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Projeto Arquitetonico e Projeto Estrutural

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PROJETO ARQUITETÔNICO 
E PROJETO ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
	
  
	
  
1	
   INTRODUÇÃO	
  –	
  PROJETO	
  ARQUITETÔNICO	
  ........................................................................	
  5	
  
2	
   O	
  PROJETO	
  ARQUITETÔNICO:	
  CONCEITUAÇÃO	
  E	
  OBJETIVOS	
  ..............................................	
  6	
  
2.1	
  ETAPAS	
  DO	
  PROJETO	
  ARQUITETÔNICO	
  ...........................................................................................	
  7	
  
2.1.1	
  Elementos	
  Básicos	
  de	
  um	
  Projeto	
  Arquitetônico	
  ............................................................	
  8	
  
2.1.2	
  Estudo	
  Preliminar	
  ...........................................................................................................	
  9	
  
2.1.3	
  Anteprojeto	
  ....................................................................................................................	
  9	
  
2.1.4	
  Projeto	
  Legal	
  ................................................................................................................	
  10	
  
2.1.5	
  Projeto	
  Executivo	
  ..........................................................................................................	
  11	
  
2.2	
  PROJETOS	
  COMPLEMENTARES	
  ....................................................................................................	
  13	
  
2.3	
  PLANEJAMENTO	
  .......................................................................................................................	
  14	
  
3	
   VIABILIDADE	
  DO	
  PROJETO	
  ARQUITETÔNICO:	
  NORMAS	
  E	
  LEGISLAÇÕES	
  ESPECÍFICAS	
  ........	
  15	
  
3.1	
  NORMAS	
  TÉCNICAS	
  DE	
  REPRESENTAÇÃO	
  PARA	
  DESENHO	
  TÉCNICO	
  DE	
  EDIFICAÇÕES	
  .............................	
  15	
  
3.2	
  ESTATUTO	
  DAS	
  CIDADES	
  ............................................................................................................	
  16	
  
3.3	
  PLANO	
  DIRETOR	
  DE	
  DESENVOLVIMENTO	
  URBANO	
  –	
  PDDU	
  ............................................................	
  17	
  
3.4	
  LEI	
  DE	
  ORDENAMENTO	
  DO	
  USO	
  E	
  DA	
  OCUPAÇÃO	
  DO	
  SOLO	
  –	
  LOUOS	
  ..............................................	
  18	
  
3.4.1	
  Código	
  de	
  Obras	
  e	
  Edificações	
  .....................................................................................	
  18	
  
4	
   PARÂMETROS	
  DO	
  CONFORTO	
  AMBIENTAL	
  ......................................................................	
  20	
  
4.1	
  CONFORTO	
  TÉRMICO	
  ................................................................................................................	
  20	
  
4.2	
  CONFORTO	
  ACÚSTICO	
  ...............................................................................................................	
  21	
  
4.3	
  CONFORTO	
  LUMINOSO	
  .............................................................................................................	
  23	
  
5	
   CONSTRUÇÃO	
  SUSTENTÁVEL	
  ...........................................................................................	
  24	
  
5.1	
  	
  PRINCÍPIOS	
  DA	
  CONSTRUÇÃO	
  SUSTENTÁVEL	
  .................................................................................	
  24	
  
5.2	
  EFICIÊNCIA	
  ENERGÉTICA	
  ............................................................................................................	
  25	
  
6	
   INTRODUÇÃO	
  –	
  PROJETO	
  ESTRUTURAL	
  ............................................................................	
  27	
  
7	
   CONCRETO	
  .......................................................................................................................	
  28	
  
7.1	
  DEFINIÇÃO	
  ..............................................................................................................................	
  28	
  
7.2	
  TIPOS	
  .....................................................................................................................................	
  28	
  
7.3	
  CARACTERÍSTICAS	
  .....................................................................................................................	
  30	
  
8	
   AÇO	
  .................................................................................................................................	
  32	
  
8.1	
  DEFINIÇÃO	
  ..............................................................................................................................	
  32	
  
8.2	
  TIPOS	
  .....................................................................................................................................	
  32	
  
8.3	
  NORMALIZAÇÕES	
  PARA	
  BARRAS	
  E	
  ELEMENTOS	
  ...............................................................................	
  33	
  
8.4	
  SUPERESTRUTURA	
  ....................................................................................................................	
  33	
  
8.5	
  NFRAESTRUTURAI	
  .....................................................................................................................	
  34	
  
9	
   ESTRUTURA	
  DE	
  CONCRETO	
  ARMADO	
  ...............................................................................	
  35	
  
9.1	
  DEFINIÇÃO	
  ..............................................................................................................................	
  35	
  
9.2	
  CARACTERÍSTICAS	
  .....................................................................................................................	
  35	
  
10	
   DESENHO	
  DE	
  ESTRUTURAS	
  DE	
  CONCRETO	
  ARMADO	
  ......................................................	
  36	
  
10.1	
  FÔRMAS	
  ...............................................................................................................................	
  36	
  
10.3	
  ESCORAMENTOS	
  ....................................................................................................................	
  37	
  
10.4	
  DETALHES	
  .............................................................................................................................	
  37	
  
 
3 
 
11	
   DEFINIÇÃO	
  DE	
  GEOMETRIA	
  DE	
  ESCADAS:	
  PISO,	
  ESPELHO,	
  REVESTIMENTOS,	
  APOIOS.	
  ....	
  42	
  
12	
   RAMPAS	
  ........................................................................................................................	
  45	
  
12.1	
  INCLINAÇÃO	
  ..........................................................................................................................	
  45	
  
12.2	
  REVESTIMENTOS	
  ....................................................................................................................	
  45	
  
12.3	
  APOIOS	
  ................................................................................................................................	
  46	
  
13	
   ARMAÇÕES	
  ....................................................................................................................	
  47	
  
13.1	
  DEFINIÇÃO	
  ............................................................................................................................	
  47	
  
13.2	
  TIPOS	
  ...................................................................................................................................	
  47	
  
13.3	
  NOMENCLATURA	
  ...................................................................................................................	
  47	
  
13.4	
  CRITÉRIOS	
  DE	
  APLICAÇÃO	
  .........................................................................................................48	
  
13.5	
  DETALHES	
  DE	
  ELEMENTOS	
  ESTRUTURAIS	
  .....................................................................................	
  48	
  
13.6	
  SIMBOLOGIA	
  .........................................................................................................................	
  49	
  
14	
   FUNDAMENTOS	
  DE	
  AÇO	
  E	
  MADEIRA	
  ..............................................................................	
  50	
  
14.1	
  CARACTERÍSTICAS	
  ...................................................................................................................	
  50	
  
14.2	
  PROPRIEDADES	
  MECÂNICAS	
  .....................................................................................................	
  52	
  
15	
   ESTRUTURAS	
  .................................................................................................................	
  53	
  
15.1	
  TIPOS	
  ...................................................................................................................................	
  53	
  
15.2	
  APLICAÇÃO	
  ...........................................................................................................................	
  53	
  
15.3	
  PEÇAS	
  ESTRUTURAIS	
  ...............................................................................................................	
  53	
  
15.4	
  ESFORÇOS	
  ATUANTES	
  ..............................................................................................................	
  54	
  
15.5	
  DETALHES	
  CONSTRUTIVOS	
  .......................................................................................................	
  54	
  
16	
   ALVENARIA	
  ESTRUTURAL	
  ...............................................................................................	
  55	
  
16.1	
  REPRESENTAÇÃO	
  ....................................................................................................................	
  55	
  
16.2.	
  DETALHAMENTO	
  DE	
  ARMADURAS	
  ............................................................................................	
  56	
  
17	
   FUNDAMENTOS	
  DE	
  ISOSTÁTICA	
  .....................................................................................	
  57	
  
18	
   TIPOS	
  DE	
  ESTRUTURAS	
  ISOSTÁTICAS	
  .............................................................................	
  58	
  
19	
   TIPOS	
  DE	
  APOIOS	
  ...........................................................................................................	
  59	
  
20	
   TIPOS	
  DE	
  CARREGAMENTO	
  ............................................................................................	
  60	
  
21	
   CÁLCULO	
  DE	
  REAÇÕES	
  DE	
  APOIO	
  ...................................................................................	
  61	
  
22	
   ESFORÇOS	
  INTERNOS:	
  FORÇA	
  NORMAL,	
  FORÇA	
  CORTANTE,	
  MOMENTO	
  FLETOR	
  E	
  
MOMENTO	
  TORÇOR.	
  ..............................................................................................................	
  64	
  
23	
   TRAÇADO	
  E	
  ANÁLISE	
  DOS	
  DIAGRAMAS	
  DE	
  ESFORÇOS:	
  NORMAL,	
  CORTANTE	
  E	
  FLETOR	
  ..	
  65	
  
24	
   ANÁLISE	
  DOS	
  DIAGRAMAS	
  DE	
  ESFORÇOS	
  ......................................................................	
  66	
  
25	
   NOÇÃO	
  DE	
  TENSÃO	
  E	
  DEFORMAÇÃO	
  .............................................................................	
  67	
  
26	
   TÉCNICAS	
  DE	
  LANÇAMENTO	
  DE	
  ESTRUTURA	
  ..................................................................	
  68	
  
27	
   APLICATIVOS	
  COMPUTACIONAIS	
  PARA	
  PROJETOS	
  ESTRUTURAIS	
  ...................................	
  69	
  
28	
   NORMAS	
  E	
  LEGISLAÇÃO	
  APLICÁVEIS	
  ..............................................................................	
  70	
  
29	
   RECAPITULANDO	
  ...........................................................................................................	
  71	
  
30	
   REFERÊNCIAS	
  .................................................................................................................	
  72	
  
 
	
  
 
 
 
4 
 
Prefácio 
 
 
Olá, professor(a)! 
 
Este livro tem por objetivo auxiliá-lo (a) nas suas explicações, em sala de aula, 
sobre os conteúdos programáticos da Unidade Curricular Projeto Arquitetônico 
e Projeto Estrutural. 
 
Trabalharemos aqui, de forma sucinta, os assuntos referentes ao Projeto 
Estrutural, os aspectos relacionados às estruturas de concreto, aço e madeira, 
além da alvenaria estrutural, em termos de seus elementos constituintes, 
propriedades e características, aplicações, funções, simbologia, estruturas 
isostáticas, tensão x deformação, momento fletor, força cortante, momento 
torçor, esforços atuantes, tipos de apoio, cálculo de reações, diagramas de 
esforços e processos construtivos. Já nos assuntos referentes ao Projeto 
Arquitetônico, veremos os aspectos relacionados à sua conceituação e objetivo, 
suas etapas constituintes de um projeto arquitetônico e sobre o seu 
planejamento, viabilidade técnica e legal, bem como os parâmetros do conforto 
ambiental e princípios da construção sustentável. 
 
Este material deverá atuar como uma preparação prévia ao docente que pleiteia 
lecionar estas unidades curriculares, funcionando, pois, como um norteador do 
processo de aprendizagem de seus alunos. 
 
Nas páginas seguintes, de forma didática, elucidaremos os quesitos citados 
acima no intuito de facilitar o seu trabalho. 
 
 
5 
 
1 INTRODUÇÃO – PROJETO 
ARQUITETÔNICO 
 
Neste livro, vamos falar sobre questões relativas ao Projeto Arquitetônico de 
Edificações, que vão desde a sua elaboração à viabilidade da sua execução. 
Dentro deste âmbito, elucidaremos o processo de concepção, seus fundamentos e 
objetivos, assim como as etapas de elaboração quais as exigências, relativas aos 
documentos de referência sejam eles gráficos ou escritos, além da questão da 
aprovação do projeto e sua viabilidade técnico-legal. 
 
 Abordaremos a questão da viabilidade Técnico-legal do Projeto Arquitetônico, citando 
algumas das principais normas e legislações específicas, as quais os profissionais 
habilitados devem atender para que o projeto seja aprovado, culminando em sua 
execução. Parâmetros do Conforto Ambiental da Edificação e aspectos da Arquitetura 
Sustentável também serão abordados neste livro pela grande importância que ambos os 
assuntos possuem no desenvolvimento de um projeto arquitetônico nos dias atuais. 
 
6 
 
2 O PROJETO ARQUITETÔNICO: 
CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS 
 
A palavra Projeto nomeia um objetivo a ser alcançado e, para este feito, é necessária a 
realização de diversas ações que, progressivamente, culminam na concretização desta 
meta. 
No caso do nosso assunto Projeto Arquitetônico, o objetivo a ser alcançado é a sua 
execução, ou seja, a construção do que está elaborado em projeto, resultando na 
Edificação propriamente dita. Para isto, temos um caminho a percorrer, o projeto 
arquitetônico precisa ser aprovado pelas autoridades competentes, o que significa que o 
mesmo deve atender às normas regulamentadoras e leis aplicáveis estabelecidas, seja 
no âmbito municipal, estadual ou federal. 
A razão da existência do Projeto Arquitetônico é o desejo de que um espaço vazio ou já 
construído sofra intervenções para que possa abrigar novas funções ou para que haja 
melhoramento em sua funcionalidade e estética, ou seja, o Projeto Arquitetônico 
determina e representa graficamente a configuração dos espaços em uma edificação, 
quanto a seu apelo funcional,estético e técnico, assim como determina os elementos da 
edificação a exemplo dos componentes e materiais construtivos. 
 
 
Figura. 01 : Projeto Arquitetônico 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
Para compor o Projeto Arquitetônico, os profissionais habilitados referenciam-se nos 
desejos dos clientes e futuros usuários, de suas exigências e necessidades para 
determinado espaço, cabendo-lhe conceber o projeto para melhor atendê-los, levando 
em consideração as normas e legislações específicas, objetivando a aprovação do 
projeto nos trâmites legais. 
O Programa de Necessidades irá definir o objetivo do projeto, cujas principais decisões 
serão relativas: 
 
7 
 
• À função; 
• À estética; 
• Ao dimensionamento; 
• Ao padrão de qualidade; 
• À viabilidade econômica, social, cultural e ambiental; 
 
A concepção do Projeto Arquitetônico é dividida em etapas em que cada uma exige que 
sejam produzidas informações técnicas e documentos técnicos referentes às mesmas. 
 
 2.1 Etapas do Projeto Arquitetônico 
 
O Projeto é composto por um programa no qual são sistematizadas as necessidades 
funcionais e sociais, estudos são feitos com o objetivo de melhor satisfazê-las. 
Devemos saber que o Projeto Arquitetônico, para chegar ao seu “produto final”, deve 
atender a premissa de ser viável tanto tecnicamente quanto legalmente, para isso, 
ele passa por diversas fases de elaboração como podemos ver abaixo. 
 
 
 
Figura. 02 : Etapas do Projeto Arquitetônico 
Fonte: SENAI,2012. 
 
 
A NBR 13532- Elaboração de Projetos de Edificações- Arquitetura afirma que as 
informações técnicas produzidas em quaisquer das etapas de elaboração do projeto de 
arquitetura devem ser apresentadas mediante documentos técnicos em conformidade 
com os padrões estabelecidos nas normas pertinentes, podendo ser: 
 
8 
 
 
a) desenhos; 
b) textos (memoriais, relatórios, relações e listagens); 
c) planilhas e tabelas; 
d) fluxogramas e cronogramas; 
e) fotografias; 
f) maquetes; 
g) outros meios de representação. 
 
 2.1.1 Elementos Básicos de um Projeto Arquitetônico 
 
Cada etapa exigirá diferentes níveis de detalhamento quanto à produção de 
informações técnicas necessárias ao correto entendimento do projeto. Estas 
informações técnicas serão apresentadas através de documentos técnicos. Segundo 
a NBR 6492/1994 - Representação de Projetos de Arquitetura- os elementos básicos de 
um projeto constituem-se em: 
a) peças gráficas 
b) peças escritas 
 
PEÇAS GRÁFICAS: 
• Plantas: 
- planta de situação; 
- planta de locação (ou implantação); 
- planta de edificação; 
• Corte; 
• Fachada; 
• Elevações; 
• Detalhes ou ampliações; 
 
PEÇAS ESCRITAS: 
• Programa de necessidades; 
• Memorial justificativo; 
• Discriminação técnica; 
• Especificação; 
• Lista de materiais; 
• Orçamento. 
 
 
9 
 
Vamos ver, abaixo, resumidamente, a definição de cada etapa e os documentos 
técnicos referentes às mesmas, baseando-se na NBR 13532- Elaboração de Projetos 
de Edificações- Arquitetura. 
 
2.1.2 Estudo Preliminar 
 
O Estudo Preliminar é a etapa inicial da concepção do projeto arquitetônico, em que 
serão determinadas as Diretrizes de Projeto para que o mesmo possa ser 
desenvolvido mediante viabilidade técnico-legal das normas e legislações aplicáveis. 
Para isso, nesta etapa, será angariado o levantamento de dados relativos à viabilidade 
técnico-legal do projeto, a exemplo dos dados ambientais, topográficos, cadastral, os 
quais serão analisados para que suas definições sejam alinhadas ao Programa de 
Necessidade do Projeto, estabelecendo parâmetros que servirão de base para 
elaboração da Proposta Inicial da Solução Arquitetônica, assim como para a passagem 
para a próxima etapa, o anteprojeto. 
 
 ESTUDO PRELIMINAR 
 
INFORMAÇÕES 
DE 
REFERÊNCIAS 
 
DOCUMENTOS 
A APRESENTAR 
 
 
DOCUMENTOS 
FACULTATIVOS 
 
INFORMAÇÕES 
PRESENTES 
 
ESCALA 
 
NORMAS 
TÉCNICAS 
 
Programas de 
necessidade de 
arquitetura; 
Levantamento 
topográfico e 
cadastral; 
Levantamento 
de dados para 
arquitetura; 
Estudo de 
viabilidade; 
Outras 
informações. 
 
 
Esquemas 
Gráficos; 
Diagramas; 
Relatórios 
técnicos; 
Outros meios de 
representação; 
Desenhos e 
textos exigidos 
em leis. 
 
- 
 
Metodologia 
empregada; 
Soluções 
alternativas para 
a viabilidade do 
projeto, tanto 
física quanto 
jurídica; 
Conclusões, 
comentários, 
recomendações. 
 
 
- 
 
NBR 
6492/1994 
 
NBR 
13532/1995 
 
Tabela 01: Estudo Preliminar 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
2.1.3 Anteprojeto 
 
Também chamado de Projeto de Pré-execução, o Anteprojeto é a etapa em que são 
feitas as alterações solicitadas pelo cliente e melhor avaliadas pelo Arquiteto em relação 
ao Estudo Preliminar, portanto esta é etapa de aprovação final do cliente, para que se 
dê entrada ao Projeto Legal. Os elementos da edificação e seus componentes 
 
10 
 
construtivos são definidos, assim como os custos e prazos para a execução do projeto 
também deverão ser apresentados nesta etapa. 
 
 
ANTEPROJETO 
 
INFORMAÇÕES 
DE 
REFERÊNCIAS 
 
DOCUMENTOS 
A APRESENTAR 
 
 
DOCUMENTOS 
FACULTATIVOS 
 
INFORMAÇÕES 
PRESENTES 
 
ESCALA 
 
NORMAS 
TÉCNICAS 
 
Estudo 
preliminar de 
arquitetura; 
Estudos 
preliminares 
produzidos por 
outras 
atividades 
técnicas; 
Levantamento 
topográfico e 
cadastral; 
Outras 
informações. 
 
Situação; 
Plantas dos 
pavimentos; 
Cortes; 
Fachadas; 
Memorial 
justificativo, 
abrangendo 
aspectos 
construtivos; 
Discriminação 
técnica; 
Documentos 
para aprovação 
em órgãos 
públicos; 
Lista preliminar 
de materiais. 
 
 
Maquete 
Estimativa de 
Custo; 
Quadro geral de 
acabamento. 
 
 
Metodologia 
empregada; 
Soluções 
alternativas para 
a viabilidade do 
projeto, tanto 
física quanto 
jurídica; 
Conclusões, 
comentários, 
recomendações. 
 
 
Igual ou 
superior a 
1/100/ 
 
 
NBR 
6492/1994 
 
NBR 
13531/1995 
 
NBR 
13532/1995 
 
Tabela 02 : Anteprojeto 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
2.1.4 Projeto Legal 
 
Também chamado de Projeto de Prefeitura, é a etapa em que o projeto deve estar de 
acordo com as exigências das normas de apresentação e representação gráfica 
vigentes, assim como da legislação específica para que possamos dar entrada na 
Prefeitura ou órgão responsável para obtenção do alvará ou das licenças necessárias 
para a construção da edificação, além da aprovação do Corpo de Bombeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
PROJETO LEGAL 
 
INFORMAÇÕES 
DE REFERÊNCIAS 
 
DOCUMENTOS 
A APRESENTAR 
 
 
DOCUMENTOS 
FACULTATIVOS 
 
INFORMAÇÕES 
PRESENTES 
 
ESCALA 
 
NORMAS 
TÉCNICAS 
 
Anteprojeto de 
arquitetura; 
Anteprojetos 
produzidos por 
outras atividades 
técnicas; 
Levantamento 
topográfico e 
cadastral; 
Legislação 
municipal, 
estadual e federal 
pertinente (leis, 
decretos, 
portarias e 
normas); 
Normas 
Técnicas. 
 
Desenhos e 
textos definidos 
pelas normas e 
legislação 
vigente de cada 
município 
 
- 
 
Desenhos e 
textos exigidos 
em leis, 
decretos, 
portarias ou 
normas e 
relativos aos 
diversos órgãos 
públicos ou 
companhias 
concessionárias 
de serviços nos 
quais o projeto 
legal deva ser 
submetido para 
análise e 
aprovação. 
 
 Será 
determinada 
de acordo 
com o porte 
do 
programa. 
 
NBR 
13531/1995 
 
NBR 
13532/1995 
 
Tabela 03: Projeto Legal 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
2.1.5 Projeto Executivo 
 
Após aprovação do projeto pelos órgãos competentes vem a etapa doProjeto 
Executivo, cuja principal característica é o detalhamento do projeto, no qual estarão 
presentes as informações técnicas da edificação e das partes constituintes da mesma. 
O projeto, nesta etapa, deverá estar representado com o maior número possível de 
informações para que seja executado sem maiores dúvidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
PROJETO EXECUTIVO 
 
INFORMAÇÕES 
DE 
REFERÊNCIAS 
 
DOCUMENTOS 
A APRESENTAR 
 
 
DOCUMENTOS 
FACULTATIVOS 
 
INFORMAÇÕES 
PRESENTES 
 
ESCALA 
 
NORMAS 
TÉCNICAS 
 
 
Anteprojeto ou 
projeto básico 
de arquitetura; 
 
Anteprojetos ou 
projetos básicos 
produzidos por 
outras 
atividades 
técnicas; 
 
Outras 
informações. 
 
Desenhos: 
- planta geral de 
implantação; 
- planta de 
terraplenagem; 
- cortes de 
terraplenagem; 
- plantas das 
coberturas; 
- cortes 
(longitudinais e 
transversais); 
- elevações 
(frontais, 
posteriores e 
laterais), 
plantas, cortes e 
elevações de 
ambientes 
especiais 
(banheiros, 
cozinhas, 
lavatórios, 
oficinas e 
lavanderias); 
- detalhes 
(plantas, cortes, 
elevações e 
perspectivas) 
de elementos da 
edificação e de 
seus 
componentes 
construtivos 
(portas, janelas, 
bancadas, 
grades, forros, 
beirais, 
parapeitos, 
pisos, 
revestimentos 
e seus 
encontros, 
impermeabiliza-
ções e 
proteções). 
 
 
-Perspectivas 
(opcionais) 
(interiores ou 
exteriores, 
parciais ou 
gerais); 
 
-maquetes 
(opcionais) 
(interior e 
exterior); 
 
- fotografias, 
diapositivos, 
microfilmes e 
montagens 
(opcionais); 
 
- recursos 
audiovisuais 
(opcionais) 
(filmes, fitas de 
vídeo e 
disquetes). 
 
Detalhamentos 
e 
Especificações 
técnicas 
 
 Será 
determinada 
de acordo 
com o porte 
do programa 
e nível de 
detalhamento 
 
NBR 
6492/1994 
 
NBR 
13531/1995 
 
NBR 
13532/1995 
 
Tabela 04: Projeto Executivo 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
O Projeto Arquitetônico determina a configuração espacial da edificação, sua orientação 
em relação à incidência solar e direção predominante dos ventos; os materiais 
 
13 
 
construtivos a serem utilizados e uma série de outros quesitos, porém, para a eficiente 
funcionalidade do edifício e atendimento à necessidade de seus usuários, é necessária 
a complementação de outros serviços, cuja incumbência refere-se aos Projetos 
Complementares. 
 
2.2 Projetos Complementares 
 
Como o próprio nome diz, os Projetos Complementares complementam o Projeto 
Arquitetônico, ofertando-lhe serviços a favor do pleno funcionamento da edificação. Os 
mais comuns são os de estrutura, elétrica, hidráulica, conforto térmico e acústico, 
luminotécnica e paisagismo. 
 
 
Figura 3: Projetos Complementares 
 Fonte: SENAI, 2013. 
 
 É importante lembrarmos que os Projetos Complementares, geralmente, desdobram-se 
em diversos outros, os quais serão determinados a partir da necessidade referenciada 
no Projeto Arquitetônico, como podemos ver abaixo: 
 
• Projeto de Elétrica: Telefonia, Dados, Voz, Aterramento, Proteção contra raios, 
Automação etc. 
 
• Projeto de Hidráulica: Reuso de água, Redes de hidrantes, Sprinkler, Água 
quente, Energia Solar para aquecimento de água etc. 
 
• Projeto Estrutural: Reforço estrutural, Estrutura mista, Estrutura metálica etc. 
 
Para a perfeita funcionalidade do edifício, e para evitar gastos adicionais com a 
reparação de erros de projeto e demais possíveis consequências, é indispensável que 
todos esses projetos complementares estejam compatibilizados com o projeto 
arquitetônico, e que todos os profissionais envolvidos mantenham um bom 
relacionamento para que possam tomar as melhores decisões em conjunto, havendo, 
assim, harmonia entre os projetos. 
 
 
14 
 
Sabe-se que a concepção do Projeto é um tanto complexa e precisa de controle e 
planejamento para que as informações estejam alinhadas em todas e sucessivas 
etapas. 
 
2.3 Planejamento 
 
Vamos observar que, no processo de desenvolvimento de um projeto, desde a sua 
concepção à execução, o Planejamento de como será feita cada etapa assume papel 
de grande importância. O Planejamento deverá abordar a etapa de concepção do 
projeto, bem como da sua execução, e são levadas em conta três principais questões: 
tempo, custo e qualidade. 
Exatamente por isso que o projeto arquitetônico é dividido em etapas, onde cada uma 
contém tarefas específicas a serem realizadas para que, sucessivamente, sejam 
realizadas tarefas de outras etapas que, por fim, complementem-se resultando num 
projeto bem planejado e de grande eficiência até a sua completa execução. 
Falamos acima, de maneira geral, da viabilidade técnica de um projeto. Agora vamos 
falar da viabilidade legal. 
 
15 
 
3 VIABILIDADE DO PROJETO 
ARQUITETÔNICO: NORMAS E 
LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS 
 
Vamos abordar as principais normas e legislações específicas que regem o projeto e a 
execução de obras, bem como o desenvolvimento urbano. 
 
3.1 Normas Técnicas de Representação para Desenho Técnico 
de Edificações 
 
Na etapa de concepção do projeto, em sua representação gráfica, há normas que 
regem esta atividade, incluindo o projeto dentro da linguagem padrão do desenho 
técnico de edificações. Estas normas são as chamadas Normas Brasileiras, aprovadas 
pela ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas. Há centenas de Normas que 
contemplam o universo da Construção Civil, em seus mais diversos assuntos. 
 
 
 
Figura 04: Norma Brasileira 
 Fonte: ABNT, 2013. 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT é o órgão responsável pela 
normalização técnica do Brasil. A representação gráfica também pode ser inserida 
dentro da linguagem já que a ABNT segue normas de importantes entidades 
internacionais tais como ISO (International Organization for Standardization), IEC 
(International Eletrotechnical Comission), e de entidades de normalização regional, 
como COPANT (Comissão Pan-americana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação 
Mercosul de Normalização). 
As normas que mais utilizaremos para Projeto Arquitetônico e Representação Gráfica 
seguem abaixo. 
 
 
16 
 
NBR 13531/1995: Elaboração de projetos de edificações - Atividades 
Técnicas 
NBR 13532/1995: Elaboração de projetos de edificações - 
Arquitetura 
NBR 6492/1994: Representação de projetos de arquitetura 
NBR 9050/2004: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e 
equipamentos urbanos 
 
Tabela 05: Tabela Normas 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
3.2 Estatuto das Cidades 
 
Devido ao constante e desordenado crescimento das cidades e centros urbanos, 
tornou-se indispensável a formulação de um instrumento que regulamenta, ordena e 
controla o uso do solo dessas cidades, além de se tornar um elemento facilitador e 
ordenatório à aplicação da Política Urbana. Surge, assim, o Estatuto da Cidade. 
 
 
 
Figura 05 – Estatuto da Cidade 
 Fonte: SENAI, 2013. 
 
O Estatuto da Cidade é a Lei Federal 10.257/2001, cuja aplicação é de 
responsabilidade do Município. “Para todos os efeitos, esta Lei, denominada Estatuto da 
Cidade, estabelece normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da 
propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos 
cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental.” Cartilha do Estatuto da Cidade. 
 
17 
 
A principal função do Estatuto da Cidade é estabelecer, em termos práticos, a correta 
aplicação da Política Urbana, cujas diretrizes serão cumpridas através do Plano Diretor 
instituído em cada município. 
 
3.3 Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDDU 
 
“A Constituição Federal determina que o instrumento básicoda política de 
desenvolvimento e expansão urbana é o Plano Diretor.” (p.18, Estatuto da Cidade) 
 
O Plano Diretor é uma lei municipal e deverá ser o principal instrumento da política 
urbana, atuando através de diretrizes que ordenam o desenvolvimento urbano. 
O Plano Diretor, como o próprio nome diz ,direciona, alinha aos propósitos de acordos 
estabelecidos dentro do viés da Política Urbana possíveis intervenções tanto de agentes 
públicos quanto privados, no âmbito do desenvolvimento urbano municipal. 
O plano de ação do Plano Diretor, resumidamente, configura-se da seguinte forma: a 
cidade como um todo é dividida em zonas destinadas a implantação de usos 
diferenciados onde são estabelecidos parâmetros para os diferentes graus de ocupação 
do solo, culminando no correto, controlado e ordenado crescimento urbano, assim como 
a proteção de áreas de reservas ambientais. São exemplos de zonas: zona de uso 
predominantemente residencial, zona de uso misto, zona de uso predominantemente 
industrial, zona de uso especial etc. 
 
 
 
 
Figura 06- Zoneamento Campina Grande 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
18 
 
 
Estas disposições são estabelecidas por cada Município e legitimadas pela Lei de 
Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo- LOUOS. 
 
3.4 Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação Do Solo – 
LOUOS 
 
A Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo dispõe de parâmetros que são 
estabelecidos por cada Município e tem por objetivo ordenar, regular o controle e a 
ocupação do uso do solo, legitimando as determinações do Plano Diretor de 
Desenvolvimento Urbano. 
Estes parâmetros determinados pela LOUOS têm por finalidade os objetivos listados 
pelo Estatuto da Cidade, cuja principal meta é a qualidade de vida dos seus habitantes. 
São levadas em conta questões como: 
 
• Preservação do meio ambiente 
• Áreas de preservação histórica 
• Risco de Segurança 
• Levantamento Arqueológico 
• Impacto ambiental e social 
• Impacto no sistema viário e na densidade demográfica de determinada região 
• Impacto no conforto ambiental 
• Impacto Visual 
 
O Código de Obras está vinculado a Lei de Ordenamento e Uso do Solo. 
 
3.4.1 Código de Obras e Edificações 
 
O Código de Obras trata das regras gerais e específicas referentes a projetos e a 
execução de obras, abordando os direitos e as responsabilidades do Município, dos 
profissionais habilitados responsáveis pela elaboração de projetos e pela coordenação 
técnica das obras, assim como dos proprietários de bens imóveis. 
O Código de Obras contém normas administrativas relativas a: 
 
• Habilitações 
• Licenças 
• Projetos 
• Obrigações 
 
19 
 
• Fiscalizações 
• Penalidades e Recursos 
 
Como falamos, o projeto para ser executado precisa ser viável tanto tecnicamente 
quanto legalmente. Vamos agora falar a respeito da regularização do projeto, dada a 
sua obediência às normas instituídas relativas à execução de obras dentro de 
determinado município, a fim de garantir que toda obra seja concebida dentro dos 
trâmites legais e atenda a princípios, como: 
 
• Privilegiar o indivíduo a que se destina a edificação, assegurando o seu uso de 
forma condizente com a dignidade humana; 
• Observar as peculiaridades do sítio urbano, visando à preservação dos aspectos 
ecológicos, geotécnicos e de imagem ambiental; 
• Priorizar o interesse coletivo sobre o individual; 
• Compatibilizar as disposições desta Lei, com a Legislação Federal e Estadual, 
Normas Técnicas e Especificações das concessionárias de serviços públicos; 
• Assegurar as condições de higiene, conforto ambiental e segurança, através do 
emprego de materiais e técnicas adequados, e do correto dimensionamento dos 
espaços; 
• Incorporar as novas conquistas tecnológicas e avanços sociais, visando à 
atualização constante da Lei. 
 
Fonte: código de obras de salvador 
 
A partir deste breve resumo das principais normas e legislações específicas que 
permeiam nosso assunto, podemos concluir que estão correlacionadas, como podemos 
ver esquematicamente abaixo. 
 
Figura 07: Projeto Executivo 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
20 
 
4 PARÂMETROS DO CONFORTO 
AMBIENTAL 
 
A palavra conforto é sinônima de bem-estar e é fácil criarmos associação entre as duas 
coisas, isso porque a palavra conforto sintetiza o máximo de bem-estar que podemos 
ter, remetendo-nos à sonhada qualidade de vida. Este conceito se estende, em nosso 
assunto, ao conforto ambiental, ao conforto dos usuários em um ambiente construído. E 
como os profissionais habilitados para conceber o projeto ou reforma de um edifício 
poderão garantir que o ambiente construído proporcionará aos seus usuários esse 
máximo conforto? Quais estratégias arquitetônicas a serem utilizadas? 
 
 
 
Figura 08: Bem-estar no ambiente construído 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
Primeiro precisamos destrinchar os níveis de conforto aos quais o ser humano está 
propenso e a que será submetido ao utilizar uma edificação. São eles: 
• Conforto Térmico 
• Conforto Acústico 
• Conforto Luminoso 
Temos também o conforto visual ligado à estética aprazível do espaço. 
 
4.1 Conforto Térmico 
 
As condições de conforto térmico dependem de algumas variáveis, como: 
• Variáveis ambientais: temperatura, velocidade e umidade do ar; 
• Variáveis humanas: idade, sexo, hábitos alimentares, estado de saúde, tipo e 
quantidade de vestimentas, local em que o individuo se encontra. 
 
21 
 
 
Não é válido contar prioritariamente com a climatização artificial para obtenção de um 
ambiente agradável termicamente, faz-se necessário tirar partido das condições 
climáticas para aproveita-las mediante concepção do projeto arquitetônico, ou seja, 
adequar o projeto arquitetônico ao clima local, o que Olgyay (1973) nomeou Projeto 
Bioclimático. Para isto, é necessária a abordagem de alguns parâmetros e diretrizes 
como podemos ver abaixo: 
• Estudo do clima local 
• Estudo da insolação 
• Estudo da ventilação predominante 
• Materiais construtivos 
• Uso da vegetação como sombreamento 
• Cores das superfícies 
 
Todos estes parâmetros influenciam diretamente no arranjo espacial dos ambientes da 
edificação, assim como na escolha dos materiais construtivos que serão usados na sua 
composição, ou na maneira como será disposta em relação à insolação e ventos 
predominantes, ou, ainda, na determinação da quantidade de aberturas em cada uma 
de suas fachadas. 
 
4.2 Conforto Acústico 
 
O conforto acústico diz respeito a ambientes com condições acústicas favoráveis ao 
desempenho das inúmeras tarefas realizadas pelo ser humano. 
São abordadas diversas questões a respeito da eficiência da função acústica de um 
ambiente, a forma como se dá propagação do som nas superfícies dispostas no 
ambiente, e como este se comporta diante das ondas sonoras produzidas dentro e fora 
do recinto. 
 
22 
 
 
 
Figura 09: Acústica 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
“As vibrações sonoras propagam-se pelo ar em razão de pequenas alterações 
provocadas na pressão atmosférica, configurando-se como ondas sonoras.” 
(Souza,2006). 
É dentro deste princípio que se trabalha um ambiente acusticamente. As superfícies 
podem ser mais ou menos propícias para a propagação deste som, portanto, assumem 
o papel de principal elemento que o projetista irá direcionar sua atenção para que o 
ambiente cumpra com eficiência sua função acústica. 
 
É importante sabermos que: 
Ruído de um ambiente = ruído interno + ruído externo 
E que o som que chega aos nossos ouvidos é: 
Som percebido = Som Direto + Som Refletido 
 
A NBR 15575-1:2012 aborda aspectos do desempenho acústicodos edifícios, assim 
como a NBR 10152 - Níveis de Ruído para Conforto Acústico - determina o máximo 
nível sonoro admissível em determinados ambientes. 
 
LOCAIS dB(A) 
Apartamentos de Hotéis 35-45 
Restaurantes 40-50 
Residência - quartos 35-45 
Igrejas e Templos 40-50 
Auditórios 30-40 
 
Tabela 06: Acústica 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
23 
 
4.3 Conforto Luminoso 
 
Também chamado de conforto visual, aborda questões relativas à boa visibilidade para 
o desenvolvimento das diversas tarefas que realizamos diariamente nos mais diversos 
lugares, a exemplo de casa, do trabalho, escola, supermercado. Cada um desses 
ambientes irá solicitar as mais diversas condições de iluminação, a depender da hora do 
dia e do que estará sendo executado nos mesmos. 
 
 
 
Figura 10: Acústica 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
A orientação da edificação deverá ser decidida de acordo com o percurso do sol e a 
direção dos ventos predominantes, para o melhor aproveitamento da luz e ventilação 
naturais, bem como dos beneficios que a incidência dos raios solares traz. Atualmente, 
os materiais e elementos construtivos têm evoluído bastante visando à captação, de 
forma eficiente, dos recursos naturais oferecidos pelo meio ambiente, a exemplo da luz. 
Pontos a serem analisados quanto à iluminação natural: 
• Implantação - orientação da edificação; 
• Proporção do ambiente (altura, largura, profundidade); 
• Materiais que revestem a superfície (paredes, pisos, bancadas, etc.); 
• Dimensão das aberturas (altura e largura das janelas); 
• Elementos de fachada. 
 
 O aproveitamento deste recurso nas edificações poderá se dar atráves de: 
• Aberturas para o exterior - esquadrias; 
• Telhas translúcidas; 
• Poços de ventilação e iluminação; 
• Pátios internos etc. 
 
24 
 
5 CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL 
 
O mundo clama por mudança de hábitos, afinal a vida que levamos pouco se preocupa 
com a preservação do meio ambiente e com a disponibilidade de recursos para as 
sucessivas gerações. A Arquitetura entra neste contexto e, por isso, é necessária a 
aplicação de estratégias e tecnologias inovadoras quanto à atividade construtiva, 
buscando a melhoria da qualidade de vida e o ganho de benefícios para o meio 
ambiente. 
 
5.1 Princípios da Construção Sustentável 
 
Abaixo, vemos algumas diretrizes e procedimentos que se enquadram dentro do 
conceito de sustentabilidade aplicados à construção: 
• Utilização de energias renováveis, a exemplo da energia solar; 
• Uso racional da água e da luz; 
• Uso da vegetação como sombreamento; 
• Captação da água da chuva; 
• Reuso da água; 
• Ventilação e Iluminação Natural; 
• Utilização de áreas permeáveis; 
• Utilização de materiais construtivos locais; 
• Utilização de materiais naturais; 
• Reutilização de materiais; 
• Telhado verde; 
• Retrofit dos edifícios; 
• Manejo dos resíduos da construção. 
 
 
 
 
25 
 
 
Figura 11: Arquitetura Sustentável 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
A aplicação destas tecnologias e procedimentos nas construções deverá ser planejada 
logo na concepção do projeto arquitetônico para que possa ser realmente viável e 
eficiente. 
 
 
5.2 Eficiência Energética 
 
A Arquitetura Sustentável tem por objetivo a harmônica relação entre o meio ambiente e 
o espaço construído, o qual deve ser concebido de forma a causar o menor impacto 
ambiental possível para que, ao longo de sua vida útil, todos os processos que 
envolvam o seu uso possam ser classificados como renováveis e saudáveis ao meio 
ambiente, garantindo um mundo melhor para as futuras gerações. 
Um edifício é considerado mais eficiente do que outro se oferece as mesmas condições 
ambientais que outro, porém com menor consumo de energia. Este feito é 
proporcionado a partir das decisões projetais tomadas pelos arquitetos, os quais devem 
conceber as edificações de acordo com as condições climáticas e recursos oferecidos, 
a exemplo das decisões sobre a forma arquitetônica, a distribuição espacial dos 
ambientes, os materiais construtivos a serem utilizados, a orientação em relação à 
incidência solar e predominância de ventos, o que irá influenciar na quantidade de 
aberturas dispostas em determinada direção. 
 
 
 
 
26 
 
 
 
Existem certificações que avaliam o quão sustentável é um edifício, etiquetando-o como 
tal a partir do preceito de que foi projetado e construído tendo como conceito os 
princípios da sustentabilidade. Para atestar sua responsabilidade social e ambiental, ele 
deverá atender a diversas exigências e parâmetros específicos a cada certificação. 
Como exemplos, temos as certificações: Certificação de Eficiência Energética PROCEL, 
Certificação de sustentabilidade em edificações AQUA e Certificação de 
sustentabilidade LEED. 
 
 
Cristina sempre ensinou aos seus filhos o principio “não devo fazer aos outros, o 
que não gostaria que fizessem comigo”, e o respeito e cuidado com o próximo, o 
que deu resultado. Hoje, seus filhos já crescidos tornaram-se pessoas do bem e 
de bons valores, que repassam para seus filhos os mesmos ensinamentos 
dados por sua mãe. Cecilia, neta de Cristina, está no quarto semestre do curso 
de Arquitetura, e na matéria Arquitetura Sustentável aprendeu que a construção 
civil é o segmento que mais consome matérias-primas e recursos naturais no 
planeta, além de ser o terceiro maior responsável pela emissão de gases 
poluentes à atmosfera. Começou a refletir que todos têm que exercer o seu 
papel de cuidador do meio ambiente, respeitando o meio em que vive, além de 
garantir que o mesmo seja preservado para as gerações futuras. Imediatamente 
lembrou-se da avó e foi correndo dizer a ela que este também é um ato de 
respeito ao próximo, pois, se cada um fizer seu papel, todos terão uma boa 
qualidade de vida, e que além dos hábitos que já adquiriu a exemplo de jogar 
sempre o lixo no lixo, não passar tanto tempo no banho, utilizar a sacola 
reutilizável, decidiu que futuramente, quando se formar, quando for arquiteta, 
sempre projetará de acordo com os princípios da Arquitetura Sustentável. 
 
 
27 
 
6 INTRODUÇÃO – PROJETO 
ESTRUTURAL 
 
Os estudos sobre as estruturas, sejam elas de concreto armado, aço, madeira ou 
alvenaria estrutural, há algum tempo, têm chamado a atenção dos engenheiros, 
arquitetos e técnicos da área. Os princípios de concepção estrutural, cálculo de 
dimensionamento, resistência característica e durabilidade às intempéries climáticas 
são de grande importância para a consistência e segurança das construções. 
No início do desenvolvimento dos processos construtivos, as verificações eram 
baseadas nos métodos de tentativa e erro, até que pudéssemos alcançar o equilíbrio 
(situação estável e durável). Com o passar dos anos e com o avanço da tecnologia em 
todos os setores, as técnicas para uma boa escolha do tipo de estrutura se mostraram 
mais eficazes. 
De uma maneira geral, o tipo de estrutura (material e dimensionamento) guarda uma 
profunda relação com o tipo de função que irá desempenhar em sua vida útil. Existem 
casos em que as solicitações são menores que em outros ou o meio ambiente é mais 
agressivo que em outros, ou mesmo a vida útil esperada pode diferir entre duas 
situações distintas. Diante disso, é claro que a escolha do tipo de estrutura deverá variar 
bastante em cada caso. 
Logo de início é bom sabermos que as estruturas, sejam elas quais forem, serão 
dimensionadas e projetadas para suportar solicitações maiores que as que, de fato, 
estarão submetidas. É uma forma de termos uma maior segurança sobre aquilo que 
iremos construir. Os coeficientes de segurança, impostos na normatização dos cálculosde dimensionamento, são os grandes responsáveis por esta questão. 
 
Cada tipo de estrutura (concreto, metálica ou de madeira) tem seus próprios 
coeficientes de segurança nos cálculos de dimensionamento previsto nas 
Normas Técnicas. 
 
 
 
28 
 
7 CONCRETO 
 
7.1 Definição 
 
O concreto simples, ou simplesmente concreto, é uma mistura heterogênea de três 
materiais sólidos misturados com certa quantidade de água. Esses materiais são, 
normalmente, cimento portland, areia e brita, e desempenham funções específicas 
dentro dessa mistura. 
A areia tem a função de preencher os espaços vazios deixados pelas britas (que são 
grandes demais para preencher todos os espaços), além de contribuir para o ganho de 
resistência do concreto. A brita, também conhecida como pedra britada, tem a função 
de incrementar bastante o ganho de resistência e densidade, sendo o principal 
elemento a conferir resistência ao concreto. O cimento, em contato com a água, forma 
uma pasta ligante que tem a função de manter unidos os elementos constituintes do 
concreto. 
Depois de algum tempo, o cimento que reage quimicamente com a água endurece 
formando um corpo rígido e resistente que manterá coesas as partes 
constituintes do concreto. 
 
7.2 Tipos 
 
Existem muitos tipos de concreto. Dentre estes, os que mais utilizamos em nosso 
dia a dia são: concreto simples (já definido anteriormente); concreto armado, um 
composto de concreto simples e uma armadura em aço e que resiste aos esforços de 
flexo-compressão, torção etc.; e o concreto protendido, que é um concreto que possui 
uma cordoalha de aço, devidamente tensionada, que garante sistemas com uma maior 
amplitude de vãos livres (sem pilares ou escoramentos). Veja alguns exemplos nas 
ilustrações abaixo. 
 
 
 
29 
 
 
Figura 12: Estrutura em concreto simples 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
 
Figura 13: Estrutura em concreto armado 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
30 
 
 
 
Figura 14: Estrutura em concreto protendido 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
O edifício de garagens 
A empresa Construir S/A intentava fazer um edifício de garagens elevadas que serviria 
como estacionamento para carros num grande centro urbano da capital. A equipe de 
projetos elaborou um projeto de estruturas em concreto armado para todo o edifício, 
mas percebeu, a tempo, que as estruturas em concreto armado, embora custassem 
menos, aumentariam em cerca de 20% a quantidade de pilares internos, o que é um 
problema quando se pensa em garagens. 
Os diretores da empresa resolveram, então, mudar o projeto para estruturas em 
concreto protendido que, apesar de ser mais cara normalmente, conferiria maior ganho 
em termos de atingir o objetivo da construção. 
 
7.3 Características 
 
O concreto simples não resiste satisfatoriamente aos esforços de tração, mas 
em contrapartida, tem grande funcionalidade e adequação quanto aos esforços de 
compressão pura. Normalmente, a aplicação deste tipo de concreto ocorre em 
elementos estruturais submetidos apenas à compressão, como blocos de fundação, e 
em estruturas de pouca responsabilidade: passeios, acessos etc. 
 
31 
 
Em sistemas estruturais submetidos a esforços de flexão pura, flexo-compressão 
e cisalhamento, é necessário utilizar o concreto armado, que possui a capacidade de 
resistir satisfatoriamente a estes esforços. 
Quando a situação exigir a execução de estruturas com grandes vãos livres 
(sem sustentação vertical), lançamos mão do uso do concreto protendido que, por ter 
em seu interior uma cordoalha de aço devidamente tencionada no sentido contrário ao 
carregamento, garante uma maior amplitude entre seus apoios. 
 
32 
 
8 AÇO 
 
8.1 Definição 
 
Aço é uma liga metálica composta da mistura de ferro (aproximadamente 98%) e 
carbono (até 2%). A junção desses dois materiais confere ao aço qualidades desejáveis 
na construção civil como resistência à tração, à compressão, à flexão, ductilidade e 
maleabilidade. A composição química de ferro e carbono na composição metálica faz 
cada tipo de aço ter propriedades distintas entre si, destinadas a cada função 
específica. 
Desta forma, mais uma vez ressaltamos que a função que a estrutura ou material irá 
desempenhar será de fundamental importância para a escolha adequada dos materiais 
constituintes e suas devidas proporções. 
 
 
8.2 Tipos 
 
Diversos são os tipos de aço já criados pelo homem. Dentre os principais, destacamos 
os aços patináveis ou aclimáveis (wheathering steel), capazes de suportar os ataques 
corrosivos atmosféricos; aços inoxidáveis (stainless steel), criados para serem 
resistentes à oxidação; aços cirúrgicos (surgical steel), utilizados em procedimentos 
médicos cirúrgicos; e o aço estrutural (structural steel), que merece nossa atenção 
especial por se tratar do tipo de aço que mais largamente utilizamos na construção civil, 
dada a sua resistência característica. 
Dentro deste grupo (aço estrutural), os elementos barras (Figura 15) e fios (Figura 
16) merecem atenção especial por sua larga utilização na construção civil. A NBR 
7480:2007 define que fios de aço para construção civil são elementos com 
diâmetro nominal igual ou menor a 10,0 mm, obtidos pelo processo de laminação 
a frio; enquanto barras de aço são elementos com diâmetro maior ou igual a 6,3 
mm obtidas através do processo de laminação a quente. 
 
 
 
Figura 15: Barras de aço 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
33 
 
 
 
Figura 16: Fios de aço 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
8.3 Normalizações para barras e elementos 
 
O processo de fabricação do aço inclui, em sua sistematização, o processo de 
normalização de seus elementos. Tal processo visa à fabricação de uma estrutura mais 
uniforme, linear, com pouco ou nenhum empenamento. Consiste em, após o 
aquecimento, resfriarmos o aço ao ar, o que gera uma maior velocidade de 
resfriamento. 
 
8.4 Superestrutura 
 
A superestrutura é composta pelos elementos superiores de uma construção: lajes, 
estruturas treliçares, pilares e vigas aéreas. As treliças metálicas de um galpão 
industrial (figura 17) são exemplos de uma superestrutura metálica. 
 
 
34 
 
 
 
Figura 17:Treliças metálicas 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
8.5 nfraestruturaI 
 
Os elementos inferiores de uma estrutura compõem a chamada infraestrutura. No caso 
das infraestruturas em aço, podemos citar as fundações em estacas metálicas cravadas 
(figura 18). 
 
 
 
Figura 18: Estaca metálica 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
35 
 
9 ESTRUTURA DE CONCRETO 
ARMADO 
 
9.1 Definição 
 
Estruturas de concreto armado são formadas por dois elementos constituintes: aço e 
concreto. As barras ou fios de aço (armadura) são dispostos, convenientemente, nas 
fôrmas para posterior lançamento do concreto fresco. Depois de endurecido o concreto, 
a armadura deverá desempenhar seu papel dentro da estrutura. 
 
 
9.2 Características 
 
As estruturas em concreto armado têm a função de resistir a certos esforços quando 
solicitadas. Neste aspecto, incluem-se os esforços de tração, compressão, flexo-
compressão, torção e cisalhamento. Embora o conjunto concreto armado atenda bem 
ao que lhe é proposto, o concreto e o aço desempenham funções diferentes dentro da 
estrutura. 
É de conhecimento da comunidade científica que o concreto simples resiste bem 
aos esforços de compressão, entretanto, sua resistência à tração é bem pequena 
(cerca de 10% da sua resistência à compressão). Neste ponto, destaca-se o papel 
do aço no concreto armado. 
As barras ou fios de aço são convenientemente dispostos dentro da estrutura de modo 
a combater os esforços de tração a que a peça estará submetida (Figura 19).Figura 19: Armadura de vigas aéreas 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
36 
 
10 DESENHO DE ESTRUTURAS DE 
CONCRETO ARMADO 
 
10.1 Fôrmas 
 
As fôrmas para estruturas em concreto armado têm a função de anteparo rígido que irá 
sustentar a armadura e o concreto ainda fresco (fluido) até que este endureça e se torne 
autoportante. Normalmente, são confeccionadas em madeira ou sua associação com 
materiais metálicos. As fôrmas devem resistir aos esforços solicitantes quando do 
lançamento do concreto e sua vibração mecânica, bem como ao incremento de carga 
devido à operação do processo construtivo (pessoas, equipamentos etc). 
Segundo a NBR 15696:2009, o projeto de fôrmas deve conter, no mínimo, as 
especificações dos materiais utilizados, a definição exata do posicionamento de cada 
um dos elementos utilizados, citações sobre o método adotado para o dimensionamento 
da fôrma (velocidade de lançamento do concreto, consistência do concreto etc.) e as 
representações em planta baixa, cortes, vistas e demais detalhes julgados necessários 
para o correto e exato entendimento do projeto. 
 
 
10.2 Armaduras 
 
O projeto de armaduras, também conhecido como planta de armação, deve ser claro ao 
fornecer informações sobre o tipo de barras ou fios utilizados, suas dimensões lineares 
e de diâmetro (bitola), espaçamento entre os elementos, quadros-resumo para compra 
em fornecedores, bem como a disposição final dos elementos em aço dentro das 
formas para posterior lançamento de concreto. 
Tais informações devem se referir não só aos elementos longitudinais (barras ou fios), 
como também aos transversais (estribos, gravatas), uma vez que cada qual 
desempenha função diferenciada dentro da estrutura. 
 
Além destas informações, algumas outras são de suma importância para uma adequada 
execução do projeto, como: cobrimento mínimo de concreto, resistência característica 
do concreto (Fck) e fator água/cimento (a/c). 
 
37 
 
 
 
10.3 Escoramentos 
 
Os escoramentos são estruturas complementares às fôrmas (citadas anteriormente), 
responsáveis por receber e suportar as cargas transmitidas por estas devido ao 
carregamento proveniente do lançamento e adensamento do concreto fresco e da 
equipe de trabalhadores. Os escoramentos devem ser confeccionados em material 
resistente, normalmente aço ou madeira de comprovada resistência, e serem bem 
fixados às fôrmas e ao piso do pavimento em que se apoiam. 
Como as fôrmas, os escoramentos também costumam ser de madeira ou metálicos 
desde que devidamente resistentes às solicitações a que serão expostos. A NBR 
15696:2009 define que o projeto de escoramento deve conter: a especificação dos 
materiais utilizados, a definição exata do posicionamento de cada um dos elementos 
utilizados, a definição das cargas nas bases de apoio e as representações em plantas 
baixas, cortes, vistas e demais detalhes necessários para o correto e exato 
entendimento do projeto. 
 
10.4 Detalhes 
 
Os detalhes dos projetos sejam eles de formas (Figura 20), escoramentos (Figura 21) 
ou armaduras (Figura 22), visam sempre a um maior entendimento daquilo que está 
proposto para execução. Dessa forma, é lógico, por exemplo, que o projeto de formas e 
escoramentos deva informar as dimensões das peças a serem moldadas in loco, e o de 
armaduras deva mostrar a bitola das barras a ser utilizada e a disposição destes 
elementos dentro da forma. 
É importante salientar que, embora as NBR’s tratem de cada tipo de projeto 
isoladamente, é comum que os detalhes venham conjugados num mesmo projeto. Não 
é raro, por exemplo, encontrarmos um mesmo projeto físico contemplando as 
especificações de fôrmas e escoramentos. 
 
 
 
38 
 
 
 
Figura 20:Detalhe de formas de vigas 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
Figura 21: Detalhe de escoramento 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
Os detalhes, embora explicativos, não podem substituir os projetos executivos, 
mas complementá-los, porque servem para tornar mais claros alguns pontos isolados 
do projeto, utilizando artifícios simples como aumentar a escala ou a cor daquilo que se 
quer detalhar, ou por meio de setas e inscrições textuais. 
A seguir, mostraremos excertos de projetos executivos de fôrmas (Figura 22), 
escoramentos (Figura 23) e armaduras (Figuras 24 e 25). 
 
 
39 
 
 
 
Figura 22:Planta de fôrma de um reservatório enterrado. 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
 
 
Figura 23: Projeto de escoramento de laje 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
 
 
 
Figura 24: Projeto de armadura de laje lateral 
 Fonte: SENAI, 2012. 
 
40 
 
 
 
 
 
Figura 25: Exemplo de quadro-resumo de aços 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
Na Figura 22, planta de fôrmas, podemos observar a existência de cotas numéricas 
determinando as dimensões dos elementos em concreto armado, aberturas de visita e 
as dimensões dos vãos entre paredes, de indicações de um corte qualquer AA’ e das 
espessuras das lajes de fundo e de tampa do reservatório em questão. Perceba 
também que, através das dimensões das paredes externas e internas do reservatório, 
podemos depreender sem a necessidade da representação do corte a dimensão da 
profundidade do reservatório (540 cm). 
Na Figura 23, projeto de escoramento de laje, podemos observar a disposição dos 
elementos de escoramento (escoras, torres e perfis), além de suas devidas indicações 
de nomes através de setas. É possível também enxergarmos a disposição das formas 
da laje de tampa. 
Na Figura 24, projeto de armadura de laje, podemos identificar a disposição dos 
elementos de aço dentro da estrutura, seus diâmetros (bitolas) e dimensões lineares, o 
espaçamento entre si, além de claras referências à geometria das peças. Ainda 
constante do projeto de armaduras, temos o quadro-resumo (Figura 25), que nos mostra 
claramente as quantidades e comprimentos dos aços, dividindo-os por elementos (N1, 
N2, N3 etc.) e por bitola, bem como sua conversão para quilos, forma como são 
normalmente vendidos no varejo. Na figura abaixo (Figura 26) mostramos claramente 
uma esquematização para uma peça em concreto armado, contemplando fôrmas, 
escoramentos e armaduras. 
 
 
 
 
41 
 
 
 
Figura 26: Esquema de viga em concreto armado 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
42 
 
11 DEFINIÇÃO DE GEOMETRIA DE 
ESCADAS: PISO, ESPELHO, 
REVESTIMENTOS, APOIOS. 
 
Escadas são elementos estruturais que têm a finalidade de interligar dois ambientes 
com cotas diferentes. Muitos são os tipos de materiais utilizados em sua confecção 
(aço, madeira, concreto, mármore, granito etc.) e maiores ainda são as formas 
geométricas que podem assumir em cada edificação. 
São necessárias algumas simples definições dos elementos geométricos de uma 
escada: 
• Piso é a distância horizontal em que apoiamos nossos pés quando 
utilizamos uma escada; 
• Espelho é a distância vertical que separa dois pisos subsequentes; 
• Revestimentos são os materiais que utilizaremos para proteger e/ou 
conferir um melhor acabamento à estrutura da escada; 
• E apoios são os elementos que dão sustentação à escada, suportando 
seu peso e as cargas acidentais provenientes do trânsito de pessoas. 
 
O tipo de finalidade a que a escada estará atendendo influencia diretamente nos 
aspectos construtivos da mesma. Cada tipo de função (residencial, comercial, de 
emergência) impõe determinados critérios, como número do trânsito de pessoas por 
determinado tempo, resistência a fogo etc., que alteram significativamente as 
dimensões de geometria bem como os parâmetros de dimensionamento da escada. A 
NBR 9077:2001 determina alguns desses parâmetros. 
 
As geometrias mais comuns deescadas são em J (Fig. 16), em L (Fig. 17), em U (Fig. 
18) e helicoidal (Fig. 19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
Figura 27: Escada em J 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
Figura 28: Escada em L 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
44 
 
 
 
Figura 29: Escada em U 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
Figura 30: – Escada helicoidal 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
45 
 
12 RAMPAS 
 
Rampas são elementos arquitetônicos bastante parecidos com as escadas em sua 
finalidade, pois também têm a finalidade de ligar dois ambientes com cotas diferente, 
entretanto diferenciam-se quanto à forma. 
 
12.1 Inclinação 
 
A mesma NBR 9077:2001 que trata de escadas também nos revela alguns parâmetros 
mínimos para o projeto de uma rampa, dando- nos orientações para a utilização de piso 
antiderrapante, a variação de declividade (entre 10 e 12,5%), comprimento mínimo, 
altura máxima a ser vencida etc. 
Quando o assunto, entretanto, passar para a esfera das “pessoas com deficiência”, 
esses parâmetros construtivos passam a ser regidos pela NBR 9050:2004, específica 
para este fim. 
 
 
 
Agindo corretamente 
 
Seu Zé havia montado uma creche particular em sua cidadezinha no interior. 
Inicialmente havia poucas crianças sob seus cuidados, mas, com o passar dos meses, a 
coisa foi crescendo de tal forma que seu Zé se viu obrigado a fazer uma ampliação em 
suas instalações. 
No meio da reforma de ampliação, que não previa rampas de acesso, chegou às mãos 
de seu Zé a matrícula de um aluno cadeirante. De imediato, Seu Zé solicitou dos 
construtores que pusessem uma rampa de acesso, seguindo rigorosamente o previsto 
na NBR 9050:2004. 
 
 
 
 
12.2 Revestimentos 
 
Os revestimentos em rampas, assim como em escadas, têm a finalidade de proteger a 
estrutura das intempéries climáticas e esforços de abrasão e também de conferir algum 
acabamento ou sinalização. 
 
46 
 
 
 
No caso específico de rampas, a NBR 9077:2001 prevê que utilizemos pisos 
antiderrapantes. 
 
12.3 Apoios 
 
De forma semelhante às escadas, as rampas têm, em seus apoios, estruturas 
necessárias para sua sustentação. As rampas também têm sua estrutura definida pela 
função que irá desempenhar e público-alvo que atingirá. Por exemplo: a estrutura de 
rampas para acessos de carros em estacionamento de shopping centers não há de ser 
a mesma de uma rampa para acessos de “pessoas com deficiência” em prédios 
públicos (Figuras 31 e 32). 
 
 
 
 
 Figura 31:Rampa para acesso de veículos 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
 
Figura 32: Rampa para acesso de pessoas com deficiência 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
47 
 
13 ARMAÇÕES 
 
 
13.1 Definição 
 
Armação é o nome dado às estruturas metálicas que compõem o interior do concreto 
armado. Conforme dito anteriormente, tais elementos estruturais normalmente se 
dividem em barras e fios de aço (liga metálica composta de aproximadamente 98% de 
ferro e 2% de carbono), mas podem aparecer também em formas de telas ou malhas 
em caso de peças mais esbeltas. 
A NBR 7480:2007 prevê as especificações técnicas para estruturas em aço para 
concreto armado e alguns aspectos como classificação, características geométricas, 
verificação de defeitos do lote de recebimento in loco e ensaios. 
Atualmente a norma prevê a utilização de três tipos básicos de aço para barras e fios 
para concreto armado. Para fios (nervurados ou não), CA-60; para barras nervuradas, 
CA-50 e para barras lisas, CA-25. 
 
 
13.2 Tipos 
 
As armações dividem-se basicamente em ativas e passivas. As ativas são cordoalhas 
de aço pertinentes aos concretos protendidos e recebem este nome por agirem de 
forma ativa ao carregamento que lhes é imposto, na forma de uma contraflecha, que se 
opõe ao sentido do carregamento. As passivas são típicas dos concretos armados e 
não oferecem resistência ativa ao carregamento, apenas reagem quando são 
solicitadas. 
As armaduras passivas são compostas de elementos longitudinais e transversais. Os 
elementos longitudinais são as barras e fios, que servem para combater os esforços de 
flexo-compressão; já os transversais são os estribos, responsáveis por combater os 
esforços de forças cortantes. 
 
 
13.3 Nomenclatura 
 
As armaduras passivas se desdobram em algumas nomenclaturas mais específicas. 
Temos as armaduras positivas (que resistem ao momento positivo), as negativas (que 
resistem ao momento negativo), as armaduras de pele (que têm a função de inibir o 
aparecimento de fissuras ao longo das peças) e as de içamento (que, em peças pré-
 
48 
 
moldadas, servem para resistir às solicitações provenientes do içamento das mesmas 
através de guindastes ou gruas). 
 
 
13.4 Critérios de aplicação 
 
A aplicação da armação nas fôrmas para posterior concretagem deve obedecer aos 
critérios previstos no projeto estrutural. Devemos ter uma atenção redobrada com 
relação a alguns aspectos como: adequação da estocagem dos materiais utilizados 
(aços, fôrmas, cimento e agregados); adequação do material e suas dimensões; 
adequação das emendas das barras de aço (quando necessário); e adequação das 
dobras nas barras. 
Quanto à questão das dobras em aço e emendas, a ABNT NBR 14931:2004 prevê uma 
série de cuidados e diretrizes a serem tomados na obra (tipos de emendas, bitola dos 
pinos para dobra de barras de aço etc.). 
 
 
Hoje é bastante comum a compra de aço cortado e dobrado conforme projeto em 
grandes fornecedores do setor. Neste caso, o técnico responsável pela obra transmite 
essa responsabilidade ao fornecedor; mas deve certificar-se de que as prescrições 
previstas em projeto foram respeitadas. 
 
 
13.5 Detalhes de elementos estruturais 
 
Conforme já dito anteriormente, os detalhes, em qualquer projeto que analisemos, têm a 
função de ressaltar e/ou elucidar alguns pontos específicos que talvez não estejam tão 
claros no projeto. A seguir, algumas imagens de detalhamento de armações 
convencionais de viga e pilar. 
 
 
49 
 
 
 
Figura 33: Detalhe da armadura de uma viga 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
Fiogura 34: Detalhe da armadura de um pilar 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
 
 
13.6 Simbologia 
 
Alguns elementos simbólicos nas figuras acima merecem nossa atenção. O símbolo Ø 
representa o diâmetro nominal (bitola) da peça de aço; as designações N1, N2 etc. 
representam a ordem em que os elementos em aço serão detalhados (numericamente) 
no quadro-resumo. Ademais, são representações em vista em cortes transversais (pilar) 
e longitudinais (viga). 
 
50 
 
14 FUNDAMENTOS DE AÇO E 
MADEIRA 
 
Além do concreto (simples, armado, protendido), as estruturas em aço e madeira 
sempre ocuparam considerável importância no cenário da construção civil, perpassando 
desde detalhes ornamentais internos ou em fachadas, chegando até mesmo, em alguns 
casos, a dispensar completamente o concreto nas construções. 
 
14.1 Características 
 
No Brasil, diferentemente de outros países como Estados Unidos, por razões históricas 
e culturais, a utilização destes materiais assumiu uma importância secundária quando 
comparada a do concreto armado. Aqui, normalmente, as construções costumam ter o 
concreto como principal elemento estrutural, funcionando o aço e a madeira como 
detalhes numa estrutura essencialmente de concreto. É claro que há exceções, mas 
são exceções, como a casa do comércio em Salvador, na Bahia (Figura 35). 
 
 
Steel frame é o nome dado a construções feitas essencialmente de aço em sua 
estrutura, muito comum nos Estados Unidos e no Canadá. A estrutura é formada por 
perfis de aço dobrados a frio, ligados entre si pormeio de conectores. Entre as suas 
vantagens podemos destacar: a redução do peso total da edificação, o que nos 
possibilita construir sobre solos de baixa resistência mecânica; a rapidez na execução 
dos projetos; o baixo desperdício de material; além da redução da mão de obra, embora 
seja esta mais especializada. 
 
Em termos de cálculos de dimensionamento, a ideia central é fazer com que cada 
elemento receba uma pequena contribuição de carga acidental e não carregar todo o 
peso da estrutura em poucos elementos, como acontece com as estruturas em concreto 
armado. Dessa forma, descentralizamos a carga da estrutura e podemos fazê-la 
autoportante em sua totalidade, diminuindo a seção geométrica de seus elementos. 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
A proposta 
João concluiu o curso de técnico em edificações e, logo depois, recebeu uma proposta 
para trabalhar e residir nos EUA. João, então, vendo que a proposta era boa, resolveu 
aceitar. 
Ao chegar lá, João se deparou com projetos de edificações bem diferentes dos que 
normalmente utilizamos aqui no Brasil. Havia poucas estruturas de concreto em 
comparação às estruturas de madeira e metálicas. 
Demorou algum tempo até João se acostumar, mas hoje, um ano depois, ele já está 
absolutamente integrado ao ambiente de trabalho e até já pensa em fazer um curso de 
Engenharia em breve. 
 
Graças à fiscalização dos órgãos de defesa ambiental, o uso de estruturas de madeira, 
aqui no Brasil, atualmente, tem diminuído bastante . A madeira a ser utilizada de forma 
legal deve receber a licença de tais órgãos e deve ser fruto de áreas de reflorestamento. 
 
 
 
 
Figura 35: Exemplo de estrutura metálica 
Fonte: SENAI, 2013 
 
52 
 
14.2 Propriedades Mecânicas 
 
Como propriedades mecânicas dos aços, podemos citar a elasticidade (capacidade de 
se tornar elástico até certo ponto, quando submetido a tensões de deformação; 
processo reversível), a plasticidade (quando excedidos os valores do regime elástico, 
para uma mesma tensão, existirá uma deformação irreversível na peça), a ductilidade 
(capacidade de diminuir a seção transversal da peça depois do regime plástico e antes 
da ruptura) e a dureza (capacidade que o material aço tem de ser resistente aos 
esforços de deformação permanente). O gráfico, a seguir (Figura 36), mostra bem cada 
fase de uma barra de aço ensaiada. 
 
 
 
Figura 36: Gráfico tensão x deformação do aço 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
No caso das madeiras, há as resistências à compressão, tração e flexão e a dureza. É 
importante que saibamos que a madeira, por ser um material natural com um mínimo de 
processos industriais desde sua coleta até sua utilização final como material de 
construção, não há de resistir aos esforços, de maneira igual, em qualquer direção de 
aplicação. De maneira geral, a resistência da madeira é maior se a aplicação dos 
esforços se der no mesmo sentido de seus veios (Figura 37). 
 
 
 
Figura 37: veios da madeira 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
53 
 
15 ESTRUTURAS 
 
15.1 Tipos 
 
Estruturas são definidas como a parte da construção capaz de absorver e redistribuir as 
cargas acidentais (objetos, pessoas) e do peso próprio da construção de modo a lançar 
sobre o solo, através das fundações, o somatório dessas cargas. São divididas da 
seguinte forma, segundo seu principal elemento construtivo: estruturas de concreto, 
estruturas de aço (ou metálicas) e estruturas de madeira. 
 
15.2 Aplicação 
 
Aplicação de estruturas se dará exatamente como previsto no projeto estrutural, 
observando-se a localização de cada elemento estrutural dentro da edificação, bem 
como a qualidade do material empregado. A escolha entre um tipo de estrutura ou outro 
vai depender essencialmente das solicitações aplicáveis em cada caso, além das 
disponibilidades do material necessário à sua confecção. 
 
15.3 Peças estruturais 
 
As peças estruturais mais comuns são: pilares, vigas, lajes e suas associações. É 
importante ressaltar que, em alguns casos específicos, algumas destas peças 
estruturais podem ser dispensadas, como no caso das lajes cogumelos (Figura 38), em 
que as vigas inexistem. 
 
 
 
Figura 38:Laje cogumelo 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
54 
 
15.4 Esforços atuantes 
 
Os principais esforços atuantes nas estruturas são: compressão, tração, flexão, flexo-
compressão, cisalhamento e torção (Figura 39). 
 
 
 
Figura 39– Esforços de compressão, tração e cisalhamento 
Fonte: SENAI, 2012. 
 
A depender do esforço a que a peça estará submetida, é necessária a adequação da 
estrutura pra tal. 
 
15.5 Detalhes construtivos 
 
Neste ponto vale a pena frisar algumas questões: no caso das estruturas em concreto, 
temos adequação das armaduras e fôrmas no encontro de vigas com cabeças de 
pilares, cura do concreto recém-endurecido, adequado escoramento de fôrmas e 
adequado adensamento do concreto fresco. 
 
No caso das estruturas em aço, há de se observar a adequada disposição dos 
elementos (geometria das estruturas) e a colocação exata dos conectores. Nas 
estruturas de madeira, vale frisar o correto uso de entalhes e chapas com conectores, a 
aplicação de produtos para proteção contra insetos (quando necessário) e sempre que 
possível observar se a aplicação das cargas de solicitação está na mesma direção dos 
veios da madeira, onde sua resistência é maior. 
 
55 
 
16 ALVENARIA ESTRUTURAL 
 
16.1 Representação 
 
As alvenarias são elementos necessários em quase todo tipo de construção. Servem 
para delimitar verticalmente espaços e ambientes ou também para suportar as cargas 
da edificação. Dessa forma, dividem-se em alvenaria de vedação vertical e alvenaria 
estrutural. 
Existem diversos tipos de alvenaria estrutural: armada, não armada, protendida, de 
blocos de concreto e de blocos cerâmicos. As normatizações para tais estruturas são: 
ABNT NBR 15961-1:2011 (Alvenaria estrutural – Blocos de concreto. Parte 1: Projeto), 
ABNT NBR 15961-2:2011 (Alvenaria estrutural – Blocos de concreto. Parte 2: Execução 
e controle de obras), ABNT NBR 15812-1:2010 (Alvenaria estrutural – Blocos 
cerâmicos. Parte 1: Projeto) e ABNT NBR 15812-2:2010 (Alvenaria estrutural – Blocos 
cerâmicos. Parte 2: Execução e controle de obras). 
 
A seguir, um exemplo de representação de um projeto de alvenaria estrutural. 
 
 
 
 
 
Figura 40: Detalhe alvenaria estrutural 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
56 
 
 
 
Figura 41: Planta baixa de alvenaria estrutural 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
 
16.2. Detalhamento de armaduras 
 
Nas alvenarias estruturais armadas, obviamente, faz-se necessário o uso de armaduras 
de aço, em obediência ao proposto nas ABNT NBR 15961-1:2011 e 15961-2:2011. Lá é 
possível obtermos informações sobre as bitolas das barras e fios, bem como sua 
geometria e disposição dentro dos blocos e canaletas (Figura 42). 
 
 
 
 
Figura 42 – Detalhe de armadura de alvenaria estrutural 
Fonte: SENAI, 2013. 
 
 
57 
 
17 FUNDAMENTOS DE ISOSTÁTICA 
 
Historicamente, a humanidade sempre procurou, ainda que de forma experimental, 
empírica (não científica), conferir às suas construções um grau de estabilidade que lhe 
permitissem ser confiáveis e duradouras. Muito antes de a humanidade se parecer com 
o que hoje vemos à nossa volta, já havia esta preocupação e esforço neste sentido. 
A isostática, enquanto ramo da Engenharia de estruturas, prevê a manutenção estática 
das estruturas. O temo “iso” denota igualdade, semelhança. Em isostática, o sentido de 
igual reside no fato de o número de reações ser igual ao número de equações 
necessárias à sua resolução, formando um sistema linear com relativa

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