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TITULOS DE CRÉDITOS - DIREITO EMPRESARIAL

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TEORIA GERAL DOS TÍTULOS DE 
CRÉDITO 
 PROFª MARIA ELCI MOREIRA GALVÃO 
DIREITO EMPRESARIAL II 
 
ESTRUTURA DE CONTEÚDO 
 
1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito. 
1.1. Natureza jurídica; 
2. Noções Históricas - evolução do escambo para o 
crédito; 
3. Conceitos de Obrigação e de Crédito; 
4. Atributos da Negociabilidade e Executoriedade - art. 
585, I, CPC; 
5. Conceito - art. 887, Código Civil. 
Histórico - Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Na antiguidade o comércio ocorria tradicionalmente pelo 
escambo, isto é, trocava-se mercadoria por mercadoria. 
Assim, por exemplo um produtor de arroz que desejasse 
sal, ele precisava encontrar um produtor de sal que 
precisasse de arroz, e assim por diante. 
Como forma de dinamizar o comércio, alguns bens 
começaram a ser usados como “moeda” – inicialmente o 
sal, posteriormente sucedido por metais preciosos, e este, 
mais adiante, substituído pela moeda-fiduciária de forma 
imposta pelo estado. 
Com a evolução do comércio, as transações foram 
tornando-se mais complexas e a moeda já não conseguia 
atender as necessidades do mercado. Foi então que 
surgiram os títulos de crédito 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Histórico. 
Os títulos de crédito tiveram sua origem na Idade Média, 
provavelmente no século XIII, nasceu a partir das 
necessidades do trato comercial de obter uma circulação 
mais rápida que a permitida pela moeda manual. 
Surge, a princípio, como documentos que representavam 
direitos de crédito, pois só poderiam ser utilizados pelos 
credores que figuravam nos documentos como seus 
titulares e, posteriormente passaram a ser transferidos por 
esses seus titulares a terceiros, os quais, de posse dos 
documentos, podiam exercer, como proprietários, os 
direitos mencionados nos papéis. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
 I) Período italiano (até 1.650) – Durante a Idade Média, o 
centro das operações mercantis situava-se nas cidades 
marítimas italianas, onde se realizam as feiras que atraíam os 
mercadores europeus. 
Não havendo uma "moeda" de curso em todas cidades, 
contudo cada cidade manejava sua própria moeda, porém 
quem chegava em outra cidade tinha que ter a moeda local, na 
época não era seguro o transporte de grande quantidades de 
dinheiro para efetuar as compras, o transporte era rudimentar e 
não havia estradas, o que potencializava o risco de assaltos. 
Surge então o câmbio trajetício, pelo qual o banqueiro ficava 
responsável pelo transporte das moedas. 
O banqueiro recebia em sua cidade moeda de certa espécie e 
obrigava-se a entregar, em outra cidade, ao depositante ou a 
seu representante, a mesma soma de dinheiro em outra 
espécie de moeda. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
I) Período italiano – O banqueiro responsável por transportar moeda 
de uma cidade a outra, por sua conta e risco emitia dois documentos: 
 
a)Cautio – consiste no reconhecimento da dívida por ele contraída e 
na promessa de entregar o valor equivalente ao acordado na data e 
local determinado. Nesse procedimento tivemos o nascimento da nota 
promissória. 
 
b) littera cambii - letra de câmbio – o banqueiro dava ordem a seu 
correspondente, localizado em outra cidade, que pagasse a quantia ali 
determinada, ao credor que havia realizado o deposito. 
 
OBS> Ainda não tínhamos, a figura do endosso, os títulos tinham 
beneficiários únicos e específicos 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico 
 
II) Período francês (1.650 a 1848) – Surge, o endosso, que 
possibilitava a circulação desses títulos, independente da autorização 
do sacador, utilizando-se da cláusula à ordem. 
 
A chamada cláusula à ordem - é a faculdade que tem o titular de 
um direito de crédito (credor) de transferir esse direito à outra pessoa, 
juntamente com o documento que o incorpora. 
 
Também estabeleceu-se a comprovação/garantia da existência de 
fundos para a compensação da carta de crédito junto ao emitente pelo 
destinatário. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico 
III) Período (germânico) alemão (1.848 a 1930) – Em 1848 
tivemos a codificação de normas disciplinadoras cambiais, com viés 
internacionalizado, com a Ordenação Geral do Direito Cambiário. 
 
Estabeleceu-se a distinção entre a obrigação decorrente da relação 
causal e a emanada do título, consagrando a independência entre elas, 
do que decorria a proteção ao terceiro de boa-fé. 
 
A proteção ao terceiro de boa-fé, teve e tem especial atenção da 
legislação cambiária, pois na medida que se protege o portador do 
título, incentivar-se, também a circulação do título de crédito. 
 
Houve a consolidação da letra de câmbio, como instrumento de 
crédito. 
 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
 IV) Período Moderno - Uniforme (a partir de 1.930) – Se deu a 
uniformização mundial da legislação cambiária. 
 
Acontece a "Ordenação Geral do Direito Cambiário" que codifica 
(junta) as diferentes normas especiais sobre letras de câmbio, assim, 
consolidando-a como instrumento de crédito viabilizador da circulação 
de direitos 
 
Período Uniforme - (1930 - ?) - Realização da Convenção de Genebra 
e aprovação da Lei Uniforme das Cambiais, aplicável às letras de 
câmbio e notas promissórias. Em 1931 foi aprovado a Lei Uniforme do 
Cheque 
 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito - Histórico. 
 ATUALMENTE 
 
A Era do Comércio Eletrônico. Títulos de crédito passam 
por um importante período de transição. 
 
Letras de câmbio já não são vistas no mercado, e mesmo 
títulos como o cheque e a nota promissória vão caindo em 
desuso e dando lugar às transações com os cartões de 
débito e crédito, os quais já admitem a assinatura 
eletrônica 
RESUMO DA EVOLUÇÃO 
 Divide-se em quatro períodos (+ a atualidade). A saber: 
Época Fatos Marcantes 
Período Italiano 
(até 1650) 
Destacam-se as cidades marinhas, nas quais realizam-se feiras 
medievais. Surge o câmbio trajetício que instrumentalizava por meio 
de dois documentos: a cautio, apontada como origem da nota 
promissória, por envolver uma promessa de pagamento (o 
banqueiro reconhecia a dívida e prometia pagá-la no prazo, lugar e 
moeda convencionados), e a littera cambii, apontada como origem 
da letra de câmbio, por se referir a uma ordem de pagamento (o 
banqueiro ordenava ao seu correspondente que pagasse a quantia 
nela fixada). 
Período Francês 
(1650 - 1848) 
Surgimento da cláusula de ordem, que, consequentemente, 
embasou a criação do "endosso", que permitia ao portador 
transferir o título sem precisar de autorização do sacador 
RESUMO DA EVOLUÇÃO 
 Divide-se em quatro períodos (+ a atualidade). A saber: 
Época Fatos Marcantes 
Período Alemão 
(1848 - 1930) 
Acontece a "Ordenação Geral do Direito Cambiário" que codifica 
(junta) as diferentes normas especiais sobre letras de câmbio, assim, 
consolidando-a como instrumento de crédito viabilizador da 
circulação de direitos 
Período Uniforme 
(1930 - atual) 
Realização da Convenção de Genebra e aprovação da Lei Uniforme 
das Cambiais, aplicável às letras de câmbio e notas promissórias. Em 
1931 foi aprovado a Lei Uniforme do Cheque 
 Atualmente Era do Comércio Eletrônico. Títulos de crédito passam por um 
importante período de transição. Letras de câmbio já não são vistas 
no mercado, e mesmo títulos como o cheque e a nota promissória 
vão caindo em desuso e dando lugar às transações com os cartões 
de débito e crédito, os quais já admitem a assinatura eletrônica 
 
 Títulos de Crédito – Histórico - Brasil. 
 Legislação aplicável 
 
O Decreto 2044/1908 foi a primeira legislação brasileira 
que tratou dos títulos de crédito.Ela regulamentava apenas a nota promissória e a letra de 
câmbio, porém servia de base para qualquer título. 
Como os títulos sempre foram muito utilizados no 
comércio internacional, envolviam personagens de 
diferentes países. Com isso, em meados do século XX 
começou uma preocupação entre os países em 
uniformizar suas legislações sobre títulos de crédito 
 
Títulos de Crédito – Histórico - Brasil. 
 As ratificações das convenções se deram: 
a) Decreto 57.663/66 – que visou uniformizar a letra de câmbio e nota 
promissória com a LUG; 
b) Decreto 57.595/66 pertinente a convenções sobre o cheque, e que 
foi revogada pela Lei 7.357/85; e 
c)Lei 5.794/68 que regula a duplicata, mas que determina, 
expressamente no seu art. 25, a utilização subsidiária da LUG 
 
Obs. Nem todos os dispositivos da LUG entraram em vigor no Brasil, 
pois foram feitas algumas reservas, ou seja, reservou-se o direito de 
introduzir, parcialmente, em nosso ordenamento, a LUG, o que nos 
levou a um sistema híbrido, sendo uma parte regida pelo Decreto 
2.044/08, outra pelos Decretos 57.663/66 e pelo Código Civil. 
O STF, decidiu, no julgamento do RE 71.154/PR, que vigiam como leis 
internas as leis uniformes de Genebra, aplicando-se de forma 
imediata. 
 
Títulos de Crédito – Histórico - Brasil. 
 O CC/2002, reservou um dos capítulos para tratar sobre 
títulos de créditos, entre os arts. 887 a 926, limitou-se a 
consagrar conceitos, princípios e regras fundamentais, 
que em sua maior parte, só serão aplicáveis a títulos de 
créditos criados por lei após a vigência do código civil. 
O art. 903 do CC/02 estabelece que, “salvo disposição diversa 
em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste 
código.” 
Com a leitura deste artigo temos duas situações: 
a)Se a regulamentação de um título de crédito já se 
encontra estabelecida em lei especial, o código civil 
somente será aplicado de forma suplementar. 
b)Se não houver normas especiais, aplica-se de forma 
imediata o código civil. 
 
Títulos de Crédito – Histórico - Brasil. 
 Atualmente, como temos lei especial tratando dos títulos 
de crédito, aplica-se a lei especial. 
 
O CÓDIGO CIVIL, só pode ser aplicado, de forma 
SUBSIDIÁRIA, ou seja, quando não houver lei especial 
dispondo sobre o tema. 
 
As principais leis especiais sobre Títulos de Crédito são: 
 
 LETRA DE CÂMBIO E NOTA PROMISSÓRIA – Decreto 
57.663/66 (Lei Uniforme de Genebra) 
 DUPLICATA – Lei 5.474/68 
 CHEQUE – Lei 7.357/85 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Conceito de Crédito. 
Citando FRAN MARTINS: 
 “ O crédito, ou seja, a confiança que uma pessoa inspira a outra 
de cumprir, no futuro, obrigação atualmente assumida, veio 
facilitar grandemente as operações comerciais, marcando um 
passo avantajado para o desenvolvimento das mesmas. 
Citando De Plácido e Silva: 
“ aponta que derivado do latim creditum, de credere (confiar, 
emprestar dinheiro), possui o vocábulo uma ampla significação 
econômica e um estreito sentido jurídico. Em sua acepção 
econômica significa a confiança que uma pessoa deposita em 
outra, a quem entrega coisa sua, para que, em futuro, receba 
dela coisa equivalente. Juridicamente, significa o direito que tem 
a pessoa de exigir de outra o cumprimento da obrigação 
contraída. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função: 
. da sua garantia: 
 
a) crédito real, quando estiver garantido por um 
determinado bem do devedor (penhor/móveis ou 
hipoteca/imóveis), ficando esse bem vinculado ao 
cumprimento da obrigação; 
b) crédito pessoal, quando estiver garantido pela 
integridade dos bens do devedor (fiança e aval) e 
não por um bem específico; 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função: 
. da finalidade de sua utilização: 
 
a)crédito para consumo, quando utilizado para 
satisfação de suas necessidades individuais; 
 
b) crédito para produção, quando utilizado para 
produção de determinados bens (comercial, 
industrial, agrícola, imobiliário, etc...); 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função: 
.do tempo decorrido entre cumprimento da 
obrigação atual e da futura: 
a) curto, 
b) médio ou 
c) longo prazo; 
 
. do instrumento de sua realização: 
a) título de crédito; 
b) contrato (mútuo, venda a prazo, etc...); 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Os créditos podem ser classificados em função: 
.da pessoa que se beneficia do crédito 
(tomador do crédito): 
 a) privado ou 
b) público; 
 
. do local da obtenção do crédito: 
•interno ou 
•externo; 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza da Obrigação Cambial 
Os devedores (sacador, aceitante, endossante ou avalista) 
de um título de crédito são solidariamente responsáveis 
pelo pagamento da letra de câmbio (art.47 - LUG). 
 
Define-se a solidariedade passiva pela existência de mais 
de um devedor obrigado pela dívida toda, (art.264, CC/02). 
 
Se duas ou mais pessoas são obrigadas perante um 
sujeito, haverá solidariedade entre elas se o credor puder 
exigir a totalidade da obrigação de qualquer uma. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza da Obrigação Cambial 
O devedor solidário que paga ao credor a totalidade da 
dívida pode exigir, em regresso, dos demais devedores a 
quota-parte cabível a cada um (art.283,CC). 
 
Fabio Ulhoa ressalta a hierarquia existente entre os 
devedores de um mesmo título de crédito. A lei escolhe um 
para a situação jurídica de devedor principal, sendo os 
demais codevedores. 
Ex., de devedores principais: 
na letra de câmbio – o aceitante; na nota promissora e no 
chegue – o emitente; na duplicata – o sacado. 
O endossante e avalista, em todos os títulos são 
codevedores. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza jurídica dos títulos de crédito: 
 
Título de Crédito é um título executivo extrajudicial, 
conforme disposto no art. 585 do CPC, nesse contexto 
também é denominado como título falimentar, posto que a 
falência do devedor pode ser decretada com base: 
 
• na impontualidade (art. 94, I, L 11.101/2005); 
 
•na prática de atos de falência (art.94, II,L 11.101/05) 
 
•com base na auto-falência (art. 97, I cc art. 105, Lei 
11.101/2005) 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
A doutrina cita algumas teorias para determinar as 
obrigações em um título de crédito: 
1. Teoria contratualista: defende que a obrigação 
assumida no título de crédito seria derivada de um 
contrato. O emitente de um título de crédito se obriga, em 
razão de uma relação contratual subjacente. 
 
Esta teoria é muito criticada, pois, conflita com o princípio 
da autonomia das obrigações, uma vez que, se a 
obrigação cambiária surge consubstanciada em um 
contrato, então, o terceiro que receber o título estará 
adquirindo direito derivado e não autônomo e original 
como realmente ocorre. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 
2. Teoria da declaração unilateral de vontade: 
para esta teoria, a fonte da obrigação cartular não 
seria um contrato, mas sim, uma declaração 
unilateral de vontade livre e incondicional do 
devedor. 
 
Esta teoria também sofreu inúmeras críticas, pois, 
o emitente estaria sempre obrigado, ainda que 
houvesse exceções pessoais, desde que o título 
tenha sido emitido regularmente. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 
3. Teoria dúplice de Vivante: para esta teoria 
deve-se analisar a posição do devedor sob duas 
vertentes: 
a) perante seu credor: o fundamento será o 
contrato; 
b) peranteterceiro de boa-fé: o fundamento será 
uma declaração unilateral de vontade. 
Desse modo, essa teoria mitiga ambas as 
anteriores. 
OBRIGAÇÕES NEGOCIAIS DO EMPRESÁRIO 
TÍTULO DE CRÉDITO 
CONTRATOS 
EMPRESÁRIO 
TÍT. CRÉDITO 
Solidariedade civil Solidariedade cambiária 
Obrigação com causa comum Obrigação com causa distinta - 
autonomia 
Unidade de prestação Pluralidade de prestações 
Codevedor que paga tem 
regresso contra todos os 
demais 
Nem todos os codevedores 
terão direito de regresso 
O direito de regresso é contra 
todos os codevedores 
O direito de regresso é apenas 
contra os codevedores 
anteriores 
O direito de regresso limitado 
à quota-parte de cada 
codevedor 
O direito de regresso de todo o 
valor desembolsado contra 
qualquer 
29 
Diferenças entre a solidariedade civil e a cambiária 
CONCEITO - Títulos de Crédito 
A definição mais corrente para título de crédito é a elaborada pelo 
jurista italiano Cesare Vivante, o qual define como sendo: 
"Documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, 
nele mencionado.“ 
 
Amador Paes de Almeida, a seu turno, apresenta título de crédito 
como “um instrumento formal que contém obrigação, instrumento esse 
a que a lei confere direito literal e autônomo” 
 
O CCB/2002, define título de crédito, “Art. 887 documento necessário 
ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente 
produz efeito quando preencha os requisitos da lei.” 
 
OBS.: Vivante fala “nele mencionado” e o Código Civil “nele contido”. 
Embora seja a mesma coisa e soe absurdo, a diferenciação conceitual 
entre “mencionado e contido” já foi cobrado em prova! 
Títulos de Crédito 
O título de crédito se distingue dos demais documentos 
representativos de direitos e obrigações em alguns 
aspectos: 
a) ele se refere unicamente a relações creditícias. Não se 
documenta num título de crédito nenhuma outra 
obrigação, de dar, fazer ou não fazer. Apenas o crédito 
titularizado por um ou mais sujeitos, perante outro ou 
outros, consta de um instrumento cambial. 
A característica de representar exclusivamente direitos 
creditórios, por si só, não é suficiente para distinguir os 
títulos de crédito dos demais documentos representativos 
de obrigação. 
Exemplo: A apólice de seguro, também representa apenas o crédito 
eventual do segurado ou do terceiro beneficiário, perante a 
seguradora e não se pode considerar título de crédito. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
O título de crédito se distingue dos demais documentos 
representativos de direitos e obrigações em alguns aspectos: 
 
b) A facilidade na cobrança do crédito em juízo, por que o título de 
crédito é um título executivo. Ele é definido pela lei processual como 
título executivo extrajudicial (CPC, art. 585, I); possui executividade, 
quer dizer, dá ao credor o direito de promover a execução judicial do 
seu direito. 
 
A fundamental diferença entre o regime cambiário e o direitos das 
obrigações está relacionada aos preceitos que facilitam, ao credor, 
encontrar terceiros interessados em antecipar-lhe o valor da 
obrigação, em troca da titularidade do crédito. 
Os títulos de crédito têm como características principais, a 
negociabilidade/circulabilidade (fácil circulação do crédito através do 
endosso ou da tradição) e a executoriedade. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características – atributos - dos Títulos de Crédito. 
. Negociabilidade. ou circulação, permite que o título de 
crédito circule de forma simplificada, dando mais certeza e 
segurança a quem o recebe, o que propicia maior 
agilidade e facilidade na transmissão do crédito. 
 
A Negociabilidade facilita a circulação do título, nas 
relações empresariais, que pode circular por endosso ou 
tradição. 
 
Obs.: Não há obrigatoriedade na circulação de título 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características – atributos - dos Títulos de Crédito 
. Executoriedade. Força executiva - atribui a esses títulos 
a qualidade de título executivo extrajudicial, conforme 
exposto pelo art. 585, inciso I, do CPC: 
Art. 585 - São títulos executivos extrajudiciais: I - a letra de câmbio, a 
nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque; 
 
Sendo o título de crédito executivo, ele pode ser cobrado 
diretamente por meio de execução judicial – ação 
cambial/cobrança sumária – sem a necessidade de ação 
de conhecimento e todo o seu rito processual de 
discussão, prova e contraditório, como em outros casos de 
cobrança de créditos decorrentes de um contrato. 
 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito 
 
Formalismo 
O formalismo é uma característica inerente aos títulos 
de crédito, uma vez que constitui condição para a sua 
existência, validade e eficácia. Assim, o título de 
crédito deve preencher certos requisitos formais e 
obrigatórios estabelecidos em lei, sem os quais estará 
descaracterizado. 
 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 A doutrina destaca outras Características como: 
 
•DOCUMENTO FORMAL: Precisam observar os requisitos 
essenciais previstos na legislação cambiária. 
•BENS MÓVEIS: A entrega do título é que vai marcar a 
transferência de titularidade do bem. A posse de boa-fé 
vale como propriedade 
•TÍTULOS DE APRESENTAÇÃO: É necessária sua 
apresentação para o exercício nele contido 
•TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS: Configuram 
uma obrigação liquida e certa o que faz que seja de 
natureza processual abstrata 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 A doutrina destaca outras Características como: 
•OBRIGAÇÕES QUESÍVEIS (QUERABLE): Cabe ao 
credor dirigir-se ao devedor para receber a importância 
devida, e que a emissão do título e a sua entrega ao 
credor têm, em regra, natureza pro solvendo (quer dizer 
que primeiro recebe-se o valor do título, após, dá-se a 
quitação). 
•TÍTULO DE RESGATE: Sua emissão pressupõe futuro 
pagamento em dinheiro que extinguirá a relação cambiária. 
Assim, aquele que paga tem o direito de resgatá-lo (pegar 
de volta). 
•TÍTULO DE CIRCULAÇÃO: Sua principal função é fazer o 
crédito circular. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito 
 
O título de crédito é um bem móvel, pois a posse do 
título de crédito equivale à propriedade. Essa natureza 
móvel facilita a circulação dos títulos de crédito. 
Sendo uma obrigação quesível – o credor tem o dever 
de buscar o seu crédito junto ao devedor. 
Em toda relação obrigacional, qualquer uma das 
partes pode tomar a iniciativa para o cumprimento da 
obrigação, porém nos títulos de créditos essa iniciativa 
incumbe ao credor. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Características dos Títulos de Crédito 
 
Com a circulação do título de crédito, pode surgir 
vários coobrigados, os quais serão considerados 
devedores solidários,(art.47, da LUG). 
O credor pode exigir de qualquer um dos coobrigados 
o pagamento da integralidade da dívida, é regra da 
solidariedade cambiária, basta a pessoa lançar sua 
assinatura no título de crédito para ficar obrigada pela 
quitação dele, de forma autônoma. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos dos Títulos de Crédito 
Os títulos de crédito são sempre um NEGÓCIO JURÍDICO, 
por ser uma forma de contrair obrigações e conceder 
direitos. Portanto, aplica-se aos títulos de crédito os 
requisitos de validade dos negócios jurídicos previstos no 
Código Civil: 
Agente Capaz: o agente deve ser capaz e legitimado para 
a prática do negócio jurídico. 
Objeto lícito, possível, determinado ou determinável: 
Forma prescritaou não defesa em lei: No CC/02, há a 
previsão de liberdade de forma (art. 107). Quando a lei 
prescrever determinada forma como requisito de validade, 
o negócio será solene ou formal. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos dos Títulos de Crédito 
 
Requisitos específicos. 
 
ASSINATURA DO DEVEDOR: Não é necessário qualificá-
lo, basta apenas sua manifestação de vontade que é 
demonstrada através da assinatura. 
 
Art. 219, CC. As declarações constantes de documentos 
assinados presumem-se verdadeiras em relação aos 
signatários 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos Específicos dos Títulos de Crédito 
 
DATA DE EMISSÃO: O título de crédito deve conter a data 
da emissão. O STJ segue a tendência de o considerar 
elemento essencial. 
É à vista o título de crédito que não contenha indicação de 
vencimento. 
Quando há data de vencimento, a obrigação fica suspensa 
e somente obrigará o devedor após a data estipulada. 
Se não está vencido não pode, por exemplo, ser objeto de 
execução judicial. 
O credor não é obrigado a receber o pagamento antes do 
vencimento, porém no vencimento, não pode o credor 
recusar pagamento, ainda que parcial. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
 Requisitos Específicos dos Títulos de Crédito 
LOCAL DE EMISSÃO E DE PAGAMENTO: Considera-se 
lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no 
título, o domicílio do emitente. Trata-se de um requisito não 
essencial. 
 A maioria dos doutrinadores entende que no momento da 
emissão do título, pode até não conter todos os requisitos 
essenciais, porém no momento da execução do título, 
estes não podem faltar. 
Esse assunto é inclusive sumulado pelo STF: 
SÚMULA 387: A cambial emitida ou aceita com omissões, 
ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé 
antes da cobrança ou do protesto. 
 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito 
Natureza: São títulos executivos extrajudiciais. De acordo 
com o artigo 585, do CPC. 
 Historicamente, nasceram na época do comércio das 
navegações, e alguns autores discutem se foi a letra de 
câmbio ( letra de cambio) ou o cheque, os primeiros títulos 
que surgiram no mercado como um todo. 
São Atributos dos títulos de Crédito: A Negociabilidade e 
a Executividade ou Executoriedade. 
De Vivante, temos o conceito dos Títulos de Crédito: " É o 
documento necessário para o exercício do direito literal e 
autônomo nele mencionado". 
Deste conceito, extraímos os Princípios dos Títulos de 
Crédito. 
 
EXERCÍCIO – Aula - 01 
01- (Juiz Federal/3ª Região -2006-TRF) segundo a célebre 
definição de Vivante, título de crédito é: 
a)( ) Documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo, 
nele contido; 
b)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e 
autônomo, nele mencionado; 
c)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e 
autônomo, nele incorporado 
d)( ) Documento necessário para o exercício do direito, literal e 
autônomo, nele materializado 
 
02- Não é título de crédito: (OAB-MG-06) 
a)( ) A nota promissória vinculada à compra e venda imobiliária 
b) ( )A letra de câmbio em contrato bancário 
c) ( )A duplicata de prestação de serviços 
d) ( ) O boleto bancário 
 
CASO CONCRETO – Aula - 01 
01- Augusto e Bernardo, em virtude de dívida contraída 
por aquele em favor deste, resolveram criar um documento 
que pudesse representar tal obrigação. Dessa forma, 
questionam você, famoso advogado dessa área: 
1 - De que maneira o título de crédito se distingue dos 
demais tipos representativos de obrigação, quanto à 
cobrança e circulação do crédito? 
2-Porque o título de crédito é considerado, 
fundamentalmente, um título de apresentação? 
QUESTÃO OBJETIVA: As principais características de um 
título de crédito cambial são: 
A) literalidade, forma, causa. 
B) forma, causa, abstração. 
C) negociabilidade, autonomia e literalidade. 
D) modelo, cártula, autonomia 
OBRIGADA 
“ Pequenas oportunidades podem ser o começo 
de grandes oportunidades”. 
 
TEMÓSTELES

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