais e específicas;
• Aprovação do ZEE: Comissão Coordenadora.
2 ESPAÇOS TERRITORIAIS 
PROTEGIDOS E FLORESTAS
No caminhar do Direito Ambiental, assim como no desenvolvimento das 
políticas ambientais do Estado Brasileiro a segregação do espaço territorial para 
atender fins específicos foi um aspecto marcante e necessário. Por um lado, 
determinadas áreas foram qualificadas e destinadas a se tornarem intocáveis, 
verdadeiras bolhas em meio a outros espaços. Estes, por sua vez, foram entregues 
aos apetites econômicos de um crescente capitalismo e de uma tradição agrária 
expansionista que sempre se utilizou da terra à exaustão, deixando para trás um 
legado de miséria. 
Se mantivéssemos uma relação com a terra mais harmoniosa, se tivéssemos 
amor pela nossa terra, provavelmente não seria necessário criar espaços intocáveis, 
pois saberíamos respeitar as condições e sensibilidades de cada área, como fazem 
as populações tradicionais, que perduram geração após geração em uma mesma 
terra, sem precisar tomar novas áreas para sobreviver. Mas na nossa tradição 
ocidental essa realidade está muito longe de ser alcançada. Precisamos de cada vez 
mais espaço e cada vez mais crescimento, sem nos importar muito com as 
limitações que o próprio planeta nos impõe. 
Diante do nosso modelo cultural, a Lei que cria restrições à utilização de 
certas áreas ou que cria espaços resguardados de toda e qualquer forma de 
exploração, senão para fins científicos e educacionais, se faz irrenunciável. São 
desses espaços que gozam de uma tutela jurídica diferenciada que trataremos no 
presente capítulo, precisamente aqueles espaços disciplinados pelo Código 
Florestal, Lei 4.471/65 e pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei 
9.985/2000. 
Conforme a CF/88, art. 225, § 1º, incumbe ao Poder Público definir espaços 
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos em todas as 
unidades da Federação. A alteração e a supressão desses espaços são permitidas 
somente através de lei, e é vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
Se tomarmos o sentido da expressão “Espaços Territoriais Especialmente 
Protegidos”– ETEP’s – perceberemos que ela é imprecisa, podendo abranger 
qualquer espaço que goze de alguma proteção diferenciada. A expressão num 
sentido amplo poderia englobar qualquer espaço de interesse ambiental, como 
uma Reserva Biológica, ou uma Área de Preservação Permanente – APP ou uma 
Reserva Legal. No entanto, em sentido estrito, o termo se limita exclusivamente às 
Unidades de Conservação – UC’s, espaços territoriais tutelados pela Lei 9.985/00, o 
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. Esse entendimento é 
possível pelo fato de que nesses espaços territoriais “a alteração e a supressão” são 
“permitidas somente através de lei”, o que não ocorre com os demais espaços 
territoriais de interesse ambiental que não são abrangidos pelo SNUC. 
Por isso, precisamos travar aqui um acordo semântico: quando falamos em 
espaços territoriais protegidos em sentido estrito, estamos falando daqueles 
tutelados pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação; quando falamos em 
sentido amplo, englobamos os demais espaços protegidos por outros diplomas 
legais.
2.1 CÓDIGO FLORESTAL 
Os primeiros espaços protegidos que vamos estudar são aqueles tutelados 
pelo Código Florestal, Lei 4.771 de 1965, com diversos artigos alterados pela Lei 
7.803 de 1989 e modificações efetuadas pela MP 2.166-67/2001. Muito em pauta 
nas discussões atuais, sofrendo fortes pressões políticas por parte dos ruralistas 
para que seja modificado (pelas restrições que impõe à fruição da propriedade), o 
Código Florestal foi um precursor na concepção do meio ambiente como bem de uso 
comum de todos, ou seja, da noção de interesse difuso. Através dele as florestas 
existentes no território nacional e as demais formas de vegetação passaram a ser 
consideradas como bens de interesse comum a todos os habitantes do País. 
Por resguardar a utilização de certas áreas por suas características, o Código 
Florestal exerce uma limitação ao usufruto da propriedade privada. Essas restrições 
ligam-se diretamente à função social e ambiental da propriedade. Isso acarreta que 
a não observação do Código Florestal representa o uso nocivo da propriedade, pois, 
se as florestas e demais formas de vegetação são bens públicos e essenciais à 
manutenção do equilíbrio dos ecossistemas, a utilização da terra que não considera 
as restrições da lei é uma utilização que degrada o solo e prejudica a todos.
 
I.1.1 Áreas de Preservação Permanentes – APP
Conforme art.1º, II, Lei 4.771/65, área de preservação permanente 
é a área protegida nos termos dos arts. 2º e 3º desta Lei, 
coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental 
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade 
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, 
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações 
humanas 
A APP é um espaço territorial em que a floresta ou a vegetação devem estar 
presentes ou devem ser plantadas. O proprietário da terra que possui em sua 
propriedade áreas que caracterizam APP’s, ainda que sem a devida vegetação, não 
terá estas áreas descaracterizadas e, relembrando a idéia de passivo ambiental, 
essa situação fica ad eternum até que ele resolva recuperar a área. Isso quer dizer 
que o Estado tem o direito de cobrar desse hipotético proprietário de terra a 
reparação de suas APP’s em qualquer tempo. Ou seja, ainda que pereça ou se retire 
a floresta, a área não perderá sua vocação florestal. A vegetação, ainda que não 
seja nativa, e o próprio espaço territorial são os objetos de proteção e se não está 
presente deverá ser plantada.
Podemos mencionar duas modalidades de APP:
1) área de preservação permanente por imposição legal que existem só 
pelo efeito da lei, bastando que uma suposta área possua as características 
arroladas no artigo 2º da Lei 4771/65:
Art. 2° Consideram-se de preservação permanente, pelo só 
efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação 
natural situadas:
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu 
nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será:
1 - de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 
(dez) metros de largura; 
2 - de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que 
tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura
3 - de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 
50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 
4 - de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que 
tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de 
largura; 
5- de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que 
tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; 
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais 
ou artificiais;
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados 
"olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, 
num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura;
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 
45°, equivalente a 100% na linha de maior declive;
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras 
de mangues;
g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de 
ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros 
em projeções horizontais; 
h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, 
qualquer que seja a vegetação. 
Parágrafo único. No caso de áreas urbanas, assim entendidas 
as compreendidas nos perímetros urbanos definidos por lei 
municipal, e nas regiões metropolitanas e aglomerações 
urbanas, em todo o território abrangido, obervar-se-á o 
disposto nos respectivos planos diretores e leis de uso do solo, 
respeitados os princípios e limites a que se refere este artigo
2) área de preservação permanente por ato do Poder Público que 
depende de um ato declaratório (ato administrativo ou lei) do Poder Público federal, 
estadual ou municipal. A segunda categoria está prevista no artigo 3º da Lei 
4771/65:
Art. 3º Consideram-se, ainda, de preservação permanentes, 
quando assim declaradas por ato do Poder Público, as 
florestas e demais formas de vegetação natural destinadas:
a) a atenuar a erosão das terras;
b) a fixar as dunas;
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;
d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das 
autoridades militares;
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico 
ou histórico;
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de 
extinção;
g) a manter o ambiente necessário à vida das populações 
silvícolas;
h) a assegurar condições de bem-estar público.
§ 1° A supressão total ou parcial de florestas de preservação 
permanente só será admitida com prévia autorização do Poder 
Executivo Federal, quando for necessária à execução de 
obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou 
interesse social.
§ 2º As florestas que integram o Patrimônio Indígena ficam 
sujeitas ao regime de preservação permanente (letra g) pelo só 
efeito desta Lei
OBS: Quanto à segunda categoria de APP’s podemos dizer que, em sua 
implementação, são menos usuais tornarem-se APP’s, sobretudo para aquelas 
áreas que assumem as características das alienas e) até h), pois, via de regra, para 
áreas que assumem essas características são implementadas Unidades de 
Conservação, conforme a Lei 9.985/2000.
Supressão vegetal em APP
A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será 
admitida em caso de execução de obras, planos, atividadesou projetos de utilidade 
pública ou interesse social devidamente caracterizados e motivados. Ou seja, 
nessas áreas, em regra, não se pode retirar a vegetação que deve permanecer 
intacta, salvo motivos plenamente justificados e que assumem característica de 
utilidade pública ou interesse social. E ainda, para a autorização de supressão 
vegetal em APP, que depende do órgão ambiental competente, deve inexistir 
alternativa técnica e locacional para a atividade de interesse social ou utilidade 
pública.
São exemplos de atividades de interesse social:
a) atividades imprescindíveis à proteção de integridade da vegetação nativa;
b) as medidas com o fim de prevenir ou erradicar pragas e doenças que afetem a 
vegetação florestal;
c) as atividades de manejo agroflorestal sustentável.
São exemplos de atividades de utilidade pública:
a) atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços públicos;
c) estradas, vias, pontes etc.
Cabe mencionar, também, que qualquer árvore poderá ser declarada imune 
de corte, mediante ato do Poder Público, por motivo de sua localização, raridade, 
beleza ou condição de porta-sementes 
Em caso de reforma agrária, não devem ser incluídas as áreas florestadas 
de preservação permanente de que trata o Código Florestal, nem as florestas 
necessárias ao abastecimento local ou nacional de madeiras e outros produtos 
florestais.
As florestas de propriedade particular, enquanto indivisas com APP’s, ficam 
subordinadas às disposições que vigorarem para as APP’s.
Não é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação 
entre 25 a 45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime 
de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes, ressalvado os casos em 
que o órgão ambiental autorize motivadamente.
Nas terras de propriedade privada, onde seja necessário o florestamento ou 
o reflorestamento de preservação permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-
lo sem desapropriá-las, se não o fizer o proprietário. Se tais áreas estiverem sendo 
utilizadas com culturas, de seu valor deverá ser indenizado o proprietário. As áreas 
assim utilizadas pelo Poder Público Federal ficam isentas de tributação.
2.1.2 Reserva Legal Florestal - RLF
Em uma propriedade rural pode-se utilizar ou suprimir as florestas e 
outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação 
permanente, assim como aquelas sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto 
de legislação específica (como Mata Atlântica, p. ex.), desde que seja mantido um 
percentual determinado em lei de acordo com a região. Para esse percentual 
designamos o termo de Reserva Lega Florestal. Ou seja, conforme a própria Lei 
4.771/65, no art. 1º, III: 
Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade 
ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, 
necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à 
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à 
conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna 
e flora nativas.
 Conforme se vê, a Reserva Legal, que não pode ter computada para sua 
implementação as APP’s, deve ser adequada à tríplice função da propriedade: 
1 – econômica: possibilita a utilização por manejo florestal sustentável;
2 – social: preservação das condições ambientais (fertilidade dos solos, recursos 
hídricos, equilíbrio térmico etc.) para as futuras gerações;
3 – ambiental: preservação da fauna e flora nativas de uma dada região.
A lei prevê, no art. 16, um percentual de Reserva Legal que deve ser mantido 
de acordo com a região geográfica ou bioma específico. Esse percentual deve ser, 
de no mínimo:
80% na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia 
Legal2; 
35% na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia 
Legal, (sendo no mínimo 20%na propriedade e 15% na forma de compensação em 
outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos 
termos do § 7º deste artigo);
20% na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de 
vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e 
20% na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região 
do País. 
Essa porcentagem pode ser reduzida ou aumentada nas hipóteses previstas 
no § 5º do art. 16.
São características da Reserva Legal Florestal:
2 Segundo o art. 1º, § 2º, IV, entende-se por “Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, 
Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13o S, dos 
Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44o W, do Estado do Maranhão”.
2. Inalterabilidade relativa à destinação: quer dizer que a reserva legal não pode 
ser destinada a outro fim que não o de ser Reserva Legal
Art. 16 (...)
§ 8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da 
inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis 
competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos 
casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento 
ou de retificação da área, com as exceções previstas neste 
Código. 
3. Regime de manejo florestal sustentado: pode-se utilizar desde que de forma 
sustentável.
Art. 16 (...)
§ 2o A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, 
podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal 
sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e 
científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as 
hipóteses previstas no § 3o deste artigo, sem prejuízo das 
demais legislações específicas.
§ 3o Para cumprimento da manutenção ou compensação da 
área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural 
familiar, podem ser computados os plantios de árvores 
frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies 
exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio 
com espécies nativas. 
4. Gratuidade da constituição da Reserva Legal: não cabe indenização ao 
proprietário.
Art. 16, § 9o “A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural 
familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando 
necessário.”
5. Aprovação da Reserva Legal Florestal pelo órgão ambiental competente.
Art. 16 (...)
§ 4o A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo 
órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, 
pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição 
devidamente habilitada, devendo ser considerados, no 
processo de aprovação, a função social da propriedade, e os 
seguintes critérios e instrumentos, quando houver:
I - o plano de bacia hidrográfica;
II - o plano diretor municipal;
III - o zoneamento ecológico-econômico;
IV - outras categorias de zoneamento ambiental; e
V - a proximidade com outra Reserva Legal, Área de 
Preservação Permanente, unidade de conservação ou outra 
área legalmente protegida. 
6. Isenção de Imposto Territorial Rural sobre a área da reserva e de 
preservação permanente.
Cabe mencionar por fim que pode ser instituída reserva legal em regime de 
condomínio. 
Art. 16(...)
§ 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de 
condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o 
percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a 
aprovação do órgão ambiental estadual competente e as 
devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica desenvolve-se ao longo da costabrasileira, do Rio Grande 
do Sul ao Rio Grande do Norte. É regulada pela Lei 11.428/2006.
Após 14 anos de tramitação a Lei da Mata Atlântica foi à sanção presidencial 
com potencial para por freio a um ciclo de séculos de devastação, trazendo em seu 
escopo um conteúdo moderno. Com mecanismos de racionalização econômica, a 
nova lei permite que proprietários de terra com áreas remanescentes superiores aos 
20% de Reserva Legal vendam ou arrendem o excedente a outros proprietários que 
não atingiram as cotas necessárias (mecanismos de Servidão Ambiental). Assim, o 
detentor de passivos ambientais poderá adquirir áreas preservadas necessárias 
para doação ao poder público ficando quite com a obrigação legal. 
Conforme art. 8º o corte, a supressão e a exploração da vegetação do Bioma 
Mata Atlântica far-se-ão de maneira diferenciada, conforme se trate de vegetação 
primária ou secundária, nesta última levando-se em conta o estágio de 
regeneração. 
A Lei veda o corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios 
médio e avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica quando: 
Art. 11(...)
I - a vegetação: 
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas 
de extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, 
assim declaradas pela União ou pelos Estados, e a intervenção 
ou o parcelamento puserem em risco a sobrevivência dessas 
espécies; 
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de 
prevenção e controle de erosão; 
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação 
primária ou secundária em estágio avançado de regeneração; 
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou 
e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos 
órgãos executivos competentes do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA; 
II - o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da 
legislação ambiental, em especial as exigências da Lei nº 
4.771, de 15 de setembro de 1965, no que respeita às Áreas 
de Preservação Permanente e à Reserva Legal. 
No art. 12, a Lei determina que os novos empreendimentos que impliquem o 
corte ou a supressão de vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser 
implantados preferencialmente em áreas já substancialmente alteradas ou 
degradadas. 
Conforme dispõe o Código Florestal para as APP’s, o art. 14 da Lei 
11.428/06, traz conteúdo similar para a supressão de vegetação primária e 
secundária no estágio avançado de regeneração. Esta somente poderá ser 
autorizada em caso de utilidade pública, sendo que a vegetação secundária em 
estágio médio de regeneração poderá ser suprimida nos casos de utilidade pública e 
interesse social, em todos os casos devidamente caracterizados e motivados em 
procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional 
ao empreendimento proposto.
É importante a exigência de EIA/RIMA, prevista no art. 15: 
Art. 15. Na hipótese de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, o 
órgão competente exigirá a elaboração de Estudo Prévio de 
Impacto Ambiental, ao qual se dará publicidade, assegurada a 
participação pública. 
 Com relação às áreas urbanas e metropolitanas a supressão de vegetação é 
regulada pelos artigos 30 e 31. 
2.2 SISTEMA NACIONAL DE 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A Lei 9.985/2000 regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da 
Constituição Federal e institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza. Ao instituir o SNUC, essa Lei estabelece critérios e normas para a criação, 
implantação e gestão das unidades de conservação.
O conceito de Unidades de Conservação é previsto no seu art. 2º, I, 
desmembrado abaixo:
• Espécies de espaços territoriais especialmente protegidos
• Características naturais relevantes
• Legalmente instituídos
• Objetivo de conservação
• Limites definidos
• Regime especial de proteção e conservação.
O SNUC separou as unidades de conservação em duas categorias: 
Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a 
natureza. Em regra, só é admitido o uso indireto de seus recursos naturais (como 
pesquisas e visitas). O uso direto (como consumo) só é admitido nas exceções 
legais. Nas as Unidades de Uso Sustentável a intensidade da proteção é menor, 
sendo permitido o uso direto dos recursos naturais. Têm como objetivo 
compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos 
seus recursos naturais.
Unidades de Conservação de Proteção Integral:
1 Estação Ecológica: (Art.9º) Tem como objetivo a preservação da natureza 
e a realização de pesquisas científicas. 
A Estação Ecológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que 
dispõe a lei. 
É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de 
acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento 
específico. 
A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável 
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este 
estabelecidas.
Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas 
no caso de: 
I - medidas que visem à restauração de ecossistemas modificados; 
II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica; 
III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas; 
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que 
aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes 
dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo 3% da extensão total 
da unidade e até o limite de 1500 hectares.
2 Reserva Biológica (Art. 10) Tem como objetivo a preservação integral da 
biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência 
humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de 
recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias 
para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os 
processos ecológicos naturais. 
A Reserva Biológica é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que 
dispõe a lei. 
É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de 
acordo com regulamento específico. 
A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável 
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este 
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. 
OBS: Enquanto a Estação ecológica pode ter até 3% da sua área modificada 
para pesquisa científica, A reserva biológica dever ter 100% preservada.
3 Parques Nacionais (Art. 11.) São criados pela União. Têm como objetivo 
básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e 
beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o 
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação 
em contato com a natureza e de turismo ecológico. 
O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que 
dispõe a lei. 
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no 
Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsávelpor 
sua administração
A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável 
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este 
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. 
As unidades dessa categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, 
serão denominadas, respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.
4 Monumento Natural (Art. 12.) Tem como objetivo básico preservar sítios 
naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. 
O Monumento Natural pode ser constituído por áreas particulares, desde que 
seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos 
recursos naturais do local pelos proprietários. 
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades 
privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo 
órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do 
Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de 
acordo com o que dispõe a lei. 
A visitação pública está sujeita às condições e restrições estabelecidas no 
Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por 
sua administração e àquelas previstas em regulamento. 
OBS: Segundo MILARÉ (2007) tendo sido admitido em sua área a existência 
de propriedades particulares e o desenvolvimento de atividades econômicas 
utilizadoras de recursos naturais, deveriam ter sido classificados entre as unidades 
de uso sustentável.
 5 Refúgio de Vida Silvestre: (Art. 13.) Tem como objetivo proteger 
ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução 
de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. 
O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares, 
desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da 
terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários. 
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades 
privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo 
órgão responsável pela administração da unidade para a coexistência do Refúgio de 
Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo 
com o que dispõe a lei. 
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no 
Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por 
sua administração, e àquelas previstas em regulamento. 
A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável 
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este 
estabelecidas.
OBS: Segundo MILARÉ (2007) tendo sido admitido em sua área a existência 
de propriedades particulares e o desenvolvimento de atividades econômicas 
utilizadoras de recursos naturais, deveriam ter sido classificados entre as unidades 
de uso sustentável.
Unidades de Conservação de Uso Sustentável:
1 Área de Proteção Ambiental - APA (Art. 15.) É uma área em geral 
extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, 
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e 
o bem-estar das populações humanas e tem como objetivos básicos proteger a 
diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a 
sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas. 
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e 
restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de 
Proteção Ambiental. 
As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas 
áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade. 
Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as 
condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e 
restrições legais. 
A Área de Proteção Ambiental dispõe de um Conselho presidido pelo órgão 
responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos 
públicos, de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se 
dispõe no regulamento desta Lei, o Decreto nº 4.340, de 2002 .
2 Área de Relevante Interesse Ecológico - ARIE (Art. 16.) É uma área em 
geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota 
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância 
regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-
lo com os objetivos de conservação da natureza. 
A Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas ou 
privadas. 
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e 
restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de 
Relevante Interesse Ecológico. 
3 Floresta Nacional (Art.17.) É uma área com cobertura florestal de 
espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo 
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos 
para exploração sustentável de florestas nativas. 
A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o 
que dispõe a lei. 
Nas Florestas Nacionais é admitida a permanência de populações 
tradicionais que a habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto 
em regulamento e no Plano de Manejo da unidade. 
A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o 
manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração. 
A pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do 
órgão responsável pela administração da unidade, às condições e restrições por 
este estabelecidas e àquelas previstas em regulamento. 
A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão 
responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos 
públicos, de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações 
tradicionais residentes. 
A unidade desta categoria, quando criada pelo Estado ou Município, será 
denominada, respectivamente, Floresta Estadual e Floresta Municipal.
4 Reserva Extrativista (Art.18.) É uma área utilizada por populações 
extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, 
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de 
pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura 
dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da 
unidade. 
A Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às 
populações extrativistas tradicionais, sendo que as áreas particulares incluídas em 
seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 
A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido 
pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de 
órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais 
residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da 
unidade. 
A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesseslocais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. 
A pesquisa científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia 
autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às condições e 
restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento. 
O Plano de Manejo da unidade será aprovado pelo seu Conselho 
Deliberativo. 
São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou 
profissional. 
A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases 
sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades 
desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no 
Plano de Manejo da unidade.
5 Reserva de Fauna (Art.19.) É uma área natural com populações animais 
de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas 
para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos 
faunísticos. 
A Reserva de Fauna é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas 
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o 
que dispõe a lei. 
A visitação pública pode ser permitida, desde que compatível com o manejo 
da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por 
sua administração. 
É proibido o exercício da caça amadorística ou profissional. 
A comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das pesquisas 
obedecerá ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.
6 Reserva de Desenvolvimento Sustentável (Art. 20) é uma área natural 
que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas 
sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de 
gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um 
papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade 
biológica. 
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico 
preservar a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios 
necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e 
exploração dos recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, 
conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, 
desenvolvido por estas populações. 
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que 
as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, 
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho 
Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído 
por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das 
populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e 
no ato de criação da unidade. 
As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável 
obedecerão às seguintes condições: 
I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com 
os interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área; 
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da 
natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação 
ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela 
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às 
normas previstas em regulamento; 
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da 
população e a conservação; e 
IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em 
regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies 
cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de 
Manejo da área. 
O Plano de Manejo da Reserva de Desenvolvimento Sustentável definirá as 
zonas de proteção integral, de uso sustentável e de amortecimento e corredores 
ecológicos, e será aprovado pelo Conselho Deliberativo da unidade.
7 Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN (Art. 21) é uma área 
privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade 
biológica. 
O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso 
assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, 
e será averbado à margem da inscrição no Registro Público de Imóveis. 
Só poderá ser permitida, na Reserva Particular do Patrimônio Natural, 
conforme se dispuser em regulamento: 
I - a pesquisa científica; 
II - a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais; 
Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão 
orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio 
Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da 
unidade. 
Principais aspectos jurídicos das Unidades de Conservação
• Criação, Alteração e Supressão
Conforme art. 22, as unidades de conservação são criadas por ato do Poder 
Público, que pode ser um decreto, p. ex.. Não é necessário lei específica. 
A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos 
técnicos e de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e 
os limites mais adequados para a unidade. Neste processo de consulta, o Poder 
Público é obrigado a fornecer informações adequadas e inteligíveis à população 
local e a outras partes interessadas.
Não é obrigatória a consulta pública nas Estação Ecológica ou Reserva 
Biológica.
Conforme o § 5° do art. 22, as unidades de conservação do grupo de Uso 
Sustentável podem ser transformadas total ou parcialmente em unidades do grupo 
de Proteção Integral, por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que 
criou a unidade (se for uma lei que criou a UC, deverá ser uma lei, se for um 
decreto, poderá ser um decreto), desde que obedecidos os procedimentos de 
consulta. 
• Desafetação e modificação dos seus limites
Conforme o § 6º do art. 22, a ampliação dos limites de uma unidade de 
conservação, sem modificação dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo 
proposto, pode ser feita por instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do 
que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos de consulta. Contudo, 
conforme o § 7º do referido artigo, a desafetação (incorporação ao domínio privado) 
ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita mediante 
lei específica, ainda que a mesma tenha sido criada por decreto.
• Compensação do dano ambiental
Conforme art. 36, nos casos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão 
ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e 
respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação 
e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo 
com o disposto abaixo:
- O montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade 
não pode ser inferior a 0,5% dos custos totais previstos para a implantação do 
empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de 
acordo com o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. 
- Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de conservação a 
serem beneficiadas, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido 
o empreendedor,podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades 
de conservação. 
- Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona 
de amortecimento, o licenciamento do empreendimentos de significativo impacto 
ambiental só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por 
sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de 
Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste 
artigo. 
• Plano de Manejo
Plano de manejo é o documento técnico mediante o qual, com fundamento 
nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu 
zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos 
naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da 
unidade. 
Conforme o art. 27, as unidades de conservação devem dispor de um Plano 
de Manejo e este deve abranger a área da unidade de conservação, sua zona de 
amortecimento e os corredores ecológicos, incluindo medidas com o fim de 
promover sua integração à vida econômica e social das comunidades vizinhas. 
Na elaboração, atualização e implementação do Plano de Manejo das 
Reservas Extrativistas, das Reservas de Desenvolvimento Sustentável, das Áreas 
de Proteção Ambiental e, quando couber, das Florestas Nacionais e das Áreas de 
Relevante Interesse Ecológico, será assegurada a ampla participação da população 
residente (Acreditamos ser um equívoco não contemplar a participação pública nos 
planos de manejo das demais UC’s).
Conforme o § 3º do art. 27, o Plano de Manejo de uma unidade de 
conservação deve ser elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua 
criação. E, conforme o art. 28, são proibidas, nas unidades de conservação, 
quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com os 
seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos. 
Até que seja elaborado o Plano de Manejo, todas as atividades e obras 
desenvolvidas nas unidades de conservação de proteção integral devem se limitar 
àquelas destinadas a garantir a integridade dos recursos que a unidade objetiva 
proteger, assegurando-se às populações tradicionais porventura residentes na área 
as condições e os meios necessários para a satisfação de suas necessidades 
materiais, sociais e culturais. 
• Zona de Amortecimento e Corredores Ecológicos
Zona de Amortecimento é o entorno de uma unidade de conservação, onde 
as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o 
propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.
Corredores Ecológicos são porções de ecossistemas naturais ou 
seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo 
de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a 
recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que 
demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das 
unidades individuais. 
Conforme o art. 25, as unidades de conservação, exceto Área de Proteção 
Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, devem possuir uma zona de 
amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos. 
Tanto a Zona de Amortecimento como os Corredores Ecológicos não fazem 
parte do domínio público, mas exercem limitações à propriedade privada, sem 
inviabilizá-la.
• População Tradicional
São as populações cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de 
exploração dos recursos naturais, desenvolvidas ao longo de gerações e adaptadas 
às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na 
proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
Conforme o art. 42, as populações tradicionais residentes em unidades de 
conservação nas quais sua permanência não seja permitida serão indenizadas ou 
compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder 
Público, em local e condições acordados entre as partes. O Poder Público, por meio 
do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a 
serem realocadas. Até que seja possível efetuar o reassentamento de que trata este 
artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a compatibilizar 
a presença das populações tradicionais residentes com os objetivos da unidade, 
sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia 
destas populações, assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas 
normas e ações. 
É tremendamente injusto realojar pessoas que vivem por gerações em uma 
determinada área, respeitando a natureza, ou melhor fazendo parte dela, para 
atender objetivos preservacionistas equivocados de uma visão segregacionista. 
Essa é uma das principais causas de conflitos em UC’s e hoje, tem-se evitado criar 
unidades que requeiram realocar pessoas pré-estabelecidas.
• Pesquisa Científica
Conforme art. 32, os órgãos executores articular-se-ão com a comunidade 
científica com o propósito de incentivar o desenvolvimento de pesquisas sobre a 
fauna, a flora e a ecologia das unidades de conservação e sobre formas de uso 
sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das populações 
tradicionais. 
As pesquisas científicas nas unidades de conservação não podem colocar 
em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas protegidos. A 
realização de pesquisas científicas nas unidades de conservação, exceto Área de 
Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, depende de 
aprovação prévia e está sujeita à fiscalização do órgão responsável por sua 
administração. 
Os órgãos competentes podem transferir para as instituições de pesquisa 
nacionais, mediante acordo, a atribuição de aprovar a realização de pesquisas 
científicas e de credenciar pesquisadores para trabalharem nas unidades de 
conservação. 
Conforme o art. 33, a exploração comercial de produtos, subprodutos ou 
serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais, biológicos, cênicos 
ou culturais ou da exploração da imagem de unidade de conservação, exceto Área 
de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, dependerá de 
prévia autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme disposto em 
regulamento. 
• Gestão das UC’s
a) Órgãos Públicos
Segundo o art. 6º, o SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as 
respectivas atribuições:
- Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente - Conama, 
com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
- Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o 
Sistema;
- órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter supletivo, os 
órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o SNUC, subsidiar as 
propostas de criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais 
e municipais, nas respectivas esferas de atuação. 
Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do Conama, unidades 
de conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a 
peculiaridades regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam 
ser satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas 
características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
b) Recursos
Conforme art. 34, os órgãos responsáveis pela administração das unidades 
de conservação podem receber recursos ou

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