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PAPER PAZ NA FAMILIA

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A FAMILIA E A PAZ
	O popular dicionário Aurélio traz o significado de família como “conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela; Conjunto formado pelos pais e pelos filhos; [...] conjunto de pessoas que têm um ancestral comum. Ao mesmo tempo que trata a paz como “ [...] sossego, tranquilidade; ausência de guerra, de dissensões; [...] boa harmonia; concórdia, reconciliação” (DICIONARIO DO AURELIO).
Na própria palavra paz, há a ideia positiva de uma reforma social construtiva. Dizer que, para construir uma sociedade nova, é preciso criar um homem novo, é enunciar um lugar-comum, mais isso não passa de uma abstração. Se é mesmo verdade que a pessoa humana pode progredir e que a sociedade pode estar fundamentada em princípios de justiça e de amor, sabemos bem, pelo que somos, que esses objetivos não são uma realidade na nossa estrutura, eles revelam, antes, uma aspiração, cuja realização só pode se situar num futuro mais distante. (MONTESSORI, pag 18).
Ainda que o conceito de família é muito discutido, considerando todas as mudanças que ocorrem em sua constituição, Mandelbaum trata a família como um núcleo agregador:
1 A família tem origem no casamento. 2 ela inclui o marido, a mulher e os filhos nascidos de sua união, formando um núcleo torno do qual outros parentes podem, eventualmente, agregar-se. 3 os membros da família estão reunidos entre si por: a) laços jurídicos; b) direitos e obrigações de natureza econômica, religiosa ou outra; c) uma rede precisa de direitos e proibições sexuais e um conjunto de variável e diversificado de sentimentos, como o amor, o afeto, o respeito, o medo etc. (MANDELBAUM, pag. 32)
	Em tese, a família não é mais somente pais e filhos, mas todos os demais com quem se relaciona diariamente através de laços harmoniosos, experiências e convívio. 
A ORIGEM DOS CONFLITOS FAMILIARES
Analisando a família, pode-se dizer que ela é um sistema, onde os membros formam um todo. De maneira figurativa é como uma parede, cada tijolo representa um membro e qualquer modificação individual atingiria o restante. Mandelbaum complementa: “a família, como instituição que desenvolve em um meio social e que é por ele influenciada, pode ser pensada como promotora de saúde como de doença. (MANDELBAUM, pag. 12)
Relacionar com a família é algo complexo, considerando as crenças e os valores, cada membro individualmente possui diferenças de personalidade e maneiras diferentes de lidar com determinadas situações. Tais diferenças são estopim para os conflitos. Faus aponta: “muitos, sem nem darem por isso, fazem dos outros e, concretamente das pessoas da família, como um espelho de si mesmos. (FAUS, pag. 23).
Todos nós nascemos e estamos, de algum modo, inseridos numa família durante todo o percurso de nossas vidas. Todo ser humano constitui, nas palavras do antropólogo Lewis Morgan (1981), “o centro de um grupo de parentesco, e, portanto, é obrigado a compreender e usar o sistema [de parentesco] vigente”. (MANDELBAUM, pag. 28)
Os conflitos geralmente têm origem pela associação à infelicidade das situações frequentes de grosserias, indisciplina, e o orgulho. O orgulho em questão, éo principal ponto que torna difícil a reconciliação, pois as pessoas têm seu ego intocável e difícil de reconciliar. Ainda, ele leva as constantes críticas com o próximo, e assim faz de um momento sutil prolongar por dias, semanas ou até mesmos longos anos. 
Cada vez mais, o mundo desliza para uma civilização utilitarista e hedonista, que entende a realização do indivíduo como o máximo acúmulo de benefícios úteis e de prazeres, com a mínima despesa possível de renúncias e sacrifícios; um mundo em que o relacionamento com as outras pessoas visa, principalmente o “proveito” e o “prazer” pessoal; em suma, um mundo em que o relacionamento interpessoal tem a forma, o peso e a medida do interesse individual. (FAUS, pag. 14)
	A família está constantemente sujeita a viver situações delicadas por parte de alguns dos membros, como o uso de drogas, o alcoolismo, a sexualidade, doenças físicas ou psicológicas, divergências do casal entre outras que diretamente afetam no relacionamento. Nesses casos, geralmente a primeira instancia é a rejeição, pois cada membro tem em seu posicionamento, segundo Faus: “uma “imagem ideal” da pessoa (o que desejaríamos que a esposa, o filho, o pai fosse” [...] e a dificuldade é aceitar que “a imagem real – que é a única que existe – irrita, decepciona. O choque com a imagem real, que parece arrebentar os sonhos ideais, azeda e desgasta o dia a dia, fere a harmonia familiar”. (FAUS, pag. 24)
O USO DAS TECNOLOGIAS E O DESVIO DAS AFETIVIDADES
	A sociedade atual está diretamente inserida em inúmeras possibilidades de interações através das tecnologias, e o uso constante acaba afastando as relações familiares. Pais e filhos estão mantendo dialogo através de aplicativos sendo que suas distancias são de cômodos da mesma moradia. Passeios passam a ser substituídos por maratonas de series, jogos e brincadeiras são mais atrativas atrás de telas virtuais e existe mais preocupação em manter status em redes sociais do que emoções verdadeiramente vividas.
Alguns estudos já concluíram que os dependentes tecnológicos possuem problemas como a redução da atenção, obesidade, perda de identidade e autoestima, diminuição da empatia, aumento de estresse e depressão, o que afeta o pessoal e consequentemente nas relações familiares.
No entanto, a condição de paz através dessas situações intervenientes exige o reconhecimento dos malefícios que o excesso de tecnologias pode trazer para a família. Indica-se para os membros, estabelecer um controle sobre o tempo e a maneira que está sendo utilizada a fim de não interferia nas relações diárias e procurar ajuda ou ser prestativo quando surgir a necessidade.
RECONHECIMENTO INDIVIDUAL COMO PARTIDA PARA A PAZ
Somente a paz possibilitara a harmonia nas famílias, PAZ aconselha: “precisamos nos reunir em torno dela para descobrir o mistério da humanidade, para ela encontrar o mistério da bondade fundamental do homem, que nossa visão exterior refuta” (MONTESSORI, pag. 142). 
Faus afirma que “o orgulho cega, essa supervalorização do nosso “eu” impede-nos de enxergar pessoa orgulhosa tem muito aguçado o espírito crítico” (FAUS, pag. 07). Para todo conflito, alguma medida devera der tomada por algum membro da família, então por que não ser de iniciativa própria? Ele ainda afirma: “Só o respeito, sem preconceitos nem precipitações, pode levar a “entender” o outro. E, quando a compreensão vai crescendo, deixa-se de dizer: “Ele deveria ser assim”, e passasse a dizer: “Ele é assim; portanto, o que eu devo fazer? ” (FAUS, pag. 26)
A ESTABILIDADE DA PAZ NA FAMILIA
A estabilidade da paz na família depende de fatores harmônicos e rompimento de situações ruins. Mandelbaum afirma que “A capacidade da família de aceitar os sentimentos do outro e poder contê-los sem preconceito ou cobrança permite obter um alivio para o membro em questão. (MANDELBAUM, pag. 15)
Uma sociedade sadia é um “organismo” formado por famílias sadias. A paz e o bem do mundo, em grande parte, são o reflexo da paz e do bem das famílias. E o contrário também é verdade: muitas famílias sem paz dão como resultado um mundo inquieto, desconjuntado e agressivo, um mundo sem paz. (FAUS, pag. 17)
	A tarefa da família, apesar de não ser muito fácil é demonstrar a cada membro o seu valor e sua importância, ser prestativa e acolhedora para que o sentimento de afeto e carinho predomine entre todos, aceitar as diferenças e procurar conduzir para o melhor caminho. Faus complementa “é que os anos de convívio entre marido e mulher, e entre pais e filhos, vão evidenciando, com luminosa clareza, que a paz é um bem inestimável, tanto mais precioso quanto mais frágil e difícil é de conseguir e de conservar”. (FAUS, pag. 03)
A virtude da misericórdia começa por “olhar” o outro, por “vê-lo” com um olhar “penetrante” e “cheio de compaixão”; e completa-se quando, a partir desseolhar compreensivo, nos esforçamos por tirar um bem do mal que vemos nos outros. Duas atitudes que, por si sós, já seriam um excelente programa para a paz da família. Mas bem poucos as conseguem viver na prática. (FAUS, pag. 24)
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 
MONTESSORI, Maria. A educação e a paz. Trad. Braga, Sonia Maria Alvarenga. Campinas, SP: PAPIRUS, 2014.
MANDELBAUM, Belinda. Psicanálise da família – São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. (Coleção clínica psicanalítica/ dirigida por Flavio Carvalho Ferraz)
FAUS, Francisco. A paz na família. São Paulo, SP: Quadrante, 1997. Disponível em: <http://padrefaus.org/wp-content/uploads/2011/04/apaznafamilia.pdf>. Acesso em: 01/09/2017

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