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O 18 de brumário

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Resenha – O dezoito de brumário, Karl Marx
Juliano Gontijo de Almeida
	O texto "O dezoito de brumário de Luis Bonaparte", escrito por Marx, analisa e critica os acontecimentos a partir da revolução de 1848, na França. Marx introduz o texto à partir de uma analogia com uma teoria de Hegel, o qual diz que os fatos e personagens importantes acontecem duas vezes, sugerindo que Luis Bonaparte estivesse repetindo o tio, Napoleão Bonaparte.
	Em sua análise, Marx divide os acontecimentos em três períodos: o revolucionário, a partir da revolução de fevereiro de 1848; o da Assembleia Constituinte, de maio de 1848 a maio de 1849; e o da Assembleia Nacional Legislativa, de maio de 1849 ao Golpe de Estado. 
	O primeiro é um intervalo de dilema entre as forças ligeiramente associadas: os burgueses, que buscavam ampliar o círculo privilegiado do poder, e o proletariado, que levantou as barricadas contra a monarquia, expulsando-a. Assim, a vontade do proletariado, uma república social, chegou a ser proclamada. Entretanto, não suportaram correlacionar as forças com seus opositores, que agiram de forma inescrupulosa. O grau de politização das massas, a força material disponível, os apoios possíveis, nenhuma das circunstâncias indispensáveis eram suficientes para a revolução proletária, naquele momento. Marx diz, de forma aguda e muito bem observada, que “os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”.
	O segundo período é o da república burguesa. A burguesia industrial assumiu o poder em nome do povo. Faz alianças com a aristocracia financeira, a pequena burguesia, as camadas médias, os intelectuais de prestígio, o campesinato, o exército, o clero e como tropa de choque, o lumpemproletariado. A insurreição de junho de 1848 é intensamente reprimida e as reinvindicações do proletariado são barradas. O proletariado tenta retomar a ofensiva, mas cada vez com menos força. Paris fica sitiada, confluindo na redação da Constituição. Em 10 de dezembro, Luis Bonaparte se torna presidente. Em maio de 1849, a Assembleia Constituinte é abolida, pressionada pelas camadas mais conservadores da aliança burguesa.
	No terceiro período, haverá um combate de todas as forças, na Assembleia Legislativa. Luis Bonaparte manobra com barganhas e corrompe as lideranças, aumentando seu poder. Apoiado na retrógrada Sociedade 10 de Dezembro, ele corrompe generais, desmantela a Assembleia e manda prender os poucos resistentes. O proletariado já não tem nem força nem vontade em lutar por uma instituição desprestigiada. Luis Bonaparte se torna ditador, proclamando imperador. É um golpe sem grandeza e sem coragem. Marx o ironiza impiedosamente, na comparação com os golpes anteriores de Cromwell, na Inglaterra, e do primeiro Napoleão.
	Concluindo, "O 18 Brumário de Luís Bonaparte" é um texto que demonstra muito bem a situação social e política na França durante a revolução, em meados do século XX. Nele, Marx apresenta estudos importantes do materialismo histórico dialético, como: teoria das lutas de classes, da revolução proletária, a doutrina do Estado e ditadura do proletariado. O objeto central do texto é analisar os fatores histórico-sociais (lutas de classes) que criaram “circunstâncias e condições que possibilitaram a um personagem medíocre e grotesco desempenhar um papel de herói” (Marx no prefácio para a segunda edição).
	Diante do exposto, podemos indagar:
O golpe de Luis Bonaparte foi causa de deteriorização da classe proletária a ponto de retardar sumariamente uma possível evolução social da humanidade?
Se a classe proletária tivesse ascendido ao poder na França, na metade do século XX, estes estariam prontos para governar pelo povo ou seriam corrompidos?

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