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Plano de Aula: A Era Vargas - Os governos Provisório e Constitucional HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO - CCJ0105 Título A Era Vargas - Os governos Provisório e Constitucional Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 9 Tema A Era Vargas - Os governos Provisório e Constitucional Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Relacionar a Revolução de 1930 com a crise política vivenciada na Primeira República; - Relacionar o advento da Era Vargas como marco do processo de reordenamento do Estado brasileiro; - Analisar a ascensão de uma nova elite de poder e os novos atores político- sociais no contexto da decadência da oligarquia paulista; - Apontar as características fundamentais do Código Eleitoral de 1932; - Correlacionar promulgação da Constituição de 1934 com o reconhecimento, no Brasil, de direitos fundamentais sociais; - Compreender os fatos políticos que antecedem o golpe de Estado inaugurando o período ditatorial da Era Vargas. Estrutura do Conteúdo Para a presente aula, a nossa nona, deverá ser lido o conteúdo do Capítulo 6, entre as páginas 132 e 146 do Livro Didático, sendo que serão abordados os seguintes tópicos: - A Revolução de 30 Apresentaremos o contexto histórico e as circunstâncias do movimento de revolta armado, ocorrido no Brasil em 1930, com o apoio de chefes militares, que afastou do poder, por meio de golpe de Estado, o presidente Washington Luiz, elevando ao poder Getúlio Vargas e afastando definitivamente do poder a oligarquia paulista. - O Período do Governo Provisório - de 1930 a 1934 O governo provisório de Getúlio Vargas caracterizou-se pela centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos (federal, estadual e municipal) e concedendo ampliado papel militares ?tenentistas?, que tiveram acesso aos principais cargos do governo, como forma de anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional. Esta situação, como decorrência natural, resultou em contínua tensão entre as velhas oligarquias e os militares interventores. É neste contexto que se deu a chamada Revolução Constitucionalista de 1932, que mesmo vencida, obrigou politicamente a que Vargas convocasse a Assembleia Constituinte. - O Código Eleitoral de 1932 O Código Eleitoral de 1932 foi um dos grandes marcos jurídicos do período, criando a Justiça Eleitoral e regulando em todo o País as eleições federais, estaduais e municipais. Entre as principais novidades, o Código introduziu o voto secreto e o voto feminino. Algumas críticas dirigidas a este Código levaram, em 1935, à promulgação de um segundo Código, por meio da Lei nº 48, que embora tenha substituído aquele, não alterou suas conquistas. - A Constituição de 1934 e o advento dos direitos fundamentais sociais A emblemática Constituição de 1934 apresentou como principais características: a) a recepção do constitucionalismo social de Weimar (Constituição Alemã de 1919), fixando em nosso ordenamento jurídico os direitos sociais; b) a proposição de um Estado um pouco mais liberal e um pouco menos centralizado do que desejava Vargas, mantendo-se, porém um regime federativo com menor autonomia financeira dos estados; c) a manutenção da divisão tripartite dos poderes, mas com um Executivo fortalecido e com maior capacidade para decretar o estado de sítio; d) a criação do mandado de segurança; e) a manutenção de um Legislativo bicameral, apesar de um certo esvaziamento das prerrogativas do Senado Federal em matéria legislativa; f) a fixação da obrigatoriedade do alistamento eleitoral e do voto para os homens maiores de 18 anos e para as mulheres maiores de 18 anos exercentes de função pública remunerada; g) maior intervencionismo do Estado em temas de natureza econômica e social. - O Período do Governo Constitucional - de 1934 a 1937 No curto período democrático, a ascensão de dois grandes movimentos políticos, a Ação Integralista Brasileira (AIB) e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), concedeu a Vargas os motivos que o mesmo utilizou para levar o país à ditadura. O primeiro defendia o fim das liberdades democráticas, a perseguição dos movimentos comunistas e a intervenção máxima do Estado na economia; já o segundo, do qual faziam parte os comunistas brasileiros, era favorável à reforma agrária, à luta contra o imperialismo e à revolução por meio da luta de classes. O processo político se tornou tumultuado e apesar da chamada ?Intentona Comunista? ter sido facilmente controlada pelo governo, Getúlio Vargas utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio e ampliar seus poderes políticos. Diante de uma suposta (ou mais, propriamente forjada) tentativa de golpe comunista (Plano Cohen), Vargas anulou a nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937 e a Constituição de 1934, conduzindo o país à ditadura e afastando o sonho democrático. Aplicação Prática Teórica “EM 26 JANEIRO de 1933, o Diário de Pernambuco iniciou a publicação de uma enquete, realizada junto a "ilustres senhoras e senhorinhas da sociedade pernambucana"1. Dezenove mulheres colaboraram com o jornal, respondendo à indagação "A quem deverá caber a representação da mulher pernambucana na futura constituinte?", sendo o resultado da última consulta publicado em 4 de abril daquele mesmo ano. A pesquisa, inicialmente pensada para restringir- se às pernambucanas, acabou alcançando os Estados vizinhos da Paraíba e de Alagoas. Foram incorporadas à amostra duas associações de mulheres: a Federação Pernambucana para o Progresso Feminino e a Liga Eleitoral Católica, que funcionavam no Recife, perfazendo o total de vinte e duas matérias jornalísticas dedicadas ao assunto. [...] uma das inquiridas [era] a doutora Albertina Correia de Lima, advogada, formada na Faculdade de Direito do Recife e residente na capital paraibana. [..] Partidária da emancipação política das mulheres, cujas conquistas dizia acompanhar com vivo interesse, nutria igual simpatia pela enquete realizada pelo Diário, sinalizando perceber a iniciativa como mais uma manifestação da luta das mulheres pela ampliação de seus direitos civis e políticos e pela conquista de novos espaços na sociedade”. (ARAUJO, Rita de Cássia Barbosa de. O voto de saias: a Constituinte de 1934 e a participação das mulheres na política. Estud. av., São Paulo , v. 17, n. 49, p. 133-150, Dec. 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 40142003000300009&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Feb. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142003000300009.) Um ano depois, em 1934, a Constituição Federal consagra o chamado “voto de saias”. Esta Carta trouxe algumas importantes novidades que fizeram com que fosse considerada uma constituição moderna para a época, entre elas podemos apontar o voto feminino. Segundo a referida Constituição, responda: a) A quem se assegurava o direito de voto? b) O voto feminino era obrigatório ou facultativo? c) Havia igualdade de tratamento entre homens e mulheres neste tema? Resolva as questões objetivas 2 e 4 do capítulo 6 de seu Livro Didático.
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