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DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL Muito se ouve em Direito Material e Direito Processual, principalmente onde a Ciência do Direito se faz presente e necessária. Nesse caso o conceito dessas duas classificações do direito também passa a ser instrumento de discussão e análise. Mas afinal, o que é Direito Material? E Direito Processual? Para entendermos o conceito desses segmentos do Direito, vamos entender primeiro o significado de Matéria e Processo dentro do âmbito jurídico. Vejamos: Matéria, no Direito, refere-se à essência das regras abstratas criadoras das relações concretas de direito. Vale ressaltar também que na visão filosófica – bastante aproximada da visão jurídica -, matéria, ou materialismo, é sinônimo de corrente (ou doutrina), comprovando sua existência através de algo cognoscível, ou seja, algo conhecível, evidente (costumes, regras, relações, normas etc.). Já a palavra “processo” indica avanço, ir para frente; e possui vários propósitos, como: criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar, manter e usar produtos ou sistemas. No Direito, processo configura-se como algo procedente e necessário ao válido exercício do poder. Após conhecer e analisar o sentido jurídico das palavras “matéria” e “processo”, é possível observarmos que Direito Material provém de normas que criam, regem e extinguem as relações jurídicas, ditam o que é lícito e o que é ilícito, ou seja, o que se pode ou não se deve fazer em hipótese alguma etc. São as normas do Direito Penal, Civil, Administrativo, Tributário e entre outros. No conceito de Direito Processual, temos normas que regulam o processo, que também criam, regem, modificam e extinguem relações jurídicas, mas perante o órgão encarregado de exercer a atividade jurisdicional. Na visão do notável processualista colombiano Hernando Devis Echandía, o Direito Processual é “o ramo do Direito que estuda o conjunto de normas e princípios que regulam a função jurisdicional do Estado em todos os seus aspectos e que, portanto, fixam o procedimento que se há de seguir para obter a atuação do direito positivo nos casos concretos, e que determinam as pessoas que devem submeter-se à jurisdição do Estado e os funcionários encarregados de exercê-la”.¹ Daí já se pode notar que a principal diferença entre esses ramais do direito é que o Direito Processual é instrumental em relação ao Direito Material. Em resumo, o Direito Material, também conhecido por Substantivo, refere-se ao conjunto de normas que regulam os fatos jurídicos que se relacionam a bens e utilidades da vida, contrapondo-se ao Direito Processual que tem por finalidade regular a organização judiciária e o processo judicial, referente à ação de julgar os litígios, reintegrando a ordem estatal ao disciplinar a forma para fazer atuar as normas jurídicas e as consequentes relações definidas em outros ramos jurídicos de direito substantivo. Daí a concepção de que Direito Material e Direito Processual caminham juntos; enquanto um regula as diversas relações e casos concretos, o outro serve de instrumento para atuar, julgar e organizar juridicamente esses casos, objetivando sempre a reintegração da ordem estatal vigente. ________________________________________ In: CÂMERA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Vol.1. 11ª ed. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004, p.3. REFERÊNCIAS ALVIM, Eduardo Arruda. Direito Processual Civil. 5ª ed. rev., atual e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2013. CÂMERA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. Vol.1. 11ª ed. – Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2004. DINIZ, Maria Helena. Compêndio à Ciência do Direito. 22ª ed. ver. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2011.
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