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sindrome do tunel do carpo

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ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA SINDROME DO TÚNEL DO CARPO
Dulcemara RibeiroI, Giseli Lopes MarquesII , Laura Maria MoreiraIII
RESUMO
Objetivo: Realizado uma revisão da literatura sobre a definição, etiologia, diagnóstico e tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo. Método: A metodologia utilizada foi revisão da literatura em que foram utilizadas 7 referências entre artigos, revista e livros, com publicações entre 1993 até 2014. Conclusão: A síndrome do túnel do carpo (STC) foi descrita pela primeira vez por Sir James Paget, em 1854, como sendo uma neuropatia do nervo mediano detectado ao nível do túnel do carpo, causando sensações de queimação, dor, formigamento, agulhada, hiperestesias, hipoestesias e em alguns casos até mesmo anestesia, foi realizada em 1865 a primeira descrição de uma compressão crônica do nervo mediano por Paget. Putnan foi o primeiro a descrever os clássicos sintomas clínicos de parestesias nas mãos, de caráter noturno e intermitente. A síndrome do túnel do carpo é a compressão do nervo mediano no nível do punho. As condições que contribuem para lesionar o nervo mediano ocasionado pela sua compressão elevada no carpo são a tenossinovite, fratura, deslocamento do carpo, cisto, tumor, diabetes, alcoolismo, gravidez, menopausa, distúrbios da tireoide, obesidade, vibração, forças externas, carga no tendão e mudanças na posição da articulação. O tratamento para STC é dividido em conservador e cirúrgico. O tratamento conservador consiste em fisioterapia e uso de medicamento. Durante a fisioterapia são realizados exercícios de cinesioterapia e eletroterapia, além de órteses. O tratamento invasivo, somente é realizado quando o comprometimento funcional está em grau elevado, afetando as atividades de vida diária do paciente. 
Descritores: Síndrome do Túnel do Carpo; Anatomia; Fisioterapia; Tratamento. 
IAcadêmica de Fisioterapia
II Professora do curso de fisioterapia ICEC, Cuiabá, MT,Brasil
III Professora do curso de Fisioterapia ICEC, Cuiabá,MT,Brasil
1. Introdução
O túnel do carpo é uma estrutura rígida e estreita composta de ligamento e osso na base da mão. Esse nervo percorre do antebraço à mão e transmite as sensações da face palmar do polegar e dos dedos, assim como impulsos nervosos para os músculos pequenos da mão entre os ossos carpais e o tendões, levando à pressão e compressão do nervo mediano, o que causa dor, fraqueza ou dormência na mão, que gradualmente irradia para a porção superior do braço. A condição pertence ao grupo de neuropatias, podendo restringir as funções motoras e também de sensibilidade (1-2).
A compressão do nervo mediano no interior do túnel do carpo pode causar a atrofia da eminência tenar, já que seus músculos são inervados pelo ramo recorrente do nervo mediano. 
No início da atrofia, os músculos tênares parecem um pouco flácidos. As complicações na síndrome do túnel do carpo podem levar à diminuição ou à ausência de sensação em alguns dedos e fraqueza permanente do polegar, à medida que os seus músculos se atrofiam. A sensação adequada para temperaturas quente e fria também pode ser reduzidas em casos avançados de STC (7).
2. MÉTODOS
	O presente trabalho constitui uma revisão da literatura cientifica nas bases de dados scielo e para tanto realizou uma busca por 3 artigos publicados de 2003 a 2004, 2 revista de 2014 e também em livros 2 de 1993 a 2014. Foram usadas como palavra chave síndrome do túnel do carpo e a fisioterapia, a anatomia do punho e o tratamento da fisioterapia na síndrome do túnel do carpo.
3. BREVE HISTÓRIA
 A síndrome do túnel do carpo (STC) foi descrita pela primeira vez por Sir James Paget, em 1854, como sendo uma neuropatia do nervo mediano detectada ao nível do túnel do carpo, causando sensações de queimação, dor, formigamento, agulhada, hiperestesias, hipoestesias e em alguns casos até mesmo anestesia. Foi realizada em 1865 a primeira descrição de uma compressão crônica do nervo mediano por Paget (3).
Putnan foi o primeiro a descrever sintomas clínicos de parestesias nas mãos, de caráter noturno e intermitente, Marie e Poix em 1913 a correlacionaram claramente a compressão mecânica do nervo mediano no túnel do carpo, quando investigaram o papel do ligamento anular anterior na patogenia da atrofia da eminência tenar. Learmouth, cirurgião da Clínica Mayo, realizou a primeira descompressão do nervo mediano, em 1933. Phalen, 1948 anunciou o sinal de diagnóstico para a síndrome do túnel do carpo em uma reunião (3).
O tratamento cirúrgico foi realizado pela primeira vez em outubro de 1929 por James Learmonth, com a secção do ligamento transverso do carpo, técnica que foi mais tardiamente sendo popularizada.
Entretanto, foi nas décadas de 40 e 50 que neurologistas e cirurgiões aumentaram seu interesse pela patologia. Em 1960, com o desenvolvimento dos testes eletrodiagnósticos, da eletromiografia e do estudo das conduções sensitivas e motoras, é que se pôde assim, aumentar o índice de diagnóstico de síndrome do túnel do carpo (3).
4. ANATOMIA 
O punho é a junção do antebraço com a mão. O termo punho é usado para a extremidade distal do antebraço que corresponde aos ossos rádio e ulna. Na parte distal do antebraço, encontra-se uma dupla fileira transversal de ossos curtos, chamado de carpo. Logo abaixo, encontram-se cinco colunas ósseas verticais que forma o metacarpo. E por últimos os cinco dedos, cada um com três falanges, exceto o polegar que possui apenas duas falanges. 
O carpo está constituído por oito ossos que estão articulados entre si e mantidos por fortes ligamentos. Na fileira proximal estão os ossos escafóide, semilunar, piramidal e pisiforme, e fileira distal estão o trapézio, trapezóide, capitato e hamato. O túnel do carpo é formado pelo retináculo flexor cobrindo a concavidade anterior dos ossos do carpo. Seu assoalho é constituído medialmente pelo pisiforme e pelo gancho do hamato e lateralmente pelo tubérculo do escafóide e o túberculo do trapézio. A extremidade proximal do carpo é convexa, ântero-posterior e látero-medialmente e se articula com o rádio, enquanto os ossos da fileira distal se articulam com os ossos do metacarpo (4). 
Os metacarpos possuem base, diáfise e cabeça. As cabeças articulam-se com as falanges proximais. As diáfises são levemente côncavas anteriormente e as bases encaixam se com os ossos da fileira distal do carpo. A base do primeiro metacarpo possui uma face articular em sela que se encaixa com o trapézio. Essa articulação em sela e a posição particular do primeiro metacarpo proporcionam ao polegar os movimentos de pinça e a preensão. 
As falanges possuem base, corpo e cabeça, e são côncavas no sentido da palma da mão. A falange proximal apresenta uma faceta oval na sua base para articular-se com a cabeça do metacarpo. Possui também a superfície articular em forma de polia, para articular-se com a base da falange média, a qual apresenta uma crista mediana que se encaixa no sulco da polia da cabeça da falange proximal. As falanges distais apresentam uma tuberosidade no lugar da cabeça (4). 
Os músculos extrínsecos do punho e da mão são agrupados de acordo com a função e localização. O punho é movido por seis músculos, porém não cruzam a mão para mover os dedos. Os três flexores do punho originam-se no epicôndilo medial do úmero e são o flexor radial do carpo, o flexor do ulnar do carpo e o palmar longo. Os extensores do punho originam-se no epicôndilo lateral e são eles o extensor radial longo do carpo, o extensor radial curto do carpo e o extensor ulnar do carpo (4). 
As falanges são movimentadas por outros nove músculos, que também estão envolvidos nas ações articulares do punho, pois suas origens estão no antebraço e cruzam o punho. O flexor superficial dos dedos e o flexor profundo dos dedos também ajudam na flexão do punho juntamente com o flexor longo do polegar. O extensor do indicador e o extensor do dedo mínimo são extensores dos dedos, mas colaboram na extensão do punho, assim como o extensor longo e o curto do polegar que o estendem. O abdutorlongo do polegar abduz o polegar e auxilia na a abdução do punho (4). 
Os flexores do punho no total possuem sua origem na região ântero-medial do antebraço proximal e epicôndilo medial do úmero, e se inserem na região anterior do punho e da mão. 
Os extensores do punho possuem sua origem na região póstero-lateral do antebraço proximal e epicôndilo umeral lateral, e suas inserções localizam-se posterior ao punho e mão. 
Os abdutores do punho são o flexor radial do carpo, o extensor radial longo do carpo, o extensor radial curto do carpo, o abdutor longo do polegar, o extensor longo do polegar e o extensor curto do polegar. Esses músculos cruzam a articulação do punho ântero-lateralmente e póstero lateralmente, inserindo-se na face radial da mão. O flexor ulnar do carpo e o extensor ulnar do carpo aduzem-se e cruzam sua articulação ântero-medialmente e póstero-medialmente inserindo-se no lado ulnar da mão (4). 
Os músculos intrínsecos da mão encontra-se em quatro compartimentos, na região tenar estão os músculos tênares, abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e oponente do polegar. Os músculos tenares formam a eminência tenar na face lateral palmar e são os principais responsáveis pela oponência do polegar. Este movimento envolve rotação medial, abdução, flexão e adução do primeiro metacarpo (4). 
A ação dos músculos adutor do polegar e flexor longo do polegar reforça a pressão que o polegar exerce sobre a parte distal do dedo. O músculo abdutor curto do polegar forma a parte antero-lateral da eminência tenar, abduz o polegar na articulação carpometacarpal e auxilia o músculo oponente do polegar durante os estágios iniciais da oposição (4-5). 
O músculo flexor curto do polegar encontra-se medialmente ao músculo abdutor curto do polegar. E seu tendão contém um osso sesamóide e flete o polegar nas articulações carpometacarpal e metacarpofalangeana e auxilia na oposição do polegar (4-5). 
O músculo oponente do polegar tem formato quadrangular, encontra-se profundo ao músculo abdutor curto do polegar e lateralmente ao músculo flexor curto do polegar sendo o responsável pela oposição do polegar (4-5). 
No compartimento adutor situa-se profundamente o adutor do polegar, possuindo duas cabeças de origem, separadas pela artéria radial, tendo como função, mover o polegar em direção à palma da mão, fornecendo a força de preensão (4-5). 
Na região hipotenar encontram-se os músculos abdutores do dedo mínimo, flexor do dedo mínimo e o oponente do dedo mínimo, originando a eminência hipotenar no lado medial palmar e movimentam o dedo mínimo. O abdutor do dedo mínimo é o músculo mais superficial, realiza a abdução e auxilia na flexão de sua falange proximal. O músculo flexor curto do dedo mínimo localiza-se lateral ao músculo abdutor do dedo mínimo e flete a falange proximal do quinto dedo na articulação metacarpofalangeana, situando-se profundo aos músculos abdutor e flexor do quinto dedo. Tendo como função contrair o quinto metacarpo anteriormente, girá-lo lateralmente, aprofundando a concavidade da palma e trazendo o quinto dedo em oposição com o polegar (4-5). 
Os lumbricais são os músculos curtos da mão encontrando-se no compartimento central e os interósseos situam-se entre os metacarpais. Os quatro músculos lumbricais finos possuem a função de fletir os dedos nas articulações metacarpofalangeanas e estender as articulações interfalangeanas(4). 
Os quatro músculos interósseos dorsais localizam-se entre os metacarpais, possuem a função de abduzir os dedos e os três músculos interósseos palmares são responsáveis por aduzi-los (4). 
Na articulação rádio-ulnar distal a cabeça da ulna articula-se com a incisura ulnar do rádio medialmente, e com o disco articular triangular, inferiormente. Esta articulação é sinovial, provida de cápsula articular (4). 
A articulação rádio-carpal (do punho) é envolvida pela cápsula articular e é reforçada lateral e medialmente pelos ligamentos colateral radial e ulnar do carpo e anterior e posteriormente pelos ligamentos radio-cárpicos, palmar e dorsal, que se estendem oblíqua e medialmente do rádio para a fileira proximal dos ossos do carpo (4).
As articulações carpais são formadas pela articulação mediocarpais onde os ossos da fileira proximal articula-se com a fileira distal, permitindo maior flexibilidade ao carpo e suplemento aos movimentos da articulação radiocarpal. As articulações intercarpais permitem pequenos deslizamentos entre os ossos da fileira proximal e distal, observando-se a presença de ligamentos interósseos. Os ligamentos intercarpais interligam os ossos carpais vizinhos, tanto na face palmar como na face dorsal (4). 
As articulações carpometacarpais do segundo e quinto metacarpos são reforçadas pelos ligamentos carpometacarpais dorsais e palmares, metacarpos palmares e dorsais, ligamentos metacarpais interósseos que forçam os ossos do metacarpo a se moverem juntamente com os ossos do carpo. Já a articulação carpometacarpal do polegar é uma articulação distinta possuindo cápsula articular própria (4). 
As articulações metacarpofalângeanas são sinoviais e permitem a flexão e extensão dos dedos. Entre as cabeças dos segundo a quinto metacarpos, há ligamentos metacarpais transversos profundos que fixam os metacarpos durante flexão dos dedos, sendo auxiliada por ligamentos colaterais. As articulações interfalângeanas são reforçadas pelos ligamentos colaterais, mas são mais vulneráveis do que as articulações metacarpofalângeanas. 
A fáscia que recobre os músculos da face anterior do antebraço é contínua distalmente na mão. Ao nível do carpo ela se espessa formando uma lâmina retangular denominada retináculo flexor, transformando o arco do carpo num túnel, chamado de canal do carpo, por onde passam os tendões dos músculos flexores dos dedos (superficial e profundo), o flexor radial do carpo e o nervo mediano (4). 
A aponeurose palmar recobre os tecidos moles e reveste os tendões flexores, permitindo seu livre deslizamento sem deslocamentos de posições. 
No dorso da mão a fáscia se espessa no nível do punho constituindo o retináculo extensor e se prende nos ossos subjacentes e delimitando compartimentos para os tendões dos extensores (4). 
As bainhas sinoviais facilitam o deslizamento. Existem bainhas sinoviais anteriormente ao punho sendo que a bainha sinovial flexora envolve todos os tendões dos flexores, superficiais e profundos; e uma bainha sinovial para o tendão do músculo flexor longo do polegar. E no dorso da mão ao nível do punho, os tendões dos extensores estão envolvidos por bainhas sinoviais extensoras que são uma bainha comum para o abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar; bainha comum para os extensores radiais, longo e curto, do carpo; bainha para o extensor longo do polegar; bainha comum para o extensor dos dedos e extensor do indicador; bainha para o extensor do quinto dedo e bainha para o extensor ulnar do carpo (4). 
O nervo ulnar passa lateralmente ao pisiforme, medial e posterior à artéria ulnar e sob o gancho do hamato. Proximalmente ao pulso, um ramo palmar que supre a pele no lado medial palmar. O ramo dorsal supre a metade medial do dorso da mão, quinto dedo e metade medial do quarto dedo. Na margem distal do retináculo dos músculos flexores, o nervo ulnar divide-se em ramo superior e ramo profundo do nervo ulnar (4). 
O nervo radial não supre os músculos das mãos, seus ramos terminais, superficial e profundo originam-se na fossa cubital. O ramo superficial do nervo radial é totalmente sensitivo. Segue sob o músculo braquiorradial, perfura a fáscia profunda próxima ao dorso do pulso para suprir a borda dorsal radial da mão (4). 
O nervo mediano é formado pela união das raízes medial e lateral, oriundas dos respectivos fascículos e possui fibras das raízes C5, C6, C7, C8 e T1. No braço ele situa-se lateralmente à artéria braquial e posteriormente à borda medial do músculo bíceps braquial. Neste segmento corpóreo, ele não lança ramos, mas à medida que corre distalmente, cruza anteriormente a artériabraquial para situar-se medialmente a ela na fossa do cotovelo (4).
O nervo mediano é um nervo periférico, do tipo polifascicular, possuindo um tecido forte e elástico, revestido por endoneuro, perineuro e epineuro. Ele se origina a partir do plexo braquial, atravessando todo o membro superior, até chegar ao nível do punho, atravessando profundamente pelo ligamento carpal transverso e depois percorre no interior do túnel do carpo, se bifurcando em vários ramos distribuídos na mão e dedos (4).
 No nível da mão, o nervo mediano é o responsável pela inervação motora dos músculos lumbricais e músculos tenares, com exceção da cabeça profunda do flexor curto do polegar e adutor do polegar, ambos inervados pelo nervo ulnar. A sua distribuição sensitiva inclui porções dos dedos polegar, indicador, médio, face lateral do dedo anelar e porção radial da palma da mão(4).
O nervo mediano transmite à sensação da porção lateral da palma e superfície tenar, a parte palmar do polegar, indicador, médio e metade lateral do dedo anelar, se estendendo sobre o dorso das falanges terminais; a inervação é pura no ápice dos dedos indicador e médio. O endoneuro é a camada mais interna de tecido conjuntivo o que a torna susceptível a alterações de condução e do fluxo axoplasmático devido às alterações pressóricas (edema). Assim, ele é responsável pela manutenção do espaço endoneural e pressão fluída. O perineuro é uma fina bainha intermediária densa, bastante vascularizada, rígida, forte de tecido conjuntivo circundado e revestindo separadamente cada feixe de fibras nervosas, formada de camadas cilíndricas e concêntricas de fibras elásticas ou colagenosas. É uma barreira para a passagem de macromoléculas, protegem os conteúdos dos tubos endoneurais, agi como uma barreira mecânica a 4 forças externas e de difusão, mantendo certas substâncias fora do meio intrafascicular. É o revestimento de tecido conjuntivo denso mais externo, contém vasos sanguíneos e algumas fibras nervosas que inervam os vasos. O epineuro circunda, protege e forra os fascículos, o qual é frouxo e permite certa mobilidade ao nervo. Seus componentes principais são fibrilas de colágeno arranjado em um eixo longitudinal do tronco nervoso e há presença de fibras elásticas. Tem a função de proteção mecânica contra compressões e de permitir e facilitar o deslocamento passivo entre os fascículos no interior do nervo, necessário ao movimento (4).
5. FISIOPATOLOGIA
A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma neuropatia compressiva que acomete o nervo mediano no punho, sendo a mais comum, bem definida e cuidadosamente estudada das neuropatias do membro superior. A Síndrome do Túnel do Carpo é uma patologia muito frequente que ocorre pela diminuição do tamanho do túnel do carpo, é caracterizada por perda sensitiva e pela fraqueza motora em decorrência da compressão sofrida pelo nervo mediano no canal do carpo. Por definição é uma neuropatia causada pela compressão do nervo mediano ao nível do canal do carpo (6). 
O túnel do carpo é um espaço confinado entre os ossos do carpo no sentido dorsal e o ligamento transverso do carpo (retináculo flexor) no sentido volar. Nessa região, o nervo mediano é suscetível à pressão no seu trajeto pelo túnel com os tendões flexores extrínsecos dos dedos que estão indo para a mão. Qualquer coisa que diminua o espaço no túnel do carpo ou faça com que os conteúdos do túnel se alarguem pode comprimir ou restringir a mobilidade do nervo mediano, causando lesão por compressão e sintomas neurológicos distalmente ao punho (6). 
Na fase aguda o quadro álgico é variado com dor noturna durante o repouso, mas ainda não apresenta perda da força e dos movimentos. Na fase crônica, a situação é outra, o quadro álgico é mais intenso e tem várias intercorrências como: perda da força, déficit de movimentos, cansaço constante em todo o membro do ombro até os dedos (6).
6. CAUSA
Ainda é considerada idiopática, porém já se sabe que algumas alterações intrínsecas e extrínsecas podem contribuir para ocasionar a STC como a Inflamação ou edema nos tendões flexores de punho e dedos, retenção líquida, fraturas e luxações de punho, artrite reumatóide ou osteoartrite, diabetes, tumor/cisto na região do punho, gravidez, diabetes, alcoolismo, menopausa, distúrbios da tireoide, obesidade, vibração, forças externas, carga no tendão e mudanças na posição da articulação e movimentos repetitivos(6).
7. SINAIS E SINTOMAS
Os sintomas ira depender da severidade da doença, na fase inicial os pacientes normalmente se queixam de sintomas ocasionados pelo envolvimento dos componentes sensoriais do nervo mediano e somente mais tarde aparecem sintomas envolvendo as fibras motoras. A queixa mais comum é dor associada a formigamento e parestesias referidas no território do nervo mediano distal ao punho. A porção da mão envolvida é o polegar, segundo, terceiro e face radial do quarto dedo, podendo apresentar falta de coordenação na mão e no punho, e hipersensibilidade ao frio (3). 
Frequentemente os pacientes acordam a noite com dor intensa, tendo que sacudir as mãos ou pendurá-las para fora da cama para aliviar os sintomas. Algumas atividades podem agravar a sintomatologia como dirigir e escrever por muito tempo. Tardiamente poderá desenvolver diminuição do arco de movimento (ADM) e hipotrofia, evoluindo para atrofia na região tenar da mão deixando os objetos caírem com muita frequência, pois os músculos abdutor curto e oponente do polegar tornam-se fracos. A fraqueza muscular e a diminuição de ADM também podem estar associadas ao edema. Apresentam dor a digitopercussão do punho com irradiação para os dedos polegar, indicador e médio, cotovelo, ombro e região cervical, quadro álgico em atividade e em repouso (3).
 
8. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo deve ser considerado naqueles pacientes com hipoestesia ou parestesia na distribuição do nervo mediano e dor ou paralisia dos músculos abdutor curto ou oponente do polegar (3).
O diagnóstico preciso é difícil e consiste em exame físico, em que são avaliados os sinais e sintomas, costumam-se observar a presença de dor noturna e os testes de Tinel e Phalen. A eletroneuromiografia (ENMG) consiste na demonstração de bloqueio da condução sensitiva e motora do nervo mediano, ao nível do túnel do carpo. A ultrassonografia e a ressonância magnética (RM) permitem a visualização direta da compressão do nervo mediano e outras estruturas de partes moles do túnel do carpo (3). 
9. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
A fisioterapia atua no tratamento conservador e no pós-cirúrgico. Inicialmente o tratamento deve ser conservador, devendo ser prescrita fisioterapia para todos os pacientes com STC como primeira alternativa terapêutica para reduzir consideravelmente a sintomatologia (7).
As compressões nervosas leves e moderadas são tratadas através do controle de quaisquer doenças sistêmicas subjacentes. Entretanto, nas fases iniciais, o tratamento conservador é baseado em abordagem medicamentosa, com cortisona ou antinflamatórios não esteroidais associada ao uso de órteses de repouso, visando à redução de movimentos extremos da articulação do punho, podendo resultar na diminuição da pressão no interior do túnel carpal e exercícios terapêuticos. Durante a fisioterapia são realizadas cinesioterapia e eletroterapia, laserterapia, US, crioterapia entre outros (7).
O uso do TENS (estimulação elétrica transcutânea) é indicado para controle da dor, associado à crioterapia, favorecendo a redução da inflamação.
Os procedimentos fisioterapêuticos proporcionam alívio sintomático da dor, redução do uso de fármacos, diminuição da inflamação, relaxamento muscular, prevenção de deformidades, reabilitação da função motora e redução do sofrimento tecidualPorém todas essas medidas devem estar associadas a mudanças nas atividades de vida diária, bem como daquelas realizadas no ambiente de trabalho (7).
 Mas em alguns casos, quando o paciente não responde ao tratamento conservador, a cirurgia é recomenda.
A cirurgiaé indicada quando houver hipotrofia da região tenar, sintomatologia de longa duração ou de caráter progressivo está indicado o tratamento cirúrgico. Os sintomas do STC desaparecerão quando o nervo mediano for completamente descomprimido no túnel do carpo. Embora o nível de compressão seja usualmente no terço proximal do túnel, é imperativa a abertura de todo o ligamento transverso do carpo. Esta abertura pode ser realizada por diferentes abordagens cirúrgicas, dentre as quais podemos citar a aberta e a endoscóspica (7). 
Quanto mais precoce o tratamento, menor o risco de complicações e mais rápido a recuperação. O procedimento fisioterapêutico, visa aliviar o quadro na reação anestésico, elevando o membro sobre um travesseiro, facilitar o retorno venoso e linfático, uso de compressa com bolsa fria, durante l5 minutos, devendo-se envolver a área afetada com plástico impermeável, evitando que molhe o curativo, evitar a síndrome do imobilismo com exercícios ativos assistido, nas articulações adjacentes, flexão e extensão do cotovelo e flexão e abdução do ombro, mobilização nos dedos da mão, extensão e abdução mais adução flexão(7). 
Também deve ser observado o processo de cicatrização, prevenindo as aderências e diminuir o edema, exercícios de deslizamento de tendão são feitos para melhorar ADM (7).
10. CONCLUSÃO
Conclui-se que a fisioterapia é fundamental para o tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo, estudos comprovam que ela promove redução dos seus sintomas, aumento da ADM, melhora da força muscular, alivio da dor e consequentemente melhora a qualidade de vida do paciente. Os recursos fisioterapêuticos como US, eletroterapia, TENS, crioterapia, laserterapia e cinesioterapia tem grande importância para o tratamento. Neste trabalho ficou evidente que não existe protocolo especifico de tratamento para STC para tratar a fase conservadora e também no pós-cirúrgico. Também foi observado que há uma quantidade mínima de artigos no campo de fisioterapia, não existindo assim um consenso sobre tratamento fisioterapêutico relacionado à terapia manual.
Referências
1. Rodrigues, Sâmara Farias, and Dayana Priscila Maia Mejia. "Abordagem Fisioterapêutica na Síndrome do Túnel do Carpo." Faculdade Ávila (2004), acesso em 13 out 2017.
2. Viana,Naira Susany; Almeida, R. M. Abordagem fisioterápica na síndrome do túnel do carpo. Departamento de Enfermagem e Fisioterapia. UCG-Universidade Católica de Goiás, 2003. Acesso em 13 out 2017
3. M. A. Oliveira, J. F. M. Araújo, R. J. Balbo. Síndrome do Túnel do Carpo, Estudo Retrospectivo de 106 casos e Complicações. Departamento de Neuro-Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP) e Departamento de Cirurgia do Hospital Vera Cruz (HVC) e Hospital Municipal Dr. Mario Gatti (HMMG), Campinas (1993). Acesso 11 out 2017
4. Magalhães, E. F., & Mejia, D. P. M. A mobilização neural no tratamento da síndrome do túnel do carpo. Faculdade Ávila. 2004.Acesso em 13 out 2017
5. Kendal, Florence Peterson. Músculos, Provas e Funções, Editora Manole 1987, pág. 73-80.
6.Chammas, Michel, et al. "Síndrome do túnel do carpo–Parte I (anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico)." Revista Brasileira de Ortopedia 49.5 (2014): 429-436.
7. Voight, Barbara J. Hoogenboom,Willian E. Prentice. Técnicas de exercícios terapêuticos: estratégias de intervenção musculoesqueléticas, Editora Manole, 2014, pág. 555-557.
CHAMMAS, Michel et al. Síndrome do túnel do carpo–Parte II (tratamento). Revista Brasileira de Ortopedia, v. 49, n. 5, p. 437-445, 2014. Acesso em 13 out 2017
	
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