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Índice 
Introdução
O Papel do Professor
Dificuldades de aprendizagem
Conceito de aprendizagem
O problema da dificuldade de aprendizagem no Brasil
Dificuldades na leitura no Ensino Fundamental I
Dificuldades na escrita
Conclusão
Referencias Bibliográficas
Introdução
	Esse trabalho tem como objeto de estudo, as dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental I, da Escola Municipal João Teodoro de Oliveira Bonópolis-Goiás, objetivando analisar essas dificuldades, detectar as causas e fatores que contribuem para a mesma, e saber a quantidade de alunos que sentem essas dificuldades. O estudo foi realizado com base em uma pesquisa bibliográfica que será apresentada na fundamentação teórica, enfocando as ideias de diversos autores da área, visando à compreensão de questões fundamentais sobre a aprendizagem e discutindo as possíveis causas do fracasso escolar e as variáveis que interferem negativamente no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem. E também uma pesquisa de campo de caráter qualitativo e quantitativo, tendo como instrumento de coleta de dados um questionário que foi lançado aos professores do ensino fundamental I da referida escola, buscando informações acerca do tema em questão. Diversos temas foram abordados no decorrer da pesquisa como: o conceito de aprendizagem, o problema da dificuldade de aprendizagem no Brasil, dificuldades na leitura, dificuldades na escrita. Com base nas respostas obtidas na entrevista, pode-se notar que na Escola João Teodoro de Oliveira, há um grande número de alunos que tem dificuldades de aprendizagem, principalmente na leitura, na escrita e na interpretação de textos, também foram apontados problemas como a falta de interesse dos alunos em aprender os conteúdos, a ausência do acompanhamento familiar. Problemas como esses, afetam diretamente o trabalho pedagógico escolar, dificultando assim o processo de ensino aprendizagem dos alunos da referida escola.
O papel do professor
	Entre os inúmeros papéis que um professor exerce em sala de aula, destacam-se as funções de observador, analista e ponto de apoio. E é muito importante que essas características sejam bem definidas e identificadas pelos alunos.
	O papel de observador se cumpre quando o docente caminha pela sala, verificando de perto como cada grupo de alunos participa das atividades, quais são suas dificuldades, quais são as suas descobertas. A função de analista ocorre no diagnóstico de deficiências e na valorização da evolução de cada aluno. E, quando o aluno precisa de uma orientação ou acompanhamento especial, o professor se transforma em um ponto de apoio para auxiliá-lo no que for preciso.
	Ao longo de sua trajetória, o docente desenvolve um variado repertório de conhecimentos, constrói diferentes saberes a partir da experiência acadêmica, da prática pedagógica, do trabalho colaborativo e da aprendizagem entre os pares. No entanto, a prática por si só, embora muito relevante, não supera o domínio dos conteúdos específicos e não oferece, de forma sistematizada e articulada, a base de conhecimento que o professor necessita para ensinar.
	Dessa forma, o desenvolvimento profissional voltado para o ensino se dá em contextos e momentos diversificados. É um processo contínuo de auto formação e fortalecimento da equipe pedagógica, que visa complementar e aprofundar a formação do professor. Esse grupo amplia o trabalho pedagógico nas diversas áreas do conhecimento, com enfoque na melhoria da proposta pedagógica e no planejamento de ações didáticas para as aulas, como intervenções, projetos e uso de recursos que potencializam o aprendizado.
	Para um desenvolvimento mais amplo do profissional, podemos considerar três dimensões: individual, coletiva e organizacional. O trabalho docente requer um conjunto de saberes que não são aprendidos espontaneamente. Deve haver uma intencionalidade, um propósito, para que esse repertório articulado faça sentido para os estudantes e possibilite a inter-relação entre os conteúdos dos diferentes componentes curriculares e, finalmente, para que ele se constitua um Profissional do Ensino.
Dificuldades de aprendizagem
	Atualmente, as principais dificuldades de aprendizagem dos alunos estão associadas a algum comprometimento no funcionamento de certas áreas do cérebro. Contudo, conflitos pessoais e familiares também podem causar sintomas referentes a problemas de atenção, ansiedade ou agitação.
Os tipos de dificuldades de aprendizagem mais conhecidos são:
	Dislexia – ocorre em crianças com visão e inteligência normais. Os sintomas incluem fala tardia, aprendizagem lenta de novas palavras e atraso na aprendizagem da leitura. A maioria das crianças com dislexia pode ter sucesso na escola, desde que contem com tutores e programas de educação especializados.
	Disgrafia – transtorno da escrita, de origens funcionais, que surge em crianças com adequado desenvolvimento emocional e afetivo, e que não apresentam problemas de lesão cerebral, alterações sensoriais ou ensino deficiente do grafismo da escrita.
	Discalculia – é definida como uma desordem neurológica específica que afeta a habilidade de uma pessoa de compreender e manipular números. Para ser classificada como discalculia, não pode ser causada por problemas na visão e/ou audição.
	Dislalia – é um distúrbio da fala, caracterizado pela dificuldade em articular as palavras. Basicamente consiste na má pronúncia das palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um fonema por outro ou ainda os distorcendo ordenadamente.
	Disortografia – é a dificuldade do aprendizado e do desenvolvimento da habilidade da linguagem escrita expressiva.
	Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) – é uma síndrome (conjunto de sintomas) caracterizada por distração, agitação/hiperatividade, impulsividade, esquecimento, desorganização, adiamento crônico, entre outras.
Conceito de aprendizagem
	A aprendizagem pode ser definida como uma modificação do comportamento do indivíduo em função da experiência. E podem ser caracterizadas pelo estilo sistemático e intencional e pela organização das atividades que a desencadeiam, atividades que se implantam em um quadro de finalidades e exigências determinadas pela instituição escolar, Alves (2007).
	O processo de aprendizagem traduz a maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competências e mudam o comportamento. Trata-se de um processo complexo que, dificilmente, pode ser explicado apenas através de recortes do todo (Alves 2007, p. 18).
	Na visão de Barros, Pereira e Goes (2008), a aprendizagem é um mecanismo de aquisição de conhecimentos que são incorporados aos esquemas e estruturas intelectuais que o indivíduo dispõe em um determinado momento. Trata se de um processo contínuo que começa pela convivência familiar, pelas culturas, tradições e vai aperfeiçoando-se no ambiente escolar e na vida social de um indivíduo, sendo assim um processo que valoriza as competências, habilidades, conhecimentos, comportamento e tem como objetivo a elevação da experiência, formação, raciocínio e observação. Essa ação pode ser analisada a partir de diferentes pontos de vista, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem.
	Para Piaget (1998) a aprendizagem provém de “equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menos equilíbrio para um estado de equilíbrio superior”. Diante dessa afirmação nota-se que a aprendizagem parte do equilíbrio e a sequência da evolução da mente, sendo assim um processo que não acontece isoladamente, tanto pode partir das experiências que o indivíduo acumula no decorrer da sua vida, como também por meio da interação social.
	Aprender é um processo que se inicia a partir do confronto entre a realidade objetiva e os diferentes significados que cada pessoa constrói acerca dessa realidade, considerando as experiências individuais e as regras sociais existentes (Antunes 2008, p. 32).
	Ainda de acordo com Piaget (1974) “a aprendizagem ocorrepela ação da experiência do sujeito e do processo de equilibração”. Essa afirmação demonstra que a aprendizagem não parte do zero, mas sim, de experiências anteriores, o indivíduo vai desenvolvendo sua capacidade de assimilação através da organização do esquema cognitivo.
	A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo geral cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos, a atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e consequentemente o comportamento da criança na escola. Vygotsky (1984, p.87).
	Na perspectiva de Vygotsky (1991) “a aprendizagem é o resultado da interação dinâmica entre a criança com o meio social”, sendo que o pensamento e a linguagem recebem influencias do meio em que convivem. O funcionamento cognitivo da mente está relacionado à reflexão, planejamento e à organização das estruturas lógicas e vai adequando-se a mediação simbólica e social.
	Segundo Vygotsky (1991) “a aprendizagem acontece por meio de uma zona de desenvolvimento proximal que pode ser definida da seguinte forma:
	“A zona de desenvolvimento proximal é a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. O nível real exprime o desempenho da criança ao realizar suas tarefas sem ajuda de ninguém, e o nível potencial representa aquelas tarefas que a criança só consegue realizar com ajuda de alguém” (VYGOTSKY, 1991, p. 97).
	A aprendizagem para Fonseca (2005) é interligada por quatro componentes cognitivos fundamentais que são: o input (responsável pelas informações recebidas pelos sentidos visual e auditivo), a cognição (responsável pelos processos de memorização, consistência e processamento simultâneo e sequencial de informações), o output (responsável pelos processos motores como desenhar, ler, escrever, ou resolver problemas) e a retroalimentação ( responsável pela repetição, organização, controle e realização das atividades).
	Para Souza (1996) Os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso da aprendizagem dividem-se em três variáveis integrados entre si, e são designados como: ambientais psicológicos e metodológicos, a junção desses fatores resulta-se no desempenho escolar de uma criança.
	O contexto ambiental é o meio em que a criança vive e está diretamente relacionado ao nível socioeconômico dos pais, a quantidade de filhos, a convivência familiar, ocupação e escolaridade dos pais. Souza (1996) afirma que o fator ambiente contribui de forma decisiva para um bom desenvolvimento do aluno, por ser o espaço em que aluno passa a maior parte do tempo.
	Assis (1990) menciona que os problemas de aprendizagem podem ser resultado de ambientes familiares que não estimulam a criança a estudar e acredita que um ambiente familiar com pouca influência sociolinguística pode interferir no desenvolvimento das aptidões e habilidades desempenhadas pela criança. Muitos fatores podem intervir na vida escolar de uma criança: um ambiente doméstico tranquilo e saudável o proporcionará uma melhor estabilidade emocional.
	O contexto psicológico para Stevanato (1996) é de fundamental importância no desenvolvimento da aprendizagem e está relacionado com a estrutura familiar, ordem de nascimento dos filhos e o nível de expectativa, a forma como a criança é tratada pela sua família e também no ambiente social em que convive, tanto podem trazer reflexos positivos, quanto negativos para o seu processo de aprendizagem. Comportamentos como: agressões, baixa-estima, desatenção, hiperatividade e isolamento muitas vezes são resultantes da convivência familiar Souza (1996).
	O contexto metodológico engloba o que é ensinado nas escolas e sua relação com valores como pertinência e significados, o fator decisivo nesse contexto é a unificação dos objetivos, conteúdos e os métodos, onde o professor precisa despertar no aluno o interesse em aprender e superar as dificuldades encontradas.
	Na visão de Carraher e Schliemann (1989), em muitos casos as dificuldade em aprendizagem, não trata-se de um problema onde aluno não consiga aprender, ou seja capaz de raciocinar, mas trata-se de problemas metodológicos, nesse casos é necessário uma metodologia de ensino diferenciada, apropriada ás reais necessidades do educando, tendo em vista o aprimoramento de suas habilidades e o desenvolvimento de suas potencialidades.
	Ainda conforme Carraher e Schliemann (1989), uma criança quando não entende o método de ensino trabalhado pelo professor, sente-se frustrada, com problemas de baixa estima, ficando desinteressado, desatento ás aulas e em certos casos até agressivos. É importante que o professor tenha consciência que o aluno apresenta dificuldades de aprendizagem não por vontade própria. Trabalhar as dificuldades, tentar recuperar a autoestima do aluno, analisar os métodos de ensino são de fundamental importância para os educadores que enfrentam problemas relacionados à metodologia.
	A metodologia está também intimamente ligada à noção de aprendizagem. A estimulação e a atividade em si não garantem que a aprendizagem se opere. Para aprender é necessário estar-se motivado e interessado. A ocorrência da aprendizagem depende não só do estímulo apropriado, como também de alguma condição interior própria do organismo. (Fonseca, 1995, p. 131).
	Barca Lozano e Porto Rioboo (1998) apresenta um conceito de aprendizagem que associa três aspectos. O primeiro avalia a aprendizagem como um processo ativo, sendo que, os alunos precisam realizar uma certa quantidade de atividades facilitando a assimilação dos conteúdos. O segundo define a aprendizagem como um processo construtivo, sendo que as atividades que os alunos desempenham têm como objetivo a construção do conhecimento. O terceiro menciona a aprendizagem como um processo onde o aluno deverá aprimorar e organizar as estruturas cognitivas.
O problema da dificuldade de aprendizagem no Brasil
	Os problemas relacionados à dificuldades de aprendizagem escolar dos alunos, é uma situação preocupante para os professores que atuam no ensino Fundamental I. Para Antunes (1997) essas dificuldades podem ser percebidas nas crianças que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada, desenvoltura básica de leitura, compreensão da leitura, cálculo matemático.
	“Dificuldade de Aprendizagem (D.A.) é um problema que está relacionado a uma série de fatores e podem se manifestar de diversas formas como: transtornos, dificuldades significativas na compreensão e uso da escuta, na forma de falar, ler, escrever, raciocinar e desenvolver habilidades matemáticas. Esses transtornos são inerentes ao indivíduo, podendo ser resultantes da disfunção do sistema nervoso central, e podem acontecer ao longo do período vital. Podem estar também associados a essas dificuldades de aprendizagem, problemas relacionados as condutas do indivíduo, percepção social e interação social, mas não estabelecem, por si próprias, um problema de aprendizagem. (GARCÍA, 1998, p. 31-32)”.
	Já na concepção de Fernández (1990), as dificuldades de aprendizagem são “fraturas” no processo de aprendizagem, onde essencialmente estão em jogo quatro fatores: o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo. Os problemas de aprendizagem são consequências da anulação das capacidades de aprender e bloqueio das possibilidades de assimilação do aluno. E podem estar ligados à fatores individuais e relativos à estrutura familiar que indivíduo faz parte.
	Enquanto que, Campos (1997) acredita que o problema da dificuldade de aprendizagem nas escolas é proveniente de fatores reversíveis e não há causas orgânicas. Embora muitos alunos que sentem dificuldades em aprender, mostram-se felizes e acomodados, outros apresentam problemas emocionais, muitos desistem de aprender e demonstram não gostarem da escola, questionam sobre sua própria inteligência, ficando socialmente isolado da realidade escolar, isso muitas vezes faz com que aluno deixe deacreditar que a escola o proporcionará um futuro melhor, levando-o a evasão escolar.
	As crianças com dificuldades de aprendizagem, geralmente não conseguem um bom desempenho na vida escolar. A sua capacidade intelectual parece congelar fazendo com que o seu desempenho na escola seja inconsistente. Os alunos com dificuldades de aprendizagem podem manifestar comportamentos problemáticos, apresentarem problemas como: falta de atenção, distração, perca do interesse por novas atividades, deixar atividades ou trabalhos inacabados, dificuldade para seguir instruções do professor, faltar às aulas.
	Gusmão (2001) aponta as dificuldades de aprendizagem como uma falha no processo da aprendizagem que ocasionou o não aproveitamento escolar. Refletindo não apenas em termos de falhas na aprendizagem, como também no ato de ensinar, essas dificuldades não se traduzem apenas em um problema próprio do sujeito aprendiz no que diz respeito a competências e potencialidades, mas sim em série de fatores que envolvem direta ou indiretamente o processo de ensino.
	Quando o aluno não consegue aprender começa a ficar desmotivado, perde o interesse pela escola, muitas vezes apresentam problemas comportamentais e também transtornos emocionais. Para Furtado (2007):
	Quando a aprendizagem não se desenvolve conforme o esperado para a criança, para os pais e para a escola ocorre a "dificuldade de aprendizagem". E antes que a "bola de neve" se desenvolva é necessário a identificação do problema, esforço, compreensão, colaboração e flexibilização de todas as partes envolvidas no processo: criança, pais, professores e orientadores. O que vemos são crianças desmotivadas, pais frustrados pressionando a criança e a escola. Furtado (2007, p. 03)
	Para Jacob e Loureiro (1996), a dificuldade escolar representa para o aluno um retrocesso nos processos intrapsíquicos relativos à formação da identidade, gerando dificuldades afetivas, também.
	De acordo com Major (1987) o termo dificuldades de aprendizagem não é um problema resultante da falta de inteligência da criança, mas sim, pode se resultar do meio social em que a mesma ocupa. Isso pode partir da natureza emocional ou motora da criança, a mesma poderá apresentar algumas dificuldades nas atividades escolares habituais, sendo que a criança não é um aprendiz vagaroso que não tem habilidade para aprender em ritmo normal, mas sim, uma criança emocionalmente perturbada e emocionalmente mal ajustada.
	De acordo com Weiss (1997): o problema da dificuldade do aluno em aprender pode estar ligado a fatores tanto internos quanto externos:
	Essa insuficiência na aprendizagem escolar pode estar ligada à ausência de estrutura cognoscitiva, que permite a organização dos estímulos e favorece a aquisição dos conhecimentos. Todavia, a dificuldade em aprender pode estar relacionada a determinantes sociais, da escola e do Olhar de professor, próprio aluno, ou seja, ligada a fatores internos (cognitivos e emocionais) e a fatores externos (culturais, sociais e políticos) (Weiss. 1997, p. 16)
	Em muitos casos as dificuldades no aprendizado têm causas ligadas a fatores diversos, a forma como as crianças são afetadas por esses fatores é determinada pelo ambiente em que vivem. Para Souza (1996) a convivência no lar e na escola pode fazer a diferença entre uma deficiência propriamente dita, e um problema que torna o aluno incapaz de assimilar o conteúdo escolar. O ambiente familiar e escolar no qual o indivíduo convive pode afetar o seu desempenho intelectual ou desfavorecer o seu potencial de aprendizagem.
	Patto (1998) acredita que as dificuldades de aprendizagem estão relacionadas à carência cultural, de certa forma, uma criança pobre tem menor desenvoltura no processo de aprendizagem. Segundo Valla (1994), o enraizamento cultural é um fator determinante no processo de aprendizagem, problemas como a desnutrição e a pobreza, são fatores que contribuem para o fracasso escolar.
	Para Dell Prette e Dell Prette (1998) “as dificuldades de aprendizagem é um problema psicossocial”, as crianças que a família incentivam a estudar e recebem acompanhamento dos pais ou responsáveis na vida escolar, são mais positivas, tanto na capacidade em aprender, quanto no relacionamento com os demais colegas. Enquanto que as crianças que não são estimuladas pelas suas famílias a estudarem, já de início começam a enfrentarem obstáculos, mesmo não tendo deficiências cognitivas ou físicas, elas tendem a desenvolver as habilidades básicas de forma mais lenta e geralmente não apresentam um bom relacionamento com os outros colegas.
	Fracasso escolar afeta o aprender do sujeito em suas manifestações sem chegar a aprisionar a inteligência: muitas vezes surge do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona de forma segregadora. “Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar para a situação promotora do bloqueio” (FERNANDEZ, 2001, p.33).
	Smith e Lisa Atrick (2001) afirmam que as dificuldades de aprendizagem podem resultar-se de problemas como violência doméstica, fatores emocionais, escolas superlotadas, mal estruturadas, turmas multisseriadas, falta de material didáticos, professores mal preparados e desmotivados, são variáveis que podem afetar diretamente o desenvolvimento do ensino e aprendizagem no Ensino Fundamental e podem diminuir de maneira significativa as chances de uma criança superar as dificuldades de aprendizagem.
	O estresse emocional também compromete a capacidade das crianças para aprender. A ansiedade em relação a dinheiro ou mudança de residência, a discórdia familiar ou doença pode não apenas ser prejudicial em si mesma, mas com o tempo pode corroer a disposição de uma criança para confiar, assumir riscos e ser receptiva a novas situações que são importantes para o sucesso na escola. E trágico percebermos que números crescentes de crianças não estão realmente disponíveis para a aprendizagem, porque suas vidas são dominadas pelo medo: perigos em seus lares ou na vizinhança fazem com que precisem dedicar a maior parte de sua energia mental à questão urgente da proteção pessoal. Se a própria escola não for segura, as perspectivas acadêmicas de todo um grupo estudantil poderão ser prejudicadas. (Smith e Lisa Atrick 2001, p. 19)
	Segundo Johnson e Myklebust (1987) para que a aprendizagem de uma criança aconteça sem haver dificuldades é necessário que o sistema nervoso periférico Central esteja intacto, dessa forma a aprendizagem se consolida quando a criança recebe informações através de seus receptores e estando apta a aprender.
	Cool, Marchesi e Palácios (2004) afirmam que “nem sempre o que o cérebro funciona mal é por culpa de uma falha cerebral: pode ser resultado de um ambiente nocivo”. O ser humano quando nasce já está potencialmente preparado aprender, mas ele, certamente precisará de estímulos externos e internos para desenvolver a sua capacidade de aprendizagem, como motivação e a necessidade de inserção social.
	Leite (1998) relaciona o fracasso escolar a fatores extraescolares como a realidade socioeconômica a que está inserida a maioria da população brasileira, resultantes das relações de trabalho e pobreza. E também a fatores interescolares como a distância cultural entre a escola pública e sua população formação inadequada de professores e problemas de natureza metodológica.
	Para que seja identificada uma dificuldade de aprendizagem é preciso uma avaliação, e a partir dos resultados obtidos, deve ser planejada a aplicação de um programa de intervenção pedagógica, problemas de aprendizagem precisam ser identificados e trabalhados, o profissional deve conhecer o conjunto das variáveis e a origem do problema para que possa trabalhar de forma específica e tentar resolver.
Dificuldades na leitura no Ensino Fundamental I
	O processo de leitura não se trata apenas de um produto final do processo escolar, mas sim, uma importante conquista para o desenvolvimento de uma sociedade. O aluno ao aprender a ler e começa a desenvolver melhor a linguagem tornando-se mais comunicativo, fazendoparte de um grupo social com vida e histórias individuais.
	A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação de texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem e etc. não trata de extrair informações decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégia, de seleção, antecipação, inferência e verificação sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai ser lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas. (Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental, 1998, p. 69)
	Segundo Fonseca, (1984), a linguagem conta com uma estrutura que abrange: fonologia, léxico, morfologia, semântica e sintaxe. Para Cruz (2009) a leitura é composta por dois elementos: a descodificação e a compreensão. A descodificação acontece através do reconhecimento e identificação das palavras, e a compreensão é um processo voltado para assimilação da informação escrita.
	Na descodificação destacam-se não só as formas de diferenciação e identificação das letras e palavras, como também a junção dos símbolos gráficos com os sons. As dificuldades que podem surgir neste processo são: os erros na leitura de letras, erros na leitura de sílabas e palavras, leitura lenta e vacilações e repetições. Na compreensão da leitura, o que interessa é assimilar a mensagem grafada em um texto, a compreensão ocorre por meio dos processos de extração e organização da linguagem escrita, Cruz (2009).
	Citoler (1996) menciona que as dificuldades de aprendizagem na leitura podem ser resultantes de: problemas na descodificação; pobreza de vocabulário; falta de conhecimentos anteriores; problemas na memória; falta de táticas de captação; e confusão nas exigências da tarefa ou desinteresse.
	Lyon (2003) aponta quatro variáveis que podem interferir na aprendizagem da leitura, designadamente: déficits na consciência fonética e na forma de desenvolver o princípio alfabético; déficits na obtenção de estratégias de compreender a leitura e sua aplicação; déficits em desenvolver e manter a motivação para a leitura; e falta de preparação dos professores.
	As dificuldades na leitura ocorrem geralmente no reconhecimento e na compreensão da palavra escrita, o reconhecimento é o mais básico de todos os processos, ele é anterior à compreensão da palavra, portanto, esse transtorno pode ser apresentado por uma leitura oral lenta, com omissões, distorções e substituições de palavras, com interrupções, correções e bloqueios (DOCKRELL; MCSHANE, 1997).
	Há crianças que sentem dificuldades apenas no reconhecimento das palavras, e conseguem compreender uma explicação falada. Existem também crianças que sabem ler as palavras, mas sentem dificuldades para compreender o que foi lido. E em casos extremos existem crianças que leem mal as palavras e sentem dificuldades tanto na compreensão oral, quanto na escrita (SÁNCHEZ MIGUEL; MARTÍNEZ MARTÍN, 1998).
	As dificuldades na leitura faz com que o aluno sinta dificuldade em lembrar as palavras vistas antes, dificuldade em soletrar, perca do interesse por leitura, fazem contraversões de letras e palavras, têm vocabulário curto e uma memória visual pobre e problemas no processamento auditivo.
	A leitura é de fundamental importância para a obtenção de novas aprendizagens, é necessário observar com atenção os sinais de dificuldades neste elemento de formação de ideias e opiniões, tendo por finalidade de evitar dificuldades e comprometimentos das aprendizagens escolares. Nielsen (1999).
Dificuldades na escrita
	A escrita é um elemento de comunicação muito importante para o processo de aprendizagem, ela exerce um papel eficaz na vida em sociedade, representando assim um elemento de fundamental relevância para a cidadania. (Santana, 2007).
	De acordo com Ajuriaguerra e Grajan (1995), a escrita é resultante de uma aprendizagem que está ligada a diversos fatores e especialmente a adaptação afetiva na escola e da individualidade das crianças, entre os quais se podem mencionar o gosto pela escola, às relações entre a família e a escola.
	Na visão de Ellis, (1995), a aprendizagem da escrita é precisa ser bem trabalhada, já que envolve o domínio de distintas habilidades, tanto no desenvolvimento motor, quanto nas habilidades ortográficas, e trata-se de um processo relacionado com o estilo de aprendizagem, por meio dos níveis estruturais.
	Para Cruz (1999), a escrita é determinada por quatro aspectos fundamentais: O primeiro aborda o processo construtivo, que consiste na elaboração, interpretação e construção do significado. O segundo processo enfatiza a necessidade do sujeito em agir de maneira ativa para aprender o conteúdo, desenvolvendo estratégias cognitivas e metacognitivas que podem ser utilizadas para resolver de problemas. O terceiro trata-se do processo afetivo que engloba o desejo de escrever, a estabilidade emocional e o interesse pela aprendizagem; e o quarto aspecto são os fatores afetivo-motivacionais que estão relacionados ao rendimento do aluno.
	Segundo Vygotsky (1991), as dificuldades na escrita é um problema que não significa falta de capacidade de uma criança, mas sim, um problema onde a mesma tem o desenvolvimento da escrita obstaculizado por algum tipo de déficit. O desenvolvimento pode estar qualitativamente diferente e não mais lento ou inferior ao das outras crianças.
	As dificuldades de aprendizagem na escrita para Escoriza Nieto (1998) é uma realidade que precisa ser analisada, e transformada enfocando a interação ativa e simultânea das características e a natureza dos três elementos básicos dos processos de ensino-aprendizagem: o sujeito que aprende o professor que intermedia o processo de aprendizagem do aluno e os conteúdos que compõem o objeto de ensino aprendizagem, ou analisar os processos de interação aluno-professor-conteúdo como a unidade de análise mais conexa e relevante, referindo-se à explicação, diagnóstico e interferência nas dificuldades de aprendizagem.
	De acordo com Escoriza Nieto (1998), para que as dificuldades de aprendizagem possam ser avaliadas, precisam ser entendidos, não como atribuíveis às propriedades específicas (biológicas e cognitivas), e sim como conhecimentos cuja internalização pode exigir, em determinadas crianças, ajudas educativas individualizadas, diversificadas e diagnosticadas nos processos de influência educativa.
	Os problemas na escrita são relativos às dificuldades no desenvolvimento das habilidades da escrita (disgrafia) e, pode ir desde erros na soletração até erros na sintaxe, estruturação ou pontuação das frases, ou na organização de parágrafos, (García, 1998).
	Existem alunos com boa capacidade de expressão oral, mas com dificuldades para escrever as palavras (disgrafia); alunos que conseguem expressarem-se oralmente com dificuldade e escrevem, também, as palavras de modo deficitário, e indivíduos que escrevem bem as palavras; mas se expressam mal (Sánchez Miguel e Martínez Martín, 1998).
CONCLUSÃO
	Através desse estudo é possível perceber o grande número de alunos que apresentam dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, tais como: dificuldades na escrita, na leitura, na interpretação, no raciocínio, problemas comportamentais, problemas estruturais como a falta de acompanhamento da família na vida escolar dos filhos, a falta de incentivo cultural, alunos não veem a importância da escola para o seu futuro, problemas como o desinteresse em aprender os conteúdos ensinados pelo professor, realidade socioeconômica, entre outros problemas.
	Neste estudo observa-se através dos resultados, que o número de alunos que não sentem nenhuma dificuldade de aprendizagem foi inferior aos alunos que sentem dificuldades. Problemas como leitura de forma decodificada, repetência foram evidenciados, levando-se emconta que os alunos que detém os conhecimentos de leitura e escrita e raciocínio e apresentam um bom rendimento escolar é uma minoria, em relação aos demais.
	Considerando os resultados obtidos, pode-se notar que as dificuldades de aprendizagem não devem ser atribuídas somente a fatores externos, como também a fatores internos como os métodos de ensino, a falta de materiais didáticos apropriados, condições psicológicas do aluno entre outros fatores.
	A escola necessita rever estratégias transformar suas aulas e suas atividades pensando em todos os alunos, garantindo que todos eles possam se desenvolver na aprendizagem e na aquisição de conhecimentos. É necessária, uma aproximação entre família e escola, um maior incentivo ao aluno por parte da família, professores bem preparados para lidar com essas dificuldades, buscando melhorias tanto nos métodos de ensino quanto na parte psicológica de seus alunos.
	E também seria de fundamental importância, a contribuição significativa dos órgãos governamentais, para uma maior e melhor estruturação da educação brasileira, buscando minimizar as desigualdades e promovendo o acesso à educação de forma democrática, e igualitária para todos os setores da sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALVES, Doralice Veiga. Psicopedagogia: Avaliação e Diagnóstico. 1 Ed. Vila Velha- ES, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil, 2007.
ANTUNES, Celso. Professores e professauros: reflexões sobre a aula e prática pedagógica diversas. 2.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
ASSIS, M.B.A.C. Aspectos afetivos do desempenho escolar: alguns processos inconscientes. Boletim da Associação Brasileira de Psicopedagogia, n. 20, p. 35-48, 1990.
AJURIAGUERRA, J. & GRAJAN, A. Manual de Psicopatologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
BARCA LOZANO, A., PORTO RIOBOO, A. Dificultades de aprendizaje: Categorias y clasificación, factores, evaluación y proceso de intervención psicopedagógica. In SANTIUSTE BERMEJO, V., BELTRÁN LLERA, J. A. Dificultades de aprendizaje. Madrid: Editorial Sintesis, 1998.
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TRABALHO EM GRUPO – TG
Aluno(s):
Aryanny Marcella I. Teles RA 1749232
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POLO
Porangatu-Goias
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