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DocTec 21.02

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DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA E 
LEGALIZAÇÃO DE PROJETOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................3 
2. LEGISLAÇÃO E NORMAS PERTINENTES......................................................................5 
3. DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA E LEGALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO IMÓVEL...10 
3.1 DESENHOS ....................................................................................................... 11 
3.2 MEMORIAIS DESCRITIVOS ........................................................................................................ 12 
3.3 MEMORIAIS DE CÁLCULO ......................................................................................................... 13 
3.4 PROCEDIMENTOS DE GESTÃO DA PRODUÇÃO ........................................................................... 13 
3.5 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS .................................................................................................... 15 
3.6 MANUAL DO PROPRIETÁRIO ..................................................................................................... 16 
 
4. TIPOS DE PROJETOS QUE NECESSITAM DE APROVAÇÃO....................................18 
4.1 CONSTRUÇÃO NOVA ............................................................................................................... 18 
4.2 REFORMA ............................................................................................................................. 19 
4.3 REFORMA COM AUMENTO DE ÁREA .......................................................................................... 20 
4.4 REFORMA COM REGULARIZAÇÃO ............................................................................................. 20 
4.5 MUDANÇA DE USO .................................................................................................................. 21 
4.6 MODIFICATIVO ........................................................................................................................ 22 
4.7 RECONSTRUÇÃO .................................................................................................................... 22 
4.8 REGULARIZAÇÃO .................................................................................................................... 22 
4.9 HABITE-SE ............................................................................................................................. 22 
 
5. DOCUMENTAÇÃO REFERENTE À OBRA.....................................................................25 
5.1 TÍTULO DE PROPRIEDADE DO IMÓVEL ....................................................................................... 25 
5.2 REGISTRO DE IMÓVEIS ............................................................................................................ 26 
5.3 IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO - IPTU .................................................................. 27 
5.4 FICHA TÉCNICA ...................................................................................................................... 28 
5.5 AUTO DE CONCLUSÃO ............................................................................................................. 29 
5.6 CERTIFICADO DE REGULARIDADE - CEDI ................................................................................. 29 
5.7 HISTÓRICO DO IMÓVEL ........................................................................................................... 29 
5.8 CONSULTA AO ARQUIVO GERAL ............................................................................................... 30 
5.9 ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA - ART ................................................................. 30 
5.10 MATRÍCULA NO INSS ............................................................................................................. 30 
 
6. NOÇÕES DE PROCEDIMENTO LICITATÓRIO..............................................................33 
7. NOÇÕES DE DOCUMENTOS FINANCEIROS E FISCAIS.............................................34 
8. LEI 8.666/93......................................................................................................................36 
9. TIPOS DE LICITAÇÃO.....................................................................................................37 
10. DOCUMENTAÇÃO SOCIETÁRIA....................................................................................38 
11. PROVA DE REGULARIDADE FISCAL E JURÍDICA......................................................39 
12. IDONEIDADE FINANCEIRA.............................................................................................40 
13. IDENTIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS COMPETENTES E ACOMPANHAMENTO DA 
APROVAÇÃO DO PROJETO.......................................................................................................41 
14. CONSEQUÊNCIA DO DESCUMPRIMENTO...................................................................42 
15. NORMAS E LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS......................................................................43 
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................44 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado (a) docente, 
 
É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - 
SENAI promove atualização para docentes do Curso Técnico em 
Edificações. 
A unidade curricular Documentação Técnica e Legalização de Projetos tem 
como objetivo geral desenvolver competências para a organização dos 
documentos técnicos e legais de aprovação ou regularização do 
empreendimento junto a órgãos competentes, seguindo normas e 
procedimentos, tendo em vista o planejamento e gestão da produção, tão 
necessários ao desenvolvimento das competências específicas para formação 
do Técnico em Edificações, uma vez que a edificação só poderá ser construída 
se o projeto for aprovado na íntegra e todos os seus parâmetros construtivos 
estiverem atendendo às leis municipais vigentes. 
Nos capítulos que seguem, veremos a importância da legislação e das normas 
pertinentes à edificação; qual documentação técnica é necessária para a 
legalização do empreendimento imóvel; quais os tipos de projetos que precisam 
de aprovação; e ainda quais os documentos que existem referentes à obra. 
Contemplaremos os tipos de licitação e noções de procedimento licitatório. 
Veremos noções de documentos financeiros e fiscais e a Lei 8.666/93, que trata 
de processos licitatórios. Abordaremos documentação societária e a importância 
de se provar regularidade fiscal e jurídica. Abordaremos também como se 
caracteriza a idoneidade financeira e por que ela é tão importante. Vamos 
explicar o motivo de um profissional precisar conhecer os órgãos públicos e 
saber identificar qual trata cada item do projeto e o dever de acompanhar os 
processos de aprovação. Falaremos das possíveis consequências nos casos de 
descumprimento das leis e, por fim, que normas técnicas e leis estão envolvidas 
no processo de legalização de projetos. 
 
Essa unidade curricular colabora para o desenvolvimento de capacidades sociais, 
organizativas e metodológicas, tais como: 
 
 
4 
 
 
• Planejar e organizar o próprio trabalho; 
• Atuar de forma ética; 
• Aplicar princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambientais; 
• Avaliar o trabalho realizado, na perspectiva de melhoria contínua; 
• Aplicar técnicas de comunicação oral e escrita. 
 
 
Além de desenvolver capacidades técnicas, como: 
 
• Identificar os órgãos específicos para a aprovação de projetos; 
• Interpretar normas e legislações específicas para a aprovação de 
projetos; 
• Planejar a aprovação de projetos; 
• Monitorar possíveis modificações de projeto no decorrerda construção; 
• Selecionar documentos necessários à aprovação de projetos nos órgãos 
específicos; 
• Monitorar o processo de obtenção de licenças; 
• Cumprir as exigências apresentadas pelos órgãos específicos para 
obtenção de licenças. 
 
 
Lembre-se de que os alunos estão sendo orientados para: 
 
• Consultar seu professor/tutor sempre que tiver dúvida; 
• Não deixar as dúvidas para depois; 
• Estabelecer e cumprir um cronograma de estudo que você cumpra 
realmente; 
• Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 LEGISLAÇÃO E NORMAS 
PERTINENTES 
 
Nesse capítulo, adotamos o início da ocupação humana no bairro do Itaigara, 
em Salvador-BA, para o aluno entender a importância de instrumentos 
reguladores (leis), já que as leis atuam em nosso cotidiano e servem como 
parâmetros para a ordenação do espaço territorial desde a fase de planejamento 
e construção de uma rua com as edificações, um bairro até uma cidade inteira. 
Partindo desse princípio, serão apresentadas, a seguir, as colocações teóricas 
que devem ser contempladas para iniciarmos a unidade curricular. 
A partir do momento em que o espaço territorial é destinado para a moradia e 
ocupação humana, inicia-se uma série de providências, tanto no que se refere 
aos aspectos legais da terra, quanto à destinação do seu uso. Essa fase compõe 
uma etapa do planejamento e se caracteriza pelo zoneamento do território, que, 
por sua vez origina o loteamento1 de toda a área. 
Com o loteamento, surgem novas construções, e é nesse momento que se torna 
necessária a orientação dos governos em suas três instâncias (municipal, 
estadual ou federal) para regulamentação quanto aos tipos de construções e 
seus padrões. 
O Estatuto da Cidade foi oficializado pela Lei 10.257 de 10 de julho de 2001 e 
tornou legítimo o capítulo Política Urbana na Constituição Brasileira. A partir 
dessa lei, cada cidade teve o compromisso de elaborar seu Plano Diretor de 
Desenvolvimento Urbano – PDDU, com o objetivo de ordenar o seu 
desenvolvimento. 
Para ilustrarmos um início de ocupação humana no território, mostraremos como 
aconteceu o planejamento de uma região da Cidade de Salvador/ BA, que 
ocorreu por volta dos anos 70. Embora naquela época ainda não existisse o 
PDDU do município, esse exemplo nos será útil para entendermos como 
acontece a acelerada construção do nosso habitat urbano que, por sinal, em 
alguns anos, transforma-se com inúmeras construções de concreto, cimento e 
 
1 Segundo Aulete (2008), loteamento representa a subdivisão do terreno ou propriedade em lotes, ou seja, 
em unidades independentes. 
 
 
6 
 
tijolos. Na Figura 1, a seguir, veremos um mapa que contém a representação 
esquemática de alguns loteamentos de Salvador quando existiam apenas as 
primeiras construções e as principais vias de tráfego locais, a Av. Antônio Carlos 
Magalhães e a Av. Tancredo Neves. Daí por diante as construções começaram 
a compor o habitat urbano até a formação dos bairros inteiros. Como podemos 
ver, o Bairro Itaigara aparece representado pelo algarismo romano “II” e é 
denominado “Loteamento Itaigara” (destacado em pontilhado vermelho) (Fig. 1): 
 
Fig. 1: Zoneamento de uma região da Cidade de Salvador- BA 
FONTE: SENAI 
 
Naquela época, havia uma grande extensão de solo natural, enquanto nos dias 
atuais o Bairro Itaigara encontra-se densamente construído, com muitos prédios 
residenciais, centros médicos, comerciais e empresariais de grande porte e 
postos de gasolina. Podemos visualizar a transformação espacial na Figura 2, a 
seguir, onde encontramos o solo natural totalmente coberto por superfícies 
construídas pelo homem (Fig. 2). 
 
7 
 
 
Fig. 2: Imagem aérea do Bairro Itaigara nos dias atuais 
FONTE: GOOGLE MAPS - 2013 
 
Mas, afinal, quais leis atuaram até a consolidação desse bairro? Certamente, no 
caso específico do Bairro Itaigara, os projetos das construções mais recentes 
foram norteados por leis denominadas Plano Diretor de Desenvolvimento 
Urbano - PDDU, Lei de Ordenação, Uso e Ocupação do Solo – LOUOS e 
Código de Obras do Município de Salvador. Vale ressaltar que essas leis são 
específicas para cada município, portanto, cada município determina as suas. 
 
É importante esclarecermos que a Lei de Uso e Ocupação do Solo – LUOS – 
pode se apresentar com variações em seu nome, como no caso do município de 
Salvador/ BA em que essa lei se apresenta como Lei de Ordenamento, Uso e 
Ocupação do Solo – LOUOS, enquanto na maioria dos municípios se considere 
o termo Lei de Uso e Ocupação do Solo. Com o objetivo de abrangermos a uma 
 
8 
 
maior parcela do território nacional, nos referiremos ao termo Lei de Uso e 
Ocupação do Solo – LUOS. 
Estamos nos referindo às leis que orientam o planejamento urbano e 
arquitetônico de cada município. Mas, quais os documentos da obra que, em 
geral, os municípios exigem? É o que vamos conhecer nos próximos capítulos, 
pois, ao final deste livro, precisaremos entender quais documentos técnicos as 
prefeituras solicitam, quais as suas finalidades e para quais órgãos deverão ser 
encaminhados até a liberação da obra. Precisamos estar cientes, todo o tempo, 
de que as considerações feitas neste livro serão de caráter geral, pois cada 
município se equivaleu de autonomia para formular suas próprias exigências de 
documentos e procedimentos para aprovação de projetos, que pode variar de 
um município para outro. 
Vamos adiante e entenderemos, de maneira geral, quais os documentos 
requeridos e necessários para a legalização de projetos. 
 
 
 
A Prefeitura Municipal de Salvador oferece projetos gratuitos para a população 
de Habitações de Interesse Social – HIS. Procure no sítio eletrônico do órgão 
municipal responsável pelas regulamentações de projeto de habitação da sua 
cidade e observe se há o mesmo oferecimento e quais as condições para isso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A legitimação de uma lei municipal não significa a adaptação das edificações 
preexistentes aos parâmetros construtivos estabelecidos por essa lei. 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
É muito interessante o processo de desenvolvimento ou crescimento de uma 
cidade. Se observarmos bem, no intervalo de dez anos, toda a cidade se 
transforma totalmente. Onde não havia prédio algum, passa a ter. Onde havia 
casa unifamiliar, passa a ter prédio residencial multifamiliar. E, assim, tudo 
muda, como mágica. 
Um rapaz chamado Saulo viajou para estudar e trabalhar em outra cidade. Já 
estava lá há doze anos e toda vez que falava com seu irmão pela internet, 
ouvia que, quando voltasse, não reconheceria mais a cidade de tão diferente 
que estava pelos prédios altos. Um belo dia, Saulo foi selecionado por uma 
empresa para trabalhar na sua cidade. Ele, então, resolveu voltar, e enquanto 
o avião sobrevoava a cidade já se impressionou com a aparência de tudo, pois 
a cidade parecia um grande paliteiro. Viu o ginásio que costumava jogar 
basquete. Conseguiu ver sua rua, pela proximidade ao ginásio. Realmente 
estava tudo irreconhecível! 
Saulo ficou muito feliz por ter voltado, mas a cada dia procurava algo que 
reportasse a sua adolescência e encontrava apenas alguns cenários. Como 
era técnico em edificações, logo pensou que todos aqueles prédios para 
serem construídos precisaram se adequar às leis referentes à área da 
construção civil e que ele trataria logo de estudá-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
3 DOCUMENTAÇÃO TÉCNICA 
E LEGALIZAÇÃO DO 
EMPREENDIMENTO 
IMÓVEL 
O livro didático inicia considerando o projetode prefeitura como a documentação 
técnica principal para se ter em mãos. E o projeto de prefeitura se inicia quando 
se conclui o projeto de arquitetura. A partir do projeto de prefeitura é que todo o 
procedimento de registro para legalização da obra acontecerá. Porém, antes do 
projeto ser desenvolvido, é de fundamental importância que este esteja de 
acordo com o código de obras do município. 
O código de obras do município é uma lei que institui normas para serem 
seguidas diante de eventos que se refiram à execução de obras. Essa lei é 
regida pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU. 
Os projetos de arquitetura e de prefeitura devem estar de acordo com as 
orientações das leis municipais para construção da edificação. Os desenhos e a 
apresentação das pranchas deverão ser feitas segundo as padronizações 
estabelecidas pelas normas técnicas referentes ao projeto. As normas técnicas 
são instrumentos legais e servem de referência para o desenvolvimento dos 
desenhos e do projeto para todo o Brasil, padronizando-os. Essas 
padronizações nos são conhecidas desde a unidade curricular de Desenho 
Técnico em Edificações e se complementam na unidade curricular Projeto 
Arquitetônico. 
E, finalmente, no subitem seguinte vamos iniciar a mencionar os documentos 
necessários exigidos por órgãos públicos para a aprovação de uma obra. A obra 
que será adotada como referência em nosso livro será uma edificação para uso 
residencial unifamiliar. Em relação aos desenhos, saberemos quais são e 
veremos que são alguns específicos, mas além deles ainda há requerimentos, 
declarações, procurações, cópias de certidões, laudos, certificados, entre outros. 
No decorrer deste livro, conheceremos um pouco também sobre os documentos 
 
11 
 
que acompanham os desenhos e, da mesma forma, são necessários para a 
legalização e aprovação da obra. 
3.1 Desenhos 
Em relação aos desenhos, de modo geral, cada órgão público responsável por 
uma área que trate da habitação solicita desenhos específicos para serem 
submetidos à análise. A seguir, veja o Quadro 1 com a relação de órgãos 
públicos e desenhos solicitados por cada um deles. 
Quadro 1- Órgão público e desenhos solicitados 
ÓRGÃO 
 
DESENHOS SOLICITADOS 
Conselho regional da categoria 
profissional 
-Projeto arquitetônico 
Órgão municipal responsável pelo controle 
e ordenamento do uso do solo 
-Planta de Localização; 
-Planta de Situação, contendo: 
. limites do terreno com suas cotas 
exatas e posições do meio fio; 
. orientação do terreno em relação ao 
norte verdadeiro; 
. delimitação da edificação, no terreno, 
devidamente cotada; 
. indicação da existência de edificações 
e/ou atividades vizinhas com número de 
porta; 
. índices: Utilização - IU, Ocupação - IO 
e Permeabilidade do terreno - IP; 
. área construída total e por pavimento; 
. área acrescida; 
. área ocupada, área terreno e área 
permeável; 
. área construída para efeito de cálculo 
do índice de utilização; 
. número de unidades imobiliárias 
especificadas por grupo de uso, caso 
haja acréscimo de Unidades Imobiliárias; 
. indicação da fração ideal do terreno 
quando se tratar de empreendimento em 
condomínio. 
-Planta de Situação, com esquema de 
esgoto; 
-Plantas Baixas de todos os pavimentos; 
-Plantas de cortes ou seções 
longitudinais e transversais; 
-Plantas de elevação (Fachadas). 
 
12 
 
Associadas à água 
 
(única parte do ciclo do agente infeccioso 
ocorre em um animal aquático) 
 
O agente patogênico penetra pela pele 
ou é ingerido. 
Escritório de arquitetura municipal -Plantas Baixas de todos os pavimentos; 
-Plantas de cortes ou seções 
longitudinais e transversais; 
-Plantas de elevação (Fachadas). 
Secretaria de habitação -Planta de Localização; 
-Projeto Urbanístico; 
-Projeto de terraplanagem para 
implantação de vias; 
-Projeto de drenagem. 
Companhia de saneamento - Planta de Localização; 
- Projeto Urbanístico; 
- Levantamento Planialtimétrico; 
- Projeto de Terraplanagem; 
- Projeto de Drenagem; 
- Planta Urbanística Ambiental. 
Companhia de abastecimento de água - Planta de Localização; 
- Levantamento Planialtimétrico; 
- Projeto de Terraplanagem; 
- Projeto do Sistema de Abastecimento 
de Água; 
- Projeto do Sistema de Coleta e 
Afastamento de Esgoto Sanitário. 
Órgão de planejamento metropolitano - Planta de Localização; 
- Projeto Urbanístico. 
Órgão de águas e energia elétrica - Planta de Localização; 
- Projeto Urbanístico. 
 
Bom, sabendo dos desenhos possíveis de serem solicitados pelos órgãos públicos, 
veremos, a seguir, os memoriais descritivos e de cálculo que compõem também a 
documentação necessária para a aprovação do projeto. 
 
3.2 Memoriais descritivos 
São documentos que contêm a descrição das informações técnicas referentes ao 
projeto, e sua validade está vinculada à assinatura do proprietário da obra e do autor do 
 
13 
 
projeto, inclusive, a uma Anotação de Responsabilidade Técnica – ART (assunto 
abordado no Capítulo 5). 
Os memoriais descritivos são muito importantes, pois, além de esclarecer as 
informações técnicas especificadas no projeto para as equipes técnicas que irão avaliar 
o projeto, ainda facilitam o entendimento do conteúdo do projeto por pessoas que não 
estão aptas a ler projetos. 
Os órgãos públicos que solicitam memorial descritivo geralmente são: o escritório de 
arquitetura da prefeitura, a secretaria de habitação, a companhia de saneamento e o 
órgão de planejamento metropolitano. 
Enquanto o memorial descritivo trata de informações técnicas do projeto que podem ser 
destinadas, inclusive, para pessoas que não estão habilitadas, tecnicamente, a ler 
projeto, o memorial de cálculo apenas trata de quantificações ou estimativas de 
quantidades. É sobre memoriais de cálculos que falaremos a seguir. 
 
3.3 Memoriais de cálculo 
Os memoriais de cálculo são documentos que explicam, detalhadamente, o 
aproveitamento da quantia em dinheiro reservada para aquele empreendimento. Desde 
o valor estimado inicialmente até o valor real utilizado, inclusive as operações 
matemáticas envolvidas para o desenvolvimento dos cálculos. 
O memorial de cálculo precisa ser o mais fiel e próximo da realidade e deve se referir 
diretamente ao projeto que está quantificando. Alguns órgãos necessitam de memorial 
de cálculo para que o poder público tenha o controle dos quantitativos necessários de 
infraestrutura por cada nova construção e, em consequência, por todas as construções 
juntas de um dado local. Dentre os órgãos públicos que solicitam memoriais de cálculo, 
veremos a companhia de abastecimento de água - tanto para dimensionamento do 
consumo de água potável por unidade de edificação como para controlar a capacidade 
do sistema de abastecimento de água potável e de esgoto. 
 
3.4 Procedimentos de gestão da produção 
Para nós, que trabalhamos com documentos e procedimentos para aprovação de 
projetos, a organização é fundamental. Afinal de contas, de quantos documentos cada 
 
14 
 
obra precisará? Fazendo uma breve estimativa, veremos que, para a construção de 
uma edificação, serão necessários desenhos e documentos técnicos. Se fosse um único 
cliente, teríamos certo volume de projetos e documentos técnicos, mas não temos um 
único cliente a vida toda. A tendência é que, no decorrer do tempo, a quantidade de 
clientes supere as nossas expectativas e esperamos que seja sempre assim, não é 
mesmo? Então, precisaremos nos preparar com antecedência para administrarmos bem 
e organizadamente todos os desenhos e documentos técnicos de todos os clientes, a 
fim de não confundirmos os trabalhos realizados e evitarmos que ocorra perda de 
alguns deles.Existe um procedimento recomendado por Botelho, Giannoni e Botelho (2009) para a 
gestão da produção dos projetos que cataloga todo o material elaborado (desenhos e 
documentos técnicos) separadamente por cliente. Esse procedimento acontece através 
da criação de códigos abreviados dos nomes referentes a cada desenho e documento 
acompanhados pelo número da ordem. Deu para entender? Vou tentar ser mais objetiva 
e exemplificar, semelhantemente ao recomendado por esses autores, no exemplo a 
seguir. 
Por exemplo, a cliente se chama Sandra Miranda. A primeira sigla que deve constar em 
todo o material produzido e relacionado a essa cliente deverá ser suas iniciais. Essa 
sigla com as iniciais da cliente “SM” deve constar no contrato e se repetir pelos 
desenhos e documentos técnicos. Por se tratar do primeiro contrato, a sugestão é que 
classifiquemos um número de ordem para esse contrato com essa cliente, como, por 
exemplo: SM – 21. Os autores recomendam que não façamos a identificação do 
contrato contendo o número de ordem através de uma unidade, como por exemplo, 1 
(se for o primeiro contrato) ou 2 (se for o segundo contrato), e assim por diante, mas sim 
através de uma dezena contendo na casa da unidade o numeral 1 (indicando o primeiro 
contrato), pois, segundo eles, fica mais sofisticado. 
Então, diante daqueles desenhos e documentos técnicos que precisaremos administrar, 
como para a parte de arquitetura, de estrutura, mecânica dos solos e fundações, 
elétrica, hidráulica, índice de equipamentos, dentre outros, os autores nos recomendam 
também que sejam utilizadas abreviaturas para cada tipo de documento desses, 
contanto que todos se refiram à cliente Sandra Miranda. Vamos ver quais as 
abreviaturas e como podemos relacionar essas abreviaturas para essa cliente? Vamos 
lá! 
 
15 
 
Para os desenhos de arquitetura, a sugestão dos autores é utilizar a abreviatura AQ, 
então os desenhos de arquitetura relacionados à edificação dessa cliente terão o 
código: SM – 21 – AQ – 01 – revisão 0. Ficou fácil entender, não foi? E se esses 
desenhos forem submetidos à primeira revisão, os desenhos revisados devem conter o 
código: SM – 21 – AQ – 01 – revisão 1. Lembrando que sempre devemos indicar as 
datas correspondentes em cada revisão no próprio desenho. 
E se fosse, por exemplo, os desenhos correspondentes ao projeto de estrutura? Os 
autores recomendam a abreviatura ST - por obedecer a um padrão adotado por eles. 
Então, para os desenhos de estrutura relacionados à edificação dessa cliente, o código 
será: SM – 21 – ST – 01 – revisão 0. Após a primeira revisão, o código passa a ser: SM 
– 21 – ST – 01 – revisão 1. Lembrando que é importante também registrar nos 
desenhos a data que foi feita cada revisão. 
 
3.5 Especificações técnicas 
As especificações técnicas se referem às siglas específicas para cada tipo de projeto. 
Os autores citados anteriormente recomendam as seguintes siglas para os demais 
desenhos e documentos técnicos: 
- AQ (para projetos de arquitetura); 
- ST (para projetos de estrutura); 
- MS (para relatórios técnicos de mecânica dos solos e relatórios técnicos e projetos de 
fundações); 
- EL (para projetos de eletricidade); 
- HD (para projetos de hidráulica); 
- CI (para relatórios técnicos de construção civil, como planilhas de orçamento); 
- IE (para índice de equipamentos da obra); 
- IS (para instrumentação e controle); 
- GR (para os desenhos gerais e de localização). 
 
16 
 
Bom, é claro que, embora essas siglas sejam as recomendadas pelos autores citados, 
poderemos adotar as letras para as siglas que considerarmos mais adequadas para 
representarem as palavras a serem representadas. Não precisamos adotar as mesmas 
siglas recomendadas pelos autores. 
 
 
 
 
 
As siglas, uma vez estabelecidas, precisam ser utilizadas da mesma forma por todos 
no ambiente de trabalho, para que fique uniformizado o procedimento de gestão da 
produção. 
 
 
3.6 Manual do proprietário 
O manual do proprietário, também denominado Manual de Operação, Uso e 
Manutenções, surgiu a partir da necessidade de informar ao proprietário sobre as 
características técnicas da edificação, bem como da necessidade de orientar o 
proprietário quanto aos procedimentos adequados para o uso dos sistemas existentes, 
a fim de que a edificação atinja sua vida útil em bom estado de conservação e 
desempenho das suas funções de conforto e bem-estar. 
Como no manual deve conter os prazos para garantia e para as manutenções dos 
serviços e dos materiais que constam em cada edificação, o recomendado é que cada 
manual seja específico para cada edificação, pois as edificações possuem 
características próprias em suas funções, desempenhos e sistemas com 
dimensionamentos e materiais diferenciados, não é verdade? 
Esse documento é previsto por Normas técnicas e Leis federais. A necessidade de o 
proprietário receber um manual que possua as informações técnicas a respeito dos 
materiais e sistemas da edificação com as recomendações para melhor utilizá-las se 
baseou na concepção de que uma edificação também é um produto. E, como todo 
produto, o fabricante (no nosso caso o construtor e/ou incorporador) precisa explicar, 
através de leitura de fácil entendimento, a composição das suas partes e como utilizá-
 
17 
 
las adequadamente, por isso, o manual pode ser considerado uma conquista de todos, 
tanto dos consumidores quanto da indústria da construção civil. 
É importante que atentemos para o fato de que, se modificarmos um item sequer do 
projeto, automaticamente o memorial descritivo e o memorial de cálculo devem ser 
modificados, sempre os ajustando ao projeto a que se referem. 
 
 
A partir do momento que um indivíduo deseja construir, ele já deve ter a certeza que a 
burocracia estará presente, pois a construção de uma edificação em um terreno 
implica consultas técnicas e históricas a respeito do proprietário anterior do terreno e 
em relação ao imóvel. Consulte o livro Manual de Projeto de Edificações, dos autores 
Manoel Henrique Campos Botelho, André Giannoni e Vinícius Campos Botelho, da 
pág. 39 a 49, e conheça os termos técnicos e jurídicos de interesse na arquitetura e 
na engenharia. Você também irá conhecer o fluxograma das principais atividades 
relacionadas à aprovação de projetos. 
 
 
 
 
 
UMA AÇÃO QUE RESULTA EM UM EFEITO DOMINÓ 
 
Em um escritório de arquitetura pertencente a três sócios, estagiavam quatro alunos 
de arquitetura e dois alunos de edificações. Essa equipe trabalhava em alguns 
projetos ao mesmo tempo. Havia projeto de um hospital, de dois condomínios, de 
uma galeria de lojas comerciais e de três residências unifamiliares. Um dos projetos 
de residência unifamiliar sofreu mudanças na suíte do casal. 
O desenho da planta baixa foi o primeiro a ser modificado e, a partir dela, os demais 
desenhos deveriam ser modificados também. Como aquele escritório não adotava um 
procedimento de gestão da produção por siglas para organizar as pranchas e suas 
revisões, em meio a tantos desenhos semelhantes, a equipe se equivocou e nem 
todos os desenhos do projeto dessa residência foram modificados. 
A equipe reuniu o projeto de arquitetura da residência unifamiliar e os demais 
documentos técnicos solicitados pela prefeitura e deu entrada no alvará de 
construção. 
Pela incompatibilidade nos desenhos do projeto de arquitetura, a solicitação de alvará 
foi adiada para que o escritório fizesse as modificações em todos os desenhos do 
projeto de arquitetura. Essa ação da modificação no projeto da suíte resultaria, 
certamente, em um efeito dominó quanto à correção de todos os outros desenhos que 
contenham a suíte modificada. 
 
 
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4 Tiposde projetos que necessitam de 
aprovação 
Inicialmente, proporemos que o seu aluno imagine uma casinha de dois quartos, que 
pertencerá a uma família composta por quatro pessoas: o pai, a mãe e dois filhos. 
Idealizada por um arquiteto, a casinha será projetada de acordo com as aspirações de 
todos os membros da família. É óbvio que terá toda a infraestrutura necessária para 
abastecer-se e proporcionar bem-estar a todos. Por isso, além dos itens relativos ao 
dimensionamento das áreas dos cômodos, a casinha terá o sistema de abastecimento 
de água potável, o sistema de energia elétrica fornecido pela concessionária local, além 
de sistema de gás e o sistema de esgoto. 
Seguimos além nesse raciocínio, imaginando que essa casinha será construída sem a 
avaliação dos órgãos responsáveis por cada sistema desses, e que será uma casinha 
apenas, mas não o será. Cada família que se constitui precisa ter sua casa, e em uma 
cidade moram várias famílias, logo, são várias casas que compartilham das redes de 
abastecimentos e serviços de infraestrutura. 
Como cada fornecedor desses sistemas teria o controle do volume da demanda 
necessária para atender às famílias, por exemplo? Como estipulariam os valores para 
os serviços fornecidos? E como seriam os recuos, dimensionamentos de áreas e 
coeficientes de ocupação da edificação no lote se o projeto não passasse por uma 
avaliação pela prefeitura? Cada proprietário da obra construiria sua edificação de 
acordo com suas escolhas. Que confusão teríamos! Será que sobraria espaço para as 
calçadas? É até melhor não imaginarmos as repercussões dessa situação hipotética e 
chegarmos ao entendimento de que todo tipo de projeto necessita de aprovação dos 
órgãos públicos, pois, com certeza, essa edificação causará algum impacto na cidade 
para seu perfeito funcionamento. 
A seguir, abordaremos alguns tipos de projeto que necessitam da aprovação dos órgãos 
públicos. 
 
4.1 Construção nova 
A construção nova é aquela em que o terreno se encontra vazio, ou seja, sem 
construção alguma, e ela será a primeira construção do terreno. Para o caso de ser uma 
construção nova do tipo habitação unifamiliar, geralmente é preciso apresentar na 
 
19 
 
prefeitura, para a aprovação da obra, duas vias do projeto arquitetônico. E o projeto 
arquitetônico compreende as plantas baixas de todos os pavimentos, plantas de 
elevação (fachadas) e plantas de cortes ou seções transversais e longitudinais. 
Já que estamos mencionando os documentos necessários para a aprovação do projeto, 
é importante que lembremos que esses documentos podem variar de município para 
município. Além do projeto arquitetônico, para a aprovação de um projeto de construção 
nova, é preciso apresentar também requerimento com dados do proprietário e da obra, 
cópia do documento de propriedade do terreno, Anotação de Responsabilidade Técnica 
– ART, certidão de uso do solo e o comprovante de pagamento da taxa de expediente. 
Mas, nem sempre vamos trabalhar apenas com projetos de construções novas, 
veremos também projetos de reformas. As reformas podem ser menores ou maiores, 
dependendo do tipo da mudança. Vamos prosseguir para os próximos tópicos e 
entenderemos como são classificados os tipos de reforma. 
 
4.2 Reforma 
É comum vermos uma recuperação na fachada de uma casa, como uma pintura ou até 
mesmo a substituição de tinta para cerâmica. Podemos ver também pequenas 
modificações em um ambiente interno. Esses tipos de reforma não precisam de 
autorização dos órgãos públicos para que aconteçam. 
As reformas, de um modo geral, podem ser consideradas como modificações estruturais 
ou modificações nos ambientes ou recuperação de fachada. São consideradas reforma, 
resultando em alterações da área comum ou não. Para os casos de reforma que não 
resultem em alteração da área comum, ou seja, pequenas modificações internas ou de 
fachadas, não é necessária a autorização dos órgãos públicos. 
Já as reformas que precisam de autorizações são aquelas que acarretarão em alteração 
da área comum, como veremos um exemplo no item seguinte de reforma com aumento 
de área, e com certeza só será realizada se o proprietário da edificação solicitar 
aprovação dos órgãos públicos. 
 
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4.3 Reforma com aumento de área 
Esse tipo de reforma com aumento de área acontece comumente quando a família 
aumenta, pois todas as vezes que a família aumenta a casa fica com a área insuficiente 
para acomodar todos com conforto. 
Então, todas as vezes em que se promova uma reforma com aumento de área, veremos 
que a área da edificação será acrescida com o ambiente que foi construído e, em 
consequência, a área externa do terreno reduzirá o equivalente à área do ambiente 
novo que foi construído. 
Para os casos de reforma com aumento de área, é necessário solicitar à prefeitura uma 
licença de acréscimo. A licença de acréscimo emitida pela prefeitura permite que obras 
de acréscimo de área sejam realizadas em edificações já existentes. 
 
4.4 Reforma com regularização 
Iniciamos o subitem imaginando uma edificação já existente com o alvará de conclusão 
(habite-se) ou alvará de conservação que não esteja de acordo com a legislação 
vigente. Então, as reformas futuras para esse caso poderão ocorrer se não resultarem 
em agravamento da desconformidade já apresentada e não poderão resultar em novas 
infrações às leis municipais. Mas, como pode uma edificação ser construída e não 
constar o que apresentou para a prefeitura no projeto de arquitetura? 
Bom, não vamos aqui afirmar que as infrações às leis não existam. A justiça prevê a 
aplicação das devidas penalidades para quem solicita o alvará de licença de construção 
com um projeto e, após adquiri-lo, constrói diferente. Então, vamos recordar agora a 
formação do Bairro Itaigara, mencionado no segundo capítulo e que antecedeu às 
legislações municipais. Apenas podemos considerar exemplos de não conformidade 
com a legislação as edificações que antecederam às leis que regulamentam as 
construções. Mas vale lembrar que essas edificações foram construídas antes do 
surgimento das leis. 
A reforma com regularização requer a regularização da edificação para atender às leis 
locais. Seria como adotar uma edificação do Itaigara e submetê-la a uma reforma de 
regularização, fazendo-a regular diante dos parâmetros legais estabelecidos pelas leis 
municipais. 
 
21 
 
Até agora vimos casos de solicitação de licenças para construir edificações novas ou 
reformas de construções já existentes, mantendo as funções de uso para as quais 
foram construídas. Porém existem também aquelas edificações que precisam sofrer 
mudanças de função em seu uso e até mesmo aquelas que precisam ser reconstruídas. 
Nos próximos subitens abordaremos os tipos de projetos que necessitam de aprovação. 
 
4.5 Mudança de uso 
Quando há a necessidade de uma edificação mudar o seu uso, é preciso solicitar um 
certificado de mudança de uso para a prefeitura. As mudanças de uso de edificações 
podem resultar em pequenas modificações de ambientes ou até grandes modificações. 
Imagine se uma residência unifamiliar passar a funcionar como uma escola, quantas 
modificações aconteceriam! Podemos imaginar que as modificações seriam em relação 
às dimensões de janelas, dos ambientes para salas de aula, criação de um espaço para 
laboratório, para cantina, biblioteca e banheiros para meninas e meninos, 
separadamente. É nesse sentido, com simplicidade, que precisamos fazer o aluno 
entender uma mudança de uso. 
Um bom exemplo de mudança de uso também é um restaurante passar a funcionar 
como clínica médica. 
Para todos os casos de projeto que objetivammudança de uso da edificação se faz 
necessário solicitar o certificado de mudança de uso para a prefeitura local e, dentre 
outros documentos técnicos, é preciso apresentar os desenhos contendo os ambientes 
originais da edificação e os desenhos com as modificações propostas para aqueles 
ambientes. 
Esse caso de mudança de uso se refere ao projeto que propõe uma adaptação da 
edificação para desempenhar uma função de uso diferente daquela função que a 
edificação foi construída, sem precisar alterar mais nada após a liberação da reforma. 
Mas, e quando surge a necessidade de mudar algo no projeto após a aprovação da 
prefeitura? Esse é o próximo tipo de projeto que necessita de aprovação e abordaremos 
a seguir. 
 4.6 Modificativo 
O projeto modificativo que necessita alvará de aprovação da reforma é aquele que 
propõe uma modificação de projeto depois que ele foi aprovado pela prefeitura, mas a 
 
22 
 
condição para que seja possível a modificação após a sua aprovação é que a 
solicitação ocorra durante a vigência do alvará de execução, que foi emitido pela 
mesma prefeitura. 
Sabemos que é possível acontecer, pois, após a licença para a reforma, podem surgir 
outras prioridades que dependam de mudanças no projeto. 
Até aqui abordamos os casos em que o projeto é considerado reforma, com exceção do 
tipo de projeto construção nova, que foi o primeiro subitem do capítulo. A seguir, 
abordaremos a condição para um projeto ser considerado reconstrução. 
 
4.7 Reconstrução 
O projeto de reconstrução é aquele que pretende construir de novo no mesmo local em 
que havia uma edificação. Ou pode ser também quando se conserva a estrutura, as 
dimensões e as aberturas, mas se constrói com todos os materiais novos. 
Se a reconstrução representar mais de 50% da área total da edificação existente, então 
esse projeto será considerado construção nova e deverá seguir as recomendações da 
prefeitura para a aprovação da obra. 
 
4.8 Regularização 
A regularização está vinculada à permissão da prefeitura para início da obra e deverá 
ser alcançado por todos esses tipos de projeto que foram citados até então, porém 
esses projetos de construção nova, reforma, reforma com aumento de área, mudança 
de uso, modificativo e reconstrução só serão regularizados pelas prefeituras locais se 
atenderem às leis da cidade em que se pretende construir. 
 
4.9 Habite-se 
Quando uma obra chega ao seu final, com todos os sistemas funcionando de acordo 
com a normalidade e segurança e depois que acontece a limpeza geral em todos os 
ambientes concluídos, vem o momento da vistoria da prefeitura. O fiscal da prefeitura 
vai observar se tudo o que foi especificado no projeto de arquitetura está de acordo com 
o realizado e é, realmente, o que será entregue ao cliente. 
 
23 
 
O habite-se é um documento legal que assegura ao cliente que aquela edificação está 
em perfeitas condições de uso e representa o que foi especificado no projeto. 
Há alguns documentos que a prefeitura exige que sejam apresentados para a liberação 
do habite-se, como o requerimento para a prefeitura com os dados do proprietário e da 
obra, certidão negativa de débitos do imóvel, comprovante de pagamento da taxa de 
expediente, comprovante de pagamento das taxas de habite-se e 01 (uma) cópia do 
projeto arquitetônico aprovado pela prefeitura. 
 
Todos os tipos de projeto, tanto de construção nova como os tipos de reforma, precisam 
ser elaborados por profissionais habilitados pelo conselho desses profissionais. Os 
profissionais mais recomendados para a elaboração de projetos de arquitetura são os 
arquitetos. 
 
 
Antes do início de um projeto ou da construção, uma das atividades que devemos 
providenciar é a pesquisa quanto aos usos anteriores do terreno que será feita a 
intervenção na prefeitura local. 
Para saber mais, procure o livro Manual de Projeto de Edificações, 1ª edição, dos 
autores Manoel Henrique Campos Botelho, André Giannoni e Vinícius Campos 
Botelho. Você encontrará sugestões de procedimentos para os casos de construções 
existentes em desacordo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UM CASO DE NECESSIDADE DE REFORMA COM AUMENTO DE ÁREA 
 
Uma família composta pelo pai, mãe e dois filhos morava em uma casa de dois 
quartos. Os dois filhos, até então, dormiram no mesmo quarto, mas resolveram 
conversar com os pais e pediram um quarto a mais, pois o espaço do quarto já não 
atendia às necessidades dos dois. O espaço estava muito limitado para os jovens 
filhos, que sentiam necessidade de privacidade para atividades de trabalho do 
colégio, leitura e realização de trabalhos para casa. 
Sem falar que o filho mais velho não aguenta mais dormir na cama superior do 
beliche. Ele desejava ter sua própria cama no nível do piso do quarto, e não “no 
primeiro andar”, como ele mesmo brincava e, muitas vezes, em tom de ironia. 
A família, por necessidade de proporcionar conforto para os dois filhos, optou por 
fazer uma reforma com aumento de área na casa, o que ocasionou sua ampliação, 
tornando-a mais agradável e valorizada. 
Para a realização dessa reforma com aumento de área, a família solicitou uma 
aprovação específica da prefeitura para realizar o aumento da área da casa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
5 DOCUMENTAÇÃO REFERENTE À 
OBRA 
A partir do momento em que se decide construir, o proprietário deve estar ciente de que, 
até iniciar a obra, será necessário providenciar tanto o projeto propriamente dito como 
documentos técnicos exigidos pela prefeitura local. 
No subitem ‘3.1 Desenhos’, mencionamos os prováveis desenhos solicitados pelos 
órgãos públicos para a construção de uma residência unifamiliar. Consideramos 
prováveis desenhos porque a solicitação dos desenhos pode variar de município para 
município, como já explicamos anteriormente. 
Agora, neste capítulo, vamos conhecer os documentos técnicos e procedimentos 
necessários desde o planejamento da obra ao momento da conclusão. 
5.1 Título de propriedade do imóvel 
A aquisição de um imóvel pode acontecer através de algumas situações, seja por 
doação, pagamento à vista ou a prazo. Abordaremos nesse subitem diferentes 
situações que podem ocorrer ao se adquirir um imóvel. Em todas as situações, o 
proprietário adquire legalmente a propriedade dele. 
Mas, quais situações são essas que podem ocorrer e que são meios que promovem a 
aquisição de um imóvel? E para cada situação, qual o tipo de título de propriedade? 
Vamos mencionar e explicar alguns tipos a seguir. 
Bom, em primeiro lugar, precisamos explicar ao aluno o que significa um título de 
propriedade. Pois bem, título de propriedade é o documento que assegura a 
propriedade do imóvel ao seu proprietário. O título é lavrado em livro, no livro do 
Cartório de Notas, onde suas vias são denominadas de traslado (a primeira via) e 
certidões (as demais vias). 
A primeira situação que vamos mencionar é quando a pessoa adquire o imóvel através 
de recurso próprio, paga o preço total sem recorrer a empréstimos. Para essas 
situações, o título de propriedade se denomina escritura de compra e venda ou 
escritura definitiva. Agora, quando a pessoa adquire o imóvel pagando parcelado, o 
título de propriedade se denomina escritura de promessa de compra e venda. 
 
26 
 
Quando a pessoa que está comprando paga o valor total, mas por intermédio de 
empréstimo, o imóvel fica hipotecado para aquele que emprestou o dinheiro, pela 
pendência da dívida como forma de garantir o pagamento. Para essas situações, o título 
de propriedade se denomina escritura de compra e venda com o pacto adjeto dehipoteca. 
Quando se trata de uma doação, chama-se escritura de doação. Esses casos se 
aplicam quando os pais doam um imóvel para o filho. 
Outra situação de doação é quando uma pessoa, em pagamento de uma dívida, 
entrega o imóvel para aquela pessoa que se está devendo (o credor), mediante a 
aceitação do credor em receber o imóvel como pagamento da dívida. Esse tipo de título 
de propriedade se denomina escritura de doação em pagamento. 
Existe também o título de propriedade que se refere à troca de um imóvel por outro. E 
podem ser imóveis com valores iguais ou diferentes, denomina-se escritura de 
permuta. 
Enfim, existem situações diversas que podem ocorrer na realidade quando se trata de 
aquisição de um imóvel e para todas as situações há um título de propriedade 
específico que torna legal essa aquisição. 
5.2 Registro de imóveis 
O registro de imóveis é uma instituição responsável por promover a atualização das 
situações jurídicas dos imóveis. Se um pai, por exemplo, doar uma casa ao filho, é de 
responsabilidade do registro de imóveis promover a publicidade dessa nova condição 
quanto ao título de propriedade daquela casa. Podemos considerar que o registro de 
imóveis é a instituição que garante ou pode garantir segurança para as aquisições 
imobiliárias, porque evita que alguém adquira um imóvel, ou seja, pague por um imóvel 
que esteja comprometido com uma ação de doação de um pai para seu filho. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
É preciso não confundir registro de imóveis com cadastro de imóveis. O registro 
de imóveis se refere à busca por informações jurídicas dos imóveis, enquanto o 
cadastro de imóveis tem o objetivo de delimitar ou especificar as características 
físicas do imóvel. 
5.3 Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU (24) 
Com a propriedade do imóvel, vem um imposto anual para o proprietário pagar. Esse 
imposto faz parte da Constituição Federal e se destina a imóveis urbanos. O IPTU 
arrecada recurso para o Estado e garante que não haja uma supervalorização dos 
imóveis. 
O cálculo para o valor do IPTU foi estipulado pela Secretaria de Estado de Fazenda do 
Distrito Federal – SEFAZ e se faz através de quatro passos: o primeiro passo é calcular 
o valor do terreno do imóvel, multiplicando o valor do terreno pela fração ideal, que 
consta no boleto. O segundo passo é calcular o valor da construção, considerando o 
valor do metro quadrado (m²) da construção pelos metros quadrados da construção. O 
terceiro passo é calcular o valor do imóvel, somando-se o valor do terreno (obtido no 
primeiro passo) com o valor da construção (obtido no segundo passo). 
Por fim, o quarto passo é calcular o valor do IPTU, considerando o valor do imóvel e 
multiplicando pela alíquota, que é um percentual que consta no boleto do imposto. Com 
esse resultado, divida-o por 100 e esse será o valor do IPTU a ser pago anualmente. 
Esses procedimentos de cálculo podem ser visualizados na Figura 3 a seguir, onde foi 
feita uma simulação com o exemplo de terreno custando R$ 5.361.423,07, o valor do 
metro quadrado da construção de R$ 1.061,78 e área da construção de 177,18 m² 
(Figura 3). 
 
 
 
 
28 
 
Como calcular o seu IPTU 
Com os dados relacionados na fórmula, calcula-se o IPTU. Veja exemplo: 
Passos Exemplo 
Dados Cálculo (R$) 
1. Calcule o valor do terreno do imóvel: 
 
a) multiplique o valor do terreno obtido na Pauta 
de Valores Imobiliários pela fração ideal 
constante do boleto 
b)divida o resultado por 100 
VT = R$ 
5.361.423,07 
 
FI = 2,0772 
Valor do terreno 
 
VT x FI / 100 = 5.361.423,07 x 2,0772 / 100 = 111.367,48 
2. Calcule o valor da construção: 
 
a) multiplique o valor do metro quadrado de 
construção obtido na Pauta pela área 
construída do seu imóvel constante do boleto 
VC = R$ 1.061,78 
 
AC = 177,18 m2 
Valor da construção 
 
VC x AC = 1.061,78 x 177,18 = 188.126,18 
3. Calcule o valor atribuído ao imóvel pela 
Secretaria da Fazenda do DF: 
 
a) some o valor do terreno com o valor da 
construção, calculados nos passos 1 e 2 
 Valor atribuído ao imóvel 
 
111,367,48 + 188.126,18 = 299.493,66 
4. Calcule o valor do IPTU: 
 
a) multiplique o valor do imóvel obtido no passo 
3 pela alíquota constante do boleto 
b) divida o resultado por 100 
AL = 0,3% Valor do IPTU 
 
299.493,66 x 0,3 / 100 = 898,48 
 
Fig. 3: Procedimentos para cálculo do IPTU de imóveis exclusivamente residenciais, 
com Alíquota de 0,3% 
FONTE: SENAI 
 
5.4 Ficha técnica 
A ficha técnica é um documento que descreve as principais características técnicas da 
edificação. Também descreve as principais informações relacionadas às funções de 
seus sistemas e dos seus elementos. 
É um documento referente à fase de conclusão da obra, seja ela de construção nova ou 
reforma. A ficha técnica nos remete aos principais assuntos tratados no manual do 
proprietário. A iniciativa de sua preparação surgiu a partir da criação do Decreto-Lei Nº 
68/2004, em 25 de março, em reforço ao direito do consumidor de ser esclarecido 
quanto aos procedimentos adequados de manutenção e conservação do seu 
patrimônio. 
Por ter entrado em vigor em 16 de agosto de 2004 para edificações, com a finalidade 
habitacional, aquelas construídas até 30 de março de 2004 ficaram isentas quanto à 
preparação da ficha técnica. 
No próximo subitem, abordaremos o auto de conclusão, suas semelhanças e diferenças 
em relação ao habite-se. 
 
29 
 
 
5.5 Auto de conclusão 
Dependendo do uso para que se destine a edificação, encontraremos documentos 
técnicos específicos para serem solicitados aos órgãos públicos. 
Foi explicada a particularidade existente entre o habite-se e o auto de conclusão, pois 
enquanto o habite-se é um documento técnico que garante a qualidade da construção 
da residência para a entrega aos seus respectivos proprietários, o auto de conclusão se 
refere à garantia da qualidade da construção para finalidades industriais e comerciais. 
Ambos se equivalem quanto às funções, porém se destinam a edificações com 
diferentes usos. 
5.6 Certificado de Regularidade – CEDI 
O Certificado de Regularidade é um documento técnico que equivale ao habite-se e 
auto de conclusão da obra, dentre outros. É um documento técnico específico para 
algumas prefeituras, sobretudo a do Estado de São Paulo. 
5.7 Histórico de imóveis 
O histórico do imóvel é aquela pesquisa que todo mundo deve fazer antes de comprar 
um. Fizemos uma equivalência de procedimentos quando vamos comprar um 
automóvel usado. É óbvio que queremos e precisamos pesquisar se o automóvel possui 
alguma irregularidade, como infrações pendentes para pagamento e se pertence 
realmente à pessoa que está nos vendendo. 
Enquanto a pesquisa relacionada às condições legais de um automóvel pode ser feita 
por nós mesmos, a recomendação para a pesquisa em relação às condições legais de 
um imóvel é feita por um advogado especializado em Direito Imobiliário. Esse 
profissional estará habilitado para fazer o levantamento de toda a documentação técnica 
referente ao imóvel. 
É importante esclarecer que a pesquisa do histórico de imóveis pode ser feita tanto por 
um advogado especializado como também por um consultor 
imobiliário especializado com o registro regular no Conselho Regional de Corretores de 
Imóveis - CRECI. 
 
 
30 
 
5.8 Consulta ao arquivo geral 
A etapa de pesquisa em relação ao imóvel deve acontecer no arquivo geral da cidade, 
que é o local onde se encontram todos os projetos, ou seja, o acervo histórico da 
evolução dos estilos arquitetônicos e da estruturação urbana da cidade. 
Esses recursos, tanto da pesquisa da documentação técnicaquanto de projeto, são 
importantes para o conhecimento do histórico completo do imóvel em interesse para 
compra. 
Os documentos escritos e de projeto traçam o perfil do imóvel na cronologia e esse fato 
nos permite uma sensação de confiança em relação ao imóvel que estamos adquirindo. 
E, realmente, são etapas que precisam ser respeitadas. 
 
5.9 Anotação de Responsabilidade Técnica – ART 
Iniciemos o subitem imaginando o começo de uma obra e, dentre os vários projetos que 
estão prontos, incluindo os projetos de terraplanagem e contenções, fundação, 
arquitetura, estruturas, instalações hidráulicas, elétricas, de ar condicionado, gás e de 
prevenção e combate a incêndio, imaginemos que seria preciso que um profissional (ou 
profissionais) se responsabilizasse tecnicamente pela execução deles. 
Pois bem, esclarecemos que a Anotação de Responsabilidade Técnica – ART é um 
documento técnico que legaliza ou oficializa a obra, através da assinatura profissional e 
perante o conselho regional da categoria dos responsáveis técnicos pelos projetos e 
relatórios técnicos referentes à obra. Além dos projetos propriamente ditos, sabemos 
que, em uma obra, ainda são necessários serviços especializados de análises que 
resultarão em relatórios técnicos, por isso que nos referimos aos projetos e relatórios 
técnicos. Dentre alguns relatórios técnicos, o de grande relevância inicial é aquele que 
avalia o tipo de solo do terreno e que resulta de investigações e ensaios geotécnicos. 
E, por fim, quando a obra chega ao final, é o momento de todos os profissionais que se 
responsabilizaram pela obra solicitarem a baixa da ART no conselho da sua região. 
Mencionamos os profissionais que podem assinar uma ART, tais como: para a área da 
construção civil, são os engenheiros, arquitetos, agrônomos, técnicos, geólogos, 
regularmente inscritos nos conselhos regionais da sua área, inclusive o técnico em 
edificações. 
 
31 
 
Consideramos que o profissional precisa estar ciente da responsabilidade que é assinar 
uma ART, pois caso aconteça incoerência nas informações técnicas assinadas, o 
profissional responderá por isso judicialmente. 
 
5.10 Matrícula de INSS 
No momento em que uma obra vai ser iniciada é preciso que seja providenciada a 
matrícula da obra no CEINSS – Cadastro Específico do Instituto Nacional de Seguro 
Social. 
Segundo Convenção Coletiva de Trabalho 2012, SINDUSCON Passo Fundo, 
“empregador é todo aquele que tomar serviço de outrem na área da construção civil e 
do mobiliário, mediante remuneração de qualquer forma contratual, individual ou 
coletiva, que assumir riscos da atividade econômica nas áreas representadas pelos 
Sindicatos convenentes e que também se enquadrem no CEI (Cadastro Específico do 
Instituto Nacional de Seguro Social), nos termos da Lei Nº 7998 / 90 e alterações”. 
Em virtude da definição da referida Convenção, entendemos o CEINSS como um 
imposto referente aos serviços prestados na área da construção civil e de mobiliário, 
onde a obra representa a empresa, mesmo que temporária. O representante legal da 
obra solicita a inscrição para a prefeitura local, e, ao final da obra, o responsável solicita 
a quitação e a baixa da obra perante o INSS. O habite-se é solicitado nesse momento. 
 
 
 
O Imposto Predial e Territorial urbano – IPTU possui valores diferentes de 
alíquotas que variam de acordo com o uso do imóvel. Pesquise sobre os 
valores das alíquotas para os diferentes tipos de imóveis em sua cidade 
através de fontes de informações oficiais municipais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RETOMADA AO PASSADO 
 
Quando eu era estudante de arquitetura em Recife/ PE, um professor solicitou 
algumas cópias de documentos técnicos que se encontravam disponíveis no 
Escritório de Arquitetura da Prefeitura da Cidade do Recife. Então, para atendimento 
à atividade solicitada, fui ao escritório. Chegando lá, a primeira impressão era que eu 
havia viajado no tempo. Por sinal, um tempo longínquo pelo qual eu nem havia 
nascido ainda. 
O escritório ficava, na ocasião, localizado no Bairro do Recife Antigo, em um sobrado 
e, à medida que eu entrava em seus cômodos, acompanhada por uma funcionária, eu 
me deslumbrava com as fotografias aéreas antigas em preto e branco. Solicitei as 
cópias dos documentos que o professor pediu e fui embora, mas perguntei para a 
funcionária se eu poderia, em outro momento, adquirir as cópias daquelas fotos. Ela 
me respondeu: - ‘sim’. 
Em outro momento, retornei ao escritório para escolher as minhas cópias das vistas 
aéreas da cidade em épocas diversas. Comprei uns quadros feitos por duas lâminas 
espessas de vidros e fiz umas composições. Por fim, coloquei-as nas paredes da 
minha casa. Esses quadros duraram muito tempo. E todas as pessoas que chegavam 
às minhas casas em Manaus/ AM, Belo Horizonte/ MG e Salvador/ BA ficavam 
maravilhadas com as fotos lindas antigas e recentes de Recife. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 Noções de Procedimento Licitatório 
 
O procedimento licitatório é composto por etapas que o pretendente à prestação de 
serviço para um órgão público precisa cumprir para estar apto para participar da 
licitação pública. Bom, vamos entender o que representa uma licitação pública? Uma 
licitação pública é uma chamada oficial publicada no Diário Oficial da União – DOU para 
empresas ou pessoas físicas fornecerem bens de consumo ou prestarem serviços para 
repartições públicas ou setores de órgãos públicos. 
 
Os procedimentos licitatórios geralmente acontecem através de editais públicos, onde 
se encontram todas as informações necessárias, desde o atendimento às datas 
importantes, segundo as etapas estabelecidas pelo setor público, até os requisitos 
necessários para participar da concorrência. 
 
Após as noções de procedimento licitatório, abordaremos os assuntos sobre 
documentos financeiros e fiscais no próximo capítulo. 
 
 
 
 
 
Muitas vezes os interessados que se inscrevem em licitações públicas perdem a 
concorrência porque não atendem às datas para envio das propostas. Essa perda da 
participação do processo licitatório acontece porque não se conseguiu desenvolver as 
propostas em tempo hábil ou por esquecimento mesmo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 Noções de Documentos financeiros e 
fiscais 
 
Para falarmos de documentos necessários para a participação de um procedimento 
licitatório, citamos o Artigo 27 da Lei Nº 8.666/93, que especifica a documentação 
exigida para habilitação: 
 
- Habilitação jurídica: é uma condição e exigência do Poder público para resguardar as 
duas partes, tanto o profissional como a Administração Pública. Assim que o profissional 
estiver devidamente registrado no conselho ou entidade da sua categoria profissional, 
ele está habilitado juridicamente para participar de licitações públicas. Para participar de 
licitação pública, um dos requisitos é estar livre de processos jurídicos que o acusem de 
alguma má conduta ou incoerência e irresponsabilidade profissional e técnica. 
 
- Qualificação técnica: significa possuir a qualificação técnica necessária para 
desempenhar uma função, comprovando através de atestado. A comprovação da 
qualificação técnica serve como garantia de que o profissional licitante está apto a 
desempenhar a atividade requerida em características, quantidades e atendendo aos 
prazos esperados. 
 
- Qualificação econômico-financeira: essa condição e exigência se aplicam para o 
licitante pessoa jurídica (empresa), que apresenta uma lista do que a empresa possui 
de patrimônio e o demonstrativo da contabilidade como forma de assegurar que tem 
recurso financeirosuficiente para iniciar e concluir a obra. Essa exigência que a 
Administração Pública faz para as empresas é para se resguardar, impedindo que a 
empresa que vencer a licitação receba o pagamento e declare insuficiência financeira 
para concluir a obra, o que geraria transtorno para a população e para a cidade. 
 
- Regularidade fiscal: condição e exigência que tem a pretensão de descartar a 
possibilidade de o profissional ou a empresa estar em débito com suas obrigações 
fiscais ou pagamentos de impostos para com a Administração Pública. 
 
- Cumprimento do disposto no Art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal: essa 
condição e exigência da Administração Pública se referem à necessidade da garantia 
 
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que o licitante não contrate mão de obra de menores de dezesseis anos em condição 
nenhuma para trabalho e nem menores de dezoito anos para os turnos noturnos e com 
exposição a situações de perigo e insalubridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 Lei 8.666/93 
 
O título da Lei Geral de Licitações de Nº 8.666/1993 já nos remete ao assunto que 
aborda, pois ela diz respeito às licitações para contratar obras, bens ou serviços. Então, 
podemos considerar que essa lei atribui regras para licitar e, para a Administração 
Pública, licitar é uma regra. 
 
Segundo Aulete (2008), licitar quer dizer “colocar em leilão ou em concorrência pública”. 
A administração Pública é responsável por administrar as licitações, pois os setores 
públicos precisam sempre se abastecer de materiais para desenvolver seus trabalhos e 
também de serviços de terceiros. E essas compras ou contratações devem ser 
escolhidas por meio das propostas de menor valor. Esse procedimento evita a 
preferência por um grupo restrito de contratados, fornecedores de bens e serviços, e 
que estes apresentem suas propostas com valores acima do que seja justo. Afinal de 
contas, os representantes da Administração Pública estarão responsáveis pelo destino 
do dinheiro público. 
 
 
Em casos de licitações públicas, os interessados em participar não podem ter 
pendências de dívidas cadastradas no Serviço de Proteção ao Crédito – SPC. Caso 
haja, esse concorrente com pendências no SPC é desclassificado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 Tipos de Licitação 
Para se evitar o preferencialismo em relação a um determinado profissional ou 
determinada empresa, foram adotados alguns tipos de licitação que norteiam o 
julgamento das propostas e funcionam como critérios de julgamento para selecionar a 
proposta mais vantajosa. Dentre os tipos existentes, três são os mais usuais. 
 
O primeiro mencionado é o tipo de licitação por menor preço, que adota como critério 
para julgamento o valor mais baixo do bem a ser adquirido ou do serviço a ser 
contratado. 
 
O segundo tipo de licitação é o de melhor técnica, que tem como critério para 
julgamento fatores de ordem técnica. Geralmente é adotado para serviços que 
requeiram estudos mais específicos, como projetos ou cálculos. Muito utilizado para 
critério de escolha para serviços de engenharia. 
 
O terceiro tipo de licitação é o da técnica e preço. Este tipo de licitação tem como 
critério para julgamento a maior média ponderada entre notas atribuídas para as 
propostas quanto ao valor e a técnica. Esse tipo de licitação promove a melhor 
satisfação da sociedade, segundo uma pesquisa de mestrado que analisa a evolução 
das contratações públicas de obras e serviços públicos desenvolvidos por Fernandez 
(2008). 
 
 
O termo melhor preço é usualmente utilizado, mas não é tipo de licitação. Esse 
termo pode ser entendido como uma alternativa para expressar que o vencedor da 
licitação, por exemplo, apresentou menor preço, melhor qualidade e melhores 
requisitos relacionados para qualificações técnicas. 
 
 
 
 
 
 
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10 Documentação societária 
 
Imaginemos uma situação em que uma empresa é composta por setores e pessoas que 
nela trabalham. Nessa empresa existe uma política que rege a todos os profissionais e 
todas as metodologias de trabalho. Essa política trata de assuntos essencialmente 
produtivos e comportamentais, de forma que todos os procedimentos legais e 
administrativos ficam arquivados e oficialmente registrados em documentação 
societária. No entanto, podemos entender que documentação societária se refere aos 
documentos que envolvem a política de um determinado lugar e sua comunidade. 
 
Entende-se, então, que documentação societária se refere a toda documentação que 
está em concordância com a política de trabalho e de ética de uma determinada 
comunidade, de um lugar ou de uma empresa. Consideremos que seja o histórico 
relacionado a algo ou alguém. 
 
Então, o recomendado é que, toda vez que formos recorrer ao histórico de um imóvel, 
busquemos, na administração pública, a sua documentação societária e, assim, 
teremos a certeza de que seremos esclarecidos acerca de todas as intervenções físicas 
e legais já ocorridas com o imóvel até o presente momento. 
 
A documentação societária é um recurso administrativo dos imóveis que tem uma 
importância muito relevante, pois é através desse histórico do imóvel que podemos 
ter acesso, inclusive, a alguma pendência financeira ou fiscal do atual proprietário do 
imóvel, caso estejamos interessados em adquiri-lo ou se estivermos representando 
alguém ou alguma empresa que queira adquirir um imóvel específico. 
 
 
 
 
 
 
 
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11 Prova de Regularidade Fiscal e 
Jurídica 
 
A prova de regularidade fiscal e jurídica pode ser entendida pela condição de nada 
consta da situação fiscal do imóvel, ou seja, dos impostos referentes ao tempo de 
existência do imóvel ou, até mesmo, quanto às taxas de condomínio, caso se trate de 
um empreendimento que envolva mais de um morador ou proprietário compartilhando 
da mesma infraestrutura. 
 
Em casos de empreendimento com algumas unidades no mesmo lote e proprietários 
diferentes para cada unidade, se houver uma unidade devedora de impostos, o 
proprietário devedor será o único responsável por sua dívida, sendo possível o órgão 
envolvido solicitar a hipoteca dessa unidade, podendo o proprietário perder o imóvel por 
não oferecer condições para liquidar o valor devedor. Essa situação de dívida poderá 
constar na documentação societária da administração pública, impossibilitando o 
proprietário do imóvel devedor de vendê-lo. 
 
O caso oposto é aquele de idoneidade financeira, o próximo assunto que abordaremos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 Idoneidade financeira 
 
A idoneidade financeira está relacionada à condição de crédito. Segundo Aulete (2008), 
idoneidade é o substantivo feminino de idôneo, que significa “muito honesto, confiável, 
correto”. Portanto, podemos perceber que idoneidade financeira equivale àquele que 
possui crédito por ser considerado muito honesto, confiável e correto. 
 
Para a construção civil, podemos aplicar esse termo às construtoras, pois elas precisam 
de crédito para solicitar empréstimos a algum banco. Muitas vezes, o construtor obtém o 
lucro após o prédio construído. 
 
 
 
QUEM TRABALHA CORRETAMENTE TEM CRÉDITO NA PRAÇA 
 Carlos é um engenheiro civil recém-formado, amigo de Murion, que é técnico em 
edificações, também recém-formado. Juntos, decidiram fazer uma sociedade para 
trabalharem com obras de construção civil. Eles fizeram alguns cursos à distância de 
empreendedorismo, administração básica e economia, e solicitaram umempréstimo 
ao banco. O banco fez uma avaliação quanto à situação cadastral do Cadastro de 
Pessoa Física – CPF dos dois, e, após verificar que os dois possuíam idoneidade 
financeira, liberou o empréstimo. 
Os dois amigos construíram um condomínio fechado com doze residências 
unifamiliares em um lote que haviam adquirido, em uma praia lindíssima do nordeste 
brasileiro. O empreendimento deu tão certo, que em menos de dois meses de 
anúncio, venderam todas as doze unidades. 
Eles pagaram o empréstimo ao banco, e ficaram com o lucro. 
Com esse lucro, investiram em mais um empreendimento, pois o lema da dupla 
desde o início já era: “fazer dinheiro se transformar em mais dinheiro”. E deu certo. 
Investiram em mais um empreendimento, desta vez uma galeria com lojas próxima ao 
condomínio fechado. 
A dupla não parou mais de construir. Desenvolveram uma construtora que hoje tem 
mais de trezentos funcionários. Carlos e Murion lembram até hoje como iniciaram, 
ainda recém-formados e cheios de coragem e determinação, mas se não tivessem 
crédito na praça não teriam conseguido alcançar o sonho de constituir uma empresa 
como a que possuem hoje. 
 
 
 
 
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13 Identificação dos órgãos competentes 
e acompanhamento da aprovação do 
projeto 
 
No momento em que os projetos estiverem prontos, é chegado o momento de “dar 
entrada na prefeitura” ou solicitar o alvará de construção na prefeitura. Essa solicitação 
se faz através do projeto de arquitetura e outros documentos técnicos que irão variar de 
município para município, com o intuito de que seja aprovado o projeto e liberado o 
alvará de construção. 
 
A identificação dos órgãos competentes será de acordo com a cidade em que se 
pretenda construir, pois a cada administração pública estará atribuído um órgão de 
competência para cuidar dos assuntos diversos relacionados com a obra e sua 
natureza, se residencial, comercial ou industrial, ou até mesmo de infraestrutura urbana, 
como estradas e rodovias. 
 
Até o recebimento do alvará de construção, que, em geral, tem prazo de validade de 02 
(dois) anos, é preciso acompanhar o processo gerado no momento da solicitação de 
aprovação. Às vezes, pode acontecer de a prefeitura solicitar algumas adequações de 
projeto para que ele esteja de acordo com a legislação local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 Consequência do descumprimento 
O alvará de construção é um documento que pode ser liberado com alguns meses após 
a solicitação. Pode ocorrer o fato de o construtor obter o alvará de construção e 
construir em desacordo com o projeto que serviu de avaliação para aprovação na 
prefeitura local. 
Para esses casos, em que o construtor descumpre o projeto, as consequências podem 
ser multas ou, até mesmo, o embargo da obra. Embargo, segundo Aulete (2008) possui 
dois significados: “qualquer coisa que represente um obstáculo; empecilho; 
impedimento” e “institutos jurídicos que tratam de impedir a conquista de algum direito”. 
Então, se o construtor executar uma obra diferentemente do que apresentou no projeto 
para a obtenção do alvará de construção, passa a ter um transtorno para si mesmo, que 
terá um prejuízo financeiro e um atraso significativo no cronograma de sua obra, sem 
mencionarmos da perda da credibilidade com seus clientes. 
 
 
QUEM ANTECIPA A CONSTRUÇÃO PODE PAGAR MUITO CARO 
 
É preciso respeitar as leis desde o início da obra. É fundamental que o construtor 
esteja atento às leis locais que se referem à construção civil. No Município de 
Salvador, por exemplo, o Art. 16 do Código de Obras, Lei Nº 3.903/88, estabelece 
que “toda e qualquer obra, particular ou pública, só poderá ser iniciada após 
licenciada ou autorizada pela Prefeitura, que expedirá o respectivo alvará, observadas 
as prescrições desta Lei e da Legislação de Ordenamento do Uso e da Ocupação do 
Solo do Município de Salvador”. 
Paulo Roberto é um profissional liberal que anseia muito pela construção da sua casa 
nova. O projeto arquitetônico foi desenvolvido por sua irmã, Rosa Maria, que é 
arquiteta e, diga-se de passagem, o projeto foi minuciosamente acompanhado por 
ele. As proporções dos ambientes e suas aberturas, seu quarto, as peças sanitárias 
dos banheiros, o pátio interno, o terraço, a garagem, os materiais de revestimento, 
tudo muito bem estudado. 
Todos os documentos técnicos foram providenciados, e a arquiteta deu entrada na 
prefeitura da cidade. Achando que o alvará de licença de construção estava 
demorando muito, Paulo Roberto providenciou o início da obra assim mesmo, sem o 
alvará de licença, pois não poderia atrasar seu casamento nem um dia por causa de 
burocracia. 
Para ninguém perceber, iniciou a obra por trás da vegetação nativa que circundava o 
terreno. Quando os trabalhos da fundação da casa estavam concluídos, por acaso, 
um fiscal da prefeitura passou pela frente do terreno encoberto pelas árvores e 
percebeu um rastro de cimento que adentrava na mata. Logo, sentiu necessidade de 
verificar o que “as árvores” estavam cimentando por ali. 
Passando a cortina verde, deparou-se com uma obra e, realmente, já havia se 
iniciado sem identificação alguma nem placa nem alvará de construção nem nada! O 
fiscal da prefeitura não teve outro jeito senão registrar o ocorrido. Paulo teve sua obra 
paralisada e ainda recebeu uma multa por violar as leis. 
 
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15 Normas e legislações aplicáveis 
 
As normas e legislações aplicáveis até a etapa de legalização de projetos são aquelas 
relacionadas desde a etapa de concepção do projeto, a qual conhecemos no Módulo 
Básico deste curso, mais especificamente nos Volumes 1 e 2 da Unidade Curricular de 
Desenho Técnico em Edificações, para a elaboração do projeto de arquitetura. 
 
Atendido os procedimentos de desenho técnico, são cabíveis as observações às leis 
que tratam do Uso e Ordenamento do Solo, Plano Diretor e Código de Obras que cada 
município tem, de forma específica. Essas leis garantem uma maior uniformidade e 
coerência para a realização da construção e conservação do mínimo de recursos 
naturais para a qualidade de vida no ambiente construído. 
 
Outra lei que complementa e se faz aplicável é a que já nos referimos, a Lei Nº 
8.666/93, que trata de assuntos pertinentes às licitações públicas, já que as obras de 
origem pública precisam ser imparciais e justas, sem preferencialismos para a eleição 
dos executores das obras ou fornecedores de bens ou produtos. 
 
Desta forma, podemos concluir que, para a nossa área da construção civil, os 
procedimentos de legalização de projetos competem aos atendimentos a normas, tanto 
no âmbito nacional, com as normas técnicas e a lei de licitações, como no âmbito 
municipal, com as solicitações de documentos técnicos e projeto mediante acertos de 
decisão local, de cada município. 
 
Em cada cidade que você for trabalhar haverá leis específicas para aquela cidade, 
que precisarão ser atendidas. Não podemos promover uma intervenção construtiva 
em uma cidade diferente da que estamos acostumados a trabalhar e querer aplicar os 
mesmos conhecimentos das leis da cidade já conhecida na cidade desconhecida. 
 
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REFERÊNCIAS 
 
AULETE, Caldas. Dicionário Caldas Aulete da Língua Portuguesa: edição de bolso 
[atualização do Banco de Palavras, Conselho dos Dicionários Caldas Aulete, editor 
responsável Paulo Geiger, apresentação Evanildo Bechara.] – 2ª Ed. –Rio de Janeiro: 
Lexikon Editora Digital, 2008; Porto Alegre, RS: L&PM, 2008. 
 
BOTELHO, Manoel Henrique Campos, GIANNONO, André, BOTELHO, Vinícius 
Campos. Manual de projeto de edificações. 1ª ed. São Paulo, PINI, 2009. 
 
BRASIL, REPÚBLICA FEDERATIVA. Lei n 8.666/93._de junho de 1994. 
 
FERNANDEZ, Amilton. Uma

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