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Aula: 12 DUPLICATA PROFª MARIA ELCI MOREIRA GALVÃO DIREITO EMPRESARIAL II ESTRUTURA DE CONTEÚDO UNIDADE IV Duplicata mercantil e de Serviços: 4.3.1. Noções gerais e requisitos 4.3.2. Fatura; 4.3.3. Ações fundadas na duplicada e triplicata; Duplicata. Conceito: É um título de crédito formal, que consiste em um saque fundado em crédito concedido pelo vendedor ao comprador, baseado em contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços celebrado entre ambos, cuja circulação é possível mediante endosso. É uma ordem de pagamento do preço estipulado numa compra e venda mercantil ou na prestação de serviços. Duplicata. A duplicata é regulada por lei específica - L 5.474/68 - e, no que couber, aplica-se o D 57.663/66 – LUG. A duplicata é título de crédito formal, pois deve conter os requisitos próprios elencados no arts. 1° e 2° da Lei 5.474/68. É um título de natureza vinculada, ou seja, apesar de serem autônomas as relações, o princípio da autonomia não se perfaz totalmente por estar, a duplicata, vinculada a um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços. Duplicata. Fatura: É o documento representativo do contrato de compra e venda mercantil, de emissão obrigatória pelo comerciante, por ocasião da venda de produto ou de serviço, descrevendo o objeto do fornecimento, quantidade, qualidade e preço além de outras circunstâncias de acordo com os usos da praça. Só pode ser emitida duplicata em compra e venda mercantil ou em prestação de serviços. Não pode ser emitida em negócios civis A fatura em si não é título de crédito, o que será título de crédito é a duplicata que se extrai da fatura. A fatura é a representação de um contrato de compra e venda havido entre um empresário e outra pessoa. Assim, para haver duplicata deve haver, necessariamente, a emissão de uma fatura. Duplicata – Nota fiscal NOTA FISCAL Nota fiscal é o documento que comprova a entrega ou saída de mercadorias de estabelecimento empresarial e acompanha sua entrega ao destinatário, contendo dados que identifiquem, para fins fiscais. E documento comprobatório de realização de um fato sujeito à fiscalização tributária, relativo a coisa móveis ou semoventes. Duplicata. Origem. A duplicata é um título de crédito criado pelo direito brasileiro. O Código Comercial, de 1850, impunha aos comerciantes atacadistas a fatura, a relação por escrito das mercadorias entregues. Assim nascia a duplicata como instrumento de política fiscal, que controlava a incidência do imposto do selo. Os comerciantes, ao realizarem operações de venda, eram obrigados a emitir a duplicata e, ao assiná-la, deviam utilizar os selos, adquiridos nas repartições fiscais. O uso da duplicata migrou da política fiscal para política comercial e se desenvolveu a largos passos pelo quase desuso da letra de câmbio pelo comércio, e pela elaboração de regulação mais apropriada ao comércio. Duplicata. Causalidade da duplicata A duplicata é um título de crédito causal, eis que só pode ser emitido na ocorrência de uma hipótese legal – a compra e venda (arts. 1° e 2° L 5.474/68), diferente do que ocorre com o cheque e a nota promissória. Se a duplicata for emitida fora dessas hipóteses, não tem validade como título de crédito, sendo meramente um documento representativo da dívida. A lei penal, para reprimir o mau uso do título, contempla no art. 172 pena para emissão de duplicata em desacordo com a fatura, tal dispositivo foi incluído pelo art. 26 L 5.474/68 - lei das duplicatas. Duplicata. Causalidade da duplicata Art. 172 CP Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas. Duplicata. A lei não admite a emissão de uma duplicata representativa de mais de uma fatura (art. 2° §2° L 5.474/68). Sendo o preço da venda parcelado (art. 2° §3° L 5.474/68), será possível ao vendedor optar pelo saque de uma única duplicata, em que se discriminem os diversos vencimentos, ou pela emissão de uma duplicata mercantil para cada parcela, as quais terão o mesmo número de ordem, discriminadas, no entanto, pelo acréscimo de uma letra do alfabeto (ex.: NF 3313-A, NF 3313-B). 22.4. Figuras intervenientes na duplicata • emitente, que é o vendedor ou prestador de serviços, • sacado, necessariamente o comprador. Duplicata. Natureza Jurídica da duplicata É pacífico o entendimento doutrinário de que a duplicata não pode ser considerada um título de crédito próprio, porque não consubstancia operação de crédito. A natureza jurídica da duplicata é de um título de crédito impróprio principalmente por ser causal, cuja existência está intrinsecamente ligada à extração da fatura. Sem compra e venda mercantil ou prestação de serviços não existe duplicata. Não é título cambiário, pois sua criação precípua não foi para circular. É título assemelhável aos títulos de crédito para fim de circulação por endosso. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- Emissão da duplicata: a fatura é a representação de um contrato de compra e venda ou de prestação de serviços havido entre um empresário e outra pessoa, empresária ou não. No caso de compra e venda, se o lapso temporal entre a entrega da mercadoria e o pagamento, seja superior ou igual a 30 dias a emissão, será obrigatória a emissão da fatura (art. 1º L 5.474/68), caso contrário será facultativa (art. 3º, §2º L 5.474/68). No caso de prestação de serviços a emissão será sempre facultativa (art. 20 L 5.474/68), posto que a legislação não faz menção sobre tais prazos. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão Da fatura extrai-se a duplicata. Em todos os casos anteriores, se o credor quiser circular o crédito terá de emitir a duplicata para documentar o crédito do vendedor em relação ao comprador e torná-lo indiscutível, líquido, certo e exequível judicialmente. Art. 1º L 5.474/68. Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador. § 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao vendedor, indicará somente os números e valores das notas parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão Art. 20 L 5.474/68. As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata. Art. 3º L 5.474/68. A duplicata indicará sempre o valor total da fatura, ainda que o comprador tenha direito a qualquer rebate, mencionando o vendedor o valor líquido que o comprador deverá reconhecer como obrigação de pagar. § 1º Não se incluirãono valor total da duplicata os abatimentos de preços das mercadorias feitas pelo vendedor até o ato do faturamento, desde que constem da fatura. § 2º A venda mercantil para pagamento contra a entrega da mercadoria ou do conhecimento de transporte, sejam ou não da mesma praça vendedor e comprador, ou para pagamento em prazo inferior a 30 (trinta) dias, contado da entrega ou despacho das mercadorias, poderá representar-se, também, por duplicata, em que se declarará que o pagamento será feito nessas condições Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: a) deve constar a denominação “duplicata”, por se tratar de cláusula cambiária b) a data de sua emissão: objetiva informar se o título foi extraído dentro do prazo legal. c) número da fatura: a duplicata é título causal e só poderá ser extraída em decorrência de fatura que comprove a compra e venda mercantil ou a prestação de serviços. A duplicata tem sua origem na fatura sem ser, no entanto, sua cópia ou reprodução. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão - Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: d) número de ordem: serve para determinar a quantidade de títulos semelhantes extraídos pelo vendedor e para diferenciá-lo dos demais títulos. Assim, toda fatura deve conter um número que vai individualizar aquele documento. Esse número deve ser repetido na duplicata, para vincular a duplicata à fatura. e) época do vencimento ou a declaração de que é à vista, quando o for: sendo título causal, a duplicata só pode ter vencimento com data certa ou à vista, não se admitindo, portanto, vencimento a tempo certo de data ou a tempo certo de vista Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão - Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: f) nome e domicílio do vendedor e do comprador: visam a identificar as partes da compra e venda mercantil devendo o vendedor ser comerciante, mas o comprador pode ser ou não, sem que o documento deixe de ter natureza mercantil. g) importância a pagar, em algarismos e por extenso: a duplicata só pode ser expressa em moeda nacional, sob pena de nulidade, ainda mais que o vendedor e o comprador devem ser domiciliados no Brasil. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão - Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: h) local do pagamento: visa identificar a cidade onde a duplicata deverá ser paga e que normalmente corresponde ao domicílio do comprador. Mas isto pode ser convencionado entre as partes. i) cláusula à ordem: é cláusula importante para a transmissão da duplicata por endosso, porque a L 5.474/68 não contém regra equivalente art. 11.1 da LUG, pela qual a cambial é transmissível por endosso mesmo que não envolva a cláusula à ordem. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão - Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: j) declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial considerando que a duplicata é título causal, este requisito visa à dação de aceite pelo sacado da duplicata e ao mencionar que a declaração do reconhecimento da exatidão da duplicata e da obrigação de pagá-la deve ser assinada pelo comprador, como aceite cambial, torna obrigatório o aceite na duplicata, diferente do que ocorre com a letra de câmbio, em que o aceite é ato facultativo. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução I- emissão - Requisitos para emissão da duplicata Vejamos: k) assinatura do emitente a duplicata nasce com o ato cambiário do saque pelo vendedor ou prestador de serviços. O saque corresponde a uma declaração cambiária originária, porque é a primeira manifestação de vontade que se consubstancia no título, dando vida à duplicata. Art. 24 L 5.474/68. Da duplicata poderão constar outras indicações, desde que não alterem sua feição característica. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução II- remessa da duplicata Remessa da duplicata para cobrança depois de emitida, a duplicata deve ser remetida ao comprador/devedor, no prazo de 30 dias, contado da data de sua emissão (próprio credor) ou de 10 dias contados da data de seu recebimento na praça de pagamento (instituição financeira), para que possa esse conferir os dados que constem do título, o que configurará a duplicata como papel indiscutível e exequível. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução II- remessa da duplicata. Art. 6º L 5.474/68. A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá- la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo. § 1º O prazo para remessa da duplicata será de 30 (trinta) dias, contado da data de sua emissão. § 2º Se a remessa for feita por intermédio de representantes instituições financeiras, procuradores ou correspondentes estes deverão apresentar o título, ao comprador dentro de 10 (dez) dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução III- aceite da duplicata. Aceite da duplicata. Emitida e remetida ao devedor/comprador, resta o devedor dar o aceite no título, Podem ser subdivididas em aceite ordinário, por comunicação e por presunção: a) aceite ordinário: resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado da duplicata (art. 7° caput L 5.474/68). O CMN aponta o canto inferior esquerdo do título. Entretanto se a duplicata é emitida por meio eletrônico, o aceite não é materializável por mera "assinatura de próprio punho". Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução III- aceite da duplicata. - por comunicação e por presunção: b) aceite por comunicação: resulta da comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite, quando da retenção da duplicata pelo comprador, devidamente autorizado pela instituição bancária cobradora (art. 7°, §1° L 5.474/68). Está quase em total desuso, pela inclinação do comércio a utilização quase exclusiva de meios eletrônicos de registro de crédito. Duplicata. A dinâmica de uso da duplicata está dividida em quatro fases: emissão, remessa, aceite e devolução III- aceite da duplicata. por presunção: c) aceite por presunção: resulta do recebimento da mercadoria, com ou sem devolução do título ao vendedor, sem qualquer recusa formal. O comprovante de recebimento ("canhoto" da nota fiscal) devidamente assinado é a forma mais comum. Art. 7º L 5.474/68.A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite. § 1º Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante o aceite e a retenção. Duplicata. Recusa do aceite da duplicata. O aceite da duplicata é obrigatório, mas não irrecusável. Pode haver a recusa do aceite quando: a)houver avaria ou não recebimento das mercadorias, b)não expedidas ou não entregues por conta e risco do comprador; c)houver vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; d)ou ainda quando houver divergência nos prazos ou preços ajustados, conforme rol do art. 8º L 5.474/68. Duplicata. Recusa do aceite da duplicata. Há divergência doutrinária se esse rol é ou não taxativo, mas majoritariamente se entende que é taxativa. Porém, com a evolução das tecnologias tanto pelo viés do registro, como pelas transações, devemos acompanhar as oscilações dos entendimentos jurisprudenciais. Art. 8º L 5.474/68. O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de: I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados; III- divergência nos prazos ou nos preços ajustados. Duplicata. Suprimento do aceite da duplicata O aceite pode ser suprido, no caso de recusa, nas seguintes situações: a) Se o sacado declarar, por escrito, a retenção da duplicata, com consentimento do credor/sacador. Esse documento (declaração por escrito) supre o aceite que não foi dado. Esse entendimento se dá pela leitura do art. 7°, L 5.474/68. b) Se a duplica for protestada por falta de aceite, podendo o sacado, caso se oponha, ajuizar as medidas cabíveis, como o cancelamento ou sustação do aceite. (art. 15 L 5.474/68). c) Se a duplicata for protestada por indicação, quando da falta de restituição do título ao vendedor (art. 15, §2° L 5.474/68) Duplicata. Suprimento do aceite da duplicata O aceite pode ser suprido, no caso de recusa, nas seguintes situações: Art. 15 L 5.474/68. A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais (...) §2° – quando o comprador não restituiu o título ao vendedor, o protesto pode ser feito por indicações do credor fornecidas ao cartório de protesto. Neste caso é permitido o Exercício de direito cambiário sem a posse do título, eis que prescinde de exibição da cártula. Duplicata. Devolução da duplicata após aceite Passada a emissão, a remessa e o aceite, o próximo passa é a devolução do título ao credor. Temos duas situações dessa ocorrência: a) feito o aceite de duplicata, cuja pagamento não é à vista, o devedor/comprador deverá devolvê-la ao representante, no prazo de 10 dias da data de sua apresentação (art. 7° caput L 5.474/68); e b) não feito o aceite na duplicata, o devedor/comprador deverá devolvê-la ao apresentante, no mesmo prazo, acompanhado de declaração, por escrito, das razões da falta do aceite (art. 8º L 5.474/68) Duplicata. Retenção da duplicata pelo sacado A devolução da duplicata é obrigatória, mas não irrecusável. Havendo concordância expressa da instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data de seu vencimento, desde que comunique, por escrito, à apresentante, que promoveu o aceite da duplicata e pretende retê-la até a sua liquidação (art. 7° caput L 5.474/68). Esta declaração substituirá a duplicata no ato do protesto ou na execução judicial, nos casos em que esses procedimentos se façam necessários. Duplicata. Endosso da duplicata A duplicata é emitida com cláusula à ordem conforme determina o art. 2° §1° VII L 5.474/68, o que significa que é transmissível via endosso. Aplica-se todas as regras do endosso já vistas na letra de câmbio, inclusive com a colocação da cláusula não à ordem, quando então será apenas transferida mediante cessão de crédito. Entretanto a doutrina majoritária entende que não cabe nenhum endosso com cláusula sem garantia na duplicata, por força do art. 18 ,§2 da Lei 5.474/68. Duplicata. Aval da duplicata Do mesmo modo que o endosso, também cabe o uso do aval nas duplicatas (art. 12 L 5.474/68). a) aval em preto: está expressamente indicado quem é o avalizado; b) aval em branco: não está expressamente indicado quem será o avalizado, é prestado em favor daquele cuja assinatura estiver acima da do avalista, ou, se inexistir uma assinatura assim situada, em favor do comprador /sacado. c) aval póstumo: dado posteriormente ao vencimento do título, que pode também ser levado a protesto, tendo o mesmo efeito do que o aval prestado anteriormente. Duplicata. Aval da duplicata Art. 12 L 5.474/68. O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o avalista equiparado àquele cujo nome indicar; na falta da indicação, àquele abaixo de cuja firma lançar a sua; fora desses casos, ao comprador. Parágrafo único. O aval dado posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o prestado anteriormente àquela ocorrência. Duplicata. Protesto e Ação de Cobrança: A duplicata poderá ser protestada por falta de aceite, por falta de devolução e por falta de pagamento. O prazo para protesto é de 30 dias a contar da data do vencimento. O protesto pode ocorrer mediante a prova de remessa ou entrega de mercadoria. Essa forma de protesto supre a falta de aceite, podendo servir de subsídio para fundamentar a ação de cobrança, pois, de acordo com a Lei 5.474/68, a duplicata é Título Executivo Extrajudicial. Duplicata. Triplicata No caso de protesto pode ser retirada uma triplicata, ou seja, uma segunda via da duplicata, para que ela seja levada a execução (art. 23 L 5.474/68). Essa segunda via, então, serve para protesto e para sua execução. Como já não houve o aceite anteriormente, pode ser feito o protesto diretamente. Art. 23 L 5.474/68. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades daquela. Duplicata. Duplicata "virtual" Com avanço das novas tecnologias, as duplicatas virtuais encontraram respaldo legal no art. 8º, L 9.492/97 - lei do protesto, e no art. 889, § 3° do CC. Quando o contrato de compra e venda ou de prestação de serviço é concretizado, o vendedor envia, pela internet, a uma instituição financeira os dados referentes ao negócio realizado. A instituição financeira, também pela internet, encaminha um boleto bancário, ao comprador ou tomador de serviço, para que pague a compra/serviço. Esse boleto não é um título de crédito ele contém as características da duplicata virtual. Duplicata. Duplicata "virtual" Art. 8º L 9.492/97. Os títulos e documentos de dívida serão recepcionados, distribuídos e entregues na mesma data aos Tabelionatos de Protesto, obedecidos os critérios de quantidadee qualidade. Parágrafo único. Poderão ser recepcionadas as indicações a protestos das Duplicatas Mercantis e de Prestação de Serviços, por meio magnético ou de gravação eletrônica de dados, sendo de inteira responsabilidade do apresentante os dados fornecidos, ficando a cargo dos Tabelionatos a mera instrumentalização das mesmas. Art. 889 CC. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa dos direitos que confere, e a assinatura do emitente. (...) § 3º O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo. Duplicata. Ação cambial para duplicatas A execução de um cheque, letra de câmbio ou nota promissória, basta a cártula, já para o caso de duplicata há necessidade da execução estar aparelhada de documentos específicos, dependendo do tipo de aceite da duplicata. a) Se for uma execução de duplicata com aceite ordinário, basta a juntada do título. O protesto apenas será necessário quando for para executar um coobrigado, e facultativo quanto ao devedor principal. b) Se for uma execução de duplicata com aceite por comunicação, deve ser juntada aos autos a comunicação que foi enviada ao comprador, relativa ao aceite. c) Se for uma execução de duplicata com aceite por presunção, terá que ser juntado o instrumento de protesto e também o comprovante da entrega da mercadoria. Esses requisitos são condições da ação. Se faltar essa documentação na execução, ela será anulada. Duplicata. Prazo de prescrição da ação cambial. Os prazos de prescrição da ação cambial estão previstos no art. 18 L 5.474/68, dependendo de quem o réu da ação, e, resumidamente, são a) contra o sacado e seu avalista prescreve em 3 anos, contados da data do vencimento do título. b) contra o endossante e seus avalistas, prescreve em 1ano, contados da data do protesto. c) contra os coobrigados (entre si - direito de regresso) prescreve em 1ano, contado da data do pagamento do título. OBS.: Após o vencimento desses prazos, há ainda outras possibilidade, mas não são ações cambiais: I- mais três anos para ajuizar ação de enriquecimento ilícito e, passado esse prazo, II- mais cinco anos para ajuizar ação monitória. Duplicata. Duplicata Simulada: É aquela expedida e/ou aceita sem que, efetivamente, tenha correspondência à uma mercadoria vendida em quantidade ou qualidade ou a um serviço prestado. CONSEQUÊNCIA JURÍDICA DA EXPEDIÇÃO OU DA ACEITAÇÃO DA DUPLICATA SIMULADA: aquele que expedir ou aceitar duplicata simulada, bem como o que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas, incorrerá no crime de emissão de duplicata simulada, delito tipificado no art. 172 do Código Penal. MODELO DE DUPLICATA MERCANTIL (DM) MODELO DE DUPLICATA MERCANTIL (DM) VOLTAR Home | Certidõ es | Reg istro de Imóveis | Protes to | Títul os e Docume ntos | P essoa Quadro comparativo - FONTE: Fabio Ulhoa Letra de Câmbio Nota Promissória Cheque Duplicata Quanto ao Modelo Vinculado Não vinculado vinculado vinculado Quando à Estrutura Ordem de Pagamento à vista ou a prazo Promessa de pagamento a prazo Ordem de Pagamento à vista Ordem de Pagamento à vista ou a prazo Quanto à circulação Não causal Não causal Não causal Causal Quanto à sua circulação Somente nominativa (se sofrer endosso em branco ela se transforma em ao portador) Somente nominativa (se sofrer endosso em branco ela se transforma em ao portador) Acima de R$ 100,00 deve ser nominativo; Se sofrer endosso em branco ela se transforma em ao portador; Pode se dar endosso em preto posteriormente Somente nominativa (se sofrer endosso em branco ela se transforma em ao portador Quadro comparativo FONTE: Fabio Ulhoa Letra de Câmbio Nota Promissória Cheque Duplicata Partes Sacador: quem emite Sacado: aceitante para quem a ordem é dirigida e deve pagar Tomador: credor da cambial favorecido pelo crédito Sacador: quem emite e promete pagar a Nota Sacado: credor que será favorecido pelo crédito Sacador: quem emite o cheque Sacado: o banco responsável pelo pagamento Credor: beneficiário da ordem Sacador: comerciante que vende produtos e emite duplicata (credor) Sacado: cliente que deve pagar a duplicata Cláusula não à ordem Admite Admite Admite Não admite CASO CONCRETO Aragominas Jardinagem e Paisagismo Ltda. EPP sacou duplicata de prestação de serviços à vista em face de Bernardo Sayão no valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). O título foi endossado antes da apresentação a pagamento para o Banco Filadélfia S.A. Na data da apresentação ao sacado, para pagamento, este solicitou prorrogação da apresentação por dois meses, o que foi aceito pelo credor. Foi firmada declaração escrita na duplicata, assinada por mandatário do endossatário com poderes especiais, concedendo a referida prorrogação. O sacado não efetuou o pagamento da duplicata na data acordada. O endossatário exigiu o pagamento do endossante, que se recusou a fazê-lo alegando que não anuiu com a prorrogação do vencimento, fato inconteste. A) Sendo certo que o endosso em favor do Banco Filadélfia é translativo e não houve aposição de cláusula sem garantia, é cabível a exceção ao pagamento apresentada? B) A anuência com a prorrogação do prazo de vencimento da duplicata, firmada por mandatário com poderes especiais, poderia ser invalidada por não ter sido dada pelo próprio credor? QUESTÃO OBJETIVA AULA - 12 QUESTÃO OBJETIVA(EXAME DE ORDEM UNIFICADO/FGV) Na duplicata de compra e venda, entende-se por protesto por indicações do portador aquele que é lavrado pelo tabelião de protestos A) em caso de recusa ao aceite e devolução do título ao apresentante pelo sacado, dentro do prazo legal. B) quando o sacado retiver a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal. C) na falta de pagamento do título pelo aceitante ou pelo endossante dentro do prazo legal. D) em caso de revogação da decisão judicial que determinou a sustação do protesto. CASO CONCRETO: CASO CONCRETO: (TJ/ DF /Juiz/ 2012) A respeito da assim chamada "duplicata virtual '', "duplicata escritural" ou "duplicata eletrônica", esclareça como se dá o seu saque e quais são os requisitos necessários para que tenha eficácia executiva, bem como forneça dois argumentos, retirados exclusivamente da Lei 5.474168 que, em tese, não permitiriam a constituição do crédito cambial na forma esclarecida. QUESTÃO OBJETIVA AULA - 12 (Magistratura PE – FCC/2011) No que tange à duplicata: a)( ) o comprador poderá deixar de aceitá-la por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, exclusivamente. b)( ) é lícito ao comprador resgatá-la antes do aceite, mas não antes do vencimento. c)( ) trata-se de título causal, que por isso não admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento. d)( ) é título protestável por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, podendo o protesto ser tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata,ou ainda por simples indicações do portador, na falta de devolução do título e)( ) em nenhum caso poderá o sacado reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, devendo comunicar eventuais divergências à apresentante com a devolução do título.
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