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REVISÃO CRIMINAL E A SOBERANIA DOS VEREDICTOS NO TRIBUNAL DO JURI

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ATPS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL III
ETAPA III E IV
 Revisão Criminal e a Soberania dos veredictos no Tribunal do Júri
A revisão criminal é uma ação penal de natureza constitutiva e “sui generis”, de competência originaria dos tribunais, com objetivo de rever a decisão condenatória com transito em julgado, quando ocorre erro judiciário.
Por estar descrito na constituição, tem alcance maior que o previsto em legislações ordinárias, adquirindo igualmente contorno de garantia fundamental do indivíduo, na forma de remédio constitucional contra injustas condenações. É considerada sui generis, pois não há parte contrária, somente o autor que busca corrigir um erro judiciário que o vitimou. Dai a conclusão, porque a Constituição Federal (art. 5º, LXXV) menciona-se que o “Estado indenizará o condenado por erro judiciário”, ainda no §2º do mesmo art. 5º, menciona-se que outros direitos e garantias podem ser admitidos, mesmo que não estejam expressamente previstos no texto constitucional, e desde que compatíveis com os princípios nele adotado. 
A natureza jurídica da revisão criminal é muito discutida. Uns a entendem como um a função sui generis, mais de ação rescisória do que de recurso, que foi instituída no Brasil pelo Decreto nº 847/84 e mantido pela Lei nº 221/94 , de acordo com a Constituição 1891, para substituir o antigo recurso de revista. Outros a consideram como remédio jurídico processual e não recurso, ainda há os que entendem como recurso excepcional, por só caber de sentença transitada em julgado. Sérgio de Oliveira Médici, no entanto, propõe outra conceituação sem adotar o difundido caráter de ação, nem acolher ser a revisão criminal em mero recurso.
 “Em nosso entendimento, a revisão constitui meio de impugnação do julgado que se aparta tanto dos recursos como das ações, pois a coisa julgada exclui a possibilidade de interposição de recurso, e ao requerer a revista de sentença, o condenado não está propriamente agindo, mas reagindo contra o julgamento, com o argumento da configuração de erro judiciário. A ação penal anteriormente vista não é então revista por meio da revisão que, entretanto, não implica inversão das partes (em sentido processual).
A revisão criminal poderá ser pedida pelo réu ou por procurador legalmente habilitado, ou no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão ( art. 623 CPP). 
Em resumo temos que a revisão criminal é o instrumento utilizado contra decisões condenatórias transitada em julgado, a fim de reincidir a chamada coisa julgada e possibilitar uma nova sentença sobre o caso. Neste caso, o principio da segurança jurídica é relativizado em face do principio da justiça. É de entendimento que o Tribunal do Júri, possui competência constitucional para o julgamento de crimes dolosos contra a vida, tem as suas sentenças garantidas pela soberania dos veredictos. Diante do exposto, questiona-se se há possibilidade de Revisão Criminal, diante dos julgados originados do Conselho de Sentença, pois estes são soberanos. 
O art. 621 do CPP nos traz um rol taxativo de quando se pode recorrer a revisão criminal. 
 “A revisão criminal dos processos findos será admitida:
 I-quando a sentença condenatória for contrario ao texto expresso da lei penal ou a evidência dos autos.
 II-quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos.
 III-quando, após a sentença, se descobrem novas provas de inocência do condenado ou de circunstancia que determine ou autorize diminuição especial da pena.
Tanto a revisão criminal como a soberania do Tribunal do Júri, são garantias constitucionais. Entretanto, por não existir hierarquia de normas, quando se tratam de duas garantias fundamentais, é preciso harmoniza-las, evitando que uma prevaleça sobre a outra.
Há posição doutrinária majoritária e jurisprudencial, que responde afirmativamente que há possibilidade da haver revisão criminal nas sentenças transitadas em julgado, pelo Tribunal do Júri, invocando-se o direito a liberdade, que prevalece sobre a soberania dos veredictos. Os argumentos favoráveis à revisão criminal contra decisão final do júri são as seguintes:
- A revisão é uma garantia individual mais importante, podendo superar outra que é a soberania dos veredictos do Tribunal Popular, porque preserva o direito a Liberdade. 
- A soberania não pode afrontar os direitos de defesa do réu, devendo prevalecer sempre à ampla defesa.
- A soberania do júri não pode sustentar-se na condenação de um inocente, pois o direito a liberdade como se disse é superior.
- A soberania dos veredictos cinge-se apenas ao processo, até que a relação jurídico-processual seja decidida em definitivo.
- A soberania dos veredictos e o júri, constituem garantias do direito de liberdade do réu, razão pela qual a absolvição pela revisão criminal estaria de acordo com tais finalidades.
- Existem possibilidades legais de revisão da decisão do júri, como a apelação.
 Todos esses fundamentos , no entanto, não se coadunam com os fins da instituição do Tribunal do Júri. Percebemos que da mesma forma que a revisão criminal é uma garantia individual, o Tribunal do Júri, também o é, embora a primeira seja garantia de proteção destinada aos condenados injustamente, enquanto que o Tribunal do Júri é garantia do devido processo legal e não da liberdade do réu. Pode o júri condenar ou absolver, sem estar vinculado ao acusado.
Sendo assim, embora a revisão criminal seja uma proteção aos condenados vitima de erro judiciário, também se deve preservar igualmente a instituição do júri, lapidada constitucionalmente para a condenação e absolvição dos acusados da pratica de crimes dolosos contra a vida. Neste caso, sendo o réu indevidamente condenado pelo júri, poderá ingressar com revisão criminal, mas apenas para que o tribunal togado proceda ao juízo reincidente, devolvendo ao júri o juízo rescisório.
Diante disso, para compatibilizar a revisão criminal com a soberania dos veredictos, sem que uma garantia supere a outra, pois estabeleceria a indevida hierarquia entre normas constitucionais, é preciso encaminhar o julgamento ao Tribunal Popular. Decidir se o sentenciado é realmente inocente cabe aos jurados e não ao magistrado togado. Sustentamos a possibilidade da revisão criminal das decisões do júri, desde que, no caso em questão, inexistam quaisquer provas que sustentem a condenação imposta ao réu. Entendemos, portanto que a revisão criminal deveria corresponder a verdadeiro limite do principio da soberania dos veredictos.
Há de harmonizar, os dispositivos constitucionais, sendo este o melhor caminho, quando for o caso pelo tribunal togado (revisão criminal) para depois encaminhar o feito ao juízo rescisório a ser feito pelo Tribunal do Júri (soberania dos veredictos). Apesar de haver doutrina e jurisprudência a orientação de que o Tribunal da Justiça pode, em sede de revisão criminal, absolver om réu condenado pelo Tribunal do Júri argumentando que a revisão é uma garantia implícita da Constituição em favor do réu, difícil é afastar a ofensa á soberania, sobrepondo o Tribunal da Justiça a sua vontade, acima da manifestada pelo Júri.
A maioria dos doutrinadores defende que se houverem provas novas, ou se demonstrado que as provas nos autos apresentadas eram falsas, o réu possa se valer da revisão criminal, garantindo sua proteção a liberdade, sendo constatada indevida condenação, impende ao tribunal togado realizar o juízo reincidente devendo devolver ao júri o juízo, sendo anulado o julgamento anterior e realizado um novo julgamento, com novos jurados, preservando assim a soberania constitucional reservada ao Tribunal do Júri e também o direito a liberdade, concedido ao réu.
PROCESSO PENAL. CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNALDO JÚRI. REVISÃO CRIMINAL JULGADA PROCEDENTE PARA ABSOLVER O RÉU.FUNDAMENTO LEGAL. FRAGILIDADE PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.RECURSOESPECIAL PROVIDO PARA DETERMINAR NOVO JULGAMENTO PELO TRIBUNALPOPULAR. 1. O ordenamento jurídico assegura ao condenado, por qualquer espécie de delito, a possibilidade de ajuizar revisão criminal, nas hipóteses previstas no art. 621, do Código de Processo Penal. 2. In casu, com fundamento na fragilidade do conjunto probatório, foi a revisão criminal julgada procedente para absolver o réu do crime de homicídio. 3. No entanto, tal fundamento não autoriza o Tribunal revisor a proferir juízo absolutório, pois, de um lado, esta situação não está contemplada no art. 621, I, do Código de Processo Penal, de outro lado, a valoração das provas de forma distinta daquela realizada pelo Tribunal do Júri, não autoriza a ação rescisória pela manifesta contrariedade às provas dos autos, principalmente, levando-se em consideração a soberania dos veredictos na apreciação e valoração dos referidos elementos processuais, pois conforme expressa previsão constitucional, cabe ao Conselho de Sentença, o exame do conjunto fático/probatório. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(STJ - AgRg no REsp: 1021468 SP 2008/0001899-9, Relator: Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 02/08/2011, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 10/08/2011)
PENAL E PROCESSO PENAL. REVISÃO CRIMINAL. A REVISÃO CRIMINAL NÃO OBSTA A EXECUÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA DIANTE DO TRÂNSITO EM JULGADO. INDEFERIMENTO. ABSOLVIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. PROVAS CONCRETAS DETERMINANDO A AUTORIA. CORREÇÃO DE OFÍCIO DA PENA APLICADA POR ERRO MATERIAL. PENA DE RECLUSÃO INFERIOR A OITO ANOS. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, CONCESSÃO DE CUMPRIMENTO DA PENA EM REGIME SEMIABERTO. REVISÃO CRIMINAL JULGADA PROCEDENTE EM PARTE. POR MAIORIA. 1. Se a decisão condenatória resulta da análise das provas dos autos, firmes e harmônicas, apontando a autoria do agente, impõe-se sua manutenção; 2. Desacerto aritmético na aplicação da pena é de ser corrigido de ofício, por se tratar de erro material. 3. A pena de reclusão inferior a 8 (oito) anos com circunstâncias judiciais favorecendo ao réu deve ser cumprida em regime semiaberto. 4. Julgamento dando provimento em parte ao pedido revisional, mantendo a decisão condenatória e modificando o regime de cumprimento inicial da reprimenda de fechado para semiaberto e de ofício efetuar a correção aritmética da pena aplicada.
(TJ-PE - RVCR: 3313446 PE, Relator: Cláudio Jean Nogueira Virgínio, Data de Julgamento: 25/02/2016, Seção Criminal, Data de Publicação: 31/03/2016)
Habeas Corpus
A Constituição federal consagra um grande conjunto de direitos do individuo, e com a intenção de assegurar efetivamente a esses diretos, institui paralelamente as demonstradas “garantias”, entre essas garantias destaca-se os “remédios constitucionais”. Esses remédios constitucionais são os meios colocados á disposição do individuo para salvaguardar seus direitos diante da ilegalidade ou abuso de poder cometido pelo Poder Público.
Entre esses remédios constitucionais temos o Habeas Corpus, que é de natureza judicial. Visa garantir o direito individual de locomoção por meio de uma ordem exorada, por um órgão do Poder Judiciário, juiz ou tribunal, para que seja cessada a ameaça ou coação á liberdade de ir e vir do individuo.
”Conceder-se á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. (art. 5º, LXVIII, C.F /88).
O habeas corpus é ação de natureza penal, de procedimento especial e isenta de custas (gratuito) com objetivo especifico constitucional de liberdade de locomoção, não podendo ser utilizado para a correção de qualquer idoneidade que não implique coação ou iminência direta de coação a liberdade de ir e vir.
Existem dois tipos de habeas corpus, pode ser repressivo (liberatório) quando o individuo já teve desrespeitado seu direito de locomoção, ou seja, foi preso ilegalmente, e o preventivo (salvo conduto) , quando há apenas uma ameaça de que o seu direito de locomoção venha a ser desrespeitado, quando, por exemplo, o individuo esta na iminência de ser preso.
A legitimação ativa do habeas corpus é universal: qualquer do povo, nacional ou estrangeiro, independente de capacidade civil, politica ou profissional, de idade, de sexo, profissão, estado mental pode ingressar com habeas corpus, em beneficio próprio ou alheio, tem se admitido inclusive, pela jurisprudência, a impetração do habeas corpus por pessoa jurídica, em favor de pessoa física.
Apesar de nossa legislação incluir o habeas corpus entre recursos, é discutida sua natureza jurídica. Alguns o admite como recurso por estar inserido no capitulo dos recursos no código de processo penal, outros o interpretam como ação sui generis. O entendimento mais aceito é que se trata de uma ação penal, pois como diz Dante Busana, 
“não pode ser recurso porque pode ser instaurado independentemente da existência de processo, ataca a coisa julgada e é instaurado pelo acusado que pretende seja declarada a inexistência do direito de punir. Trata-se realmente de ação penal constitucional.”
Para se processar o pedido de habeas corpus, faz se necessária à apresentação de petição ao juiz, a qual ele poderá rejeita-la liminarmente se não preenchido os requisitos extrínsecos previstos pelo art. 654, CPP, bem como se houver coerência de ação. Quando o pedido é dirigido aso tribunal, dispõe à lei que, faltando qualquer requisito o presidente mandará preenche-lo logo que lhe for apresentado a petição (art. 662, 2ª parte). Preenchidas as formalidades, o juiz receberá a petição do habeas corpus, se julgar necessário e estiver preso o paciente, mandará o juiz que lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. (art. 656, CPP).
O artigo 660 do CPP, nos mostra que efetuadas as diligências, que podem ser as requeridas ou as determinadas de oficio, e interrogado o paciente, o juiz decidira, fundamentadamente dentro de 24 horas. Entretanto, na pratica, não se expede ordem de apresentação e nem se interroga o paciente, o juiz apenas requisita informações da autoridade apontada como seja prevista expressamente quando se trata de impetração perante o tribunal (art. 662, CPP).
Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1o Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão.
§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.
§ 3o Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do processo judicial.
§ 4o Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.
§ 5o Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.
§ 6o Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou do tribunal que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver, observadas as formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.
Restrição à produção de prova no habeas corpus:
Como regra, no procedimento de habeas corpus não se produz prova, devendo o impetrante apresentar, com a inicial, toda a documentação necessária para instruir o pedido. Pode por ventura o magistrado ou o tribunal, conforme o caso, requisitar da autoridade coatora, além das informações, outros documentos imprescindíveis à formação de seu convencimento, cabendo á autoridade coatora, de oficio, enviar as peças que entender pertinentes para sustentar sua decisão.Este deve ser o procedimento adotado, sendo incabível qualquer colheita de prova testemunhal ou pericial, desde que a questão demande urgência, como acontece no habeas corpus liberatório. No caso do habeas corpus preventivo, tem se admitido até mesmo, a possibilidade de oitiva de testemunhas arroladas na petição inicial, desde que se trate de habeas corpus perante o juiz singular,. 
O STJ já decidiu, contudo, que não se deve deixar de conhecer o habeas corpus por ausência de documentos, na medida em que cabe ao juiz ou tribunal antes de julgar o habeas corpus, pedir informações á autoridade apontada como coatora, solicitando os esclarecimentos que entender necessários á apreciação do pedido, bem como eventuais documentos relevantes ao deslinde da controvérsia, quando disponíveis no juízo, como é o caso dos atos jurisdicionais dele emanados (STJ, HC Nº 29491/SP,ST.Rel. Min. Laurita Vaz, j 06.12.2005 u.u, DJU 13.02.2006, p532).
No entanto há o entendimento posicionado por Ada, Magalhães e Scarance:
“Também não está excluída, por completo a possibilidade de produção de outras provas, a testemunhal, por exemplo, especialmente quando se trata de pedido visando á expedição da ordem em caráter preventivo, pois nessa situação é preferível dilatar-se o procedimento, para melhor esclarecimento dos fatos, ao invés de não conhecer do writ por falta de prova cabal da ameaça.”
Esse entendimento é razoável no que diz respeito ao habeas corpus preventivo, pois se a pessoa já está presa, deve ser suficiente a documentação existente no procedimento ou no processo para fundamentar essa medida coercitiva, sem necessidade de outras colheitas. 
“O habeas corpus, presta-se a sanar coação ou ameaça ao direito de locomoção, possuindo âmbito de cognição restrito á hipóteses de ilegalidade evidente, em que não se faz necessária a análise de provas.” (HC 147.837-MG.Rel. Napoleão Maia Filho).
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. COAÇÃO DE IDOSO. ART. 107 DA LEI N.º 10.741⁄2003. CONCURSO DE PESSOAS. ART. 29 DO CÓDIGO PENAL.ARGUIÇÃO DE INOCÊNCIA DOS RÉUS. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. NÃO CABÍVEL NA VIA ESTREITA DOHABEAS CORPUS. TESES DE ERRO DE TIPIFICAÇÃO DO DELITO, EXCESSO DEACUSAÇÃO E FALTA DE JUSTA CAUSA. CÓPIA DA DENÚNCIA NÃO COLACIONADA AOS AUTOS. ILEGALIDADE NÃO DEMONSTRADA DOCUMENTALMENTE PELO DEFENSOR. AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. CORRETA INSTRUÇÃO DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL DOHABEAS CORPUS: ÔNUS DA DEFESA. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO DA CULPA. QUESTÃO NÃO APRECIADA PELO TRIBUNAL A QUO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA ANTECIPADA. NÃO CABIMENTO. SÚMULA N.º 438 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSAEXTENSÃO, DESPROVIDO.
1. Conforme consubstanciado no acórdão impugnado, a análise de suposta inocência dos Réus depende do reexame da matéria fático-probatória, sendo imprópria na via dohabeas corpus, remédio de rito célere e de cognição sumária
2. O recurso foi deficitariamente instruído, pois não foi colacionada peça processual imprescindível, qual seja, cópia da denúncia, de forma que não há como constatar-se a existência de eventual ilegalidade relativa à suposta falta de justa causa para a açãopenal, bem como às alegações de erro de tipificação do delito e excesso na acusação.
3. Como se sabe, é ônus da parte impetrante a correta instrução dos autos do remédio constitucional do habeas corpus, mormente, se se tratar de inicial assinada por Advogado constituído, como na espécie. Precedentes.
4. Observa-se do teor do acórdão impugnado que a alegação de excesso de prazo na formação da culpa não foi suscitada, nem tampouco apreciada pelo Tribunal a quo, o que impossibilita tal exame por esta Corte Superior, sob pena de indevida supressão de instância. Precedentes.
5. A prescrição em perspectiva, tendo em conta a pena a ser aplicada no futuro, é questão já exaustivamente examinada e repelida com veemência pela jurisprudência desta Corte, porquanto não albergada pelo ordenamento jurídico pátrio. Incidência do enunciado sumular n.º 438 do Superior Tribunal de Justiça.
6. Recurso ordinário parcialmente conhecido e, nessa extensão, desprovido.
	Processo:
	10167572 PR 1016757-2 (Acórdão)
	Relator(a):
	José Mauricio Pinto de Almeida
	Julgamento:
	04/04/2013
	Órgão Julgador:
	2ª Câmara Criminal
	Publicação:
	DJ: 1085 23/04/2013
Ementa
HABEAS CORPUS. ALEGADA COAÇÃO ILEGAL DECORRENTE DE APONTAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL NAS CERTIDÕES DE ANTECEDENTES CRIMINAIS DOS PACIENTES, SEM QUE TENHA HAVIDO EFETIVO INDICIAMENTO. INOBSERVÂNCIA DO ART. 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, MORMENTE DE SEU PARÁGRAFO ÚNICO, RECENTEMENTE ALTERADO PELA LEI N. 12.681/12, DE 04 DE JULHO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA.
Segundo a nova redação dada ao parágrafo único do art. 20 do Código de Processo Penal pela Lei n.12.881/12. de 04 de julho, "nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes", regra que se aplica, por extensão, aos distribuidores criminais, a menos que haja requisição judicial.I.
Acórdão
ACORDAM os Magistrados integrantes da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná, à unanimidade, em conceder a ordem, para que não constem das certidões de antecedentes dos pacientes os apontamentos mencionados na inicial (inquéritos policiais).
 Como vimos na doutrina e na jurisprudência, o exame de provas para uma decisão sobre pedido de habeas corpus, deve ser nos limites permissíveis, não devendo ser aprofundado com analises minucioso e valorativo de fontes informativas colocadas em analítico confronto. Mas, para o necessário exame de coação ilegal, tida na impetração como presente, as provas são indispensáveis e todas examinadas, ou então restaria a proteção, de fonte constitucional, restrita, com sérios gravames á liberdade individual, ás hipóteses nas quais a violência ou a coação ilegal, por ilegitimidade ou abuso de poder, sejam prontamente, á primeira vista, em rápida apreciação superficial do articulado na impetração, identificáveis como ocorrendo ou com a suspeita de possível ocorrência. Não se pode confundir a inexistência de direito liquido e certo com a complexidade do pleito, por isso não constituindo obstáculo a uma decisão jurisdicional de proteção reclamada, a necessidade de estudo de provas, ainda que mais profundo, para a verificação da noticia de direito denunciado como ameaçado ou violado. 
Conforme posiciona Maria Thereza Rocha de Assis Moura e Cleunice A. Valentim Bastos:
 “Impossível e inviável, de igual modo, no âmbito de cognição do habeas corpus, estabelecer-se o contraditório ou admitir-se dilação probatória. Está deve vir pré-constituída, sempre, documental. Mesmo porque, na maior parte das vezes, a coação ou constrangimento ilegal está, intimamente, relacionado com questões, exclusivamente, de direito. Isso não significa que o Poder Judiciário esteja impedido de examinar provas em habeas corpus, em determinadas situações.”
A competência para julgar o habeas corpus, via de regra será dos tribunais de segunda instância, quais sejam Tribunal da Justiça ou Tribunal Regional Federal; ou das cortes superiores (STF: art. 102, I,j e STJ: art. 105, I, e, ambos da CF), quando tiverem apreciado o mérito da decisão condenatória. A decisão assim proferida substituiria aquela recorrida, estaria afirmada a sua competência para a revisão das condenações por eles proferidas.
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 NUCCI, Guilherme de Souza; Código de Processo Penal Comentado 14ª edição. 
 Editora Forense- 2015
PRATA, Geancarlos Lacerda; SILVA, Vander Brusso; OAB Doutrina Simplificada 3ªedição Editora Rideel 2015.
http://tj-pr.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23697945/habilitacao-10167572-pr-1016757-2-acordao-tjpr-ACESSO EM 14/11/2016.

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